segunda-feira, 30 de janeiro de 2017

Não Procure Em Outros O Que Só Acha Em Mim

Não Procure Em Outros O Que Só Acha Em Mim

Passei muitos dias sem escrever nesse espaço, estou reaprendendo a escrever aqui sem que seja porque tenho que escrever um texto por dia. Estou escrevendo simplesmente porque eu quero e isso faz uma diferença danada na hora de escrever e de pensar nos temas que eu quero e preciso por no papel. Com o desenrolar dos dias, eu fui vendo que alguns assuntos eram muito recorrentes e outros nem tanto e aí, eu acabava sendo repetitivo, a ponto de textos bons, acabarem ignorados, no meio de uma enxurrada de pensamentos e ideias meus.
O grande lance disso, é que eu acabo me pegando em temas mais pessoais, em coisas que me fazem mais sentido ainda do que outras, em pensamentos que me marcam e me prendem e me fazem refletir ainda mais, me levando a estar em paz comigo e com os meus pensamentos e, em alguns casos, até me prender em uma espiral de pensamentos até que eu consiga exaurir todos os pensamentos sobre um certo assunto.
Daí, me peguei pensando um pouco nos últimos meses da minha vida amorosa, saca? Peguei, parei, analisei e cheguei a uma conclusão: as mulheres andam fugindo de caras que lhes deem estabilidade! É sério, tô falando isso assim, abertamente, pois sei que vai ter gente que vai me criticar e vai dizer que não é verdade, que não é bem assim, que eu estou interpretando a coisa da maneira que me traz mais benefícios e tal, mas não é nada disso. Estou analisando isso de uma forma fria e bem direta.
Eu sou do cara que prefiro me relacionar com mulheres com as quais eu já tenho um certo grau de amizade, de conhecimento, de envolvimento, já falei sobre isso em outras oportunidades e expliquei que isso me traz uma certa facilidade em lidar com o que eu quero e o que eu não quero, pois já conheço a pessoa, não vai ser algo construído do nada, vai ser algo que vai ser construído em cima de uma base já sólida e assim por diante.
Não sou daquele tipo de pessoa que está desesperado para namorar, muito pelo contrário, acho que pra ficar com alguém só para suprir uma necessidade social de se ter alguém ao lado, prefiro estar sozinho e curtir a minha vida. Estou no estágio de querer alguém que goste de rir comigo e não que me critique por uma piada; preferir alguém que incentive do que alguém que bota pra baixo; alguém que curte a simples companhia do que alguém que queira luxos e afins; alguém que não se prende aos estereótipos ou aos caprichos da sociedade, mas alguém que saiba curtir cada momento de estar em minha companhia. É uma questão de simplesmente saber que certas coisas importam para uma vida a dois e outras não fazem a menor diferença.
Estou enrolando para entrar no ponto principal deste texto, o que está prendendo realmente os meus pensamentos nos últimos dias. Percebi que atraio o interesse de muitas mulheres, muitas delas superinteressantes também e que são capazes de me reter a atenção, além de meros rostinhos bonitos ou corpos esculturais, mas sim, pessoas que são inteligentes, engraçadas e divertidas. E o que tem de errado nisso?! Nada! Absolutamente nada. Muito pelo contrário, é super legal isso. Mas o problema todo é que essas mesmas mulheres, acabam achando que em algum momento ou o nosso grau de amizade é um problema sério para nos relacionarmos ou então, que elas acharão em qualquer outro cara o que elas possuem comigo.
Como falei em um texto, quando a gente cria um sarrafo para servir de nível de comparação, é complicado demais de acharmos quem suplante esse sarrafo. Falo isso, pois eu mesmo tive durante muito tempo um sarrafo, e ninguém além dessa pessoa era capaz de ser aquilo que eu queria para um relacionamento. E o mais engraçado disso, é saber que a pessoa também me tem como sarrafo e que ela procura nos outros o que ela só acha em mim.
Pois é, por mais incrível que pareça, eu realmente sou uma pessoa única, um ser que se faz diferente em todos os momentos da vida, que por mais estranho que possa parecer, entende que as individualidades devem ser respeitadas, que entende as diferenças, que não quer ser mais ou menos que ninguém, mas que sabe que é sim, peça única. Então, acabo tendo um jeito todos diferente de me relacionar com as pessoas a minha volta e ainda mais, com as mulheres pelas quais me interesso. Costumo puxar papo pelos mais variados assuntos, tento demonstrar meu interesse, falar com a pessoa, chamar para sair, mostrar meus pontos positivos, não esconder os meus pontos negativos.
Daí, a mulher se mostra mais aberta, mais afeita a você, mais interessada, mais no mesmo clima, mais na mesma vibe e tudo mais, mas ela tem suas restrições, ela acaba não se deixando envolver, pois acha que apesar de tudo com você ser ótimo, ela poderá achar tudo isso com outra pessoa. Vai achar alguém com quem ela possa ser ela mesma, da mesma forma que ela é com você, vai achar alguém com quem ela se divertirá tanto quanto ela se diverte como você, vai achar alguém com quem ela consiga chorar na frente sem que ela se sinta constrangida, assim como ela faz com você, vai procurar um cara que esteja ao lado dela para apoiá-la assim como você o faz, crendo ela que todas essas coisas são fáceis de se conseguir. Esquecendo assim, o quanto foi difícil achar tudo isso da primeira vez.
