quarta-feira, 21 de junho de 2017

E O Amor, Aonde Está?

E O Amor, Aonde Está?

Como sempre falo, não sou senhor da verdade, não sou daqueles que se julga acima de tudo e de todos, não me considero sabedor de todas as informações, não tenho todas as respostas, sou apenas um questionador do mundo a minha volta, um pensador do cotidiano, alguém que não se conforma com o senso comum e por isso mesmo, gosta de questionar as coisas da sociedade e tal.
Daí mesmo, não terei uma resposta ao questionamento de onde está o amor, mas tenho uma tese sobre o assunto, consegui criar uma ideia básica sobre as pessoas estarem escondendo o amor no mundo, as pessoas estão procurando guardar o amor para si.
Desde sempre eu aprendi que amor não é sentimento para se guardar, economizar ou negar, você precisa abrir seu coração, dar amor, gastar o amor, doar amor, pois só assim você vai conseguir mais amor ainda em sua vida. E desde então eu ajo assim, não me escondo, não finjo, não simulo, não jogo, sou direto, sincero, autêntico e busco sempre mostrar pros outros o amor que sinto.
Hoje, me parece que as pessoas creem que não vale a pena amar por amar, que você só pode amar alguém com a certeza de que esse amor será correspondido ou que esse amor será retornado, mais ainda, as pessoas preferem esperar para que o outro os ame, para que ele julgue se vale a pena ir atrás e dar o seu amor também.
Vejo que as pessoas estão escondendo o amor, mantendo ele preso, como se o amor fosse como o dinheiro, que se você guarda, num momento de vacas magras, você pode pegar aquele amor guardado e usar. Mas não é assim que funciona com o amor, com o amor é diferente, só tem amor quem sabe dar. Você só consegue ter amor se você souber dar amor, se você souber demonstrar esse amor, dar esse amor, passar esse amor adiante. Porque aí, esse amor rende, se desenvolve, evolui...
Aí, entro novamente na seara dos solteiros, justamente por eu estar solteiro e ter muitos amigos solteiros que conversam comigo, por se identificarem com esses meus pensamentos. Vejamos, as pessoas hoje em dia estão preocupadas em amor estilo fast food, entra num aplicativo, vê o que agrada através de fotos, curte e pronto, vai em frente. Conversa por uma meia hora com a pessoa, buscando uma conexão que não existe e tentam se encontrar para apenas saciar suas vontades, esquecem do amor.
Quando se trata de relacionamentos, as pessoas estão deixando e lado o amor, ou melhor, estão escondendo o amor que elas têm e procurando sugar o amor dos outros, buscando relacionamentos fugazes, que só satisfazem o ego, mas estão longe de satisfazerem o coração. A pessoa busca algo que demanda tempo e investimento em algo que ela não se demora nem dez minutos, uma crise de valores em nossa geração.
Acho que essa crise de valores é uma das maiores causas para estarmos vendo tantas pessoas solteiras e que dizem não saber onde encontrar o amor. Mas onde você guarda o seu amor? Você é capaz de se entregar de primeira, de não colocar travas de segurança, de não se colocar como mais importante que o outro na relação? Você consegue enxergar que mais vale você fazer o outro feliz e que dessa forma você vai ficar feliz também?
Vejo pessoas em relacionamentos onde o outro só faz mal, só critica, reclama, repreende, desconfia, cria mal estar... Será que a pessoa não é capaz de dar amor ao outro? Será que essa pessoa não sabe o que é o amor? Como será que foi o início desse relacionamento, será que eles sempre foram assim ou em algum momento o amor foi sumindo?
E mais, me impressiona essa questão de que as pessoas pouco se conectam. Eu sou uma pessoa que dependo de manter meu interesse sempre renovado para não enjoar de alguém. Pode parecer uma coisa horrível de se dizer, mas é a verdade, eu preciso estar sempre com a minha conexão com a pessoa em estágio elevado de atividade, pois se começo a achar que não há conexão, vou deixando aquela pessoa de lado, sem que o amor possa chegar a existir de fato. Então, para que eu possa amar alguém, eu preciso me conectar com essa pessoa.
