sexta-feira, 8 de julho de 2016

Noite A Dentro

Noite A Dentro

O badalar do relógio indica meia noite
Os olhos já me traíam
Já cansado e fadigado, evitava me manter desperto
O sono dominava os meus atos
Caminhava a passos largos para o reino de Morfeu
Travava uma batalha inglória, mas não conseguia dormir
Acreditava que não precisava ficar mais acordado
Barbitúricos, remédios e entorpecentes só me deixavam ébrio
Não me despertavam mais
Já passava de uma da manhã, mas eu ainda acordado
Quase um morto vivo, fazendo as coisas sem sentido
O relógio parece que corre mais rápido quando você quer dormir
A insônia me transforma em um ser letárgico
Quase estado vegetativo, até um pouco catatônico
A cama me abraça, mas não me acolhe
Já são duas da manhã e não prego o olho
Fico imaginando todas as técnicas para dormir
Conto carneirinho, tomo um copo de leite morno
Fecho os olhos, concentro, medito, rezo
Parece que nada faz efeito
Ligo a tv e tento fazer com que o sono venha
Morfeu parece não me julgar digno do seu reino
Rolo de um lado pro outro da cama e nada
O farfalhar dos olhos simplesmente lacrimeja
Mas nada é suficientemente eficiente
Bate três horas da manhã e o cansaço já me abandonou
Só a irritação me acompanha
A cama já não serve para se deitar, mas para se estar
Olho para o teto como quem busca uma solução
Saio do quarto, dou uma volta pra tentar desligar
Já cismado, sento-me na sala e observo os sons ao meu redor
É mosquito, é buzina, é alarme, é gato, é cachorro...
Ouço até o som da escada de madeira se realinhando com a temperatura
Cada som é mais um motivo para querer dormir
Mas o que fazer se o sono não vem?
Já são quatro da manhã e o panorama não se altera
Com a mente em ebulição, já acho que Morfeu tomou de mal comigo
Fingindo acreditar em assombração, volto para a cama e me cubro
Quem sabe assim o sono não aparece?
Afasto a mente de pensamentos longos
Tento assim desacelerar o cérebro
A insônia já se tornou minha dona
Começo a perder de vez a vontade de dormir
Ligo a tv novamente, assisto qualquer porcaria
Vejo, mas não observo, não assimilo mais nada
Quando bate cinco horas, abandono a ideia de dormir
Já são vinte e quatro horas direto no ar
Levanto da cama após essa batalha e já sei que perdi
Me encaminho ao banheiro em passos trôpegos
Sou um arremedo de mim mesmo
Com abstinência de sono, tomo banho
Escovo os dentes, boto uma roupa qualquer
Já não tenho sono, muito menos vontade de dormir
Eu já não sou quem eu queria
Por um caso fortuito, ainda habito meu corpo
Tomo uma xícara de café e sigo na vida
Não durmo, mas ainda sonho
Mesmo que seja acordado


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