No meu atual estágio, procuro valorizar cada pessoa pelo que ela é, valorizar os momentos bem vividos, valorizar todo aquela que me faz me sentir bem e por isso mesmo, me faz pensar que eu não posso esquecer que cada pessoa é diferente da outra, que nada do que eu tenho em uma relação com uma pessoa será igual com outra.
E devo saber sempre quem eu sou, não sou assim ou assado para agradar a A ou B, eu simplesmente sou assim e isso pode ou não agradar as pessoas. O curioso disso tudo que estou falando é quando você ouve de alguém com quem você está saindo, está interessado, está tendo um rolo, mas que vocês não desenvolvem um relacionamento mais convencional, pois a pessoa diz que embora você seja tudo o que ela quer, você não é “O CARA”.
É engraçado isso, afinal, eu nunca tive a pretensão de ser o cara para alguém, eu apenas quero que a pessoa fique bem ao meu lado, se sinta bem, se sinta confortável, se sinta à vontade, quero que a pessoa se sinta amada e que todos esses sentimentos e vontades sejam recíprocos. Não quero que a pessoa se apaixone por mim perdidamente ou que crie milhões de expectativas ao meu respeito, pois sei que posso frustrar todas elas uma a uma, pois não sou do tipo príncipe encantado de contos de fadas.
Uma vez eu estava conversando com uma amiga minha, que me falou porque tantas mulheres gostam de flertar comigo. Ela disse: Victor, você é o tipo de cara que traz frio na barriga e borboletas no estômago para qualquer mulher, algumas têm medo disso, outras apenas curtem a sensação de aventura e adrenalina que isso traz, mas de qualquer forma, todas elas acabam querendo uma coisa mais estável, menos aventureira do que o que você representa. Achei interessante e intrigante essa minha descrição, pois eu não fazia ideia, mas acabei parando para analisar a coisa como um todo e vi que realmente as mulheres me veem como isso mesmo.
Não tenho dom pra príncipe encantado, não chego montado no cavalo branco com a armadura brilhante e salvo a mocinha, eu sou mais o cara que vai lutar para ajudar ela a se salvar, que vai vir com a armadura negra, com o corcel negro, que vai usar a sua força para ajudá-la e não para salvá-la, afinal, não acredito que a mulher precisa ser salva, mas sim que ela precisa se salvar.
Eu tenho como ideia que eu não sou um cara que atraia tanto interesse assim, mas que o pouco interesse que eu atraio, eu atraio por conta das qualidades que eu demonstro em tratar as pessoas, a forma como eu não tenho meios termos, eu sou direto, gosto de não deixar enrolação, gosto de que as coisas sejam claras, que todo mundo saiba onde está se metendo em deixar a pessoa confortável com a minha companhia, em fazer com que a pessoa se sinta bem ao meu lado e acima de tudo, que a pessoa possa atingir o seu potencial máximo, não curto tolir ninguém, gosto que a pessoa se desenvolva ao máximo e isso eu busco ajudar.
Então, chega a ser curioso quando a pessoa vê todas as coisas boas que você faz por ela, vê o quanto vocês dois se dão bem, vê o quanto você consegue fazer com que ela se desenvolva, vê o quanto você faz bem a ela e ainda assim, ela fica procurando essas coisas em outros, fugindo de que essa coisa não só existe entre vocês dois, que não é só com você ela vai ter isso, que ela vai encontrar essas coisas em qualquer esquina, em qualquer outra pessoa.
Então, estou cansando de ver pessoas que dizem que tem algo especial comigo, que tem algo que só ache em mim e ainda assim ela procurar essas coisas em outras pessoas. Me cansa essa ideia de que a pessoa precisa procurar ainda mais em outros cantos o que está claro e nítido, bem diante dos seus olhos.
Pois é, infelizmente você não vai encontrar em outros aquilo que você só tem comigo, você não vai ter com outros o mesmo tipo de relação, o mesmo tipo de envolvimento, o mesmo tipo de simbiose, o mesmo tipo de comportamento... Cada um é uma pessoa, embora, muitas pessoas estejam se especializando em serem mais do mesmo, ainda assim, não tem como você achar alguém que seja eu. Portanto, pare de procurar nos outros aquilo que você achou bom em mim, ou você aceita que eu sou quem tem essas qualidades, ou então esquece elas, deixa elas pra lá e vá ser feliz.
A vida é muito curta para a gente não aproveitar aquilo que nos faz bem em alguém, deixando passar oportunidades, esperando que a vida nos mostre sempre alguém mais perfeito, alguém que se encaixe mais, alguém que seja mais. A vida é assim mesmo, feita de escolhas, então, escolha ser feliz com a certeza, com aquilo que te faz bem de verdade, e acredite que tudo aquilo que já te faz bem, te faz feliz, será capaz de te proporcionar ainda mais bem-estar. Então, pare de procurar em outros lugares aquilo que você já achou em algum lugar. Então, pare de procurar nos outros, aquilo que você só achou em mim. Valorize mais quem te dá a sensação de bem-estar.

segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

É Proibido Ser Diferente?

É Proibido Ser Diferente?

Curioso como as pessoas tratam os radicalismos como algo abominável, execrável, desprezível, torpe, até mesmo demoníaco ou diabólico. Engraçada essa postura, pois são os radicalismos que movem o mundo, para o bem ou para o mal. Foram os radicalismos, por exemplo, que levaram as grandes revoluções da humanidade. Foi um radicalismo que nos fez abandonar as árvores, nos fez sair de dentro das cavernas, nos fez explorar novas terras, nos fez pegar em armas e fazer a revolução burguesa, a revolução francesa, a revolução industrial... Aqui no Brasil, tivemos o movimento de independência, o movimento republicano, o movimento modernista, a revolução de Trinta, a revolução de 64, a revolução de redemocratização, a revolução do Fora Collor, a revolução dos 20 centavos, a revolução golpista do Temer...
Daí você vai me perguntar: Mas Victor, o que todos esses movimentos têm em comum? Simples, pessoa, em todos esses casos, os radicais que puxaram a frente. Foram pessoas radicais que começaram o burburinho até que essas revoluções se concretizassem. Não estou dizendo que os radicais comandaram tais revoluções, mas foram eles que deram o pontapé inicial, para esses acontecimentos, afinal, o radical é uma pessoa insatisfeita ao extremo. E só as pessoas insatisfeitas se movimentam para alterar o Status Quo. Isso é simples e notório, você nunca vai ver alguém que se beneficia de determinada situação se indignar contra essa situação que o beneficia. Então, os radicais são necessários para abalar o senso comum, faz com que as pessoas repensem a sociedade em que estão inseridas, daí, com o questionamento dos moderados é que surge uma solução real e viável para os problemas.
Espero que você já tenha entendido que eu não sou radical e nem defendo pensamentos extremos, muito pelo contrário, mas estou aqui, reconhecendo que precisamos da presença das pessoas radicais num estado democrático de direito. E porque estou falando isso? Fácil de explicar também, é porque devemos aprender a respeitar as diferenças e observando as diferenças, tirar o melhor proveito da diversidade, questionando assim a nossa sociedade e o mundo que nos cerca. A maior parte das pessoas é moderada, tende a se acostumar com a sociedade e vê-la com resignação, essa visão só muda quando provocada, e aí é que entram os insatisfeitos, os radicais, para destamparem os olhos moderados, que se acostumaram com a sociedade, e só quando esses abrem os olhos que se acha um caminho coerente.
Porque tratar de radicais, moderados, conservadores, pra que falar de tal assunto? Bem, ando vendo as pessoas cheias de críticas para as pessoas que não possuem um pensamento convencional, seja sobre relacionamento, sobre religião, sobre música, sobre moda, sobre cultura ou qualquer outro assunto. Nossa sociedade está formando uma geração pasteurizada, onde as pessoas querem cada vez mais serem iguais, comuns, ordinárias, normais... Papos, roupas, visuais, posições, comportamento, gostos, formas de falar, tudo aquilo que nos individualiza, acaba nos fazendo únicos, está sendo posto de lado por uma geração que parece cada vez mais ser uma única pessoa. Isso é algo que me causa espanto, principalmente, por eu ser uma pessoa tida como fora da curva, então, eu seria considerado uma pessoa fora do padrão. E pretendo continuar assim, pois não pretendo deixar meus poucos cabelos crescerem, alisar eles e usar uma franja meio desajeitada sobre um olho, usar regata cavada até no inverno, chamar malhação de treino e gastar mais tempo me arrumando que uma mulher, além de não ter conteúdo para discordar do senso comum.
Prezo muito pelo meu individualismo, gosto de ser único, original, autêntico, então, não consigo enquadrar meus pensamentos ao senso comum. Sou uma pessoa de pensamento livre, o que me faz ter independência para pensar o que eu quiser, como quiser e sobre o que eu quiser. Claro que não sou totalmente original, tenho influências dos meus pais, de pessoas que me influenciaram, que me deram motivos para repensar o mundo a minha volta, que me tornaram esse ser humano que eu sou, que é único nesse imenso mundo, afinal, você não encontrar muitos homens, negros, na faixa dos 30 e poucos anos, que consegue gostar ao mesmo tempo de samba e de heavy metal, que tem na sua playlist Jorge Ben e Louis Armstrong, que curte filmes de terror e filmes cabeças, que gosta tanto de praia, quanto de ir pra um show, que ama trilhas e também jogar vídeo game... Eu sou dos caras que não tem um tipo físico de mulher ideal, mas que ama as mulheres pelo que elas são, pelo que elas podem lhe agregar de valor na sua vida.
