terça-feira, 22 de agosto de 2017

O Meu Irmão Mais Velho

O Meu Irmão Mais Velho

Hoje é o dia dele, que é o meu primeiro grande amigo, aquele que me desejou mais do que todos nesse mundo, que zelou e zela por mim desde que me percebeu na barriga da minha mãe, até o meu último suspiro. É o dia do meu primeiro amigo, do meu irmão mais velho, daquele que cansou de me colocar em furadas só pela diversão de ser o mais velho, mas que era o primeiro a me defender quando eu me colocava em furadas.
Vinte e dois de agosto, para a maioria das pessoas é o dia do folclore, mas pra mim não tem nada de lenda e mistérios, é o dia do meu irmãozão, daquele que sempre e sempre me serve de exemplo. É o cara que me fez entender como você consegue amar à distância, mesmo sendo esse amor fraternal, mas ainda assim, não poder estar perto dele sempre que eu gostaria, me é forte demais.
Não sou do tipo de pessoa de ficar fazendo média com as pessoas só por elas serem da minha família, mas aprendi com o tempo a gostar muito da minha família, ainda mais do meu núcleo familiar original, com a minha mãe, meu pai e meus irmãos.
Claro que tivemos problemas como irmãos, brigamos, tivemos desentendimentos, mas uma coisa que sempre aprendemos aqui em casa é que nunca podíamos ir dormir sem que estivéssemos minimamente bem um com o outro. E é assim até hoje. Embora não tenhamos mais aquelas coisas de crianças de discutirmos por coisas poucas, por ter pegado a figurinha do outro, ou por não querer por o jogo do vídeo game para dois.
Pois é, coisas poucas, de crianças, como eu disse, que já não fazem mais parte das nossas vidas, mas que hoje me são lembradas com tamanha alegria. Meu irmão me traz tantas lembranças de infância, milhares delas me remetem a nossa união. Apesar de não sermos mega ligados por gostos e escolhas pessoais, somos muito ligados por essa coisa da nossa irmandade.
Percebam que já somos ligados pelo nosso mês de aniversário, aliás, na verdade, era pra eu ter nascido a partir de dois dias antes do dele, mas como eu sou um cara muito independente, preferi vir antes, mas ainda assim próximo a ele, para que pudéssemos manter essa ligação entre nós.
Foi graças a essa ligação que conseguimos nos unir mais e mais para conseguirmos somar presentes de aniversários, de dias da criança e de natal. Quantas e quantas noites não passamos brincando de Comandos em Ação, jogando vídeo games ou simplesmente vendo filmes.
Meu irmão tem muitas influências sobre os meus gostos, mas talvez cinema, música e games talvez sejam as maiores. Eu convivi com ele praticamente todos os dias, dormindo no mesmo quarto por uns 20 e tantos anos. Dividíamos a TV, o vídeo game, o aparelho de som, então, sempre tínhamos que chegar ao acordo por nossos gostos, para que ambos nos divertíssemos com as escolhas.
Lembro bem da primeira vez que eu vi Star Wars, numa TV de tubo que tínhamos na sala do nosso apartamento na rua Vasco da Gama, eu não entendia nada daquilo, devia de ter 4 ou 5 anos, mas era tão legal assistir ao filme com o meu irmão, que essa paixão nos une até hoje. Fomos assistir já a algumas estreias de filmes do Star Wars no cinema.
É engraçado isso, hoje, tenho apenas 4 anos de diferença para o meu irmão, ele hoje está fazendo 39 anos, mas quando éramos crianças, a diferença era enorme. Isso me fazia querer sempre estar perto dele, fazer o que ele fazia, comer o que ele comia, agir como ele agia, falar como ele falava... Acho que como todo e qualquer irmão mais novo, quando eu era criança eu apenas queria ser o meu irmão mais velho.
Quando a gente é criança, a gente vê tudo de forma superlativa, pra nós era sempre vê nossos irmãos bem maiores, a gente vê eles mais espertos, mais rápidos, mais capazes mais fortes... Se nossos pais são nossos super-heróis quase para que a nossa vida inteira, nossos irmãos mais velhos são aquele espelho, aqueles que queremos ser quando crescermos.
Acho muito interessante a música Além Do Espelho do grande mestre João Nogueira: que fala de uma coisa de pai e filho, de que quando o filho olha no espelho os seus olhos, ele já não reconhece apenas como seus, mas como do seu pai também. Vejo que se aplica muito também essa música para essa relação minha com o meu irmão na infância. Sempre tivemos aquela coisa de eu ter que superá-lo para me provar “digno” de me igualar a ele, de estar perto dele, de poder seguir os seus passos.
Hoje, somos dois homens, meu irmão quase quarentão, casado, morando em São Paulo... Já eu, com 35 anos, solteiro, morando no Rio de Janeiro, mas ainda assim, vejo o meu irmão como exemplo, vejo ele não como quem eu quero ser, mas sim como um exemplo, como um espelho, como alguém como a gente fazia quando criança, que eu tenho que chegar no mesmo patamar, para me sentir digno de sentar na mesma mesa que ele. Meu irmão, continue sendo esse meu patamar a ser alcançado, me servindo de espelho, me lembrando que a cada dia eu posso me superar, pois em nossas veias correm os mesmos genes, o mesmo sangue. Te amo, mesmo de longe espero que você nunca se esqueça disso.

