domingo, 31 de julho de 2016

O Coração Retifica

O Coração Retifica

O escuro do quarto era a única companhia que eu tinha
Você tinha batido a porta e era a certeza que você não ia voltar
A certeza do fim até que me confortava
Não há pecado para quem se entregou ao amar

Foi bom enquanto durou, mas agora que acabou é alegria
As fotografias me trazem lembranças do que passamos
Isso tudo que vivemos, que fique no passado
Remoçar a vida é o que precisamos

Já busquei novos ares, novos olhares
Novas saídas e novas companhias
Novas cores e novos sabores
Novas alegrias e novas fantasias

Abandonemos a tristeza, assim como nos deixamos pra trás
Agora que em nossas vidas nossos barcos do amor encontrem novas cais
Que toda a nossa melancolia se esvaia e dê espaço a alegria
Que as trevas de nossas noites vejam sempre a luz do dia

Desejo a você tudo de bom hoje e sempre
Que você volte a sorrir novamente
O amor acabou, mas a amizade ainda fica
Essas coisas de amor, o coração retifica

Tesão Ou Algo Mais

 Tesão Ou Algo Mais

Galera, entrei de recesso e estou aproveitando para por o sono em dia, para curtir um pouco os amigos, a família e cumprir alguns compromissos previamente assumidos, daí uma certa dificuldade de manter o blog totalmente em dia. Como alguns compromissos acabam se sobrepondo, eu tendo que ficar a maior parte do dia na rua, não tenho conseguido postar e deixar o blog totalmente em dia, mas as ideias e os textos continuam fluindo em minha mente, portanto, vamos parar de perder tempo e atualizar isso aqui.
Cara, estou num momento em que não me preocupo mais com certas convenções sociais no que diz respeito a relacionamentos amorosos. Ando muito sem paciência com os ditos jogos de sedução, com aquela coisa de a mulher não falar exatamente o que pensa, o que quer e o que deseja. Não consigo mais nem fingir que vou aturar esse tipo de atitude, que vou conseguir, mesmo que por alguns segundos, relevar essas pataquadas que as mulheres usam para tentar se colocar por cima dos homens.
Hoje, até as redes sociais são utilizadas como forma de se conseguir se envolver com alguém, mas as mulheres continuam se valendo de truques de anos atrás. Atualmente você consegue ver quando a pessoa visualizou a sua página do Facebook e no Instagram, quando viu sua mensagem no Messenger, no Skype ou no WhatsApp, então, não tem mais como se esconder de que não recebeu ou não visualizou alguma mensagem.
Mas ainda assim, mesmo como todos esses recursos, a pessoa quer dizer que você não entrou em contato com ela ou que ela não pode falar com você porque não recebeu a mensagem. Daí, entra o meu questionamento: Porque as pessoas não podem simplesmente serem sinceras? Porque não podem dizer a verdade, aquilo que realmente poria as coisas de forma direta, sem problemas para nenhuma das partes?
Acho tão simples quando uma mulher simplesmente chega e fala: Olha, não estou interessada em você. É simples, direto e não cria problemas para seguirmos a vida, ela, com algum outro cara lhe servindo de interesse e eu buscando uma outra pessoa. Nada demais nisso.
Ocorre que, muita gente gosta de brincar. Eu, já abro logo o jogo, tem gente que bate aquela coisa e me interesso e quero sair mais e mais e ver no que vai dar e tem gente que não, que é apenas o tesão, é só pelo físico, não liga a questão do interesse maior. Sem esse interesse, não rola de querer ter algo mais com essa pessoa, apenas ficar mais vezes com ela, apenas pelo tesão.
E muita gente não sabe diferenciar o tesão do interesse mais sério. Tesão você sente só de bater o olho, é aquela questão de pele, de você sentir atração, apenas pelo olhar. Já o interesse é mais que isso, precisa ter um contato, você conversar com a pessoa, querer ouvir mais dela, saber mais do que ela fala, do ela gosta de fazer, do que ela quer pra vida dela.
Mulheres costumam complicar mais essas coisas, misturando os dois conceitos. Acabam achando que tesão e interesse se confundem, e sabemos que não é bem assim. Quantas mulheres não olham um cara acham ele interessante, mas logo depois, quando o cara abre a boca cai tudo por terra?! Chega a ser até normal, ocorre com nós homens também, contudo, é muito raro, pois sabemos mais dividir essa relação de tesão e interesse.
Tesão é algo meramente físico, que é simplesmente você ficar com vontade de dar uns beijos em alguém ou não, se alguém te dá aquela vontade de arrancar a roupa e transar assim que você o vê. Quanto ao interesse, é mais profunda a relação, é quando você quer passar mais tempos com aquela pessoa, quando você tem o tesão, mas é mais que isso, não é somente a questão de corpo, é mais uma ligação de alma.
A questão é simples, existem pessoas que queremos só dar uns beijos na boca e outras que queremos para algo mais, é simples, é direto, é sem enrolação. Acho que isso que tá faltando hoje em dia, nós acabamos nos esquecendo que é só sermos sinceros, abrir o jogo. E mais, o que tem demais beijar na boca sem um compromisso sério?!
Oras, se você quer beijar na boca só por beijar, não tem problema, se você só quer beijar para algo mais, também não tem problema, a questão toda é você ter certeza do que está querendo. Têm dias que precisamos apenas dar uns beijos, têm outros em que só isso não nos preenche, mas de qualquer forma, temos que saber separar essas coisas. Nem todo mundo que a gente tem tesão, dará em um bom relacionamento para nós, e vice-versa. Portanto, encaremos com bons olhos as pessoas a nossa volta, vamos beijar na boca, ser feliz e seja o que tiver de ser.