Pior é que existem pessoas que sabem que algumas precisam do amor para poderem se conectar, para se envolverem e com esse conhecimento, acabam iludindo os outros. São mais um caso de vampiros do amor, que só querem sugar, sugar e sugar e nunca pensam em dar nada em troca. Achando que isso é o que de melhor eles podem oferecer nesse mundo.
Mas onde está o amor? Isso eu pergunto para vocês, pergunto para mim, pergunto para os amigos, pergunto para todos a quem posso e nunca consigo chegar a uma conclusão. Me parece bem claro que as pessoas andam preferindo receber o amor e guardar o amor que elas têm para dar como uma espécie de reserva. Parece que entramos na era em que a pessoa que demonstra menos interesse é a que mais vai se dar bem.
Não me envergonho de ligar, mandar mensagem, puxar papo, chamar pra sair, não acho ruim me mostrar interessado, buscar o contato e assim quem sabe conseguir uma conexão com alguém. Mas acontece que isso hoje anda tão raro, que as mulheres em uma lógica pouco compreensível acabam preferindo me ver como um amigo, alguém que sempre vai estar ao seu lado, do que um interesse amoroso, simplesmente, porque acham que se terminarmos ela não vai ter mais aquele tipo de atenção.
Sendo assim, elas pegam e se envolvem com caras que não estão nem um pouco dispostos a dar esse carinho e essa atenção a elas, que só estão interessados em sexo e nada mais, mas que pra conseguirem isso, iludem elas. E o que acontece depois? Os caras mostram a real intenção deles e terminam tudo com elas, que perdem além do tempo, o amor próprio.
Nessa era tecnológica, onde os flertes são em sua maioria virtuais, as pessoas não se dão ao trabalho de se aprofundarem, ficam no básico, e isso não me satisfaz. Gosto de ir além do: o que você gosta de fazer e pra onde você gosta de ir. Quero saber as posições políticas da pessoa, quero saber o que ela entende de política, de relações humanas, quais as convicções dela para família, saber sua religiosidade, se ela gosta de esportes, se ela curte beber com os amigos...
Pra mim, esse mundo de namoros instantâneos, de amores secos, namoros áridos, de relacionamentos fúteis, não é o meu mundo. Eu sou um cara que acredito no amor, acredito que a gente tem que amar sem esperar nada em troca, tem que se jogar nos relacionamentos, buscar conhecer as pessoas mais a fundo, saber seus gostos, suas séries preferidas, seu senso de humor, quais são suas influências, qual o som que ela gosta de ouvir em cada momento da sua vida... Saber o que faz o dia dela melhor e saber aonde eu consigo me encaixar nisso tudo.
Não pratico da ideia de que posso mudar alguém, acredito que a pessoa certa vai simplesmente se encaixar na minha vida de uma forma perfeita, sem precisar apertar, espremer, passar gel ou qualquer coisa do gênero. A pessoa simplesmente vai ser a pessoa pra mim, mesmo eu sabendo que uma passa a influenciar a outra e gostos e coisas básicas acabem se amalgamando, mas no grosso, as coisas precisam ser suaves, uma aceitando o outro e pronto.
Onde eu encontro o amor? Olha, eu sinceramente não sei, hoje em dia o amor está difícil de achar, pois as pessoas parecem ter posto o amor em cofre e ter jogado esses cofres na fossa das Marianas ou então puseram em grutas profundas do alto amazonas, não sei, mas sei que eu não estou escondendo o meu amor. Eu estou aí, estou amando, estou em busca de alguém que aceite receber o meu amor e que também esteja disposta a dar o seu amor pra mim, que isso seja o suficiente para essa pessoa, sem que ela queira fazer planos para daqui a dois anos, mas que ela consiga se ver ao menos até amanhã ao meu lado. E renovemos esse acordo dia após dia.