domingo, 13 de agosto de 2017

Ser Pai do Filho Que Não É Meu

Ser Pai do Filho Que Não É Meu

Olha, sou uma pessoa que tenho uma família que mesmo com seus altos e baixos, mesmo com suas alegrias e tristezas, mesmo com seus dramas e problemas, e ainda, sem muitos luxos, sem muitas extravagâncias, com muito amor e muito carinho entre nós. Com isso mesmo, eu cresci, evoluí, me tornei um homem capaz de entender todo esse amor, carinho e ainda dar esse amor e carinho para os outros.
Com a minha família eu aprendi que a vida é capaz de te pregar algumas peças, te fazer mudar completamente os seus paradigmas e suas certezas. A gente vai vivendo, vai sendo atropelado pela vida, ela vai mudando o nosso mundo, muda a nossa vivência, nosso jeito de ser. A vida te surpreende e é algo surpreendente.
Bem, como todo mundo sabe, eu ainda não sou pai. Quer dizer, eu ainda não era pai. Bem, até esse dia dos pais, eu não era pai. Não, antes que muita gente se altere, eu não engravidei ninguém, não fui surpreendido com um adolescente batendo na minha porta com uma carta de sua mãe explicando a situação de nossa relação e muito menos adotei uma criança num impulso incontrolável de ser pai. Não, nada disso. Eu apenas fui surpreendido com a sinceridade de uma criança.
Mas você já deve ter reparado que algo deve ser novo pra mim. Pois é, tem algo novo sim. Esse ano eu fui surpreendido com uma paternidade que não fiz por onde eu ter. Não tive aquela paternidade de ver a barriga da mãe crescer, acompanhar o pré-natal, muito menos de começar a projetar como seria a minha relação com o meu rebento.
Como disse o poeta: “Quando seu moço, nasceu meu rebento, não era o momento dele rebentar...”. Não era mesmo, meu rebento surgiu na minha vida durante a gravidez da sua mãe, mas naquela época eu não me preocupava se teria que ter atitude de pai. Naquela época eu só seria tio. Minha função era essa, ser tio. E eu era um tio muito legal. Sempre fui, tanto pros sobrinhos, quanto pros afilhados.
Ocorre que a vida é surpreendente, a vida tem aquelas coisas de viradas no enredo, que a gente se pega no meio dessas mudanças e não tem o menor controle sobre isso, apenas precisamos colocar o assento na posição vertical, afivelar o cinto e nos preparar para levantar voo, sem saber o destino.
Mas vamos voltar a realidade, minha paternidade não é presumível, não é biológica, nem é adotiva. Minha paternidade é imposta, não por mim, mas pela minha filha. Sim, eu ganhei uma filha. Diga-se de passagem, uma filha maravilhosa, que eu tive o prazer de receber como minha com o passar desse último ano. Eu ganhei uma filha muito esperta, amorosa, inteligente e por essa sua inteligência e noção de mundo, resolveu me fazer de pai.