quinta-feira, 28 de julho de 2016

E Vai Ter Olimpíada

E Vai Ter Olimpíada

Eu e minha mania de me meter em polêmicas. Risos! Depois de falar dos direitos LGBT no texto de ontem, resolvi falar de uma coisa que sempre me incomoda, que é a falta de visão macro das pessoas. Muita gente hoje está aí gargalhando com os acontecimentos das Olimpíadas, alguns até mesmo com aquela esperança de que amanhã os Jogos sejam cancelados aqui no Rio de Janeiro e terceiros ainda com uma fixação em que dê uma merda gigantesca e sai tudo errado e quem sabe até, que ocorra um atentado terrorista, só pra mostrar o quanto o nosso país é subdesenvolvido, podre, tudo de ruim que possa se ter no mundo e por aí vai.
Bem, vamos começar pelo seguinte: eu não sou dos que tapam o Sol com a peneira e acho que precisamos de pão e circo para o povo como uma forma de cala a boca. Dito isso, vamos adiante com a minha linha de raciocínio, acho sim que eventos de grande porte servem para alavancar um país, uma cidade ou uma região. Tivemos as Olimpíadas Militares em 2011, a Jornada Mundial da Juventude e Copa das Confederações em 2013, Copa do Mundo em 2014 e agora teremos os Jogos Olímpicos, eu vejo que todos esses eventos foram importantes para trazer uma imagem melhor da Cidade Maravilhosa no mundo todo.
Não, energúmeno, não acho que está tudo às mil maravilhas por conta desses eventos, sei bem do que estou falando, sou uma pessoa que chega a levar 3 horas no trânsito para voltar do trabalho, sendo que o caminho não tem mais de 35 quilômetros. Mas sei também, que as mazelas da cidade podem ser solucionadas com tais eventos, com os chamados legados. Pois bem, senão, vejamos, a cidade do Rio de Janeiro não tinha tantas intervenções viárias há mais de 15 anos. Isso mesmo, 15 anos. Moro numa das regiões mais afetadas pelos jogos, a região da Baixada de Jacarepaguá.
Claro que aqui estamos sofrendo com obras, com transtorno, com problemas decorrentes das Olimpíadas, isso é óbvio, ninguém pode achar que não teriam transtornos. Mas hoje, me remeto um pouco ao que ocorreu em 2012/13, quando das obras da TransOeste, naquela época, tudo era caos, mas hoje já não consigo imaginar a minha vida sem tal intervenção urbana. Não, não é perfeito, não é a melhor coisa do mundo, por favor, como eu disse anteriormente, não estou aqui pra tapar o Sol com a peneira, mas que está melhor do que era, isso está.
Lembro-me bem que antes, eu não tinha muita opção para sair de casa de noite, ou ia de carro e não podia beber por conta da Lei Seca, ou, se queria beber, tinha que voltar cedo ou então de manhã, pois não teria ônibus circulando de madrugada aqui pra casa. Hoje o BRT é 24 horas, posso ir pra qualquer lugar que chegando a uma estação do BRT eu volto pra casa. Não quero dizer que só porque eu tenho agora como voltar pra casa de madrugada, devemos apoiar a realização de grandes eventos. Claro que não, não é isso.
Por exemplo, sei que as novas “arenas” (ainda prefiro o termo estádio, mas tudo bem) foram superfaturada até na colocação de minhocas para aerar o terreno dos gramados, mas não é isso só que conta, até porque, infelizmente em nosso país, o esquema para se levar um a mais é enorme, até na fabricação de escolas ou hospitais e até mesmo cemitérios, temos esse superfaturamento, isso não é uma prerrogativa dos grandes eventos. Contudo, os novos estádios ficaram prontos para a Copa, a Copa foi um sucesso de crítica e público, o povo se divertiu, conseguiu se orgulhar da organização do evento e mais, pode mostrar para o resto do mundo que não somos os incompetentes que muita gente contava que seríamos, inclusive alguns dos brasileiros.
Eventos grandes assim, mexem com a autoestima do povo, alteram a dinâmica como o povo se enxerga no mundo, como os outros vão nos ver. Se por um lado, essas questões de problemas com a Vila Olímpica são embaraçosas, ao mesmo tempo, não são lá grandes coisas, realmente foi um certo desleixo por parte das construtoras e organizadores, mas nada que balde, água, sabão e encanadores não tenham resolvido em menos de um dia. Isso não vai abalar o efeito positivo que a elaboração de um evento grande desse trará, ao menos para a cidade do Rio e aos cariocas. Vejamos, australianos (que reclamaram de tudo, desde a nossa escolha como país sede) e espanhóis, estão reclamando, mas em Londres também houve problemas com a Vila Olímpica e não foi feito esse estardalhaço por parte das pessoas.
Pra mim, existem pessoas que adoram ser do contra e pessoas que veem tudo como uma oportunidade. Eu sou do segundo tipo de pessoa, vejo tudo como uma grande oportunidade. Somos uma cidade que adora receber as pessoas, somos solícitos e simpáticos, mesmo com todas as mazelas. Claro que vão haver incidentes vergonhosos, como já ocorreram, como o assalto aos repórteres estrangeiros na praia, mas me diga, qual grande cidade no mundo é livre de violência? Tirando talvez as capitais escandinavas, que realmente são uma civilização fora do comum, mas de resto...
Ontem estava vendo o documentário sobre a conquista das medalhas de Ouro e Prata pelas meninas do vôlei de praia em Atlanta. Na época eu estava com 14 anos e havia me esquecido que houvera um atentado terrorista durante os jogos. Pois é, em pleno EUA, houve um atentado, durante um evento de grande porte, e nem por isso as pessoas deixam de idolatrar e fantasiar com aquele país.
