terça-feira, 27 de fevereiro de 2018

Vidas Negras Importam! #SQN

Vidas Negras Importam! #SQN

Vão morrer negros em comunidade, sim. Vão morrer negros em comunidade pelas forças do Estado, sim. Vão morrer negros em comunidade pelas forças do Estado e não tem porque reclamar. Pois é. Vai morrer. E tem que morrer. Sabe porquê? Porque sempre morreu negro em comunidade pelas forças do Estado e ninguém nunca reclamou. E não é só em comunidades. Nenhum negro está imune as garras do Estado, até porque, é essa a função do Estado, exterminar os negros da nossa sociedade.
Algumas pessoas ainda se levantam contra isso, falam como se não fosse o dever do Estado clarear a nossa sociedade. Concretizar o extermínio negro está na nossa Constituição Federal, você não sabia disso? Pois é, tá lá. E ai de quem questione isso, pois é uma cláusula pétrea, nunca poderá ser alterada ou retirada da nossa Constituição.
Aliás, vou um pouco além, essa cláusula é da Constituição do nosso país. Desde o início da formação do nosso país que os negros são um peso para a sociedade. Em nosso país, ser negro é praticamente uma sentença de morte. E porque não deveria de ser?! Sempre agimos assim, sempre matamos negros com mais facilidade do que gado. Como bem cantou o poeta: A carne mais barata do mercado é a carne negra!
E não tem porque não ser. Um país com tantos negros e pardos, de tantos mestiços e pessoas de pele escura, que só estão aqui para servir a nossa sociedade, e tão somente para isso. Só ver que para nós, negros só podem ascender socialmente se forem atletas ou artistas. Negros que ascendem socialmente por méritos educacionais são vistos com uma estranheza tão grande, que são sempre alvo de blitz das polícias.
O extermínio negro é uma política de Estado sim e não vejo porque de questionarmos isso. Se quando negro era propriedade, isso era uma questão meramente econômica, agora, passa a ser uma questão de segurança pública, afinal, todo negro é suspeito e ninguém questione isso. Quem questiona qualquer uma dessas questões, quem levanta a voz para falar sobre essas questões, é tachado de petista, esquerdopata ou amante de bandido.
E é isso mesmo, afinal, todo negro é bandido e uma ameaça ao Status Quo da nossa sociedade. Negros devem saber o seu lugar em nossa sociedade, afinal, se os negros saíram das senzalas, hoje estão trancafiados nas favelas. E a sociedade brasileira deu a liberdade ao negro, há mais de 120 anos atrás, mas nunca quis que o negro deixasse de ser serviçal. Por isso mesmo, não deram educação aos negros, mandaram-nos para as guerras e encarceram-nos em cadeias.
Mas vão morrer negros em comunidade pelas forças do Estado e não tem porque reclamar, sabe porquê? Porque em nossa sociedade a vida negra vale menos, a reclamação negra vale menos, a dor negra vale menos, a pele negra vale menos, a pessoa negra vale menos, tudo que envolva o negro vale menos. Por isso que matar em favela não é nada demais, por isso que as favelas não são nada demais, por isso que hospital público é sucateado, por isso que escola pública é sucateada, simplesmente porque é a comunidade negra que depende delas.
Veja você, a nossa sociedade comete o genocídio negro desde que o primeiro navio negreiro ancorou em terras brasileiras e nunca se fez nada para mudar isso, nunca se importou realmente com a vida dos negros aqui na Terra Brasilis, nunca demos a devida atenção, sempre nos desfizemos dos negros, sempre maltratamos, humilhamos, flagelamos e ridicularizamos quem tem a pele escura.
Seja a cultura, seja a estética, seja a cultura, seja a beleza, tudo o que vem do negro é menosprezado pelas classes dominantes. Em nosso país, o negro só serve para servir e para entreter, mas desde que se sujeitem a fazer essas coisas de forma que agrade aos brancos. Se algo for feito por negros, pelos negros e para os negros, aí será visto como algo ridículo, a ser criticado e a ser destruído.
Negro não tem direito a se sentir representado na televisão, muito menos ter sua arte reconhecida ou ainda ter o seu valor elevado. Aliás, negro não tem valor, negro tem preço, e como eu já disse antes, a carne mais barata do mercado é a carne negra.
Então, entenda, negro, que você nesse país é apenas massa de manobra, você não tem voz e nem tem vez, você não é alguém, você não tem direito de ir e vir, você é sempre suspeito, você vai ser sempre suspeito, você vai ser sempre alvo de ações policiais, a sua vida vai ser sempre descartável, a sua morte nunca vai ser lamentada, mas sim apenas mais um número.
Mas você não tem porque reclamar, agora está rolando intervenção, você vai ser fichado, terá seu direito de ir e vir cerceado, mas afinal, sempre foi assim, né? Você faz isso quando entra em edifício, vai em repartição pública, não tem nada demais ser cadastrado para entrar em favela, não tem porque reclamar de ser abordado em blitz só por conta da sua cor, não tem porque reclamar de ser perseguido por carro de polícia por você estar dirigindo o seu carro quitado em uma via movimentada... Nada disso é racismo, é para sua segurança.
O texto acima é obra de Victor Hugo de Souza Mendes, um homem, negro, que é um sobrevivente há 35 anos, que embora não more em comunidade, sabe que é um alvo comum para as polícias, que não se sente representado em programas de televisão ou em filmes no cinema. É um defensor das políticas de afirmação e por se sentir capaz de falar em nome da comunidade negra, se valeu da ironia para escrever um texto reflexivo, com algumas das muitas frases que ele ouviu em nome da manutenção do Status Quo da sociedade brasileira, principalmente mantendo o genocídio negro.