Sim, minha filha é minha sobrinha Manuela, que desde o início do ano passado passou a morar na minha casa. Com essa mudança eu passei a ter a tal gestação da minha paternidade. Sim, pois foram necessários aproximadamente nove meses para eu me adaptar a ideia de ser “pai” dela. Afinal, não era uma responsabilidade que deveria ser minha, eu apenas tinha a responsabilidade de ser tio, e nisso eu era muito bom.
Ocorre, que com o passar do tempo, com a convivência direta, com aquela presença diária, com a “gestação” rolando, fui me acostumando com a ideia de ser pai. Minha paternidade foi aflorando, germinando, crescendo e se acentuando, até que explodiu nos últimos meses. De uns tempos pra cá, não tem como não me sentir não mais como tio apenas, mas ainda sendo um pai.
É engraçado como as pessoas não entendem que paternidade não tem nada a ver com a questão biológica, não é pelo fato de haver o laço sanguíneo. Como ainda sou muito novo nessa onda de ser pai não tenho muita prática com isso, estou apenas tateando ainda a paternidade, mas felizmente eu tive grandes exemplos em minha vida.
Não somente o meu pai, que é um grande exemplo, que me ensinou desde sempre como ser pai, que me ensinou como era exercer uma paternidade não pela autoridade, mas pelo amor e pelo exemplo. Tenho meus tios, Carlinhos e Cristóvão, que me ensinaram o que aconteceu comigo, você para ser pai não precisa de ter o seu sangue correndo nas veias do seu filho. Ainda tive a felicidade de ver a minha geração sendo pai também, meu primo Thiago, que me mostra sempre como é o amor paternal que nós aprendemos a ter com os outros três. E meus compadres, Vando, Amaro e Andinho, que me mostram sempre que ser pai é uma questão de você se propor a exercer tal papel.
Hoje foi o meu primeiro dia dos pais. Pretendo ser o melhor pai possível para a minha filha e que meus futuros filhos consigam me ver com os mesmos olhos que a irmã mais velha deles. Pois foi com ela que eu aprendi o que é ser pai, aprendi o que é amor de pai, aprendi o que é pensar no melhor por uma outra pessoa e não mais somente por mim, consegui descobrir como é o meu coração bater em outro peito, aprendi que eu sou exemplo, que minhas atitudes influem na vida dela, que eu preciso muito ser alegre, que eu preciso ser cuidador, preciso ser protetor, preciso ser mais do que eu seria por mim, pois agora eu tenho um outro serzinho que depende de mim e que me ama, justamente pelo que eu sou e que me faz muito bem saber que eu sou pai, não por ter sido algo que eu fiz, mas porque a paternidade me escolheu.
PS: Um feliz dia dos pais a todos os pais, principalmente os pais que estão em minha vida e que me mostram sempre que ser pai é muito mais do que ser doador de esperma, é participar, é se envolver, é saber amar mais, é você educar, é ser exemplo, é saber que você pode dar a sua vida por um outro alguém, é querer fazer de tudo pela felicidade de um outro alguém.

PS2: Agradeço a Deus por ter me dado a oportunidade de poder me tornar pai da minha princesa, pois só ela para me tornar um pai, antes de ser pai biológico. Te amo!