Vai aparecer alguém com o argumento que o dinheiro aplicado nos jogos poderia se construir várias escolas e hospitais. Bem, quem usa tal argumento não entende nada de administração pública ou de orçamento público. Como costumo dizer, são dinheiros diferentes. Dinheiro destinado a saúde e educação são oriundos dessas pastas ministeriais, onde orçamentos robustos os preenchem, o dinheiro das Olimpíadas vem de outras pastas, como esportes, planejamento e infraestrutura (que se não me engano, agora está no ministério das cidades) e cada uma dessas pastas vai usar os recursos, de acordo com os seus interesses. Por exemplo: Esportes – Arenas e Aparelhos Esportivos, Planejamento – áreas de grande interesse para o país, como aeroportos e outros meios de transportes, Infraestrutura/Cidades – Infraestrutura para as localidades onde ser realizarão os eventos. Ou seja, não adianta querer, pois o dinheiro de cada área tem que ser usado com aquela área. Não dá pra você querer tapar buraco em estrada com o dinheiro da saúde, assim como usar dinheiro para esporte para pagar médico.
Aí você vai rebater, dizendo, mas isso é questão de canetada, só transferir o dinheiro para a Saúde e Educação por projeto de lei ou decreto. Sim, poderia se fazer isso, mas os orçamentos desses ministérios já são bem voluptuosos, o nosso problema não são os recursos, mas sim a má utilização deles, como disse antes, até pra compra de papel higiênico nesse país, o cara quer levar uma vantagem. E o outro ponto, são as contrapartidas recebidas por conta dos grandes eventos.
Pensa comigo, você tem sua casa, e vai alugá-la para realizar uma puta festa nela. Você vai ter que pesar os prós e os contras, certo? Vai ver o quanto vai precisar investir, o quanto você vai ter de transtorno, o quanto que você vai se beneficiar depois com tudo isso, certo? Suponhamos, que você pesou tudo e resolveu que vai alugar sua casa para a festa. Você tem que se beneficiar de alguma forma com tudo isso, por todo o transtorno que você vai passar, certo? Nem que seja meramente financeiro o seu ganho.
Pois bem, aí está a maior causa de se realizar grandes eventos, o benefício financeiro. O Rio abriu mais de 30 hotéis nos últimos 3 anos, se comparado aos 3 anos anteriores, o crescimento é esplêndido. Com o surgimento de novos hotéis, surgem novas oportunidades de empregos diretos e indiretos. Fora bares e restaurantes, tantos outros empreendimentos surgindo a reboque dos grandes eventos.
Cara, escuta, não estou falando que está tudo às mil maravilhas, claro que não, temos muito o que cobrar dos nossos governantes, só ver que a maior parte das construtoras que fizeram os novos estádios da Copa estão ligadas com a Lava Jato, provavelmente teremos o mesmo problema com as Olimpíadas, contudo, isso é problema de justiça e política, não tem nada a ver com o evento.
O evento em si, é a celebração da união dos povos pelo esporte. Me diz, qual cidade no mundo tem mais a cara de Olimpíadas do que o Rio?! Aqui o árabe e judeu tomam cerveja juntos à beira mar, o americano é vizinho do russo e saem para curtir a noite juntos, o paquistanês anda com o indiano, sem se importarem, pois é bem esse o espírito dos Jogos, povos unidos confraternizando.
Fora tudo isso, se você ainda não está convencido, esse é o maior evento esportivo da Terra, onde os maiores atletas das maiores modalidades esportivas estarão presentes na nossa cidade, mostrando o seu talento, andando pelos lugares que nós andamos, podendo cruzar com a gente, como pessoas comuns, demonstrando sua capacidade atlética sob os nossos olhos, para que qualquer um de nós possa ver e se maravilhar com eles, incentivar a prática esportiva para crianças, jovens, adultos e idosos, servindo de exemplo, mostrando que o impossível pode ser real, trazendo para nós um pouco da mágica e da mística do Olimpo.
Se você não consegue ver, que isso só trará benefícios ao Rio, você é estúpido. E mais, se você não consegue ver que o povo brasileiro realizar um evento deste porte, sob os olhos do mundo todo e tudo correr bem, vai trazer ainda mais benefícios à cidade, bem, você não consegue enxergar a coisa macro, não consegue perder o espírito de vira-lata, que Nelson Rodrigues tão bem explicou. Afinal, não somos o melhor país do mundo, tenho certeza disso, mas nem por isso, estamos aquém de realizar uma grande Olimpíada e não ser motivo de chacota para o mundo. Problemas, podem ocorrer, como ocorreram em todas as últimas edições dos Jogos, de 92 pra cá, que é a primeira que me lembro, contudo, nada superará os benefícios, as boas lembranças, a festa e o sentido de dever cumprido, quando no final das Olimpíadas, virmos se apagar a pira no Maracanã.
Que venham os Jogos, que venham os atletas, que venham as grandes histórias, que venham os turistas, que venham os novos heróis brasileiros, que venha a alegria, que venha a festa, que venha o espírito olímpico, mas que acima de tudo, venham novos ares para a nossa cidade, que está precisando de boas novas.

