terça-feira, 30 de janeiro de 2018

Você De Novo?

Você De Novo?

Já reparou como as pessoas têm dificuldades para lidar com segundas chances no amor? Assim, coisa simples mesmo, você já teve um rolo com a pessoa, mas por algum motivo, na época em que vocês se envolveram, acabaram não desenvolvendo um relacionamento mais sério, muito mais por conta de situações da vida do que por vontade própria. Acabaram não ficando juntos, não por não terem dado certo como casal, mas sim por que a vida não conspirou na época para vocês ficarem juntos.
Mas o tempo passou e o universo se encarregou de colocar vocês dois juntos de novo. Agora, ambos sem empecilhos e podendo deixar rolar o que tiver de rolar. O curioso disso, é que você pode encarar isso de duas formas. A primeira, você mergulhar de cabeça e ir em frente, aproveitando cada segundo essa nova oportunidade, vendo o que pode acontecer daqui para frente. E a segunda, pensar que deixou de viver isso tudo no passado e que o tempo que foi já não volta mais, aí se lamenta e fica achando que nunca mais será como antes.
Eu opto sempre pela primeira opção, acho que temos que nos permitir sempre, buscar a felicidade, seja onde ela esteja, nem que para isso, precisemos rever as pessoas que passaram em nossas vidas, dar oportunidade para que as coisas possam ser diferentes ou, simplesmente, buscar dar novo rumo para uma história que não teve um bom final. Não podemos ser reféns de escolhas que não foram as nossas escolhas.
Acredito muito que o destino tem os seus mistérios e por isso mesmo, nunca teremos a certeza de que o caminho trilhado é o que nos levará ao final feliz. A gente sempre está na aposta, sempre fica aquela dúvida. Sempre rola aquele e se. Sendo assim, não podemos nos dar ao luxo de virarmos as costas para novas oportunidades, mesmo que sejam com velhos conhecidos.
Um sábio um dia me falou que o cavalo só passa celado uma vez. Baseado nisso, tenho que quando alguém retorna para a nossa vida, é porquê da primeira vez ele não passou celado, ou seja, essa pode ser a grande oportunidade, pode ser que dessa vez, tudo seja diferente, que tudo se encaixe para que a felicidade seja perene. Logo, eu tenho que estar preparado para deixar que as coisas fluam, não posso me prender ao passado, ao que ficou para trás.
Repare que não estou falando de alguém com quem você teve um relacionamento, pois isso requer muito mais atenção, requer entender os motivos pelos quais a relação não deu certo, aprender com os erros e buscar melhorar, mudar o que não deu certo e buscar evoluir como casal. Não é disso que estou falando, estou falando de alguém que você se interessou, que chegou a ter um rolo, mas que por circunstâncias da vida a relação não foi adiante.
Isso acontece muito quando as pessoas acabaram de sair de relacionamentos e ainda não acertaram exatamente os seus sentimentos, não estão totalmente preparadas para se envolverem com uma outra pessoa e sendo assim, acabam deixando passar a oportunidade. Contudo, ainda assim, o destino é implacável e faz com que o mundo gire e mesmo depois de meses ou anos, faz com que aquelas duas pessoas se reaproximem e acabem tentando descobrir o que sentem de verdade uma pela outra.
Acho natural o medo das pessoas, afinal, se era para ser, porque não foi antes, não é? Só que, muitos fatores influem nisso. Nem sempre não rolou um relacionamento por não haver sentimentos, mas sim por outros fatores, como insegurança, medo de já engatar um outro relacionamento ou até mesmo por ainda gostar de outra pessoa. Tudo isso pode atrapalhar na hora de você se deixar levar.
Ainda assim, o jogo mudou. O destino trouxe essa pessoa de volta para a sua vida e está te dando uma nova oportunidade de explorar esse sentimento, de ver até onde esse caminho pode te levar, de saber como que tudo isso pode ser diferente agora. Só você pode saber se está disposto ou não a correr os riscos, a encarar os desafios de se relacionar com alguém que já passou pela sua vida.
Afinal, não há certezas quando falamos de relacionamentos. Não temos como ter garantias de que tudo dará certo, que será maravilhoso, que será o melhor relacionamento da sua vida. Mas nem por isso você precisa ter medo ou receio. Acho que você deve explorar as possibilidades, a gente nunca sabe quando que vai poder ter o nosso felizes para sempre, muito menos se a pessoas que nos fará felizes para sempre é essa que já passou em nossa vida ou não.
A verdade é uma só: devemos explorar as possibilidades da nossa vida. Devemos buscar sempre a nossa felicidade, acreditar que se o destino está nos dando uma nova chance, seríamos muito burros se não a aproveitássemos. Não quer dizer que não podemos ter receio, ter o pé atrás ou irmos devagar e ao nosso tempo. Não é nada disso, podemos ter a nossa cautela e o nosso ritmo para encarar isso, mas não podemos nos fechar para a possibilidade. Vai que a chance de sermos felizes é essa? Vai que é essa a pessoa que Deus criou pensando em nós? Vai que é justamente essa a pessoa que vai mudar as nossas vidas?
Não temos certeza de nada disso, apenas podemos acreditar que se o destino está nos oferecendo uma segunda chance, seria indelicado da nossa parte não explorarmos a possibilidade. Devemos deixar acontecer, ver o que rola, seguir em frente, dar asas à imaginação... Precisamos viver as nossas vidas e acreditar que essa pessoa pode ser sim, alguém especial. Sem medo, sem amarras e sem o peso do passado, pois a história está recomeçando, é um novo começo, para quem sabe assim, termos um novo final e dessa vez, quem sabe, um final feliz.

