Eu,
No Olho Do Furacão
Está
cada vez mais interessante perceber o quanto as pessoas estão problemáticas no
dia de hoje. E cada um com uma esquisitice diferente e mais problemática que os
outros. E não estou falando das esquisitices normais das pessoas, mas são
aquele tipo de problemas que trazem muitas confusões para os outros.
Costumo
conhecer algumas pessoas que têm o dom de te arrastar diretamente para o olho
do furacão, sabe? Aquelas que te levam pro meio da confusão delas, sem que você
tenha o menor conhecimento de que aquilo estaria acontecendo, saca? É algo que
é um dom para esse tipo de pessoa e que me transforma em um para-raio para
atrair esse tipo de pessoas para a minha vida.
Eu
realmente encaro esse desafio de uma forma natural, pois acho que é complicado
mesmo ser arrastado para dentro da confusão dos outros, mas acabo sabendo lidar
bem com essas situações extremas.
Estou
acostumado a ser arrastado para o meio dos problemas dos outros, não sei o porquê
disso, mas me parece ser um dom, algo que as pessoas percebem e acabam se
aproveitando disso. E isso ocorre em todas as áreas da minha vida, sejam os
problemas pessoais, os afetivos, os amorosos, os profissionais...
Canso
de falar que as pessoas tendem a achar que eu tenho uma cara convidativa, mesmo
quando eu estou com a cara fechada, elas acabam me atraindo pra um tipo de
confusão, de conversas onde eu não estava à vontade, onde eu não estava
querendo estar.
Transportes
coletivos são os locais mais comuns para as pessoas me arrastarem para esse
tipo de situação, me chamam pra cada tipo de confusão, cada tipo de problemas
que eu não sou nem capaz de enumerar.
Estou
falando isso porque essa semana foi especial na minha vida nesse sentido, as
pessoas essa semana parece que simplesmente foram atrás de mim para me obrigar
a viver confusões que não são minhas, presta atenção, não estou falando dos
meus amigos, esses eu estou sempre afim e aberto a ajudar, mas estou falando de
pessoas aleatórias, que surgem do nada no meio da rua, que sentam do meu lado
no ônibus e começam a falar dos seus problemas e eu acabo entrando ali no meio.
Sei
que muitas vezes as pessoas só querem ser ouvidas, só querem poder expor o seu
problema e não estão afim de ouvir uma possível solução, e isso é o que eu
sempre acabo fazendo, afinal, eu sou pragmático, e de verdade, uma pessoa
pragmática vê o problema e quer dar uma solução. Então é o que eu faço, ouço o
problema e quero buscar uma solução.
Não
importa qual é o problema, as pessoas me trazem problemas diversos, de falta
sexo, a falta de amor, de problemas com a família a problemas de saúde, de
problemas financeiros a problemas emocionais, as pessoas falam abertamente
comigo de todos eles, sem nem me conhecerem, acho que somente por olharem pra
mim e virem uma pessoa em quem elas podem confiar.
Acontece,
que eu tenho a tendência de querer solucionar os problemas, daí, acabo
somatizando os problemas dos outros na minha vida, acabo fazendo com que os
problemas deles virem os meus problemas também. Então eu acabo matutando,
pensando, ruminando os problemas dos outros e esqueço dos meus e acabo focando
nisso, e querendo soluções mirabolantes para os outros e desfoco de mim para
pensar nos problemas alheios.
Eu
não sou o tipo de cara para viver no olho do furacão dos outros, eu apenas me
preocupo em acabar com os problemas em que me enfiam, seja dando um bom
conselho bem pensando ou apenas falando pra pessoa bicar tudo e mandar tudo que
lhe prejudica para o inferno. Eu sou assim, não me esquivo de buscar solução
para os problemas, inclusive os meus.
Contudo,
sou uma pessoa que não consegue ser insensível ao problema dos outros, eu tenho
essa coisa de sempre ajudar quem me procura, e de me preocupar com o problema
dos outros, de somatizar esses problemas e ficar sofrendo por isso.
Quando
são pessoas do meu convívio então, essa coisa piora, durmo mal, vou procurar
estar sempre perguntando, busco solucionar, tento fazer de tudo para que a
pessoa fique bem e o problema se acabe. Mas a vida não é como a gente quer, a
vida é como Deus nos permite que ela seja.
Por
isso mesmo, eu acho que me deixo arrastar para o meio do furacão, fico lá,
pensando na forma que vou sair dali, que vou poder fazer algo para ajudar,
quando vou poder me tirar de dentro de todo esse problema, só que em muitos desses
casos eu me esqueço que o problema não é meu, que não sou eu o realmente
afetado com aquilo, que não sou eu quem deve se preocupar e achar a solução.
Acabo
eu com a minha síndrome de herói, pensando que algo tem que ser feito, que
tenho que ajudar a pessoa, me preocupando com as coisas dela, buscando que o
problema acabe, quando na verdade, existem pessoas que só conseguem viver com
problemas e gostam de arrastar as pessoas pros problemas delas, sem realmente
se preocupar se alguém em sã consciência iria se meter nisso.
PS: Texto escrito ontem, mas que devido a problemas com a internet não subiu pro blog. Hoje terá outro texto publicado.
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