quarta-feira, 27 de julho de 2016

Parada Hétero?!

Parada Hétero?!

Gente, é sério mesmo que vai ter uma Parada Hétero?! Isso é sério mesmo?! Como assim?! As pessoas estão perdendo o senso do ridículo. Afinal, a campanha dos caras é: “Ser hétero é divertido, legal e popular”. Nada contra os héteros, afinal, eu sou, me amarro nisso, gosto muito de mulher e não critico quem o faça também, afinal, é a perpetuação da espécie, contudo, o que me espanta é essa necessidade de se autoafirmar, sendo que nós somos a maioria, somos o “normal”, somos o “certo”.
Sinto vergonha desse tipo de campanha, pois sei bem o que é fazer parte de uma minoria, o que é você ser discriminado pelo que você é, sendo que você não tem uma opção, você é aquilo pronto e acabou. Pra quem não me conhece ao vivo e a cores e está caindo de paraquedas neste espaço, eu sou um homem negro de 33, quase 34 anos, que felizmente, nasceu numa família que desde sempre fez questão de valorizar a minha negritude e tudo mais, contudo, sei que essa não é uma postura comum em nossa sociedade, onde é muito difícil de você valorizar o que não é o senso comum da mesma.
Então, analisando essa coisa toda, vejo como é difícil você ser diferente numa sociedade que é comandada por Homens, Brancos, Adultos, Com Nível Superior, de Família Tradicional e Heterossexuais, assim sendo, você ser qualquer coisa diferente disso, você já vai ser visto como alguém a margem da sociedade. Por isso mesmo, sempre me vi como um marginal (literalmente) na sociedade, alguém que não faz parte do grupo tido como o principal da curva, sou sempre um ponto fora da curva. Daí, acabo sempre tendo empatia pelas tidas minorias, pelos excluídos, pelos marginais desta nossa sociedade tão desigual.
Saibam que eu sou um social-democrata, alguém que sempre vai se colocar a favor da democracia e dos interesses sociais, por uma sociedade mais justa e igualitária, por isso mesmo, acho que a questão não é defender os direitos dos homossexuais, mas sim de toda a sociedade, pois, por eu não ser um cara que é membro da elite dessa sociedade, eu acabo sempre pensando que em algum momento, se eu não me levantar contra uma injustiça, sei que em algum momento eu serei o afetado pela injustiça perpetrada.
Assim sendo, tô achando muito engraçada essa história de Parada Hétero, pois eu sempre vi que esse lance de paradas e protestos era para quem era discriminado, quem sofria para se expressar em uma sociedade opressora contra os princípios pregados por essas pessoas. Desta feita, me causa estranheza tal postura dos héteros com essa parada, afinal, em que eles estão sendo subjugados? O que realmente os está prejudicando? Qual o problema em ser heterossexual na nossa sociedade?!
Que realmente a homossexualidade está saindo dos porões da nossa sociedade e está ganhando destaque na mesma, está. Mas vem cá, vocês acham que foi agora que começou a surgir homossexuais na nossa sociedade?! Pois é, não foi mesmo de agora. E os homossexuais estão em todas as camadas da sociedade, são médicos, garis, jogadores de futebol, policiais, políticos, escritores, blogueiros, artistas, músicos, advogados, professores, simplesmente não há uma única área da sociedade em que estas pessoas participem e não possam ser respeitadas e admiradas por seus talentos profissionais.
E no fim das contas, o que afeta existirem homossexuais de forma não velada em nossa sociedade? Existem os argumentos mais esdrúxulos, mas alguns eu faço questão de rebater aqui. Dizem – Homossexuais vão influenciar as crianças hétero. Isso é uma besteira sem tamanho, afinal, desde sempre em nossa sociedade houve essa manifestação sexual e antes era muito mais rígida a repressão aos homossexuais e nem por isso cessou a aparição de homossexuais, muito pelo contrário. – Ah, mas os homossexuais são contra a natureza. Idiota, estude mais, em todas as espécies animais, existe homossexualidade, então, não fale besteira, natural é! – Você não pode negar que eles não podem procriar. Ué, mas todos os casais héteros podem?! Não é assim, existem muitos casais héteros que são estéreis e nem por isso são tidos como uma praga a nossa sociedade.
O problema maior que vejo, é que como sempre, o diferente choca, o que não é comum é motivo de repulsa. Nossa sociedade é uma das mais preconceituosas, racistas e misóginas do mundo, contudo, sempre se escondendo atrás da fachada, dessa gente bronzeada que mostra o seu valor. Somos capazes de mostrar compaixão com pessoas que estão do outro lado do mundo (nada contra, pelo amor de Deus, apenas estou fazendo um comentário), contudo, não conseguimos nos compadecer da pessoa que sofre ao nosso lado.
Estou falando isso, pois temos justamente essa questão dos direitos LGBT aqui no Brasil que ainda não foram totalmente regulamentadas, embora o STF já tenha batido o martelo, nossos governantes, que representam a elite do nosso país, sendo novamente um retrato das pessoas mais favorecidas, ou seja, Homens, Brancos, Adultos, Com Nível Superior, de Família Tradicional e Heterossexuais, sendo assim, excludente com todos os que são marginais a isso. Mesmo que você seja Mulher, Branca, Adulta, Com Nível Superior, de Família Tradicional e Heterossexual, você ainda assim, poderá sofrer preconceito por parte desta elite, afinal, você é mulher, tida como um ser inferior em nossa sociedade.
Igualdade é um conceito pouco afeito aos nossos governantes, que pensam em cada vez mais se distanciarem da sociedade, criando cada vez mais distâncias em nosso país. Poucas são as vozes que pegam a Constituição e colocam ela como norte, ignorando seus preceitos familiares, religiosos, educacionais e afins, para sim, construir uma sociedade mais justa. O que se vê e cada vez mais uma bancada religiosa ganhando mais força, as pessoas se mostrando cada vez mais preconceituosas e não tendo vergonha de se mostrarem assim.
Me lembro que uma vez, discutindo com um amigo sobre racismo, ele me falou que isso não existia no Brasil, afinal, não tínhamos grupos extremistas, não havia aqui uma postura do enfrentamento entre negros e brancos. Olhei pra cara dele firme, para tentar descobrir se era um opinião séria ou uma brincadeira, mas vi que era sério. Então, tive que demonstrar pra que como tudo em nosso país, até o nosso racismo era mambembe, onde o cara é capaz de dizer que não é racista, mas se borra de medo sempre que um negro chega perto dele, ou então, que diz que adora as pessoas negras, mas que nunca namoraria uma mulher negra e por aí vai.
E tive que lembrar a ele, que assim como os direitos LGBT hoje não são respeitados em sua totalidade, uma vez que eles estão impedidos de serem quem são livremente, com o risco de pagarem com a vida, os negros também sofreram muito com isso, afinal, foram impedidos de serem quem são livremente, não podiam manifestar-se culturalmente, afinal, proibiam a capoeira e o samba, religiosamente, pois as religiões africanas eram proibidas, isso há 100 anos atrás.
Então, me coloco sim como um defensor dos direitos LGBT, mesmo sendo heterossexual, afinal, não é preciso ser negro, para ser contra o racismo, mulher, para ser contra o machismo, estrangeiro, para ser contra a xenofobia, não ser católico, para ser contra o antissemitismo, ou ser homossexual para ser contra a homofobia. Eu sou a favor do ser humano, seja ele quem for, uma vida é e sempre será uma vida e vou sempre estar ao lado de quem é marginalizado e oprimido por esta sociedade, afinal, quem defende o mais fraco está preservando a diversidade, está preservando a pluralidade de ideias, está pensando em um futuro melhor para a raça humana. E é isso o que eu quero!