sexta-feira, 26 de janeiro de 2018

Feito Com Amor

Feito Com Amor

Já deixei de lado tantos sonhos infantis
Pensamentos e devaneios parcos
Calei com gestos pouco gentis

Por muito tempo os medos me calaram
Mas hoje eu sou mais forte
E não serão mais os nós que me ataram

Convivo com a certeza esfuziante
Que o futuro será um lugar melhor
Que meu passado excruciante

A dor aflige aquele que a sente
Confundindo a mente despreparada
Tornando o sentimento cada vez mais latente

A esperança surge em meio escombros
Como uma flor no meio do deserto
Que para retrospectos dá de ombros

Sorrio hoje para um bom futuro
Deixando para trás o que não me serviu
E seguindo assim a vida eu esconjuro

Pulsando nas veias o sangue vermelho
Feridas curadas já não laceram
A um animal não mais me assemelho

A garganta já não mais aperta
Os pés também não pesam mais
Aquilo que a minha alma verta

Não fui moldado na argila
Sou feito de carne e osso
Do tipo que o coração sigila

Me abro aos poucos para quem merece
E dou amor a quem precisa
Só a verdade transparece

Não alimento rancor ou maledicência
Em terra de gente seca
Chover amor é prova de resistência

E assim eu vou vivendo
Nada como um dia após o outro dia
E assim a vida vou subvertendo

Hoje já não sonho mais
Passei a viver os meus sonhos
Deixando de lado pensamentos banais

Procuro por aí gestos sinceros
E amores verdadeiros
Abençoados por Eros

Sentimentos não serão mais brinquedos
Serão levados a sério
Espalhar amor transporá todos os credos

E toda a vida terá reconhecido o seu valor
E ninguém mais precisará ter preço
E tudo será válido, feito com amor