segunda-feira, 7 de agosto de 2017

Como Se Todos Já Tivéssemos Partido

Como Se Todos Já Tivéssemos Partido

Sabe, eu chego aos meus 35 anos com algumas poucas certezas na minha vida. Dizem alguns sábios, que quanto menos certeza tivermos na vida, melhor é para a gente viver e tal, mas ainda assim, me permito e muito ter algumas poucas certezas no mundo. E uma dessas minhas certezas é de que acabamos redimindo qualquer pessoa dos seus pecados quando perdemos ela.
Não acho uma atitude hipócrita, afinal, quando perdemos alguém, a gente abre mão das coisas pequenas e focamos só nas grandes, nos apegamos só ao amor, só as coisas boas se ficam, deixamos as coisas ruins de lado.
Proponho a gente a viver dessa forma, como se todo mundo tivesse ido embora de vez de nossas vidas, para assim esquecermos os momentos ruins, as coisas ruins que vivemos, as péssimas experiências, aquelas palavras ruins nos ditas e que nos fixemos só no amor, só nas coisas boas, só nas boas vivências, só naqueles sorrisos bem dados a nós e as grandes histórias.
Quanto tempo perdemos reclamando de quem nos ama, de quem nos quer bem? Quanto tempo perdemos falando coisas que não são agradáveis àqueles que amamos? Quanto tempo perdemos nos deixando afetar por um comentário ruim? Quanto tempo perdemos alimentando ódio, rancor e raiva? Quanto tempo perdemos fazendo coisas que não nos beneficia em nada nas relações com as pessoas que amamos?
Nos prendemos a orgulho, ego, coisas tão pequenas, que nos esquecemos do principal, do viver bem, do conviver bem, do amor, da compaixão, da amizade, do companheirismo... Nos deixamos afetar por um mundo cada vez mais egoísta, que nos faz querer sempre pensar que é mais importante ter razão do que ser feliz. E nisso, gastamos muito tempo da nossa vida querendo estar certo, fazendo as pessoas acreditarem que somos melhores, superiores e nos esquecemos de dar amor aos outros.
Ocorre que gastamos mais tempo com sentimentos ruins do que com sentimentos bons. Quantas vezes você fica com raiva e aí, se tranca no quarto, para de falar com uma pessoa que você gosta, xinga alguém que você ama, fica de mau humor, reclama, fala mal ou ainda fica irritado com alguém que você quer bem?
Estou falando dos seus pais, irmãos, cônjuge, amigos, filhos, vizinhos ou qualquer outra pessoa do seu círculo mais próximo, que você gasta mais tempo sentido coisas ruins do que coisas boas. Perdemos tempo criticando as pessoas, mas nunca nos preocupamos em elogiá-las quando elas estão certas. Sempre preferimos reclamar, falar mal, cobrar, nos esquecendo das coisas boas que as pessoas fizeram por nós.
Qual foi a última vez que você fez um elogio sincero para alguém? Quando foi a última vez que você disse que ama seus entes queridos? Quando foi a última vez que você pegou o telefone e ligou para o seu melhor amigo só por estar com saudade? Quando foi a última vez que você ajudou seus pais? Quando foi a última vez que você disse algo agradável sem ter segundas intenções com seu cônjuge? Quando foi a última vez que você chamou um amigo pra tomar um chopp? Quando foi a última vez que você fez um elogio sincero a alguém pelo bom trabalho que a pessoa fez?
Por mais que a gente se esforce, ainda assim, estamos no meio de uma sociedade que nos obriga a sermos cruéis, mesquinhos, egoístas, egocêntricos. Onde olhar para o próximo com compaixão, parece um sinal de fraqueza. Mas tudo isso, por conta do que eu estou falando, nos preocupamos em gastar o nosso tempo, mais em coisas que são negativas do que positivas.