terça-feira, 26 de julho de 2016

Meus Amigos Estão Presentes

Meus Amigos Estão Presentes

Estou numa fase da minha vida em que prefiro as pessoas que somam, que agregam que me fazem querer mais, fazer mais, ser mais, que me forçam a ser mais do que o que eu sou e assim sendo, acabam me dando mais motivos para viver, para estar em harmonia com o universo a minha volta, que me tornam uma pessoa melhor, que me fazem ser alguém que realmente eu goste de ser, muito melhor do que pessoas que só te sugam, só te jogam pra baixo, que te botam num abismo gigante e te fazem não gostar de quem você é.
É engraçado eu falar isso, porque realmente tenho muitos amigos, e sei bem o que esperar de cada um deles. Tenho aqueles que são para qualquer momento em que eu esteja afim de me divertir, aqueles que só servem para os dias em que estou afim de beber, aqueles que são para os dias ruins, aqueles para os dias bons, aqueles que são de fé, aqueles que são para contatos profissionais e por aí vai, mas cada um deles me faz ser melhor de alguma forma.
Ademais, ainda tenho uma facilidade enorme para fazer novos contatos, novos amigos, novas parcerias... Tudo isso que me agrega, me traz novas experiências, novas vivências e faz com que eu seja ainda mais do que eu era antes de começar a conviver com essa pessoa. Essa troca de novas vivências, novas experiências, novas ideias, novas visões de mundo, se fundem com os meus pensamentos antigos e essa amálgama de ideias e formas de pensar e o que me forja, me faz ser quem eu sou hoje em dia.
Sou a favor da teoria de ser sempre eu mesmo, mas nunca ser o mesmo. É muito simples isso, eu tenho que ser a cada dia melhor do que o que eu era no dia anterior, saca? Eu realmente acho que essas coisas são importantes para eu evoluir e buscar ter o mundo como eu realmente gostaria que ele fosse. Até porque, se eu não posso mudar o mundo inteiro, ao menos eu posso mudar o meu mundo.
Dessa forma, escuto algumas pessoas reclamarem que estou distante, sumido e coisas assim. Isso é extremamente curioso, afinal, como já disse, uso o mesmo número de celular há 16 anos, o mesmo e-mail há mais de 10 e moro no mesmo local há 18 anos, então, se você é ou se considera meu amigo, não tem qualquer desculpa para não me encontrar ou fazer contato comigo.
Além disso, eu realmente ando me afastando de tudo aquilo que não me faz bem, sejam hábitos, locais e principalmente, pessoas.  Sempre me considerei uma pessoa que procurava os meus amigos, independente deles quererem me procurar ou não. Não, não estou mais ranzinza ou algo do tipo, e também não me insurgi de orgulho de uma hora para a outra, o que ocorre agora comigo é muito simples, eu tenho as coisas simples na minha vida e faço questão de mantê-las assim. Então, se você não aceita o meu jeito de ser, é um problema muito seu, caro amigo.
Eu gosto de que as pessoas valorizem a amizade que alimento por elas, da mesma forma que me sinto um privilegiado por ter essas pessoas em minha vida, penso que a recíproca deveria de ser verdadeira, então, acho que a coisa tem que funcionar em mão dupla. Claro que não estou dizendo que não procurarei mais os meus amigos, apenas estou dizendo que se eu não estou mais procurando por você, é porque de alguma forma, você também não está fazendo a sua parte para que mantenhamos uma amizade saudável nos conectando. Entendeu?
Quando eu falo que curto coisas simples na amizade, é simples mesmo. É quando você fala que quer tomar um chopp, a pessoa já fala: Só se for agora. Quando você quer ir ao cinema, a pessoa já manda os horários dos filmes disponíveis. É quando você diz que tá precisando, o outro já fala: Abra a porta que estou chegando com a cerveja. É quando você quer apenas conversar e a pessoa se disponibiliza para conversar madrugada a dentro. Eu vejo as amizades dessa forma, como uma entrega simples, sem interesses além de sermos felizes juntos, duas pessoas que querem fazer bem uma a outra, sem interesses.
Assim sendo, não consigo entender muito certas pessoas que fazem mega questão de complicar as amizades. Eu tenho amigos que muitas vezes só precisam ouvir/ler alguma mensagem de incentivo, uma mensagem positiva para que ele se sinta bem, pois está passando por um momento complicado em sua vida ou está precisando de vibrações positivas para sair de uma situação ruim. Eu como um amigo dedicado o faço.
Outros, estão precisando de colo, de abraço, de afago, de uma aproximação maior, pois estão se sentindo sozinhos, rejeitados, abandonados, desamparados. Eu vou e simplesmente me coloco à disposição, ofereço meu ombro amigo, permito ser o que o amigo está precisando.
E no final, não é esse o sentido real de uma amizade? Você ser aquilo que o seu amigo está precisando que você seja? Pois então, cada um dá para o outro o que quer, não necessariamente é o que pode. Muitas pessoas se dizem amigas, mas só estão do seu lado quando você pode pagar a cerveja, quando você vai para lugares caros ou quando você simplesmente quer ser o bambambam da coisa toda. Eu já passei da fase de querer agradar os outros.
Pois é, eu sou isso que todos vocês sabem que eu sou, não tenho essas frescuras. Gosto das coisas simples, sim é sim, não é não, talvez é talvez. Quando digo que quero ir fazer alguma coisa que me convidam é porque quero mesmo, quando não quero, já falo de cara, só deixo de fazer alguma coisa previamente combinada com um amigo por conta de fatos extraordinários e alheios a minha vontade, e gosto muito que as pessoas a minha volta sejam assim também.
Não gosto de mimimi, muito menos de pessoas que são pirracentas e mimadas, portanto, não me dou bem com pessoas sem maturidade para entenderem como funciona uma amizade verdadeira, por isso mesmo, se estou afastado de você, é por algum motivo desses acima explicados.
Quando eu chamar você para sair, amigo/a, encare como um convite mesmo, esteja à vontade para aceitar ou recusar, a fazer uma contraproposta, a se interessar por estar comigo, afinal, com meus amigos, até ficar parado, deitado na grama, olhando as estrelas passarem é interessante, por isso mesmo, quando eu estiver afim de vê-lo, irei chamá-lo, não importa muito para onde, o que conta é a companhia, o que conta é estar junto e nos divertirmos. Portanto, aceite que uma amizade requer simplesmente disposição, o resto é só alegorias e adereços!

segunda-feira, 25 de julho de 2016

Uma Nova Aventura

Uma Nova Aventura

Tomei você como norte
E aí, para azar ou sorte
Tudo mudou
Queria você em meus braços
E assim todo abraço
Virou mais um

Se você ficasse comigo
Eu te daria abrigo
Aqui no meu coração
Mas você preferia aventura
E cometeu a loucura
De fugir do amor

Negou-se a encara a verdade
Que a nossa realidade
Era nós juntos vivermos
Assim cometeu atropelo
E ignorou meu apelo
De ouvir o seu coração

Preferia a falsa liberdade
E não teve piedade
Desse pobre rapaz
Mas eu não desisti de você
Afinal, te fiz meu querer
E resolvi por você lutar

Seguindo com calma
Rasguei-me a alma
Só na sua intenção
Sua mente que estava precisa
Assim então ficou indecisa
Por causa de mim

Imaginei um mundo novo
Que só teria eu e você como povo
Seria um mundo bom
É tão bom esse sentimento
Que faz assim por um momento
Crer que o mundo é bom lugar

Com você eu sonhava
No meu sonho a gente se amava
Eu tinha tudo pra ser feliz
Meu coração era só alegria
Você era a melhor companhia
Para eu viver

Mas eu abri espaço pra ti
E tive que te ver partir
Da minha vida sem ter porque
Me deu vontade de ir te procurar
Só na certeza de você não notar
Que eu fui te ver

Mas percebi que você sentiu
A nossa distância te consumiu
E você me pediu pra voltar
Você me queria em sua vida
Mas com hora de partida
Pra mim não ia rolar

Você pediu, implorou
Até rezou, se ajoelhou
Visando me fazer reconsiderar
Eu gosto de inteiro e não de parte
Não sei viver só pela metade
Então parti

Você julgou ser covardia
Mas era apenas rebeldia
De um pobre coração
Uma forma de defesa
Daquelas mais coesas
Pra eu conseguir me desvencilhar

Busquei proteger meu coração
Pra que ele não sofresse desilusão
E assim, eu ficar bem
Agora é buscar nova aventura
Esquecer, pois, as desventuras
Que com você vivi

Atrás vem gente
Então, vamos em frente
Cada um pro seu lado
Que você seja feliz
Esse é o final que você quis
Então seja o que Deus quiser

domingo, 24 de julho de 2016

Duas Garrafas E Meia

Duas Garrafas E Meia

Como não notei antes que esse seu sorriso era só melancolia
Você fingia que estava feliz, mas isso era só fachada
Eu notava a sua tristeza bem funda em seu olhar e não entendia
Porque alguém manteria suprimida a sua desilusão guardada