quarta-feira, 21 de fevereiro de 2018

Intervenção Pra Quem?!

Intervenção Pra Quem?!

Não, nobres amigos, não sou contra a intervenção federal, sou como ela está sendo feita. Se não entrar dinheiro no estado, não assumirem a administração por completa, gerindo também a rede pública de ensino, de saúde, social e todas as outras áreas que o nosso incompetentíssimo senhor governador ainda comanda, só estaremos mais uma vez tapando o sol com a peneira.
O estado do Rio foi falido por uma quadrilha de escroques travestidos de políticos e que agora, se eximem de suas responsabilidades perante a situação. O Pezão ajudou a piorar a situação do estado, que já era crítica há um ano atrás, quando ele começou a atrasar o salário dos funcionários, cortou investimentos, sucateou a estrutura estatal...
Mas você tá aí, só preocupado se vai se sentir mais seguro com a presença do Exército. Mas, e os salários dos policiais? E os medicamentos? E os professores que não foram contratados? E o material para terminar a obra do metrô? E as verbas para tocar o estado?
Claro que eu acho que precisa ser feito algo, daí a minha ideia sempre foi: Intervenção Federal Total aqui no estado. Afasta o Pezão, bota um interventor, começa a injetar dinheiro no estado, movimenta a nossa economia, que o resto, nós cariocas sabemos fazer.
Mas é muito mais fácil achar que quem não concorda com isso é esquerdopata ou petralha, afinal, se preocupar com vidas humanas saiu de moda no século XXI. O importante mesmo é proteger os bens dos ditos cidadãos de bem, enquanto nas áreas ocupadas pelas forças armadas o povo sofre sob a alegação de uma suposta garantia da lei e da ordem.
Fazer o que, né? Mas os bens da classe média ainda estarão garantidos. Pobre é um empecilho ao progresso, um peso para o estado e um estorvo para todos nós. Livremo-nos dos pobres. Uma solução rápida, fácil e indolor. Antes chore a mãe deles do que a minha.
Não consigo ser assim, não consigo agir assim. Acho que só restabelece a lei e a ordem, fazendo-se cumprir a Constituição e para tal, a União deveria de trazer muito mais do que só tanques e soldados. Deveria de trazer médicos, professores, empregos, investimentos e com tudo isso esperança. Que é o que anda faltando aos cariocas, basta ver que eles estão se contentando com a força da espada, ao invés de exigirem ações concretas.
Como bem disse o Capitão Nascimento: "Ainda vai morrer muito inocente"!

segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Uma Noite Qualquer

Uma Noite Qualquer

Fitou-me os olhos como se nunca tivesse me visto
Acreditei que a saudade que sentíamos era combustível
Àquela altura já não era mais algo impossível
Desejar-lhe sugá-la como mosquito

Tomei-a nos braços, sentindo o seu coração acelerado
Sabia que aquilo era sinal da sua libido
O rubor de seu rosto mostrava que tinha sucumbido
Minhas mãos a tocavam em um ato deliberado

Ela pedia para que eu me contivesse em puro apelo
Sua respiração era trôpega como se estivesse asmática
Mexia comigo de uma forma quase telepática
Arrancou-me a roupa, mas sem atropelo

Mordia-me os lábios como se passasse fome
Mas sua fome na verdade era de desejo
Assim se mostrava tomada de ansejo
Que parecia até mesmo esquecer o seu próprio nome

Deitamo-nos sob a luz da lua cheia
Porém ela que me levaria a ver estrelas
Suas pernas já não se encontravam mais paralelas
Minha língua deixou-a um pouco alheia

Com o entrelaçado dos corpos, escondíamos nossas vergonhas
Tocava meu corpo com sua pele aveludada
Com a cabeça em meu peito, já enfadada
Em cima de mim fazia gatimonhas