segunda-feira, 15 de janeiro de 2018

Mergulhando Em Águas Mais Profundas

Mergulhando Em Águas Mais Profundas

Engraçado como os valores das pessoas, no que tange relacionamentos, anda mudado, não é? As pessoas valorizam relacionamentos superficiais e se escondem de relacionamentos profundos. Elas procuram amores duradouros em transas aleatórias e tratam como se não fosse nada interesses sérios. É uma questão de valorizar o que deve ser descartado e descartar o que deve ser valorizado, que no meio desse jogo todo, dessa loucura que é buscar um relacionamento sério atualmente, quem se expõe, quem busca mostrar que está interessado, acaba sendo descartado, justamente por isso, por se mostrar interessado.
Conversando com alguns amigos, colegas e conhecidos, me peguei com um pensamento que me martelou muito até eu começar a escrever esse texto: Qual será o porquê de as pessoas agirem assim? Há muito tempo penso que a ideia de autodefesa é a mais correta nesses casos, as pessoas preferem não se expor para não sofrerem e aí acabam sabotando os seus relacionamentos.
Contudo, de uns tempos para cá, tenho analisado mais a fundo a questão e criado um novo conceito sobre a coisa. Percebi que muitas das vezes as pessoas agem assim, para que seja mais fácil descartar o relacionamento. Ou seja, as pessoas tratam esses relacionamentos de forma superficial para que assim, os relacionamentos acabem se tornando descartáveis. Logo, quando não for mais de interesse da pessoa, ela pega e joga fora.
E tal conceito se aplica as relações humanas como um todo e não só com relação aos relacionamentos amorosos. Basta ver o seguinte, qual foi a última vez que você perguntou com real interesse como estava a sua mãe? Ou o que seu irmão andava fazendo? Ou o que seu melhor amigo estava passando? A verdade é que com o aumento das tecnologias, a civilização humana aproximou quem estava longe e separou quem estava perto.
Hoje, sabemos ou temos como saber mais da vida de celebridades do que dos nossos amigos. Ah, tá, você vai falar que basta entrar nas redes sociais e sabe tudo sobre o outro, mas não é verdade. Você só saberá aquilo que a pessoa quer mostrar, não tem conhecimento real sobre os sentimentos da pessoa. Aquela relação olho no olho, quando você percebe o que se passa com o outro só de ouvir a sua voz, isso já não acontece mais.
Quando voltamos a tratar de relacionamentos amorosos, vemos que as pessoas estão cada vez mais focadas em se mostrarem nas redes sociais, em parecerem descoladas e terem mais seguidores e curtidas, do que interagirem de verdade umas com as outras. Afinal de contas, ninguém é 100% feliz o tempo todo, ninguém sai bem em todas as fotos e ninguém está se divertindo sempre. A vida não é um mar de rosas sempre, a gente passa por problemas, privações e afins. Mas quando isso acontece, a gente nunca mostra nas redes sociais, não é?
Mas não estou falando que você precisa falar dos seus problemas nas redes sociais, mas também não precisa fazer da vida real uma extensão das suas redes sociais. Você precisa saber em quem confiar, com quem compartilhar, com quem trocar ideia, ou seja, você precisa ter amigos, de parceiros, de pessoas que te sirvam de um porto seguro.
Daí minha estranheza com essa postura das pessoas no âmbito dos relacionamentos, haja visto que elas tornam superficial uma relação que exige extrema intimidade, para gerar a confiança, mas ainda assim, preferem tratar de forma superficial. Ou seja, elas não trocam com o parceiro. Não interagem com ele, não aprofundam a relação e fazem com quem aquela pessoa tão presente na vida dela, não seja nada além de um estranho que frequenta a sua casa.
Uma característica dessa geração é mostrar interesse pelo total desinteresse, quase um desprezo. Quanto mais a pessoa se mostra desinteressada, aí que ela acha que o outro precisa correr atrás, precisa fazer por onde, precisa mostrar que quer, para fazer a pessoa perceber que aquele outro, que está se mostrando interessado é digno.
Como eu canso de falar, cheguei em uma idade que sei bem o que eu quero e o que eu não quero, sendo assim, se a pessoa não demonstra interesse, eu não quero. Claro que entendo que existe o charme, o jogo e tudo mais, contudo, não me prendo muito a essa questão. Com a minha idade e a minha cabeça, só consigo pensar que qualquer joguinho é perda de tempo. A pessoa pode ter dúvidas sobre o que vai ser daquilo, se vai valer a pena, mas ela não pode ter dúvida se quer ou não quer.
É algo bem simples para mim: eu não tô aqui para perder tempo procurando estar com alguém que não faz questão da minha companhia. E para mim, tudo é a reciprocidade, não vejo problema em ouvir os problemas da pessoa, desde que ela esteja disposta e interessada nos meus também. É muito fácil viver só as coisas boas ao meu lado, estar aberta a viver as festas, as glórias, os eventos de família, mas quero ver enfrentar doença, desemprego, problemas de família...
A questão é que relacionamento é muito mais do que só momentos felizes, a vida é muito mais do que isso, a gente chora também, sofre, tem problema, briga, discute, reclama, tem mau humor, passa por poucas e boas, mas se você não pode contar com a pessoa que você escolheu para partilhar a sua vida, você vai contar com quem?!
Mas aí vem outro ponto, como a pessoa vai poder te ajudar com os seus problemas se você nunca falou dos seus problemas para ela? Muitos de nós se escondem atrás de uma máscara de perfeição, que precisamos forjar, para que mantenhamos nossa imagem imaculada de que somos perfeitos, sem que assim, possamos representar um fardo para a pessoa que se dispõe a estar ao nosso lado, fingindo um interesse superficial, enquanto fazemos a mesma coisa pela pessoa.
Bem, isso para mim não serve. Não quero alguém que se interesse por saber do meu dia só até eu responder que foi tudo bem, quero poder partilhar, quero poder trocar, quero poder conversar, pedir conselho, desabafar, quero poder pedir colo, quero poder chorar na frente da pessoa, quero poder fazer qualquer coisa, quero saber que para ela, minha vida não precisa ser perfeita, mas é comigo, mesmo no meu caos, no meu armagedom, com quem ela quer passar o resto da vida dela, ao lado, sendo parte integrante da minha vida, assim como eu serei da dela. Afinal, eu gosto de mergulhar em águas mais profundas.

