#200
Hoje estou chegando a
incrível marca de 200 textos publicados aqui neste blog, uma marca realmente
expressiva para mim, ainda mais em se tratando de algo que exige tanto
comprometimento e dedicação, afinal, não é publicar qualquer coisa, é publicar
algo que faça sentido para mim, que me conecte com o mundo exterior e ainda
assim, seja pessoal e particular.
Não que esse espaço tenha
alguma relevância para a literatura ou para a vida alheia, mas para mim é algo
que me faz muito bem, me desestressa, me faz analisar o mundo sob outro prisma,
me faz ver que sou menos estranho ou que existem mais pessoas estranhas nesse
mundo do que eu imaginava. Mas de qualquer forma, olhar para tantos e tantos
textos publicado, me faz ver o quanto mudei nesses últimos 100 textos.
Personalissimamente, mudei
meu estilo de escrita, afinal, como toda e qualquer atividade, com a prática
que você se aproxima da perfeição. Não, não julgo meus textos perfeitos, apenas
que eles estão melhores com o tempo. Ainda não tenho um estilo fechado, cada
texto sai de um jeito, com uma forma, não sou um Veríssimo, que é craque no não
dizer, nas palavras não escritas, ou o Machado que era campeão das metáforas,
ou ainda um Drummond, que consegue transformar qualquer temática em versos
lindos e muito menos um Nelson Rodrigues, que consegue transformar em arte o
cotidiano.
Eu sou apenas um
observador de mim, vira-lata literário, alguém que usa palavras para aliviar um
pouco o seu mundo conturbado. Falando dos textos, percebo que esses 200 textos
publicados seriam quase um diário dos meus sentimentos, não que eu tenha
sentido os mesmos sentimentos dos eu líricos de cada texto, mas, de alguma
forma, me conectei com esses sentimentos, de alguma forma, todos eles significam
algo para mim, foram a expressão dos sentimentos que eu estava sentindo,
diretamente para o papel, ou no caso, para a tela do computador.
Analisando os fatos de
audiência do blog, as pessoas curtem muito mais saber, lerem minhas crônicas
pessoais, do que saberem minhas posições políticas e/ou afins, no fim das
contas, posso me considerar um afortunado, afinal, as pessoas prestam atenção
no que eu tenho a dizer e se importam de verdade com a minha vida, com fatos
relevantes ou não da minha mísera vivência.
Através de 200 textos
vocês acompanharam dramas, vitórias, derrotas, paixões, encantamentos,
mistérios, indignações, inquietações, frustrações, júbilos, mas principalmente
o meu bom e velho sarcasmo. Meu sarcasmo, minha ironia e meu deboche são
presenças obrigatórias nos meus textos, sejam eles quaisquer que sejam, não
importam a temática, em qualquer um deles vai haver um traço do meu perspicaz
sarcasmo, sejam eles pessoais ou em terceira pessoa, o sarcasmo é quase um
personagem.
E por falar em
personagem, um passou a habitar o imaginário dos meus leitores. A Bruxinha.
Essa é uma pessoa real, que possui nome, sobrenome, CPF, endereço, profissão,
voz, número de telefone... Ela não é furto do meu imaginário, apesar de parecer
realmente fruto da minha loucura criativa, ela é uma pessoa de carne e osso,
defeitos e virtudes, mas acima de tudo, com um coração enorme e capaz de causar
um turbilhão de emoções, mas sempre me servindo de musa inspiradora.
Todos sabem o quanto para
mim foi curioso conhecer minha versão feminina, mas acima de tudo, foi
importante conhecer alguém que me fez me conhecer mais, que me tira a todo
instante da minha zona de conforto, que é capaz de me levar do céu ao inferno e
vice versa em questão de segundos. Ela me fez aprender mais sobre mim nesses
últimos meses do que eu aprendi nos últimos anos.
Olhando, vejo que aprendi
a ser mais paciente, pois ela testa a minha paciência sempre que pode, aprendi
a ser mais tolerante, pois me descobri sendo capaz de aguentar várias coisas
que antes não aguentava, por causa dela. Me vejo mais disposto ao que me choca,
ao que me sacode, ao que me tira do eixo, antes eu não toleraria viver 10% do
que eu vivo com ela, aprendi a deixar as coisas correrem sem rumo, a não fazer
planos a longo prazo, a apreciar mais as coisas da vida por elas mesmas, a não
querer apenas chegar ao destino, mas apreciar também a viagem. Aprendi, que a
vida está aí pra ser vivida.
Eu sempre fui uma pessoa
de improvisos, quem me conhece sabe. Posso estar programados há meses para uma
coisa, mas se no dia eu achar que vale a pena mudar tudo, jogar tudo pro alto e
fazer tudo diferente, farei, sem o menor problema, contudo, com ela, eu sou
forçado ao improviso ao extremo, parece que planos não foram feitos para nós
dois, a gente apenas vive como se fosse um grande show de improvisos, em que as
pessoas dão uma situação esdrúxula e nós dois vamos fazendo as coisas para que
isso seja interessante para nós dois. É uma coisa de louco isso, mas para mim é
muito bom, não tenho do que me queixar, ela me faz bem.
Relendo os meus primeiros
textos, principalmente os mais antigos, os da época de colégio e comparando-os
com os atuais, vejo também o quanto as temáticas mudaram, o quanto os assuntos
mais simples ganharam densidade, o quanto ampliei o leque de temas, o quanto a
minha visão de mundo se alterou, algumas coisas ganharam mais cores, adornos e
floreios, outras ficaram mais pesadas, secas e sem cor, mas de qualquer forma,
o mundo se tornou em alguns momentos mais hostil e em outros mais acolhedor.
Hoje, olhando esse
número, me sinto mais forte, mais preparado, mais estruturado, para encarar
esse nosso mundo de frente. Para muitos, 200 textos podem não significar nada,
afinal tem gente que escreve esse número de livros, mas para mim, um homem que
não tinha a pretensão de escrever um único texto, chegar à marca de 200 no ano,
vejo como um sinal de resistência, de perseverança, mas acima de tudo,
humildade.
Sim, humildade, e não é
papo de escritor, pois estou aqui, me abrindo, me desnudando para o mundo, me
abrindo para os críticos, me abrindo para toda e qualquer pessoa que queira saber
da minha vida. Porém, que venham mais 200, 300, 500, 1000 textos e que eu
continue evoluindo, literária e literalmente, na vida e nas palavras e que
possa ver no futuro um mundo melhor.
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