Já falei aqui que hoje em dia eu busco fazer um exercício de para cada coisa ruim que eu falar para alguém eu tento falar ao menos cinco coisas boas a respeito dela. É uma forma de você se forçar a contrabalançar os sentimentos e estar sempre com um saldo positivo de sentimentos bons sobre os ruins. Já falei também sobre a ideia de viver como se fosse morrer amanhã e ame como se fosse viver para sempre, no sentido de que você tem que viver intensamente e amar como se isso fosse o seu combustível para viver.
Acontece que muitas vezes nos esquecemos que amar é bom, preferimos o ódio, o rancor, o sofrimento, a dor... Envenenamos nosso corpo com sentimentos ruins, acabamos enfraquecendo nosso corpo, pondo nele pensamentos ruins, que acabam atraindo sentimentos negativos, que nos prejudicam demasiadamente. Daí, sem que nos demos conta, estamos doentes, com dores inexplicáveis, com doenças estranhas, nos sentindo mal, simplesmente porque, nos entupimos de sentimentos impróprios, que não nos engrandecem e só nos fazem mal.
Daí me pego pensando tantas coisas sobre o amor. Acho o amor o sentimento mais nobre que existe, aquele que te faz se sentir melhor, que te traz mais benefícios, mais coisas boas, desanuvia a alma, deixa o corpo leve, faz a mente viajar, limpa e purifica, faz com que você fique mais sereno e mais tranquilo. E quando você ama alguém que se vai, você acaba deixando de lado tudo de ruim que vocês viveram, você se lembra com carinho das broncas, se recorda com ternura dos perrengues enfrentados, esquecemos as coisas ruins que foram ditas, nos recordamos só das coisas boas, com uma nostalgia por sabermos que nunca mais aquilo voltará.
Então, proponho a todos nós a passarmos a vivermos como se todo mundo tivesse partido de nossas vidas! É, um pacto para que possamos viver melhor. Deixando de lado as coisas ruins que nos foram ditas, focando nas coisas boas, pensando nas pessoas com ternura, afastando os sentimentos ruins, as mágoas, o ódio, o rancor, a raiva...
Podemos passar a conviver melhor como sociedade. Os americanos têm um dito popular que diz: Forgive and Forget (algo como perdoar e esquecer). E é assim que devemos viver, perdoando as coisas ruins e as esquecendo, passando a focar nas coisas boas, afinal, porque se prender a uma discussão por conta do time de futebol com o seu melhor amigo, depois de mais de 10 anos de amizade? Ou trocar um casamento de anos por uma briga por causa da toalha jogada na cama?
Acho que estamos nos tornando muito intolerantes e com isso nos esquecendo de amar aquelas pessoas que nos amam, de demonstrar o quanto somos gratos por esse amor, ou ainda, de mostrar o quanto as amamos também. Precisamos parar com essas coisas de orgulho, de ego e outras coisas banais, deixar de valorizar coisas pequenas, de nos importarmos com gestos grandes e sentimentos vazios. Temos que focar no que importa, nas coisas simples, no amor direto e incondicional. Nos lembrarmos que a vida é tão frágil, que de uma hora pra outra, aquela pessoa que estamos brigando pode não mais estar ali.
E aí, como fica? Não fica! A última palavra dita pode ter sido um xingamento ou palavras duras, que depois só nos restará o arrependimento por não termos dito o quanto amávamos, ou ainda o quanto aquela pessoa nos fazia bem. Então, pra mim, agora, devemos nos esforçar para vivermos como se todos já tivéssemos partido das vidas uns dos outros, para sermos gratos a cada reencontro, a cada palavra dita ao outro, fazermos de cada momento único, de cada abraço especial, cada beijo o melhor, cada olhar o mais amável possível, pois temos que ter a certeza de que se aquele fosse o nosso último momento com aquela pessoa que amamos, ela teria a certeza de que ela era amada por nós, independentemente de tudo o que vivemos, o amor sempre prevaleceu em nossa relação.