terça-feira, 9 de janeiro de 2018

O Aleatório E O Imponderável

O Aleatório E O Imponderável

Estou aqui escrevendo após o questionamento de uma amiga e leitora sobre o destino. Aquela clássica dúvida sobre o nosso destino, se ele está traçado desde sempre e nada que façamos irá alterá-lo ou se a gente consegue mudar o nosso destino mesmo com cada escolha que fazemos ao longo de nossas vidas. Mas o que será que é realmente a nossa vida? Uma sucessão de escolhas aleatórias que vão se somando respectivamente até final das nossas vidas ou uma história imponderável que por mais que tentemos, nada a altera?
Para mim, o destino é a soma das duas coisas. Existem situações na vida que se mudam com as nossas escolhas e outras que independem delas, que são obra do imponderável, que por mais que você altere os elementos da sua vida, o resultado final será sempre o mesmo. Então para mim, a vida é um híbrido entre o imponderável e o aleatório.
Daí você pode tirar que sou uma pessoa cética, porém muito esperançosa. Acredito que posso mudar as coisas, desde que elas possam ser mudadas. Creio que enquanto houver esperança, tudo pode ser diferente, mas que existem coisas contra as quais eu não posso fazer nada.
Eu acredito que desde quando nascemos, já estamos destinados a morrermos no dia e na hora em que Deus determinou quando nos enviou para esse mundo. Quanto mais eu vejo histórias sobre o assunto, mais eu acredito. Afinal de contas, o que justifica uma pessoa cair de uma altura de 20 andares e não morrer e uma pessoa tropeçar na calçada bater a cabeça e vir a óbito?! Só mesmo o imponderável, só mesmo o destino.
Nesse momento, por mais que as pessoas tivessem feito outras escolhas, tivessem optado por outras ações, ainda assim o destino delas seria o mesmo, ainda assim elas iriam ter o mesmo final. Só o imponderável para explicar porque um acidente de avião mata todos os seus passageiros e só uma criança de uns 10 anos sobrevive, ou ainda porque uma pessoa é atropelada por um trem e não sofre mais do que arranhões. E aí eu te pergunto, sabe porque isso ocorre? Porque o destino assim o quis!
Da mesma forma, existem coisas que mudamos em nossas vidas a cada escolha que fazemos. A cada sim ou não dito, alterasse o rumo da nossa escola. Quem nunca se perguntou como seria a sua vida se tivesse passado para faculdade A ao invés da B, se tivesse feito o curso Z ao invés do Y, se tivesse namorado a pessoa K e não a pessoa L?! Pois é, todas essas nossas escolhas é que nos trouxeram até o presente momento, todas essas escolhas nos fizeram ser quem somos.
A construção do indivíduo, a formação de quem somos, como somos e porque somos, isso tudo é variável. Isso tudo depende de nossas escolhas, da forma como lidamos com ela, de como o mundo reage as nossas escolhas, da forma como nossas escolhas são absorvidas pelo nosso destino. Quando você opta em sua vida por namorar com uma pessoa e não com outra, isso traz consequências. Quando você resolve cursar uma faculdade e não outra, isso traz consequências. Quando você escolhe trabalhar em um lugar e não em outro, isso traz consequências.
Tudo isso, faz com que o seu destino seja alterado, que a sua vida mude. É como bem dizem as teorias sobre multiversos, cada escolha feita é a ruptura do contínuo-espaço-tempo, que leva a uma nova linha contínua do espaço-tempo. É como se cada escolha que você faz em sua vida, te levasse para um caminho, que não tem mais volta, onde você só poderá seguir em frente e que as opções que você tinha no outro caminho, não mais serão possíveis, devido às escolhas feitas por você.
Sendo assim, temos uma fácil aceitação de que podemos mudar as nossas vidas sempre que quisermos, basta fazermos as escolhas necessárias. Para sermos pessoas bem-sucedidas, precisamos fazer as escolhas corretas, nos momentos corretos, assim, elas nos levarão para os melhores caminhos e nesses melhores caminhos teremos mais facilidades para conseguirmos chegar aos objetivos mais quistos, como um bom emprego, um bom casamento, uma boa família...
Ocorre, que também existe o imponderável, casos em que por mais que você fuja de algo, aquilo está destinado para você. E não falo só de morte, mas podem ser coisas boas também. Já ouvi várias histórias de pessoas que se conheceram na infância, sempre foram muito próximas, se afastaram na adolescência e ao se reencontrarem na vida adulta, acabam se apaixonando, namorando, noivando e casando. E como explicar isso?! Eles ficaram separados por anos, talvez não por vontade própria, mas ainda assim ficaram, mas o destino se encarregou de trazê-los para perto um do outro e juntá-los novamente.
Engraçado, que no fim das contas, na realidade o que conta é a sua forma de ver o mundo que vai dizer se você acredita que o imponderável ou se é o aleatório que domina o seu destino. Se você for uma pessoa fatalista, com certeza você vai acreditar que o imponderável é quem manda e nada do que você possa fazer irá alterar a sua história. Se você for uma pessoa casualista, você, com certeza, vai acreditar que o aleatório é quem manda, e tudo o que você fizer irá alterar a sua história.
De qualquer forma, eu sou uma pessoa que me julgo não só mais moderada em relação a isso, como também pragmática. Sendo assim, aprendi que há coisas que podemos mudar em nossas vidas, que podemos fazer por nós mesmos e que podemos alterar, para que transformemos o rumo da nossa história, assim como há coisas que não podemos fazer nada para que elas mudem.
E assim, o meu grande desafio é saber distinguir cada uma dessas coisas, saber observar bem a minha vida, para perceber e conseguir mudar aquilo que pode ser mudado e aceitar aquilo que não posso mudar. E assim, vou seguindo em frente, pedindo a Deus discernimento para que eu possa aceitar as coisas que eu não posso mudar em minha vida e força de vontade para mudar todas as outras que eu posso. Sempre com a certeza de que a minha felicidade, sou eu quem faço. 