Toda vez que eu te olhava, eu percebia um choro engasgado
O seu olhar embargado, pouco se notava por olhares menos atentos
Sempre eu tentava te confrontar, acaba com o grito abafado
Sentia que era tudo culpa do mundo, ninguém estava assim isento

Te puxei no canto para saber o que com você se passava
Você saiu apressada, dizendo que não era nada e que precisava de tempo
Tentei te alcançar, mas quanto mais eu insistia, mais você se afastava
Nosso passo acabou fora de compasso, ficamos a destempo

Disse-me, desarvorada, que já era grandinha e que sozinha se cuidava
Pensei na dor que eu vira, mas preferi me afastar de você
Cada um que sabe de si, só você sabia aquela dor que encruava
Eu simplesmente não entendia quem era capaz de querer te ver sofrer

Foi para casa certa de que o pior já tinha passado, queria uma taça
Bebeu duas garrafas e meia, se entorpeceu de vinho
Só quem já sofreu, sabe que com álcool a vida embaça
Você preferia o álcool ao colo, cafuné e carinho

Depois de um tempo, na madrugada já embriagada
Lançou mão do telefone para me pedir pra te ajudar
Chorava copiosamente, como se fosse uma pobre coitada
Acreditava que era indigna de se amar

Contudo, me permitiu ir lhe resgatar
Mas na verdade, você só precisava esquecer a dor
Abrir mão do que está a te machucar
Deixa de lado a melancolia e deixe explodir o amor

sábado, 23 de julho de 2016

#200

#200

Hoje estou chegando a incrível marca de 200 textos publicados aqui neste blog, uma marca realmente expressiva para mim, ainda mais em se tratando de algo que exige tanto comprometimento e dedicação, afinal, não é publicar qualquer coisa, é publicar algo que faça sentido para mim, que me conecte com o mundo exterior e ainda assim, seja pessoal e particular.
Não que esse espaço tenha alguma relevância para a literatura ou para a vida alheia, mas para mim é algo que me faz muito bem, me desestressa, me faz analisar o mundo sob outro prisma, me faz ver que sou menos estranho ou que existem mais pessoas estranhas nesse mundo do que eu imaginava. Mas de qualquer forma, olhar para tantos e tantos textos publicado, me faz ver o quanto mudei nesses últimos 100 textos.
Personalissimamente, mudei meu estilo de escrita, afinal, como toda e qualquer atividade, com a prática que você se aproxima da perfeição. Não, não julgo meus textos perfeitos, apenas que eles estão melhores com o tempo. Ainda não tenho um estilo fechado, cada texto sai de um jeito, com uma forma, não sou um Veríssimo, que é craque no não dizer, nas palavras não escritas, ou o Machado que era campeão das metáforas, ou ainda um Drummond, que consegue transformar qualquer temática em versos lindos e muito menos um Nelson Rodrigues, que consegue transformar em arte o cotidiano.
Eu sou apenas um observador de mim, vira-lata literário, alguém que usa palavras para aliviar um pouco o seu mundo conturbado. Falando dos textos, percebo que esses 200 textos publicados seriam quase um diário dos meus sentimentos, não que eu tenha sentido os mesmos sentimentos dos eu líricos de cada texto, mas, de alguma forma, me conectei com esses sentimentos, de alguma forma, todos eles significam algo para mim, foram a expressão dos sentimentos que eu estava sentindo, diretamente para o papel, ou no caso, para a tela do computador.
Analisando os fatos de audiência do blog, as pessoas curtem muito mais saber, lerem minhas crônicas pessoais, do que saberem minhas posições políticas e/ou afins, no fim das contas, posso me considerar um afortunado, afinal, as pessoas prestam atenção no que eu tenho a dizer e se importam de verdade com a minha vida, com fatos relevantes ou não da minha mísera vivência.
Através de 200 textos vocês acompanharam dramas, vitórias, derrotas, paixões, encantamentos, mistérios, indignações, inquietações, frustrações, júbilos, mas principalmente o meu bom e velho sarcasmo. Meu sarcasmo, minha ironia e meu deboche são presenças obrigatórias nos meus textos, sejam eles quaisquer que sejam, não importam a temática, em qualquer um deles vai haver um traço do meu perspicaz sarcasmo, sejam eles pessoais ou em terceira pessoa, o sarcasmo é quase um personagem.
E por falar em personagem, um passou a habitar o imaginário dos meus leitores. A Bruxinha. Essa é uma pessoa real, que possui nome, sobrenome, CPF, endereço, profissão, voz, número de telefone... Ela não é furto do meu imaginário, apesar de parecer realmente fruto da minha loucura criativa, ela é uma pessoa de carne e osso, defeitos e virtudes, mas acima de tudo, com um coração enorme e capaz de causar um turbilhão de emoções, mas sempre me servindo de musa inspiradora.
Todos sabem o quanto para mim foi curioso conhecer minha versão feminina, mas acima de tudo, foi importante conhecer alguém que me fez me conhecer mais, que me tira a todo instante da minha zona de conforto, que é capaz de me levar do céu ao inferno e vice versa em questão de segundos. Ela me fez aprender mais sobre mim nesses últimos meses do que eu aprendi nos últimos anos.
Olhando, vejo que aprendi a ser mais paciente, pois ela testa a minha paciência sempre que pode, aprendi a ser mais tolerante, pois me descobri sendo capaz de aguentar várias coisas que antes não aguentava, por causa dela. Me vejo mais disposto ao que me choca, ao que me sacode, ao que me tira do eixo, antes eu não toleraria viver 10% do que eu vivo com ela, aprendi a deixar as coisas correrem sem rumo, a não fazer planos a longo prazo, a apreciar mais as coisas da vida por elas mesmas, a não querer apenas chegar ao destino, mas apreciar também a viagem. Aprendi, que a vida está aí pra ser vivida.
Eu sempre fui uma pessoa de improvisos, quem me conhece sabe. Posso estar programados há meses para uma coisa, mas se no dia eu achar que vale a pena mudar tudo, jogar tudo pro alto e fazer tudo diferente, farei, sem o menor problema, contudo, com ela, eu sou forçado ao improviso ao extremo, parece que planos não foram feitos para nós dois, a gente apenas vive como se fosse um grande show de improvisos, em que as pessoas dão uma situação esdrúxula e nós dois vamos fazendo as coisas para que isso seja interessante para nós dois. É uma coisa de louco isso, mas para mim é muito bom, não tenho do que me queixar, ela me faz bem.
Relendo os meus primeiros textos, principalmente os mais antigos, os da época de colégio e comparando-os com os atuais, vejo também o quanto as temáticas mudaram, o quanto os assuntos mais simples ganharam densidade, o quanto ampliei o leque de temas, o quanto a minha visão de mundo se alterou, algumas coisas ganharam mais cores, adornos e floreios, outras ficaram mais pesadas, secas e sem cor, mas de qualquer forma, o mundo se tornou em alguns momentos mais hostil e em outros mais acolhedor.
Hoje, olhando esse número, me sinto mais forte, mais preparado, mais estruturado, para encarar esse nosso mundo de frente. Para muitos, 200 textos podem não significar nada, afinal tem gente que escreve esse número de livros, mas para mim, um homem que não tinha a pretensão de escrever um único texto, chegar à marca de 200 no ano, vejo como um sinal de resistência, de perseverança, mas acima de tudo, humildade.
Sim, humildade, e não é papo de escritor, pois estou aqui, me abrindo, me desnudando para o mundo, me abrindo para os críticos, me abrindo para toda e qualquer pessoa que queira saber da minha vida. Porém, que venham mais 200, 300, 500, 1000 textos e que eu continue evoluindo, literária e literalmente, na vida e nas palavras e que possa ver no futuro um mundo melhor.