Um dos pontos que me causa estranheza em relação a essa nova geração é justamente isso, eles querem que as mulheres sejam todas iguais, tenham um jeito específico. Basta ver que as meninas da sua faixa de 15 a 22 anos, todas se parecem, todas têm o cabelo grande, liso e aloirado. São poucas as exceções, poucas são as mulheres que se destacam na multidão, que conseguem ter uma identidade visual própria. E isso ocorre porque a sociedade em que elas estão inseridas as repelem, exigem que elas sejam mais do mesmo, sejam apenas mais uma parecida.
Não tá acreditando? Te faço um desafio agora! Você convive com mulheres dessa faixa etária que eu falei? Então, tente descrever três dessas mulheres de uma forma clara e objetiva, falando só de características físicas e nomeando apenas 5 delas. Pois bem, você conseguiu fazer com que algumas das descrições falasse só sobre uma delas?! Não, né?! Pois é disso que estou falando. E isso se aplica aos rapazes também. É a mesma coisa, os garotos dessa faixa etária são em sua maioria, bombadinhos, com cabelos grandes, geralmente na altura dos ombros, capazes de fazê-los usar sobre os olhos... É triste isso!
Eu me lembro, que estudei no Imperial Colégio Militar do Rio de Janeiro, local onde a individualidade era quase que impossível de ser praticada, afinal, todos deviam usar os uniformes devidamente alinhados, cabelos milimetricamente cortados e tudo no uniforme era padronizado, não podendo ninguém fugir ao padrão. E aí que a gente se preocupava mais ainda em pensar formas de se individualizar naquele caos de igualdade, criávamos formas de colocar a boina, de amarrar os cadarços, de pôr as plaquetas e tudo o mais que pudesse nos individualizar no meio do todo. O objetivo era nos fazer sermos mais um no meio da multidão, mas por isso mesmo, em qualquer coisa que pudéssemos empenhar nossa individualidade, fazíamos.
Mas a característica dessa geração que acho mais nociva é que eles tolhem tudo o que é diferente, tudo o que não é o comum, tudo o que não é o que os iguala. Quando alguém diferente surge, sofre logo bullying, justamente para que essa característica que o destaca, seja reprimida e o mesmo tenha que se adaptar ao grupo, sendo novamente transformado em só mais um na multidão. Há um tempo atrás, circulou nas redes sociais a foto de meninos dessa faixa etária, numa choppada de um curso da PUC, estavam todos com o mesmo corte de cabelo, mesmo formato de corpo, mesmo tipo de vestimentas, mesmo tipo de calçados e só não estavam com o mesmo tipo de camisa, pois todos estavam sem camisas.
Então, acho que devemos de parar de nos preocupar com as pessoas que pensam fora da caixa, que pensam fora do convencional, as maiores revoluções da humanidade foram feitas por pessoas assim e por isso mesmo, espero que incentivemos mais as individualidades, falo isso para todos os que possam ler esse texto, mas ainda mais, para fomentar uma discussão, deixem cada um ser o que quiser, parem de ficar querendo impor o que alguém pode ou não ser. Se um rapaz gosta de beijar outros, deixe ele fazer isso, se ele for feliz, que assim o seja. Se uma moça não tem o comportamento padrão de ser patricinha e tal, gostar de ouvir metal pesado, se vestir de preto e usar o cabelo desarrumado, e isso a fizer feliz, deixe-a ser feliz. Se alguém não curte o tipo de programas que a maioria, isso não a fará uma pessoa melhor ou pior, só a fará diferente. Desta forma, deixa cada um ser o que quiser, deixem as pessoas beijarem quem elas quiserem, deixa as pessoas serem o que quiserem, viverem da forma que quiserem, agirem da forma que quiserem, ninguém é obrigado a fazer ou deixar de fazer nada senão por força da lei, afinal, como bem disse o poeta: Faça o que tu queres pois é tudo da lei!