sábado, 6 de janeiro de 2018

Abrindo Mão

Abrindo Mão

Curioso que quando eu resolvo falar de maturidade emocional, muita gente torce um pouco o nariz, por julgar que meu pragmatismo pode ser encarado com uma certa inabilidade para lidar com os problemas reais de um relacionamento. Ainda mais, muita gente acha que eu faço essas minhas escolhas, em alguns momentos até um pouco duras demais, por eu não ter estrutura psicológica para sofrer com um relacionamento, como a grande maioria das pessoas o fazem.
Contudo, minha vivência é o que me trouxe até aqui, e foi por tudo o que vivi e que já passei nessa vida, que eu acabei aprendendo a me relacionar melhor. Foram as minhas escolhas, minhas experiências, meus pés-na-bunda, meus términos, meus namoros, os momentos bons e os ruins que me deram casca para poder viver hoje da forma como eu vivo.
Muita gente acha que é fraqueza, mas eu vejo, justamente como o contrário. Você conseguir enxergar além da parte, você enxergar o todo. Você não se deixa mais cegar por um encantamento ou uma paixão, você sabe que a única coisa que sustentaria um relacionamento da forma que você gostaria é com o amor. Daí você olha o envolvimento que está tendo com a pessoa e poder abrir mão disso, pois você sabe que isso não vai dar em nada. Então, você pega e abre mão do relacionamento, abre mão da pessoa.
Vocês podem querer dizer que isso é simples, mas afirmo para vocês, categoricamente, que isso não tem nada de simples, é complexo demais. Pergunto a vocês: Vocês já tiveram que abrir mão de alguém, de um relacionamento, mesmo ainda gostando da outra pessoa? Pois é, isso acontece e é mais comum do que muitos pensam. E dói pra caramba. Dói muito!
Mas o amadurecimento emocional te ensina isso, você aprende que se algo não se encaixa de cara, não vai se encaixar depois, que se algo tem que dar certo, vai dar logo de cara, que se é amor, você não vai sofrer, que se é para ser feliz, você será feliz sempre, mesmo ciente de que sempre não é todo dia. E o que eu quero dizer com isso?
Então, eu aprendi que um relacionamento só é bom, só vale a pena quando ele te faz mais feliz do que triste, quando você percebe que é sempre melhor estar com aquela pessoa do que estar sem ela, quando você vê que os sacrifícios que você faz pela pessoa, na verdade não são sacrifícios, quando você entende, de uma vez por todas, que a vida só é boa com aquela pessoa, todavia, se não tiver esses sentimentos, é porque o seu relacionamento não é forte o suficiente, te levando a conclusão lógica de abrir mão desse relacionamento.
Sabe aquela coisa de que quando você ama, o amor tem que ser simples? Então, é bem por aí. Ele tem que ser simples, tem que ser suave, tem que ser sem sacrifícios, tem que ser leve, tem que ser direto... Quando você está amando, o sentimento tem que ser recíproco. A reciprocidade é a chave para um relacionamento maduro. Você percebe que ama e que é amado de volta.
Eu continuo com a ideia de que você tem que amar, independentemente de ser amado de volta, mas quando você resolve que quer um relacionamento, não dá para só um amar, não é mesmo? Pois bem, quando você ama sozinho, precisa se autopreservar, não pode ficar insistindo em algo que não tem futuro, que só vai fazer você se machucar ainda mais.
Agora, o que eu estou pregando aqui, é que a pessoa tenha que ter consciência dos seus sentimentos e controle sobre eles, a ponto de conseguir abrir mão de um relacionamento ou de uma pessoa, pelo simples fato de perceber que aquela relação não será o que ela esperava. Seja porque a outra pessoa não está na mesma vibe, porque o parceiro não tem os mesmos objetivos na relação, porque ele está com medo ou simplesmente porque não é pra ser. Não importa o real motivo, o importante é você perceber isso.
Então, você pega e abre mão da relação, podendo ser até porque a outra pessoa não está tão afim de você. O motivo não importa, o importante é que você percebe que aquela relação nunca chegará ao ponto que você creria e sendo assim, você abre mão da convivência com aquela pessoa. E isso não é sinal de fraqueza, muito pelo contrário, é preciso muita força para fazer isso. Você abrir mão de amor é doloroso. Mesmo que seja o amor que você sente pela outra pessoa.
Você ter essa maturidade é um sinal de grandeza e não de covardia como muitos alegam. Você saber abrir mão de algo que em teoria te faz bem é muito difícil. É preciso muita coragem para você abrir mão de um sentimento que te faz bem. Você saber que aquele sentimento te faz bem, mas que não é aquele sentimento que te completa. E por não te completar, você abre mão, justamente para buscar aquele sentimento que te completa.
Quando você tem a maturidade emocional, você consegue agir de forma mais racional, você não age de forma impulsiva e desta forma, você consegue analisar a coisa de uma forma dita fria. Mas não é frieza, é racionalidade, é você se apegar ao cenário completo, é ver o todo e não a parte. Assim, você pode ver que embora alguém te faça bem, seja perfeita para você, se ela não está sendo recíproca com você, não adianta, nada vai mudar isso, a não ser que ela queira. Então, o melhor a fazer é abrir mão.
Posso falar isso de cadeira, pois já abri mão de várias pessoas, de vários relacionamentos e rolos em minha vida, só por perceber que não era tudo aquilo que eu desejava e que aquela relação não me completaria como eu gostaria. E começo o ano fazendo exatamente a mesma coisa, abrindo mão de uma relação que nunca vai chegar a ser o que eu gostaria e que me faria mais mal do que bem, com o tempo, insistir nela.
Então, hoje estou aqui, abrindo mão de um amor. Abrindo mão de alguém que eu sei que tem tudo para me fazer bem e feliz, que me ama, mas que no fim das contas, não quer ser tudo o que eu quero que ela seja para mim. Logo, abro mão! Quando um não quer, dois não brigam. Desta feita, só me resta deixar ir quem não quer ser feliz ao meu lado e querer ao meu lado quem quer estar comigo. Ou seja: nesse coração, temos vagas!