Revigoramos com um mergulho nas águas do rio
Mas era seu corpo que se esvaia como cachoeira
Usou as suas pernas para me prender como em uma ratoeira
Agíamos como animais no cio

Passaram dois dias separados antes dessa noite de loucura
Sabiam que não teriam muito tempo para matar a saudade
Não consideravam aquilo uma iniquidade
Mas sim, um longe do outro, uma grande tortura

quinta-feira, 15 de fevereiro de 2018

Amar Sem Temer

Amar Sem Temer

Muita gente curte o carnaval, se diverte, beija na boca, brinca, se fantasia, bebe, transa, faz o que quer, age como se o mundo fosse acabar. Acho muito legal esse espírito libertário e libertino, já que as pessoas estão muito mais dispostas e tranquilas a viverem as coisas. Elas provam, experimentam, exploram, se libertam e não se preocupam com o que vão falar, com o que vão dizer, com quem vai ver, com quem vai julgar.
E aí está o meu maior fascínio, já que muitos se permitem viver aquilo que eles não vivem normalmente. Usam o carnaval como uma desculpa para fugir das amarras da sociedade, da opressão da família e até dos seus demônios internos, se largando no mundo e vivendo nesses poucos dias de festa momesca para poder ser quem é realmente por sua essência.
Então, é um tal de homem se vestir de mulher e agarrar um bando de homem no meio da rua, mas que fora do carnaval ele se mostra contra os gays, mulheres que se mostram contra as lésbicas em sua vida não carnavalesca, mas que no carnaval beija a melhor amiga só para curtir, ou então, aquela pessoa que diz que nunca fez aquilo antes, mas que todo carnaval enche a cara e acaba com alguém do mesmo sexo na sua cama, mas que diz que essa foi a última vez.
Eu não tenho preconceitos sexuais, acho que todo mundo deve fazer o que quer e o que lhe permite ser feliz, se gosta de beijar homens, beija, se gosta de beijar mulher, beija, se gosta de beijar trans, beija. Isso não me diz respeito, não me importa com quem e o que você faz entre quatro paredes, só me importa se você é uma pessoa de bem e feliz.
O que me deixa mal é a hipocrisia das pessoas, é a forma como elas lidam com essas coisas, como que o amor de duas pessoas pode ser visto como uma mazela, mas a fome, a guerra, a destruição, o ódio e tantos outros males não.  É triste ver como o ser humano consegue ser mesquinho até com o amor, julgando que só um homem e uma mulher podem ser felizes.
Hoje temos diversas formas de combinação sexual, tantas formas de amar e quem sou eu para dizer que a minha é a certa? Sou heterossexual, nunca tive dúvidas disso, convivo muito bem com a minha sexualidade e acho que por isso mesmo, posso explorá-la, sem que eu ache que é algo ruim, pecaminoso ou feio. Porém, porque que a minha sexualidade pode ser explorada e de tantas outras pessoas não podem?
O que me diferencia de outros homens que sentem tesão com outros homens? Ou de mulheres que se sentem atraídas por outras mulheres? Ou de pessoas que se sentem atraídas por homens e mulheres? O que muita gente não consegue ver, é que assim como eu e você, essas pessoas só querem ser felizes, só querem poder explorar seus corpos para terem e dar prazer.
São pessoas saudáveis, que não tem nada de abominação ou de vergonha, são seres humanos, que merecem respeito e aceitação pela sociedade. Não estou aqui pregando que você se torne gay, lésbica, bi ou trans, mas que você aceite que outra pessoa queira ser. Aliás, que você entenda, que você não tem nada a ver com a vontade da pessoa, com a orientação sexual dela.
Em pleno século XXI ainda há quem se ache no direito de bater em outras pessoas por conta da sua cor, da sua raça, da sua origem, da sua sexualidade, do seu gênero, da sua idade... A verdade é que a nossa sociedade evoluiu a ponto de o negro não voltar mais para a senzala, a mulher para a cozinha e os LGBTs para o armário, felizmente.
Acho que devemos parar de nos preocupar em cagar regras e impor nossas vontades, afinal, o que eu necessito para a minha felicidade pode não ser o que outro necessite e nem por isso o meu modo de ver o mundo é o correto ou o do outro, nossos modos são perfeitos para os nossos mundos, mas não quer dizer que sejam os únicos.
Eu prego a felicidade como único objetivo de vida de cada ser humano. E o amor traz felicidade. Não importa a orientação sexual, creio que todos nós devemos amar sem temer. Afinal, já foi errado uma pessoa negra se relacionar com uma pessoa branca, já foi errado uma pessoa mais velha se relacionar com uma pessoa mais nova, já foi errado uma pessoa rica se relacionar com uma pessoa pobre...
A sociedade mudou, devemos entender isso. Quero poder dizer para as pessoas que o amor é livre, que cada um pode estar com quem lhe agrada e apetece, que ninguém mais se importa se a pessoa é hétero, homo, bi, trans, pan, assexuada ou qualquer outra coisa que se denomine daqui para a frente. Devemos parar com rótulos e forcamos no que realmente importa, em espalharmos o amor no mundo, pois isso está extremamente em falta.
Enquanto nos pegamos reclamando do amor alheio, causando o mal uns aos outros, somente por sermos diferentes, por agirmos, pensarmos e sermos diferentes, estamos deixando de viver o amor, de amar, de termos o amor como meta, de sermos felizes, consequentemente. Que cada um posso explorar o seu amor, viver o seu amor e fazer com que o amor seja a única coisa que realmente importe. Que possamos, todos, seguirmos em frente e AMAR SEM TEMER!