domingo, 6 de agosto de 2017

3.5

3.5

Victão diz: E chegou o grande dia! Meu natal, meu dia, aquele que se torna feriado para mim e para os meus. Uma data especial, por ser um número considerável: 35 anos! Repito, 35, com corpinho de 30, peso de 40, conta bancária de 20, mentalidade de 12, nada bate com nada, mas acho legal a sonoridade de três décadas e meia.
Sim, quando no longínquo 06/08/1982, às 13:00 eu vinha ao mundo, não imaginava que a minha trajetória fosse ser tão edificante. Não sou o cara mais bonito, o mais inteligente, o mais forte ou o mais rico, mas com certeza sou o mais amado.
Sim, eu sou muito amado, não duvide disso. Sou muito amado em vários aspectos. Primeiro por Deus, que me permitiu vir ao mundo e conseguir compreender que ele só quer que tenhamos amor. Conseguir ter a certeza de que tudo isso é uma verdade, independentemente de religião, apenas sentindo que esse amor me completa e pronto.
Segundo, por mim, afinal, como dizem por aí, sou leonino e nós, por característica primordial, nos amamos e deixamos isso muito claro ao mundo. Não sou egocêntrico como muitas pessoas pensam, eu tenho é um coração grande, tenho uma capacidade de amar a mim, não dando importância ao que as pessoas pensam de mim ou o que acham que conhecem ao meu respeito. Eu não sou o que você definiu sobre mim, eu sou uma infinidade de meandros, de ir e vir, de altos e baixos, de acertos e erros, que nem eu mesmo sou capaz de me resumir.
Terceiro, pelos meus pais, que me permitiram saber quem sou eu, qual meu lugar no mundo e que eu posso ser o que eu quiser, principalmente, eu mesmo. Meus pais me servem de porto seguro, mesmo eu tendo uma autoconfiança e uma autoestima elevados, ainda assim não sou uma pessoa que é perfeita ou que não se abala ou não tem problemas. Embora muitos me veem assim, achando que eu estou sempre bem, a vida não é bem assim e como diz um poeta que eu adoro: Sempre não é todo dia. E pra esses momentos, tenho o abraço acolhedor e o ninho dos meus pais.
Quarto, meus irmãos, que em meio ao caos, desavenças, problemas e diferenças me fizeram aprender que eu sou parte de algo muito maior, que sempre me serviram de espelho, de exemplo e de motivos para seguir em frente. Meus irmãos são aquilo que sempre vai me conectar com as minhas origens, com quem eu fui, com quem eu sou e com quem eu vou ser. São aqueles que me fazem ver além do espelho, que me fizeram primeiro entender o meu lugar no mundo, mesmo que fosse sempre sendo aquele que não podia brincar ou que sempre chegava em último nas brincadeiras, mas que sempre me fizeram querer ser mais.
Quinto, minha família, tios, tias, primos, primas, sobrinhos, afilhados, agregados... Todos aqueles que me fazem me sentir feliz por ter eles em minha vida e me ensinaram que compartilhar momentos bons e ruins torna a vida muito mais agradável. A vida tende a ser uma merda se a gente deixar, a gente perde o referencial, esquece os motivos de estarmos aqui, esquece porque sorrir, esquece porque chorar, faz a gente se animalizar de novo, mas quando temos pessoas que nos fazem ter a certeza de que a nossa vida vale a pena, nada mais faz sentido, apenas esse amor.
Sexto, meus amigos que me mostram o quanto é possível descobrir que existe amor em locais inusitados, ou como as pessoas conseguem ser tolerantes com as minhas falhas, meus defeitos e minhas tolices, que apesar de tudo isso, ainda me veem como alguém a quem eles querem ter por perto. Mesmo dentro de todos os meus vacilos, mesmo com as minhas ironias, com meu sarcasmo, meu humor ácido, minhas brincadeiras, minhas implicâncias, meus sumiços, minhas loucuras e tudo mais. Porém, ainda assim, vocês me querem bem, me aturam, me permitem estar na vida de vocês e compartilhar a minha com vocês.
São 35 anos, já plantei uma árvore, estou tentando publicar o meu livro e ainda pretendo um dia ter um filho. Não preciso que a vida seja perfeita, afinal a vida já é perfeita do jeito que ela é! E no dia de receber os parabéns, eu parabenizo a todos vocês que estão lendo essa mensagem, afinal, são vocês que me fizeram chegar até aqui, me fizeram ser quem eu sou, moldaram a minha personalidade, o meu jeito de ser... Me fizeram ser o homem que eu sou.
Alguém que não se julga perfeito, alguém que entende as suas limitações, que sabe das suas falhas, que erra e muito, mas que consegue ver no rosto de vocês o carinho, a compaixão e o amor. Que consegue chorar o choro de vocês, rir o riso de vocês. Eu luto as minhas batalhas sabendo que posso contar com esse apoio incondicional que eu tenho de vocês, que me fazem achar que sou capaz de mudar o mundo, afinal, o meu mundo são vocês. Agradeço a todos que fazem parte da minha vida, que um dia já me serviram de ombro amigo, que já me fizeram gargalhar, que já me abrigaram, que já me protegeram de coisas ruins, que já rezaram por mim, que me aceitam, que torcem por mim, que me amam... Exatamente assim, do jeito que eu sou, alguém que passaria por esse mundo como mais um, se não fosse poder contar na minha vida com cada um de vocês.

Agradeço a Deus, a meus pais, meus irmãos, meus familiares, meus amigos... Poderia resumir todos como amigos, pois não é o sangue que forma uma família, mas sim o amor que as pessoas compartilham e nesses meus trinta e cinco anos, eu sou feliz de poder partilhar muito amor com todos vocês, pois sou grato por ter aprendido a mais importante lição dessa vida, que só tem amor quem sabe dar! E se hoje eu recebo todo esse amor de vocês, é porque eu tenho muito amor pra retribuir. Amo vocês!