segunda-feira, 19 de junho de 2017

Projeto Novo

Projeto Novo

Então, gente, cá estou eu vindo tratar com vocês de um assunto muito sério, um assunto novo, um assunto especial para mim. Há algum tempo eu fui procurado por algumas editoras, através de contatos feitos por amigos, conhecidos e até entusiastas dos meus textos, com a proposta de publicar uma compilação de textos em formato de um livro.
Pois é, logo eu, que até bem pouco tempo atrás, só utilizava a escrita como uma forma de externar meus sentimentos mais profundos, como uma forma de terapia ocupacional para sair da minha depressão, acabou se tornando um hobby muito saudável para mim e mais do que isso, uma forma de expressão e de arte, me trazendo muita alegria e rendendo muita repercussão entre os leitores.
Além disso, esses textos acabaram me fazendo perceber que eu tinha uma veia literária, eu tinha um escritor adormecido dentro de mim, que passou a se fazer presente cada vez mais e mais. Mais até do que um escritor, eu me tornei um cronista e pensador do cotidiano, mas principalmente dar relações humanas. Passei a tratar com mais afinco das manhas dos relacionamentos adultos, procurando entender o que acontece na hora em que duas pessoas começam a se relacionar, não necessariamente amorosamente.
Porém, o grande sucesso mesmo, são os textos sobre relacionamentos amorosos, causos sobre paquera, namoro, ficadas, saídas, conquistas, flertes, interesse e todos os tipos de interações com o intuito sexual. Apesar de tratar desse tema com muita propriedade, os textos nada mais são do que uma conversa totalmente informal, entre o autor, este amigo que vos fala e o leitor, que não necessariamente é alguém que me conhece, mas que fica bem claro de entender a minha forma de enxergar os relacionamentos.
A ideia do livro ser sobre relacionamentos surgiu após uma análise criteriosa no histórico do blog, onde pude perceber que os textos mais acessados, comentados e compartilhados eram os textos sobre relacionamentos. Então, juntamente com a produtora editorial, cheguei ao entendimento de que havia no mercado uma lacuna, onde não há autores homens falando sobre as suas impressões sobre como são as formas de se relacionar hoje em dia.
Embora eu sempre tivesse interpretado à minha maneira de encarar os relacionamentos como algo único, apresentando visões tidas como ultramodernas por alguns, mas nunca acreditei que tivesse ressonância o que eu falava além da minha cabeça.
Ocorre que eu estava enganado, com o passar do tempo comecei a perceber que as pessoas pensavam como eu, conseguiam se identificar nos textos, passaram a ver as formas como elas agiam também nos seus relacionamentos, começaram a perceber que o meu discurso fazia sentido e até passaram a buscar melhorar depois de lerem algo nos meus textos que os fez refletir sobre a sua postura perante o parceiro.
Claro que tudo isso se dá devido à minha grande capacidade de observação. Como eu disse, me vejo hoje como um escritor, mas acima disso, como um pensador, como alguém que pensa sobre os fatos acontecidos, que busca refletir e tirar o melhor proveito dos acontecimentos passados. Não lembro bem quem disse, mas uma pessoa sábia falou que: Um homem com memória aprende com seus erros e busca sempre melhorar.
Pois então, é isso que eu faço hoje, busco melhorar, documentando cada passo que tenho dado sobre o assunto, em cada envolvimento meu, em cada conversa, em cada ato, em cada ação, em cada reação, em cada sentimento, em cada pensamento, em cada reflexão, eu tiro ensinamentos para tentar entender um pouco mais o que acontece a minha volta, principalmente sobre os meus relacionamentos amorosos.
Não me julgo melhor ou pior do que ninguém, eu apenas comecei a escrever sobre o assunto, um dia qualquer, para aliviar um pouco a minha insônia, depois de mais uma vez tentar entender o que se passava na minha cabeça e na cabeça da pessoa em quem eu estava interessado. Depois disso, escrevi um texto sobre o assunto, daí veio outro, depois outro e depois mais outro... E hoje, cá estou eu, fazendo uma coletânea de textos sobre o tema, escrevendo um livro, passando um pouco do que eu aprendi com a vida sobre viver a dois.
Não sou expert no assunto, muito pelo contrário, descobri que sou um amador, não no sentido de saber pouco sobre isso, mas sim porque eu só busco me relacionar por amor, não quer dizer que eu tenha que me apaixonar ou que eu tenha que amar para sempre, mas eu estou fazendo aquilo com amor, se não àquela pessoa, ao menos a mim, para que eu possa me sentir bem em estar com alguém que me faça bem, mesmo que por alguns instantes.
O que quero dizer, é que estou aqui, começando esse novo projeto, terminando um livro sobre relacionamentos e para isso preciso da ajuda de vocês, que vocês incentivem a escrita, mas acima de tudo, participem da minha vaquinha no site https://www.vakinha.com.br/vaquinha/lancamento-do-livro-do-victor-mendes, só assim conseguirei concluir a obra e publicá-la. Hoje em dia, o mercado literário está cheio de personalidades da internet, biografias de personagens estranhos e livros de auto-ajuda, mas no fim das contas, ainda precisamos e muito falar de amor, pregar o amor e praticar o amor, seja ele da forma que for.