segunda-feira, 12 de fevereiro de 2018

Amizades Coloridas

Amizades Coloridas

Quem nunca teve uma vontade de dar uns beijos na boca de um(a) amigo(a)? Ficou com tesão ao ver um(a) amigo(a)? Teve aquela vontade de agarrar um(a) amigo(a)? Ou ainda, teve aquela vontade repentina de ficar com um(a) amigo(a)?
Geralmente as pessoas se reprimem, acabam guardando a sua vontade de se deixar levar com algum(a) amigo(a), simplesmente por conta daquela história de que estraga a amizade, que não é bom para as partes, por não ser uma coisa vista como normal pela sociedade.
Mas eu te pergunto: você costuma ficar com inimigos?! Pois é, sei que a resposta é não. Você só fica com pessoas que você gosta, aquelas que te fazem bem e que te façam se sentir bem. Sendo assim, quem melhor que nossos amigos para fazer com que nos sintamos bem.
E quem melhor do que nossos(as) amigos(as) para fazer com que a gente se sinta bem? Pois é, amigos(as) são pessoas que pensam no nosso bem, que se preocupam conosco, que buscam o nosso bem, que cuidam de nós, que estão dispostos a fazer de tudo para o nosso bem.
Já cansei de falar sobre minhas melhores relações, que todas elas foram com as minhas amigas, que eu tive rolo com quase todas as minhas amigas mais próximas e que não vejo o menor problema em deixar rolar esse tipo de coisa.
A questão maior para mim, é que devemos ser muito sinceros sobre os nossos sentimentos, para que nenhum dos dois saia prejudicado dessa ficada. O lance é você estar desprendido de preconceitos, não se prender a ideias pré-estabelecidas e nem mesmo ao senso comum. A questão é você se sentir à vontade e fazer aquilo que quer e tem vontade.
Amigos que por acaso acabam se relacionando, acabam criando relacionamentos mais sérios e duradouros, justamente por já conhecerem um ao outro, por terem uma relação mais íntima. Quando você se permite viver esse tipo de relação, não pode ficar preocupado com as coisas que você sabe sobre o passado do seu amigo, mas sim, mergulhar de cabeça em vivenciar uma relação mais forte com alguém por quem você já tem carinho.
Mas a questão maior desse tema é: você faz tudo o que você tem vontade? Se você tem vontade de beijar um(a) amigo(a), vai lá e beija, vai lá e fica, vai lá e transa, vai lá e namora. Não se preocupe com o que vão falar, o que importa é a sua vontade e a vontade da outra pessoa. Vivam o que vocês querem viver, e nada melhor nesse carnaval do que não só se fantasiar, mas viver as suas fantasias.
Beije, fique, transe, namore, curta e vá ser feliz! Não se preocupe com o que o povo gosta de falar, apenas vá e faça o que vai te fazer feliz, o que vai te deixar bem e o que te apetece! O importante é você estar com o seu coração tranquilo, sendo sincero com o(a) outro(a) e sendo feliz. O resto, é só desfrutar dos prazeres de uma boa amizade colorida.