quarta-feira, 20 de julho de 2016

Em Abraços Curtos

Em Abraços Curtos

No início/ Foi mais fácil/ Aceitar o vício/ Se mostrar mais frágil
Era compreensível/ Estava apaixonado/ Sentimento incrível/ Quase abobalhado
Avassalador/ Sentimento raro/ Chamado amor/ Para muitos caro
Se sentia vivo/ Quase libertário/ Apurava o crivo/ No imaginário

Quase displicente/ Abriu o seu mundo/ Meio inconsequente/ Mergulhou profundo
Se jogou de cabeça/ Quer a felicidade/ Nunca se esqueça/ Fale a verdade
Seja direto/ Sem enrolação/ Um amor sincero/ Vem do coração
Buscava em seus braços/ Se encontrar contente/ Cobrir-lhe de abraços/ Era o que tinha em mente

Mas o tempo passou/ Ela se entregou/ Ele se enamorou/ E tudo rolou
Tudo ficava bom/ Falavam no mesmo tom/ Ressoavam o mesmo som/ Os beijos sabor de bombom
Mostravam que essa união/ Tinha forte paixão/ Entregaram o coração/ Eram pura paixão

Se desejavam/ Como se fosse desígnio/ Quando se afastavam/ Parecia um martírio
Viviam juntos/ Tão enamorados/ Diversos assuntos/ Quando lado a lado
Não se desprendiam/ Buscavam algo eterno/ Já compreendiam/ Seu furor interno
Tomados de prazer/ Entregavam-se a loucura/ De poder viver/ Uma paixão tão pura

Certeza da felicidade/ Sentimento que contagia/ Vivendo na espontaneidade/ Parecendo até magia
Se amando sob o sol/ Sentados à beira mar/ Mergulhando num atol/ Ou um banho de luar
Deixam o amor florescer/ Só o que é bom germinará/ Rega para crescer/ Multiplicará
Gerando bons frutos/ Deixando tudo como tiver de ser/ Tentando em abraços curtos/ Um ao outro suster