segunda-feira, 12 de junho de 2017

Solteiro No Dia Dos Namorados?

Solteiro No Dia Dos Namorados?

Estou solteiro no dia dos namorados. Sim, isso não é proibido, aliás, acho até que passei mais dias dos namorados solteiro do que namorando na minha vida. E nunca tinha me parecido que havia essa cobrança que sinto hoje para que eu namore. Sempre foi leve, mas não sei porquê, mas esse ano, parece que o mundo está cobrando de mim que eu arrume qualquer pessoa só para mudar o meu status nas redes sociais, levar amanhã pra sair, comprar presente e tirar várias fotos para por nas minhas redes sociais. E essa cobrança vem de todos os lados, amigos, familiares, conhecidos, comerciais na TV...
Engraçado como todo mundo acha que tem sempre um conhecimento maior sobre como você deve viver a sua vida amorosa, né? Por exemplo, hoje é dia dos namorados e eu estou solteiro. Sim, solteiro e não vejo problema nisso. O problema na verdade é que muita gente vê problema nisso. As pessoas realmente não se preocupam com a felicidade alheia, só querem saber se eu estou com alguém ou não. Como se isso fizesse diferente para a minha felicidade.
Curioso, que também estou me aproximando do meu aniversário, faço 35 anos em agosto e diferentemente do que muitos pensam, estou na minha melhor fase, estou bem comigo mesmo, estou com a cabeça no lugar, estou com os meus planos e objetivos traçados, encarando a vida de forma positiva, envolvida em novas experiências e tudo mais.
Mas isso é algo que não chama a atenção, afinal, todo mundo tem um plano muito bem traçado na cabeça de como devem ser as vidas das pessoas. Deve existir um manual para a vida, que as pessoas receberam ao nascerem, mas que por algum acaso eu não devo ter recebido o meu e por isso mesmo, não dou tanto valor assim aos convencionismos e as ideias comuns de vida que as pessoas traçam como o ideal, afinal de contas, não compactuo com a ideia de que alguém precisa se casar com 35 anos (apesar de que o sábado passado era a data do meu casamento, embora eu não fosse me casar por isso) ou ter um filho até os 40 anos.
Eu por muito tempo em minha vida, me preocupei com o que os outros iriam pensar, o que esperavam de mim, qual a impressão que eu passava, o que eu deveria fazer para ser mais aceito pela sociedade, o que mais que eu poderia fazer, para me encaixar nas expectativas das pessoas. Ocorre, que não funcionou muito bem esse plano pra mim. Tentei ser exatamente como as pessoas esperavam, cumprir com as metas impostas pela sociedade, viver de acordo com esse convencionismo de que eu precisaria casar, ter filhos e tudo mais.
Contudo, esse plano não deu muito certo, em grande parte, justamente por conta dessa minha incapacidade de ser o que o senso comum espera de mim. Sou uma pessoa que se forjou em ensinamentos católicos, mas acima de tudo, em ensinamentos de vida. Passei muito tempo crendo que a felicidade seria alcançada somente se eu cumprisse com os objetivos traçados no tal manual de vida que não recebi, mas que todo mundo me falava. Acreditei que para ser feliz, só depois que eu conquistasse todos os objetivos que eu tinha, igual a um jogo de WAR.