sábado, 7 de janeiro de 2017

Sufocante

Sufocante

Quero que você me entenda
Eu não sou o monstro que você pinta
Embora seja algo que você realmente sinta
Isso não é nada típico de contenda

Sou um cara simples e de gosto extravagante
Capaz de não ser nada parecido com o que você deseja
A frieza do desejo muitas vezes me beija
Tornando tudo muito mais sufocante

Abri pra você a porta do meu peito
Confidenciei segredos nunca antes revelados
Te fiz a melhor companhia para se te ao lado
Mas o tempo passa e eu sempre me ajeito

Não confunda nossa sintonia com amor
Tampouco, paz não é sinônimo de harmonia
A dor é grande e causa hemorragia
A ideia de um bom relacionamento não deve causar pavor

Te vejo, então, por aí, negando sentimento
Se prendendo àquilo que te faz mal
Sabendo muito bem qual será o final
Se prendendo a tudo aquilo que seja ressentimento

Se era pra viver de dor, melhor não ter nascido
Melhor amar e perder, do que não se arriscar
Quem não se arrisca também corre o risco de errar
“E se” é a morte por não se ter vivido

Acredito que a alma se agiganta
Quando o coração reúne os seus pedaços
Não me perco mais assim em teus espaços
Amar, amando o amor é só o que me encanta

quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

Eu Não Sou Fácil De Lidar

Eu Não Sou Fácil De Lidar

Devo admitir que não sou a pessoa mais fácil de se conviver, apesar de ser muito fácil de se agradar, ainda assim, eu sei que eu tenho um gênio forte e um temperamento difícil, o que torna complicada a convivência comigo. Uma amiga minha me disse uma vez o seguinte: “Victão, você não é para quem quer, você é para quem pode”. Na época eu não entendi muito bem o que ela quis dizer com isso, achei até que ela estivesse dando uma implicada comigo, ainda mais, que na época eu me achava ainda mais simples de se lidar do que hoje em dia.
Já hoje, eu tenho plena noção de que sou uma pessoa diferente do senso comum, não gosto de ficar fazendo média com ninguém, penso que ou a pessoa gosta de mim ou ela não gosta de mim, e pronto! Não sou muito de ter pessoas que sejam indiferentes a mim, então, já sei que acabo gerando sentimentos extremos nas pessoas. Por um lado, é bom, pois você sabe que aquela pessoa ou te quer muito bem ou então, te quer muito mal, sendo mais fácil de lidar com elas. Por outro lado, é ruim, pois essa energia negativa se projeta em você, trazendo uma carga muito pesada para mim.
Eu, realmente gosto de saber onde estou me metendo, com quem estou lidando, o que esperar de uma pessoa... Embora seja adepto de surpresas, goste de surpreender e ser surpreendido pelas pessoas, sempre de forma positiva, é claro, ainda assim, sou um fascinado por padrões, por saber como as pessoas funcionam, gosto de analisar as pessoas, de observar seus padrões de comportamento, ver do que ela é capaz ou não, saber os seus cacos fônicos, as suas atitudes sob stress, sua forma de lidar com a pressão, o que deixa sem graça, o que faz a pessoa se irritar... Isso me leva a gostar de pessoas autênticas, que sabem surpreender, aquelas que logo de cara já se mostram como verdadeiramente são, saca? Gosto quando a pessoa já joga na cara logo os seus defeitos, não os mascara ou esconde. É muito ruim você se acostumar com uma pessoa que tem como padrão ser super ativa e do nada ela começa a se mostrar totalmente sedentária, ou alguém que diz curtir um tipo de saída e depois passa a não mais fazer aquele tipo de programa.
Eu sou assim, jogo limpo, já mando logo na cara como eu sou, mostro logo de saída como eu sou, qual é o meu padrão. Sou piadista, fanfarrão, gosto de bar, de beber, de samba, da boemia, de carnaval, de cerveja, de praia, de sol, de verão, de calor, de beijar na boca. Mostro quais são os assuntos que me irritam, gosto de dar opinião sempre que provocado, falo alto, gosto de fazer os outros rirem, primo pelas minhas amizades, tenho problemas com certas intimidades, sou metódico, reclamo se não vejo reciprocidade, troco tudo para ver o Mengão jogar, faço tudo pela minha família, gosto de planejar meus programas, já tive rolo com muitas amigas minhas, falo palavrão, falo gírias, sou reclamão, odeio frio, sou alérgico à muitas coisas, ou seja, sou cheio dos defeitos, e quando falo cheio, quero dizer cheio mesmo. Ocorre que demonstro tudo isso logo de cara, não mascaro quem sou ou finjo ser uma outra pessoa.
Pra mim, importa e muito ser autêntico e original, me mantenho fiel a mim mesmo e aos meus princípios, desta feita, acabo sento enfático sobre o que quero e o que eu não quero e assim, me mostro, em certos aspectos, uma pessoa difícil de lidar, contudo, só até a página dois. Sou do tipo de pessoa que quando você aprende a lidar, sou uma seda, mas se você não sabe, sou uma lixa. Por ser muito direto e honesto sobre como sou e como gosto de ser, não abro muita brecha para intepretações ambíguas ou desconexas sobre quem sou e como sou. A pessoa percebe que comigo o papo é muito reto, não tenho muito rodeio pras coisas.
O engraçado disso tudo, é que as pessoas ainda assim me acham surpreendente, por muitos me verem sempre com a cara fechada, ando assim como uma forma de espantar mesmo as pessoas chatas que gostam de puxar papo comigo na rua, BRT e metrô, julgam que eu seja um cara mal-humorado e tal, mas quando convivem mais comigo, percebem que não é nada disso. Eu sou do tipo de pessoa que choco de primeira, as pessoas se assustam um pouco, com um homem, negro, relativamente alto, corpulento, que fala alto e anda rápido e de cara fechada.
Mas o meu padrão real não é esse. Eu sou muito mais do que a superfície mostra. Quem me olha na rua, nunca vai imaginar que eu sou dono desse espaço, onde mostro um lado mais calmo e sensível, olha aí eu sendo surpreendente. Como já falei num outro texto, eu sou vários eus, o meu padrão é de ser multifacetado, de ter diversos jeitos e estilos, de ter minha vida sempre com várias possibilidades e nunca fechada em um único padrão. Eu sou aquele ponto fora da curva. Até por isso, muita gente acaba se surpreendendo ao saber que tenho certos pensamentos tão diferentes da imagem que as pessoas me associam.
Então, seguindo assim, realmente não sou pra quem quer conviver comigo, sou pra quem pode, sou pra pessoas sem mimimi, pessoas que não tenham frescura com palavrão, com gente que não esquenta por eu falar alto, por eu ser aficionado por algumas músicas e ficar ouvindo elas ininterruptamente, por eu ter um jeito de lidar com os meus problemas, por ser independente ao extremo, chegando a parecer quase individualista em certos momentos, mas não por mal, só por não gostar de causar problema aos outros, sou daqueles que não se apaixona, mas ama profundamente, não tenho muito saco para pessoas com muita frescura, gosto de gente que é mais povão...
Logo, fico por aqui, explicando, que não sou do tipo de pessoa que todo mundo vai gostar, que todo mundo vai querer perto, que todo mundo vai se amarrar em ter como amigo ou ter em sua vida de alguma forma, não sou desses, sou para quem quer me ter por perto, para quem valoriza ter alguém que é autêntico, que não é comum, não é ordinário, sou do tipo de pessoa que é diferente e gosta disso, que valoriza as suas diferenças, que ao se fazer original consegue gerar interesse nas pessoas, se mostra uma pessoa diferenciada e cheia de surpresas para quem está disposto a conhecer esse seu lado B.