domingo, 11 de fevereiro de 2018

Reciprocidade

Reciprocidade

O que eu desejo para a sua vida é reciprocidade
Que você receba de volta tudo aquilo que você faz e deseja aos outros
Que de mim você não receba nem mais, nem menos
Apenas aquilo que você me dá e me deseja, eu te retorne
Perceba, não te desejo o mal
Apenas te desejo o mesmo que você deseja aos outros
A lei do retorno é sábia e justa
Prego o bem, desejo o bem e espalho o bem
Espero que o universo me devolva também
Mas quem planta vento
Com certeza colherá tempestade
Não tenha ciúme, inveja ou cobiça
O que é seu é porque você fez por onde
Saiba reconhecer o mérito alheio
Muita gente trabalha muito para conseguir suas conquistas
Não é de bom tom desmerecer os outros
A lei do retorno é sábia e justa
Não se perca com o tempo
Não se corrompa, não se venda
Não se transforme em algo que você abomina
Por qualquer caminho que você vá, leve o amor
Por qualquer caminho que você vá, leve a paz
Por qualquer caminho que você vá, leve a reciprocidade
Mas não pague o mal com o mal
Pague o mal com o bem
Se afaste, se distancie do que te prejudica
Mas mantenha o sorriso no seu rosto
Mantenha-se limpo, mantenha-se digno
Não se rebaixe, não se aflija
Reciprocidade
Palavra quase esquecida
As pessoas buscam sempre o seu bem querer
Esquecem-se da troca, esquecem-se da partilha
Faça o bem e você receberá em dobro
Faça o mal e você também receberá em dobro
É essa a lei do retorno
Não tem como fugir
Newton já falou sobre isso
Cada ação tem uma reação de mesma força
Então, pratique o bem
Busque ser bom
Faça os outros felizes
Distribua amor
Seja solicito
Assim você receberá o bem de volta
A lei do retorno é sábia e justa
Então, pense bem, entre fazer o mal e o bem
A consciência é sua
Mas depois, não adianta reclamar que o universo conspira contra você
Faça por onde, e o universo será o seu melhor amigo
Reciprocidade é só o que te desejo e é só o que te peço

quinta-feira, 8 de fevereiro de 2018

Jogado Aos Ratos

Jogado Aos Ratos

Pensei em não escrever sobre o assunto, mas o estado de calamidade na Cidade Maravilhosa é tão grande, que não poderia me calar. Mas quem mora aqui nessa cidade vê o estado de abandono a cada minuto, em cada esquina, em cada ato, em cada notícia, em cada história, em cada postagem, em cada telefonema, em cada informação que chega sobre a cidade. A todo instante temos a certeza de que estamos jogados à nossa sorte, sem que União, Governo ou Prefeitura farão algo para mudar isso em curto espaço de tempo.
Com pessoas indignas sentadas em suas cadeiras de comando, o país, o estado e o município acabam sendo joguetes na mão de incompetentes, que não se preocupam com o bem-estar da população, mas sim com verbas, com condicionamento de dinheiro e com reeleições e maracutaias, aumentando ainda mais a sensação de descaso e abandono.
Os moradores da Cidade Maravilhosa estão totalmente perdidos, literalmente como cegos em tiroteio, até por conta de ter um tiroteio em cada esquina, quase que a todos os momentos do dia, não havendo mais qualquer parcimônia por conta dos marginais, ante a incapacidade das nossas forças de segurança de fazerem frente aos mesmos.
A pior sensação para mim é de sair de casa e não saber se você vai voltar. Bens materiais você está sujeito a perder, seja por problema de fabricação, esquecimento, danificação, extravio ou qualquer outra coisa, contudo, a vida, que é o bem mais precioso que temos, está se tornando descartável em plena São Sebastião do Rio de Janeiro.
E na Cidade Maravilhosa, anda se perdendo vidas por descaso. Seja por conta da violência, que está tão presente, seja por falta de investimento na saúde, onde faltam remédios, insumos e pessoal nos hospitais, até problemas com transportes ou ainda, epidemia de febre amarela.