Eu perdi tanto tempo com essa ideia, mas tanto tempo acreditando que isso era o certo, que acabei me frustrando com isso tudo, achando que por algum acaso eu estava fazendo tudo errado, eu estava prejudicando a minha felicidade, por não conseguir me encaixar no ideal de felicidade, casando e tendo filhos, simplesmente porque eu, diferentemente de muitas pessoas, acredito que o casamento é um sacramento, por isso mesmo, tem um valor muito maior do que simplesmente uma cerimônia para se ter várias fotos bonitas e reunir amigos e família para curtirem uma festa e comerem e beberem com você e sua alma gêmea.
Ou seja, acredito que quando for para me casar, será realmente a transformação de duas pessoas em uma só, aos olhos de Deus, algo que não poderá ser desfeito, por mais que as pessoas hoje em dia acreditem que se não estão satisfeitas com um casamento elas simplesmente pegam, abrem mão da relação e fica tudo bem. Não penso assim, não acho certo, acho que casamento é pra toda o sempre. Simples assim.
Mas vamos voltar aos objetivos que as pessoas traçam para nós, eu não sou obrigado a me casar só porque as pessoas acreditam que isso é o certo. Cada um de nós têm as suas certezas, algumas das minhas são diametralmente opostas ao que pensa o homem comum, por isso mesmo, não estou preocupado em casar e ter filhos, embora eu ache que vá ser um bom marido e um excelente pai, mas essas não são minhas prioridades momentâneas.
No momento, o que eu mais desejo é estar feliz. Sim, parece algo simples, né? E é algo que o senso comum não se preocupa muito. As pessoas cobram se você engorda demais, se você emagrece demais, se você sai com muitas pessoas, se você não sai nunca, se você se formou, se você tá ganhando bem, se você tá morando sozinho, se você tá comprando apartamento, contudo, ninguém para, olha nos seus olhos e te pergunta se você está feliz.
Impressiona, que a felicidade é supérflua, aliás, sempre foi, mesmo quando eu estava namorando e depois quando noivei, as pessoas me perguntavam diversas coisas, se o casamento já estava marcado, se estávamos vendo casa, onde seria a festa, qual o tamanho da festa, mas ninguém parava e perguntava se eu estava feliz, ninguém queria saber se eu acreditava que esse objetivo tinha sido bem traçado ou se seria fácil cumprir com as expectativas de todos.
Ocorre que ao me deixar envolver por esse turbilhão de condicionantes, acabei me perdendo do que era importante para mim, do que era do meu interesse, do que eram os meus objetivos. Acabou que algo que eu imaginava que seria algo alegre e feliz para mim, acabou me tornando uma pessoa muito pior do que eu era, me fez achar que nunca seria capaz de ultrapassar as expectativas criadas pelos outros por algo que só deveria dizer respeito à três pessoas: eu, minha noiva e Deus.
Isso tudo me fez ver o quanto não me encaixo no convencionismo, não gosto do mais ou menos, gosto do excelente, nem o bom pra mim é o bastante, quero sempre que as coisas sejam da melhor maneira possível pra mim. Então, se é pra me casar, quero que seja algo que eu vou gostar, não algo que vai fazer A, B ou C ficarem bem com isso.
Sendo assim, desde que terminamos nosso noivado, eu me foquei na minha felicidade. Às favas com o manual da vida, não sou obrigado a ser como todo mundo espera que eu seja, eu tenho apenas que viver o que eu quero e desejo.