quinta-feira, 4 de janeiro de 2018

Mais Um Anjo Pro Céu

Mais Um Anjo Pro Céu

E mais uma vez a cidade do Rio de Janeiro se mostra jogada aos facínoras, vilãos, marginais e bandidos. Infelizmente, perdemos mais um. Infelizmente já foi mais um servo de Deus que foi para perto dele. Mais um foi chamado para estar perto do Pai, mostrando que nossa cidade está largada, que não há um governante pensando no povo ou qualquer pessoa que nos traga a sensação de segurança ou bem-estar.
Foi-se o Lucas. Perdemos o Luquinhas, um menino doce, com um sorriso no rosto, com uma atitude positiva, que sempre estava disposto a ajudar durante os Encontros de Jovens com Cristo da Paróquia Nossa Senhora da Paz. Um jovem, recém-saído da adolescência, que tinha sonhos, anseios e esperanças, que lhe foram arrancadas com um tiro no peito, proferido por um assassino, mas que na verdade está sendo dado por toda a sociedade carioca, pois esta não está mais conseguindo se indignar com esses acontecimentos.
Por quanto tempo vamos ter que continuar contabilizando mortes estúpidas? Por quanto tempo teremos que enterrar jovens de bem, pais de família, trabalhadores, cidadãos de uma cidade que se mostra sem comando, sem lei e sem justiça? Por quanto tempo teremos que assistir a pais, familiares e amigos chorando suas perdas? Por quanto tempo mais vamos viver essa guerra e não vamos fazer nada? Por quanto tempo ainda vamos tolerar isso tudo, calados?
Já disse o famoso Gabriel, o Pensador: “Até quando você vai levando porrada? Até quando vai ficar sem fazer nada? Até quando você vai levando porrada? Até quando vai ser saco de pancada?”. Pois é, até quando? Até quando vamos tolerar a perda de vidas inocentes? Até quando vamos deixar que a morte de milhares seja apenas estatística? Até quando vamos nos permitir que vidas se esvaiam? Até quando?
Nossos governantes não se importam com a tunga que fizeram em nosso estado e nossa cidade. Estão preocupados em conseguir se manterem no poder e salvar seus pescoços das garras da justiça. Não estão ligando para o sucateamento da vida em nossa cidade, para a desvalorização do nosso povo, para a desapropriação de valores antes tão bem defendidos em nossa cidade, dita maravilhosa.
A banalização da barbárie em nossa cidade está tão grande, que ninguém mais protesta por falta de insumos básicos nos hospitais, por conta da falta de professores nas escolas públicas ou por conta da ausência de forças policiais em nossas ruas. Médicos, professores e policiais, são só alguns dos funcionários públicos que estão abandonados pelas ditas autoridades em nosso estado e cidade.
A sabotagem ao nosso sistema de segurança é tão grande, que tivemos mais de uma centena de policiais assassinados em 2017 e 2018 já começa com a possibilidade de repetirmos tal estatística. Tal quadro só agrava ainda mais o caos em nossa cidade, que está largada na mão de quem quiser e bem entende. Qualquer um que quiser se aventurar a fazer um ganho em nossas ruas está mais bem preparado que nossas forças de repressão ao crime.
