sábado, 2 de abril de 2016

Eu, No Olho Do Furacão

Eu, No Olho Do Furacão

Está cada vez mais interessante perceber o quanto as pessoas estão problemáticas no dia de hoje. E cada um com uma esquisitice diferente e mais problemática que os outros. E não estou falando das esquisitices normais das pessoas, mas são aquele tipo de problemas que trazem muitas confusões para os outros.
Costumo conhecer algumas pessoas que têm o dom de te arrastar diretamente para o olho do furacão, sabe? Aquelas que te levam pro meio da confusão delas, sem que você tenha o menor conhecimento de que aquilo estaria acontecendo, saca? É algo que é um dom para esse tipo de pessoa e que me transforma em um para-raio para atrair esse tipo de pessoas para a minha vida.
Eu realmente encaro esse desafio de uma forma natural, pois acho que é complicado mesmo ser arrastado para dentro da confusão dos outros, mas acabo sabendo lidar bem com essas situações extremas.
Estou acostumado a ser arrastado para o meio dos problemas dos outros, não sei o porquê disso, mas me parece ser um dom, algo que as pessoas percebem e acabam se aproveitando disso. E isso ocorre em todas as áreas da minha vida, sejam os problemas pessoais, os afetivos, os amorosos, os profissionais...
Canso de falar que as pessoas tendem a achar que eu tenho uma cara convidativa, mesmo quando eu estou com a cara fechada, elas acabam me atraindo pra um tipo de confusão, de conversas onde eu não estava à vontade, onde eu não estava querendo estar.
Transportes coletivos são os locais mais comuns para as pessoas me arrastarem para esse tipo de situação, me chamam pra cada tipo de confusão, cada tipo de problemas que eu não sou nem capaz de enumerar.
Estou falando isso porque essa semana foi especial na minha vida nesse sentido, as pessoas essa semana parece que simplesmente foram atrás de mim para me obrigar a viver confusões que não são minhas, presta atenção, não estou falando dos meus amigos, esses eu estou sempre afim e aberto a ajudar, mas estou falando de pessoas aleatórias, que surgem do nada no meio da rua, que sentam do meu lado no ônibus e começam a falar dos seus problemas e eu acabo entrando ali no meio.
Sei que muitas vezes as pessoas só querem ser ouvidas, só querem poder expor o seu problema e não estão afim de ouvir uma possível solução, e isso é o que eu sempre acabo fazendo, afinal, eu sou pragmático, e de verdade, uma pessoa pragmática vê o problema e quer dar uma solução. Então é o que eu faço, ouço o problema e quero buscar uma solução.
Não importa qual é o problema, as pessoas me trazem problemas diversos, de falta sexo, a falta de amor, de problemas com a família a problemas de saúde, de problemas financeiros a problemas emocionais, as pessoas falam abertamente comigo de todos eles, sem nem me conhecerem, acho que somente por olharem pra mim e virem uma pessoa em quem elas podem confiar.
Acontece, que eu tenho a tendência de querer solucionar os problemas, daí, acabo somatizando os problemas dos outros na minha vida, acabo fazendo com que os problemas deles virem os meus problemas também. Então eu acabo matutando, pensando, ruminando os problemas dos outros e esqueço dos meus e acabo focando nisso, e querendo soluções mirabolantes para os outros e desfoco de mim para pensar nos problemas alheios.
Eu não sou o tipo de cara para viver no olho do furacão dos outros, eu apenas me preocupo em acabar com os problemas em que me enfiam, seja dando um bom conselho bem pensando ou apenas falando pra pessoa bicar tudo e mandar tudo que lhe prejudica para o inferno. Eu sou assim, não me esquivo de buscar solução para os problemas, inclusive os meus.
Contudo, sou uma pessoa que não consegue ser insensível ao problema dos outros, eu tenho essa coisa de sempre ajudar quem me procura, e de me preocupar com o problema dos outros, de somatizar esses problemas e ficar sofrendo por isso.
Quando são pessoas do meu convívio então, essa coisa piora, durmo mal, vou procurar estar sempre perguntando, busco solucionar, tento fazer de tudo para que a pessoa fique bem e o problema se acabe. Mas a vida não é como a gente quer, a vida é como Deus nos permite que ela seja.
Por isso mesmo, eu acho que me deixo arrastar para o meio do furacão, fico lá, pensando na forma que vou sair dali, que vou poder fazer algo para ajudar, quando vou poder me tirar de dentro de todo esse problema, só que em muitos desses casos eu me esqueço que o problema não é meu, que não sou eu o realmente afetado com aquilo, que não sou eu quem deve se preocupar e achar a solução.
Acabo eu com a minha síndrome de herói, pensando que algo tem que ser feito, que tenho que ajudar a pessoa, me preocupando com as coisas dela, buscando que o problema acabe, quando na verdade, existem pessoas que só conseguem viver com problemas e gostam de arrastar as pessoas pros problemas delas, sem realmente se preocupar se alguém em sã consciência iria se meter nisso.

PS: Texto escrito ontem, mas que devido a problemas com a internet não subiu pro blog. Hoje terá outro texto publicado.

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