Está difícil de se viver aqui, você sai de casa e não sabe se volta. Se vai de carro, corre o risco de um marginal te dar um tiro para levar o seu carro, se vai de ônibus, pode ser alvejado na travessia por alguma das zonas de guerra da cidade, se vai a pé, pode ser atacado por marginais ou atropelado por algum bandido em fuga, se vai de bicicleta, pode acontecer isso tudo.
A insegurança é palpável em nossa cidade, muitas pessoas já estão procurando alternativas. Portugal, interior, outros estados, outros países... A verdade é que o Rio aceitou ser largado. Nós mesmos o largamos, nós, os cariocas, aceitamos que um senador incompetente se tornasse um prefeito ainda mais incompetente, permitimos que um vice-governador ligado a um partido corrupto, fosse eleito e se tornasse um governador que seguiu a cartilha do seu antecessor e mais, permitimos que um vice-presidente assumisse o comando do país e fizesse todos os males contra a nossa população e não fizemos nada.
Acontece, que todos os nossos atos geram consequências, hoje estamos pagando por elas. Seja com o cerceamento do nosso direito de ir e vir, seja com a falta de saúde em nossos hospitais, seja pela falta de aula para as nossas crianças em nossas escolas, seja pelo fechamento de vias expressas vitais para o escoamento de nossa população, seja pela ausência de verba para investimento por conta dos assaltos aos cofres públicos feitos pela quadrilha do Cabral...
Hoje a nossa cidade chora e muita gente lava as mãos. Embora nosso sistema democrático permita que alguns se julguem aquém de qualquer culpa, a verdade é que a culpa é de todos nós, que somos omissos, estamos mais preocupados em curtir o carnaval, assistir ao BBB e criticar a Anitta do que irmos para as ruas e reivindicarmos nossos direitos. A população sofre na mão desses políticos e o povo acha que a saída é falar mal da música do verão.
Esse ano teremos eleições e tenha certeza que não é só quem senta na cadeira do executivo que é responsável por essa situação calamitosa, os nossos representantes no legislativo também o são, permitindo que sejamos acharcados pelos mandatários e participando de acordos, negociatas e afins, sem se preocuparem com o povo, mas tão somente com os seus próprios umbigos.
O Judiciário também compactua com essa situação calamitosa, enquanto funcionários públicos do estado atentaram a própria vida por problemas de falta de pagamento e acumulo de dívidas, o mesmo votou a inclusão de mais auxílios e bolsas, para se somarem aos seus salários, que era o único que não ficava atrasado no estado.
A verdade é que nós, os cariocas, precisamos levantar nossas cabeças, pensar em começar a luta pela retomada da nossa cidade, precisamos encarar os desafios, exigir que nosso prefeito comece a comandar nossa cidade, não só pelos seus interesses e de seus comparsas da Universal, mas também para todo e qualquer cidadão carioca. Ele não pode achar normal enganar a população, falando que os hospitais municipais estão as mil maravilhas sendo que tem gente morrendo nos seus corredores.
O governador se cala diante das mortes de crianças, diante de tantas mortes de policiais, diante de tantos focos de tiroteios, dia após dia. Nada é capaz de fazê-lo admitir sua culpa, sua falta de decência para com os cidadãos. Ele não altera a sua agenda diante de fatos que hoje se tornaram banais. Morte, morte e mais morte. E ninguém vê uma luz no fim do túnel, pois os possíveis candidatos ao seu cargo também não passam a menor credibilidade.
Pobre da Cidade Maravilhosa, onde hoje até o Cristo Redentor deve estar de braços abertos com colete à prova de balas. Mas enquanto a população não colocar na cabeça que os governantes são nossos empregados e não o contrário, que educação é solução sim, que igualdade social, racial e sexual são metas de governo e que promover a paz passa por você dar condições mínimas de a população viver bem, ainda vamos sofrer muito nessa cidade. Pois é, Rio, estamos jogados aos ratos, mas ainda dá tempo de desratizar tudo isso aqui. Continuemos em frente, pois políticos vêm e vão, mas o povo é o que fica.