Aceitamos tudo isso de braços cruzados, entendemos, por muito tempo, que não nos dizia respeito se alguém era morto em comunidades carentes e zonas de risco. Supomos que se alguém tinha que morrer, que fossem essas pessoas que se expunham, que essas vidas valiam menos. Ocorre que, enquanto não pedimos uma reação verdadeira e producente das autoridades, o crime foi se apossando de nossas ruas, foi tomando o lugar que era do povo.
Hoje a sensação de insegurança é geral. Ninguém sabe se ao sair de casa conseguirá voltar, ninguém mais tem certeza de que ao abrir os olhos ao acordar, irá poder fechá-los ao ir deitar em sua cama. Tudo isso diante de um caos enorme, mostrando a nossa total falta de apreço pela vida, aceitando que cada vez mais vidas sejam ceifadas e que nenhuma atitude é de fato tomada por quem precisaria arcar com isso.
Porém, todos nós somos responsáveis pelas vidas. Todo ser humano conta, mesmo que ele não seja lá um grande exemplo de ser humano, ainda assim, não sou eu quem deve julgá-lo. Como católico, tendo a crer que a vida é o bem mais precioso e que devemos valorizá-la. Mas tenho ainda a certeza de que estamos de passagem por esse mundo, mesmo que, embora, eu saiba que devemos também sermos felizes aqui, o nosso compromisso maior é com a missão de evangelizar.
Ao participar com o Lucas do EJC, aprendi muito sobre isso. Temos que amar ao próximo, espalhar o amor, buscar evangelizar pelo exemplo, mostrar que o amor do Cristo vive em nós. Algumas pessoas, tendem a demonstrar mais esse amor, a espalhar ele de uma forma tão intensa e tão verdadeira, que Deus os escolhe para irem mais cedo para o seu lado.
Sei que não temos como saber a vontade de Deus, sei que não dá para ser racional quando as emoções afloram ao sabermos que um jovem de 21 anos não está mais nesse plano, sei que não temos certeza de nada, sei que não temos uma garantia de vida, sei que todos esperamos viver por mais tempo possível, sei que não é natural os pais enterrarem os filhos, sei que não é aceitável uma sociedade tolerar tantas mortes de jovens, sei de tudo isso. E lamentavelmente, sei que a vida é passageira!
Então, que sigamos o exemplo do Luquinhas, que possamos sempre estar com um sorriso no rosto, que sejamos prestativos, que sejamos amorosos, que busquemos fazer o bem, que busquemos espalhar o amor, que busquemos evangelizar pelo exemplo, que possamos servir de catalizadores da alegria, que possamos fazer o bem, sem olhar a quem, que possamos aproveitar ao máximo cada segundo que passamos aqui nessa vida passageira, afinal, ninguém sabe o dia de amanhã. E o futuro, só a Deus pertence.
Vá com Deus, Lucas! Vá viver ao lado do Pai, vá continuar do outro lado o seu caminho, continue nos brindando com seu largo sorriso, com seu abraço acolhedor, sua forma de demonstrar amor ao próximo, sua forma de encarar a vida com um sorriso no rosto e esperança... Tenho a certeza de que o plano terreno é só uma fase para nós que buscamos a vida eterna. Sei que ele foi chamado para o lado do Pai, e junto com o Pai, agora você também zelará por nós, jovens da Paz!