Não preciso que venham esfregar na minha cara que estou solteiro, pois eu já sei. E tenham certeza, estou feliz com isso. De verdade, saio, me divirto, não quer dizer que eu esteja sozinho, abandonado, muito pelo contrário, como diz o sábio: solteiro sim, sozinho nunca. Então, passar o dia dos namorados solteiro não é uma tortura como os casais fazem parecer.
Uma das coisas que consegui aprender com o tempo é que melhor você estar bem com você mesmo, do que mal acompanhado. De que adiantaria eu arrumar uma namorada pra amanhã, se no fim das contas eu não estaria feliz, eu estaria com ela só para fazer a felicidade dos outros e não a minha?
Em alguns muitos textos eu já falei sobre a minha ideia de relacionamento, mas não quer dizer que todos devam seguir a mesma fórmula ou viver da mesma forma, claro que não, todo mundo é livre (você só é obrigado a fazer ou deixar de fazer algo, por força da lei, se a lei não fala disso, vá em frente e seja feliz)! Eu não vou voltar a fazer algo para agradar aos outros. Isso não é mais opção pra minha vida. Se eu tiver de chegar aos 40 anos solteiro, chegarei, se tiver que chegar aos 50 sem filhos, também. O que conta pra mim é eu estar feliz e fazendo a minha esposa/noiva/namorada/ficante/peguete/seja o que for feliz.
Estar solteiro no dia dos namorados não é algo ruim, de verdade. Eu não me sinto incomodado por isso, os outros deveriam se incomodar menos ainda com isso. Quando eu tiver de estar com alguém, vou estar, quando eu tiver de namorar com alguém, vou namorar, quando eu tiver de noivar com alguém, vou noivar e certamente, quando eu tiver de me casar com alguém, eu irei me casar. Ah, e quando eu tiver de ter um filho, com certeza eu terei, com o maior prazer.
Portanto, não é porque vocês falam que eu preciso disso ou aquilo que eu farei algo. Entendam de uma vez por todas, que cada pessoa é única, não é porque algo funcionou na vida de A ou B, que irá funciona com o abecedário inteiro. Cada pessoa sabe do seu ideal, cada um sabe onde pode e deve parar, cada um sabe onde o calo aperta, cada um sabe o que lhe traz felicidade, cada um sabe o que lhe faz feliz.
Se você vai passar o dia dos namorados namorando, aproveite, é muito bom, muito gostoso, principalmente quando você pode estar com alguém que realmente é sua alma gêmea, alguém com quem aproveitar cada momento, alguém que te engrandece e te faz ser uma pessoa melhor. Contudo, não fique com raiva ou reclamando de quem não está na mesma vibe que a sua.
Quem está solteiro, aproveite o dia, vai curtir, entenda que o primeiro e o último amor é o amor próprio e por isso mesmo, você deve estar feliz com você mesmo. Se você quer encontrar alguém, mas não está conseguindo, não se desespere, esse manual de vida não é pra todo mundo, a sociedade quer te impor coisas que ela não te dá, então, não se preocupe, deixe que digam, que pensem e que falem, você não é obrigado a fazer o que os outros querem.
Sua única obrigação nesse mundo é ser feliz, então, seja feliz, vá sempre buscar sua felicidade, não deixe que nada e nem ninguém te diga que você não pode ser feliz, afinal, só você é quem pode dizer quais são seus objetivos, mas no fim das contas, seja o objetivo que for, seja da forma que for, sempre o que valerá é se você é feliz ou não. E hoje eu posso dizer: Eu sou feliz. E você?