terça-feira, 6 de fevereiro de 2018

Quanto Mais Impessoal Melhor?

Quanto Mais Impessoal Melhor?

Porque andamos tão impessoais? O que nos leva a não criar vínculos com os outros? Porque estamos abrindo mão de conviver de uma forma mais íntima com alguém? Quem está na faixa dos 20 até os 40 anos, está enfrentando uma dificuldade tremenda para criar um relacionamento mais profundo e duradouro com alguém.
Muitos amigos e amigas estão passando pelo mesmo problema que eu, de não conseguir arrumar um relacionamento por ver a falta de pessoalidade dos parceiros. Muita gente está apenas na vontade de matar seus desejos, quer apenas o bônus de uma relação e nem pensa em ter ônus. É um caso tal de as pessoas quererem se envolver comigo, mas nem se preocupam se eu digo que passei mal ou que tive algum problema no dia.
Essa impessoalidade está assolando essa geração, estamos presos entre pessoas que não estão preocupadas em se doarem a outra, querem apenas ganhar cada vez mais. Vejo essas pessoas como extremamente mimadas, que só pensam em si, em serem agradadas e que não dão contrapartida. Incrível como estamos vivendo isso de forma tão intensa.
Nossa geração que inventou a ficada, agora está inventando o relacionamento frívolo. A pessoa está junta da outra, mas sem se preocupar em aprofundar os laços, muitas vezes as pessoas estão juntas há meses, mas um não sabe nem os problemas da vida do outro. É uma enxurrada de gente que está junta, mas que não sabe o prato preferido do parceiro, o que ele gosta de fazer para se divertir ou ainda os nomes dos amigos ou familiares.
As pessoas preferem fugir de qualquer tipo de relação que cause uma intimidade maior. E intimidade não estamos falando de sexo, até porque, o sexo, para essa geração, é algo extremamente natural, não tem essa de não fazer sexo no primeiro encontro ou de achar que sexo é algo de outro mundo. Mas quando você fala para a pessoa conhecer os seus familiares ou ir numa festa com os amigos, aí não dá, a pessoa fica fora de si, acha que não tem porque disso, que você está sufocando-a...
Pois é, eu já faço parte do outro lado dessa geração, aqueles que se ressentem de não encontrar pessoas que tenham interesse em relações mais profundas. Eu não me basto com relações frívolas, preciso de envolvimento, preciso de interação maior, preciso de profundidade. Para mim, dependo de profundidade para fazer a relação dar certo. Não consigo ter relações meramente superficiais, me interesso pelos detalhes, quero saber do que agrada a pessoa, o que ela gosta de comer, o que a chateia, como é a relação dela com a família...
Para mim, essas coisas contam muito. E num mundo onde quanto menos você se importa, mais duradoura pode ser a sua relação, mais complicado fica para uma pessoa como eu, que valoriza as pequenas coisas, os pequenos detalhes, as relações mais íntimas e mais chegadas. E eu não digo que sou o único, como falei, somos poucos.
Sei que ainda existem muitas pessoas dispostas a se envolverem, que querem muito estar com alguém, ter uma relação madura, duradoura e muito envolvente, que para isso, estão dispostas a deixar as pessoas entrarem em suas vidas, dando acesso a não só as coisas boas, mas também as coisas ruins, aquelas que fazemos questão de esconder nos primeiros encontros, mas que não temos o porquê de fazê-lo depois que engatamos um relacionamento.
O problema é que as pessoas estão fingindo que pouco se importam umas com as outras, mas no fundo, todos querem a mesma coisa, querem um relacionamento para a vida inteira, mesmo que esse seja o seu primeiro relacionamento ou o décimo quinto, todos querem chegar ao final do dia e ter quem se importe com você, alguém que faça o seu dia ter valido a pena, que mostre o quanto o mundo é um lugar melhor agora que ela está na sua vida.
Seja qual for a forma que você escolher, o melhor é você buscar ser uma pessoa correta, com você, com os seus sentimentos e com a pessoa que você escolher. Mas seja como for, aprofunde as relações não se deixe contaminar pelo que está a sua volta, pois se você já passou de uma certa idade, já tem plena noção do que quer para a sua vida e se o que você deseja para a sua vida é um relacionamento maduro, trate de se envolver mais, de mostrar mais interesse, de focar mais nos detalhes, saia da superfície, entre no relacionamento para valer. A ideia é viver intensamente, para que não haja arrependimentos.