segunda-feira, 1 de janeiro de 2018

Venha, 2018

Venha, 2018

Venha, 2018
Venha, mas venha sem medo
Venha sem vícios
Venha sem traumas
Venha sem maldade
Venha sem dor
Venha sem dramas
Venha sem falhas

Venha, 2018
Venha com muita paz
Venha com muito amor
Venha com muita alegria
Venha com muitos motivos para sorrir
Venha com muitos momentos felizes
Venha com muita coisa boa
Venha com muita esperança

Venha, 2018
Venha cheio de bons amigos
Venha cheio de dias de sol
Venha cheio de risadas
Venha cheio de encontros com os amigos
Venha cheio de boas bebidas
Venha cheio de boas comidas
Venha cheio de pôr do sol

Venha, 2018
Venha com bons papos
Venha com novidades
Venha com mudanças
Venha com diversão
Venha com novas ideias
Venha com novos sabores
Venha com nova visão

Venha, 2018
Venha e traga novidades quentes
Venha e traga novas cores
Venha e traga novos sabores
Venha e traga novos sons
Venha e traga novos sonhos
Venha e traga novos amores
Venha e traga novas visões

Venha, 2018
Seja muito bem-vindo
Que você traga tudo de bom
Que você seja leve
Que você seja fácil
Que você não seja cansativo
Que você não seja chato
Que você seja mais amor

Venha, 2018
Mas deixe para trás pessoas indesejadas
Deixe para trás momentos ruins
Deixe para trás conversas truncadas
Deixe para trás aquilo que não nos fez bem
Deixe para trás tudo aquilo que já não queremos mais
Deixe para trás tudo aquilo que nos fez mal
Deixe para trás tudo aquilo que nos atrasa

Venha, 2018
Que nossos sonhos se realizem
Que nossos desejos se concretizem
Que nossas esperanças se tornem realidade
Que nossos momentos bons perdurem
Que nossos momentos ruins sejam breves
Que nossa paz seja perene
Que nosso coração seja afável

Venha, 2018
Venha com paz
Venha com saúde
Venha com dinheiro
Venha com amor
Venha com sucesso
Só venha, 2018
Venha ser tudo de bom para nós