quarta-feira, 7 de junho de 2017

Para Ser Mais Que Uma Temporada

Para Ser Mais Que Uma Temporada

Olha, vou confidenciar um negócio para vocês, é difícil me acostumar com essa ideia de ser uma espécie de conselheiro amoroso das pessoas. Desde que eu virei um escritor, passei a trocar muito mais ideia com as pessoas e elas me dão muitos feedbacks, porque se identificam com as minhas ideias, se identificam com os meus pensamentos que são expostos nos meus textos. E por isso, acabam me pedindo conselhos e tal, mas eu não me sinto preparado para tal.
Porém algumas pessoas têm se identificado com o meu texto Alugando Amor Por Temporada, onde falo das tendências das pessoas em evitarem se envolver mais profundamente com alguém por conta da ideia de que em breve irá abrir mão dele, afinal, aquela pessoa não está lá para ficar, ela é transitória, ela é descartável, ela não agrega, logo não será um peso ou sacrificante se livrar dela.
Por mais incrível que pareça, isso não é uma atitude que tenha a ver com gênero, com idade ou qualquer outra coisa, isso é da nossa geração. Como eu já falei, as pessoas estão cada vez mais egoístas, medrosas e superficiais, sendo assim, acabam elas se fechando nos seus mundinhos, parecendo um siri dentro da lata, que se esconde e ficam só ali, com as garras de fora, para se defenderem de qualquer ataque.
Repare que estou falando de se defender e atacar, vocábulos diretamente ligados a duelos e batalhas, o que não deveria de ser normal para estar ligada a relacionamentos. Parece que somos um bando de mimadinhos, criados pelas avós, que não conseguimos ter maturidade suficiente para lidarmos com decepções e contratempos, queremos tudo como, quando e do jeito que queremos. Só que tem o outro lado, existem as pessoas que estão dispostas a encarar o desafio.
Só que, para esse tipo de pessoas, quem está disposto a ir além do básico, as que se arriscam e as que se mostram realmente interessadas, causam medo, causam um pavor, quase uma fobia, capaz de fazer com que aqueles seres humanos, siris na lata, se sintam acuados, perdidos, pressionados, impactados de tal forma, que a única saída para eles é expulsar essas pessoas de suas vidas, é agir de uma forma que aquele que está interessado perca o interesse.
Conversando com uma amiga sobre o tema, ela abrindo o seu coração, me falando que se sentiu a própria Bruxinha, me falou uma frase sobre esse assunto que ficou gravada na minha mente. Quando tratávamos das possibilidades que a vida nos traz e o quanto as pessoas que conseguem transpor as barreiras delas e se aproximar, conseguem olhar com mais atenção para elas, elas entram num loop de pensamento que é: Eu gostando dessa, acabo perdendo ela.
Daí, então, elas preferirem colocar a pessoa que elas veem como a escolha perfeita no rol dos amigos, pois é mais fácil de lidar, pois assim não têm como elas cagarem a relação, afinal, a pessoa é muito legal, muito simpática, entende elas, sabe dizer cada palavra que elas precisam ouvir, é um bom partido, mas ainda assim, elas preferem que a pessoa se torne um amigo, pois por uma ideia sadomasoquista, elas não o perderão assim.
Ou seja, essas pessoas preferem abrir mão da felicidade por conta do medo de perder alguém que é capaz de fazer elas se sentirem bem, preferem não se arriscar num relacionamento, não forçarem se abrir ainda mais, nem baixarem as suas formas de defesa, ou deixar de serem tão reativas e passarem a ser mais ativas, a buscarem mais a felicidade delas. A pessoa é tão medrosa, tá tão acostumada a situações ruins em sua vida amorosa, que o deslumbre de felicidade que ela vem a ter com alguém que vai além da sua superficialidade, ela acha que é algo absurdo, ofensivo e aterrorizante.
Ocorre, que os siris não estão felizes com a forma como estão lidando com os seus relacionamentos, aliás, eles não gostariam de se relacionar da forma como se relacionam, mas ainda assim, não fazem muito para mudar isso, continuam fechados, como se fossem ostras, agindo sempre na defensiva, achando que qualquer pessoa que se aproxima deles está afim de partir os seus corações, quando na verdade, temos pessoas que estão dispostas a algo mais, que querem sim, criar vínculos.