terça-feira, 19 de julho de 2016

O Medo Do Medo Que Dá

O Medo Do Medo Que Dá

Gosto muito do Lenine e ele tem uma canção chamada “Medo” que trata dos medos que afligem a existência humana como um todo. Acho essas temáticas sobre a psique humana superinteressantes, ainda mais quando envolvem medos pouco comuns, medos que geralmente não são os comuns ao senso comum, e não estou falando de medo de palhaço, de pessoas altas, de amigos imaginários... Não, estou falando de medos tão absurdos que até as pessoas desajustadas socialmente acham estranho alguém sentir tais medos, aqueles medos tão bizarros que causam estranheza a qualquer pessoa, até as que os sentem.
Falo isso, pois tenho convivido com pessoas com as mais diversas fobias, mas algumas possuem justamente essas fobias que são dignas de estudo. Por exemplo, convivo com uma pessoa que tem medo de ser feliz. É, é isso mesmo, MEDO DE SER FELIZ. Você vai achar que eu estou exagerando, mas não, é a mais pura verdade. Ela faz parte do grupo de pessoas que causa estranhamento nos desajustados sociais.
E quando digo que é medo de ser feliz, é medo mesmo, é tão sério isso, que ela sabota qualquer relação que lhe aproxime da felicidade. Afasta pessoas que lhe trazem um pouco mais de graça para a sua vida, sejam elas amigos, parentes, conhecido, colegas de trabalho ou até mesmo os seus interesses amorosos.
Sobre este último tema eu já estou escolado, conheço ela bem o suficiente, ela é o tipo de pessoa que se apavora com a possibilidade de felicidade em um relacionamento, prefere se enfiar em relações que ela mesma enxerga como sem futuro do que se jogar em um relacionamento que lhe traga um pouco mais de estabilidade e pareça ter um futuro um pouco diferente de todos os seus relacionamentos até o presente momento. Ela não quer se jogar em um relacionamento com alguém que lhe faça realmente feliz, prefere abrir mão de ter um relacionamento maduro por achar que pode machucar o outro e com isso, perdê-lo em sua vida. Mas me digam vocês, quem disse que no amor a aposta é certa?
Claro que ao vermos um vislumbre de felicidade nos causa um pouco de pânico, afinal, todo mundo quer ser feliz, mas nem todo mundo tá preparado para isso, basta ver que existem pessoas que mesmo com uma vida tida como perfeita acaba cagando no pau. Mas a maior parte das pessoas ao verem um prelúdio de felicidade, mesmo que apavoradas, se apegam àquilo como uma tábua de salvação, passam a valorizar cada vez mais e mais a possibilidade de ser feliz, fazendo o vislumbre tomar forma e virar felicidade plena.
Mas o que leva alguém a sabotar a sua felicidade com outra pessoa? Bem, no caso dessa pessoa com a qual eu tenho muita intimidade para falar, é o medo de perder. Acho curiosa essa postura dela, porque ela realmente é uma pessoa maravilhosa, merece muito ser feliz, passou já por muita coisa nessa vida, mas é o tipo de pessoa que perdeu um pouco daquela crença infantil de que a vida é um conto de fadas, em que no final todo mundo tem um final feliz. Não, ela age como se ser feliz fosse errado, pois não vê a felicidade em sua vida há tempos. É mais uma questão de conscientização do que de coração mesmo, ela até acredita que uma relação possa fazer ela feliz, mas prefere que seja por alguns momentos e não para todo o sempre.
Outro ponto é que ela não se vê sendo capaz de não fazer merda em um relacionamento, ela se julga indigna de ser amada e por isso, prefere afastar as pessoas que gostam dela de verdade, que a conhecem bem, que a fazem feliz, simplesmente por achar que mantendo essas pessoas numa área de “não namoro”, elas vão ficar na vida dela e assim, ela poderá ter a sua felicidade de uma forma o tanto quanto estranha.
Eu acho estranha essa postura, de verdade, não consigo ver alguém querendo se negar a ser feliz, é uma atitude, observada por determinado prisma, burra. Afinal, se consegui chegar a uma conclusão sobre o motivo da nossa presença nesse mundo aqui, é que devemos ser felizes, sempre. E por isso mesmo, não podemos deixar de buscar nossa felicidade, de acreditar que devemos ser felizes há todo momento e que essa felicidade depende das nossas escolhas e dos nossos atos.
Quanto a essa pessoa, eu realmente acho que ela apenas tem medo de acabar sendo feliz muito rápido, muito cedo, pois ela realmente curte uma liberdade, uma vida menos regrada, ou seja, uma vida mais solta, uma vida onde ela possa ser e fazer o que quiser. Ela gosta de ter o controle de suas relações, saber que pode fazer e acontecer a qualquer momento e que quem quer que esteja com ela vai ter que se sujeitar aos seus desígnios e caprichos.
Ocorre que ela é feliz com pessoas que são justamente o oposto disso, que lhe tragam mais estabilidade, que a deixem correr solta, que não tentem prendê-la, que correm com ela pra longe, que não caem nas suas implicâncias, que se divertem com isso, que sabem quando ela precisa de colo, que conseguem se fazer presente mesmo distantes, que não se deixam abater quando ela está afim de sumir da face da Terra. Ela simplesmente precisa de alguém que seja somente o que a faça feliz.
Acho que ela não precisa acreditar que a felicidade está em uma única pessoa ou em um conjunto básico de pessoas, mas ela não precisa mais ficar pulando de galho em galho, buscando saciar sua necessidade interna de felicidade, ela já tá na idade de trocar a felicidade momentânea por uma felicidade duradoura. Não quero dizer que as coisas serão eternas, mas que elas sejam eternas enquanto durem e que ela possa se livrar das suas amarras, do seus traumas e medos e encarar a felicidade plena que se vislumbra pra ela.
Muitas amigas minhas me falam que só buscam alguém que as acompanhe, com os quais elas tenham milhões de afinidade, que as façam rir, que se importem com elas, que as façam se sentir seguras e que possam ter uma relação legal, não que necessariamente será um namoro, noivado ou casamento, mas ao menos, elas se prestam a arriscar, se prestam a encarar os seus medos, seus receios, suas dúvidas, deixam tudo isso de lado, para buscar a felicidade.
Acho normal termos medo, eu mesmo, tenho milhões de medos, mas não tenho medo de amar e nem de ser feliz, acho que pra isso, sou bem destemido, me jogo e não tenho medo de lutar pelo que eu quero, pelo que eu acho necessário para ser feliz, se o meu prelúdio de felicidade está no olhar de alguém eu vou fazer de tudo para ir atrás dele, vou sempre buscar a minha felicidade e vou fazer tudo o que estiver ao meu alcance para isso, nem que seja necessário ignorar os meus instintos básicos, para ir atrás de algo maior.
Mas sendo como for, só quis aqui falar do medo, aquele medo que dá quando você vislumbra que pode ser feliz com alguém, quando você percebe que esse alguém pode te fazer perder bem mais por estar longe de você do que você arriscando a viver um algo mais com essa pessoa. Desta feita, só desejo que ninguém sinta medo de arriscar no amor, de buscar amar mais, ser mais, querer mais o amor e que o amor seja só o que basta, que não nos prendamos a mesmice e nem ao conformismo, que tenhamos a certeza de que a felicidade, merece todos os sacrifícios e todas as tentativas de buscarmos elas.
Eu só posso dizer uma coisa, só tenho medo de uma coisa nessa vida, do medo do medo que dá de ter medo de ser feliz, pois eu sou dos caras que acredita em final feliz, acredito que cada um ainda há de encontrar alguém para ser feliz pelo resto da vida, acredito que estamos nesse mundo apenas com o propósito de sermos felizes e acredito que tudo isso é o grande mistério pelo qual estamos nessa vida. Assim, nunca vou deixar de buscar ser feliz e que eu nunca tenha medo disso.

PS: Dedicado a alguém que eu gostaria que não tivesse medo de arriscar ser feliz.

Um Dia De Cada Vez

Um Dia De Cada Vez

Você está com medo do que, afinal de contas?
A vida é uma só para se viver, e ela é curta
Claro que devemos curtir a vida, assim, intensamente
Mas não devemos temer a nossa felicidade, não seja burra

Por que temer a sua felicidade dessa maneira assim?
Afastar de você quem e o que te faz bem, por puro medo
Ignorar o prazer de construir algo com alguém
Só por conta do seu estranho prazer de sofre em segredo

Você prefere fingir gostar de amor em quantidade e não em qualidade
Abre mão do que te faz bem por puro capricho infantil
Realmente, dá medo alguém e ver a sua felicidade estampada
Mas ser feliz plenamente, a dois, te dá um ar quase juvenil

Não use subterfúgios, não se enfie em relações sem futuro
Não caia na armadilha de maltratar que te quer bem
Não seja mesquinha ou leviana, nem brinque com o coração alheio
Não esconda os seus sentimentos atrás de ninguém

Saiba você que eu também tenho meus medos
Mas viver sem você pra mim é o meu maior temor
Você é e sempre será uma grande incógnita pra mim
Mas escute bem, tudo o que eu quero é te dar meu amor

Não bote o carro na frente dos bois, meu bem
Deixe a vida correr de boa, não se afobe, não
Ninguém é capaz de prever o futuro, nisso você pode acreditar
Aproveite bem e vivencie com prazer o dia a dia para não ser em vão

Mais vale um amor maduro, com quem realmente se pode contar
Do que amores que não nos realizam ou não nos completam
Não falo de relacionamento sério, mas sim de se curtir a dois
Afinal, o que conta é um relacionamento onde os dois se complementam

Não finja que não é verdade e que eu estou fantasiado
Você sabe muito bem o quanto eu significado para você
Então pra que ficar insistindo em velhos hábitos e erros
Pra você ser feliz basta você deixar se envolver

Eu não estou encanado, você não vai me magoar
Na vida temos que arriscar pelo que nos faz bem
Erra é humano, saber perdoar é divino
Não tem porque a gente não viver além do que nos convém

Esqueça tudo o que você já viveu, o passado já passou
Fique no presente, viva somente o agora
Vamos viver o daqui pra frente, um dia de cada vez
Viva o sentimento que vem de dentro e deixe todo o temor de fora