sexta-feira, 2 de fevereiro de 2018

O Sentido Da Vida

O Sentido Da Vida

Uma das minhas leitoras mais queridas, a Lurdinha Bevilacqua me sugeriu escrever sobre o sentido da vida. Eu acho esse um tema superinteressante, pois acho que é uma das poucas questões em que passamos a vida inteira para respondermos. Afinal de contas, podemos dar um novo sentido a nossa vida a cada novo dia, a cada novo instante, a cada novo respiro que damos.
Quem me conhece, sabe que já passei por poucas e boas na minha vida, mas que a minha depressão foi algo que realmente me marcou profundamente. Hoje posso falar que me marcou para melhor, pois foi ela que me fez dar um novo sentido para a minha vida. Foi ela que me fez ver a vida por um novo prisma, mudar a forma como eu analisava a vida até então.
Me libertei de pensamentos que eu tinha, parei de valorizar coisas que agora vejo, eram sem importância e passei a dar valor as coisas que eu negligenciava até então. Esse período ruim que passou, me serviu para aprender sobre mim mesmo, afinal, fui fazer análise e pude olhar mais para dentro de mim e deixar de lado os paradigmas que tinha criado até então para a minha vida.
Engraçado que ao falarmos de sentido da vida, geralmente colocamos arrumar um bom emprego, ganhar dinheiro, comprar coisas, ter uma boa qualidade de vida... E tudo isso é curioso, pois cada um de nós é um ser, cada um de nós é um indivíduo e ainda assim, temos que suportar as imposições de uma sociedade doente como a nossa, que obriga você a ter, a ser e a consumir sempre o máximo que essa sociedade julga o certo.
Quando paro para ver quem eu era e quem eu sou, posso ver o quanto me livrei dessas obrigações impostas pela sociedade, que davam um sentido para a minha vida que não era O sentido da minha vida. E aí está o ponto que eu quero tratar aqui, não posso falar do sentido da vida de todos, posso falar do sentido da minha vida e o que é que me faz me sentir bem, realizado e satisfeito com o meu viver.
Claro que criei um conceito que pode ser aplicado a todos os seres humanos, um conceito de sentido universal da vida, algo que toda e qualquer pessoa na face da Terra pode focar e fará com que sua vida seja excelente e valha a pena. Por mais que eu me desvie da ideia central, por mais que eu tente ver outras coisas, sempre que eu penso nisso, me vem à mente o pensamento de buscar a felicidade e estar de bem comigo mesmo.
E aí que mora a principal questão desse conceito de sentido da vida, pois Deus, Jah, Javé, Buda, Shiva ou qualquer outra divindade em que você acredite resolveu te colocar aqui nesse mundo cão, Ele te colocou aqui para você ser feliz. Todas as religiões trazem ensinamentos, muitos deles ainda mais específicos, dando diretrizes e tudo mais, porém, no fim das contas, a ideia básica, aquela que fez com que essas divindades tivessem quisto trazer os seres humanos a vida, é tão somente a felicidade de cada indivíduo.
Tá, você não acredita em divindades, acha isso baboseira. Eu te entendo, de verdade, não critico. Mas isso não inviabiliza a minha tese, afinal, você está nesse mundo, você está aqui e tem um propósito a cumprir em sua trajetória. E qual seria esse propósito? Simples, ser feliz! E digo isso tranquilamente. Ninguém passa por esse mundo para sofrer. Não importa se você é o Bill Gates ou o Fernandinho Beira-Mar, sua missão ou seu propósito aqui, nunca foi sofrer, mas sim, ser feliz.
Esse é o aspecto coletivo do sentido da vida, mas o aspecto individual é você identificar o que te faz feliz. Para muitas pessoas, a felicidade está em ser rico, ser admirado, ser belo, ser famoso, ser inteligente... Reparou? Todos esses conceitos são relativos, nenhum deles é concreto, afinal, depende do que cada um de nós julga ser rico, admirado, belo, famoso e inteligente. Entende?
Não dá para ser taxativo sobre isso. E isso foi uma coisa que me fez entrar em depressão, pois eu me pautei por anos nos conceitos dos outros, buscando um emprego que os outros julgavam ideal, buscando o modelo de família que os outros julgavam ideal, buscando fazer aquilo que os outros julgavam ser o ideal, deixando de lado justamente o mais importante, eu estou aqui nesse mundo para me fazer feliz.
E para mim, o que é ser rico? Ser rico para mim é ter saúde e não depender dos serviços hospitalares tanto público quanto privado, que estão em estado de calamidade. É poder pagar meus luxos, sem que eu precise gastar a minha saúde para conseguir isso, é eu ter milhares de amigos e pessoas me querendo bem.
Ser admirado? É eu ter pessoas que fazem questão da minha companhia, que gostam de mim e das minhas ideias, que buscam a mim para se aconselharem, não por me acharem o suprassumo em um determinado assunto, mas, tão somente por verem em mim uma outra forma de ver a vida e que seja boa para resolver os problemas alheios.
Ser belo? É ter beleza interior, é fazer o bem, é espalhar amor, é fazer com que todas as pessoas que estejam a minha volta se sintam bem com elas mesmas, é tratar todos como iguais, é não passar por cima de ninguém, é fazer as pessoas a minha volta crescerem como seres humanos, é levar sempre paz e amor por onde quer que eu passe e ainda ser lembrado quando longe por essas mesmas pessoas.
Ser famoso? Para mim é ser lembrado por quem me ama, ser lembrado como exemplo de amor pelos parentes, é poder chegar em qualquer lugar e ser bem quisto, é não despertar inveja nos outros, é poder ver pessoas torcendo por mim, simplesmente por quererem ver o meu bem.
Depois que passei a aplicar esses conceitos em minha vida, passei a ser mais feliz, a ver a felicidade com mais facilidade, pois não preciso mais de coisas superelaboradas, passei a ver a felicidade nas coisas pequenas. Seja no abraço gostoso que minha sobrinha me dá todo dia quando ela acorda, seja nas palavras de amigos, seja no acordar bem disposto...
Hoje, a minha felicidade sou eu quem faço, não preciso de mais nada ou ninguém, estou fazendo o que eu gosto para viver, tenho casa, comida, tenho amor, posso dar amor, tenho a minha paz de espírito, tenho a minha vida organizada e estou batalhando para conseguir ser a pessoa que me propus a ser. Aprendi na minha vida, depois de muitos tombos e problemas, que o maior sentido que posso dar para ela é esse, ser feliz é uma obrigação.
Mas não é uma obrigação para os outros, é uma obrigação para mim. Tenho que ser feliz sob os meus conceitos de felicidade, fazendo o que me faz feliz, o que me completa, o que me dá satisfação. Então, sobre o sentido da vida, para mim é sempre para frente, em busca da felicidade e a felicidade está dentro de cada um de nós. Só quando encontramos a nós mesmos, encontramos o real sentido para a nossa vida, que é sermos felizes e espalhar amor ao mundo!