Analisando as conversas que tenho com amigos sobre o tema, acho que esse é o maior problema das pessoas siris, elas não gostam de vínculos, pois vínculos significam intimidade, conhecimento, amizade, companheirismo... Quando você cria vínculos com alguém, você se fragiliza diante dessa pessoa, você mostra uma face sua que nem sempre a melhor que você tem.
Já falei um pouco sobre essa questão, as pessoas tendem a mostrar somente os seus lados belos, as coisas boas, mostram as suas qualidades, mas se esquecem que elas não são perfeitas. As pessoas siris agem de uma forma ainda mais perigosa, elas não mostram nada demais, elas permitem que as pessoas saibam poucas coisas sobre as suas vidas, se contentam com o básico do básico, para terem uma válvula de escape da relação ainda mais fácil.
Na verdade, essas pessoas siris não querem algo que seja realmente profundo, pois isso implicaria em se ligar a alguém, ter uma conexão, fazer com que alguém tenha uma relevância em sua vida e a partir do momento que isso ocorresse, elas teriam mais dificuldade em abrir mão, daí o pensamento de posse: quanto mais eu gosto de você, mais você vai me fazer falta.
Então, essas pessoas preferem não colocar pessoas legais no seu caminho ou no seu convívio amoroso, pois se julgam um desastre em relacionamento, logo, vão perder pessoas legais em suas vidas. Sendo assim, elas se envolvem com pessoas superficiais, mas querendo pessoas profundas, com pessoas descartáveis, querendo pessoas duráveis... Seguem agindo da mesma forma, pessoa após pessoa e acha que vai obter resultados diferentes. Isso chega a ser surpreendente, pois se você somar 2 + 2 a sua vida inteira, vai dar sempre 4. Se você não alterar os fatores, não tem como obter um resultado diferente, se você não passar a agir de outra maneira, você não vai conseguir fazer com que o relacionamento seja de uma outra forma.
No fim das contas, todo mundo quer um amor, todo mundo quer ser feliz, todo mundo quer um relacionamento maneiro. Ninguém gosta tanto de se dar mal, a ponto de se sabotar, contudo, a vida foi tão dura com essas pessoas, elas sofreram tanto, passaram por maus bocados, que elas descobriram que a melhor forma de se evitar um coração partido é escondendo o seu coração, é enterrando-o tão fundo, escondendo-o tão bem, que ninguém nunca mais vai ser capaz de pisar nele, que por mais que alguém tente, demonstre ou fala a pessoa querer mudar, ela não acha que vale a pena.
E por não valer a pena, ela não se abre, não se mostra, não se arrisca, não se desnuda, não faz nada além de dizer seu nome, sua idade, dizer seus interesses básicos e deixar o tesão rolar solto. Vive nessa ciranda de encontrar alguém, sair com essa pessoa, dar uns beijos na boca, se tiver que transar, transa, mas não consegue desenvolver nenhum tipo de sentimento além da empatia básica, não se encanta, não se apaixona, não gosta e não ama ninguém.
Quando perde o interesse inicial, quando vê que aquela beleza não é nada, pois o outro não lhe acrescenta nada, quando vê que aquela pessoa não te acrescenta nada, quando percebe que aquela pessoa na verdade não era nada além de uma vontade que se desfez, aí a pessoa siri se frustra mais e mais. Empurra ainda mais pro fundo o seu coração, tornando ainda mais difícil o trabalho de quem quer que queira enfrentar a hercúlea tarefa de conseguir chegar até esse coração.
Eu não consigo enxergar com bons olhos essa atitude das pessoas siris, afinal de contas, quem em sã consciência é capaz de sabotar o amor? Prefere viver lances do que ter uma relação real? Prefere se cercar de pessoas superficiais e vazias ao invés de pessoas profundas e com conteúdo? Quem pode dizer que não é desperdício de tempo, energia, saúde e vida ficar se relacionar com pessoas que não são capazes de saber 0,5% da sua vida?
Eu gosto de pessoas que me conheçam da cabeça aos pés, que não me perguntem o que eu quero ganhar de presente, que me surpreendem com algo que vai ser a minha cara, que querem realmente estar junto, que buscam fazer parte da minha vida, que se importam, que dividem seus problemas comigo, que somam comigo, que me fazem ser além, que conseguem entender o meu oi, que ouvem a minha voz e já me diagnosticam. Gosto de quem se importa, de quem quer bem, com quem demonstra, com quem dá valor, com quem se faz presente, com quem sabe ser parceiro, companheiro, amante e amado. Eu gosto de uma vida a dois por completo, se for pra ser só parte, então o melhor é mesmo me enfiar numa lata.