terça-feira, 30 de maio de 2017

Não Quero Um Relacionamento, Quero Me Envolver

Não Quero Um Relacionamento, Quero Me Envolver

Estou cercado de pessoas que estão se acovardando no que diz respeito aos relacionamentos. Muita gente preferindo viver ilusões do que se arriscar em aventuras, é gente que opta por algo mais seguro, mas que não chega nem perto de ser o que a pessoa realmente gostaria, do que viver algo que sabe em que existe sim a possibilidade de dar errado, contudo, que traz muito mais vida, alegria e afins para a pessoa. É muita gente se escondendo atrás de um relacionamento falido, ao invés de buscar a sua felicidade, colocando que pode ser feliz com alguém que não lhe entende, que lhe força a ser outra pessoa ou que lhe obriga a mudar e não ser realmente quem você é.
Parece uma epidemia, vejo várias pessoas em relacionamentos que não as fazem felizes e aí, buscam um consolo em outros lugares, seja nos braços de terceiros ou em saídas, novos hobbies ou qualquer coisa que o distraia da realidade do seu relacionamento, onde por comodismo, afeição, carinho, carência ou sei lá mais o que, a pessoa permanece lá, sem que veja que o mundo é além.
São amigos e mais amigos (homens e mulheres), vivendo em situações de puro comodismo, vivendo uma relação que eles vão levando com a barriga. Calma, não estou falando que no primeiro problema as pessoas devam se separar e buscar ir cada um pro seu lado, não é isso. Até porque, sou contrário à isso, sou a favor de se fazer todo o esforço ao nosso alcance para salvar nosso relacionamento. Contudo, existem momentos em que devemos saber quando a luta é possível de ser vencida e quando a guerra já está perdida.
O problema, é que essas pessoas estão enfiadas em relacionamentos falidos, onde não dá mais para se salvar a relação. Estão vivendo algo que não tem mais volta, que o relacionamento acabou, só não foi finalizado. É aquela relação em que se perdeu o carinho, o respeito, a amizade, a admiração, onde se perdeu tudo de bom e só se mantém por conveniência, por medo de ficar sozinho, por saber que as famílias vão perguntar, por não saber como explicar o que deu errado, mas de qualquer forma, você se mantém pelos motivos errados.
Em alguns casos, a pessoa se mantém por pena, por carregar nas costas a infelicidade do outro e com isso vai mantendo uma relação que é totalmente nociva para os dois, pois não agrega mais coisas boas, só traz sentimentos ruins, coisas que machucam, fazem mal e vão fazendo a relação deixar de ser algo bom e passando a ser um estorvo.
Não estou dizendo aqui que era melhor não ter tido esse relacionamento. Não é isso, todo relacionamento vale a pena, mesmo aqueles em que você descobre que o melhor é nunca mais ter um igual. Como já cansei de falar, de tudo você tira uma lição positiva, mesmo que seja a lição de nunca mais repetir aquilo. Mas o ponto é, esse relacionamento chegou a um ponto, que você tem que saber que não vai mais ser prazeroso, não vai mais ser vantajoso, não vai mais ser legal e muito menos uma experiência feliz.
São casos onde o parceiro quer que você mude, por exemplo. Vocês se conhecem num bar, bebendo todas e depois de um tempo uma das partes começa a criticar que você goste de frequentar bares e beber todas. Quando você é uma pessoa que sempre teve muitas amizades e aí o parceiro começa a reclamar disso, implica com seus amigos, a ponto de você optar por se afastar dos seus amigos para ele se sentir melhor, aí ele começa a reclamar dos seus familiares, aí quando você repara, sua vida é só com o parceiro. Quando você é uma pessoa que gosta de sair e o seu parceiro começa a querer te fazer ficar mais em casa, assistir maratonas de séries e assim vai.
O engraçado dessa coisa toda, é que muitos desses amigos, dizem que é uma coisa boa, pois o outro desperta nele coisas que ele não era. Mas é exatamente isso, você não é essas coisas. Claro que as pessoas nos influenciam, isso é um ponto certo de um relacionamento, as pessoas nos tornam pessoas melhores, até porque queremos ser exatamente como as pessoas nos veem com seus olhos. O problema é quando o outro quer que a gente mude os nossos aspectos centrais da nossa personalidade.
Quando o problema é justamente você falar para uma pessoa que gosta de sair, que ela tem que parar de sair, ficar mais em casa. Pra uma pessoa que gosta de beber, que ela não pode mais beber, que isso não é legal. Ou então, quando uma pessoa gosta de sair pra noite, boates, shows, bares e afins, e você não quer mais que ela faça isso. Ou ainda, quando você critica as amizades e os familiares da pessoa, para que ela se afaste deles por você ter ciúmes ou querer o controle da vida dela. E aí é quando você começa a tolir a personalidade do outro e isso é uma tremenda sacanagem.
Até porque, como eu ínsito sempre, você se apaixona por alguém pelas suas qualidades, mas aprende a amar pelos seus defeitos. Você descobre que ama alguém quando você percebe que os defeitos dela não te causam problemas, muito pelo contrário, você começa a achar que determinado defeito é até o charme da pessoa, a graça dela. É quando você é a pessoa mais pontual do mundo, comina de chegar na casa da pessoa 19 horas e ela ainda nem entrou no banho, mas ainda assim, você consegue ver graça nisso.
Outro ponto que me causa espanto, é que por estarmos nos aproximando do dia dos namorados, as pessoas parecem estar mais propensas a aceitar qualquer coisa que joguem na direção delas. Algumas então, são mega especialistas nessa arte de achar o pior no meio dos piores e conseguem sempre estar envolvidas com quem não tem a menor, digo menor mesmo, afinidade com elas.
Mas pra alguns, o que vai contar mesmo é passar o dia 12 de junho acompanhado do mozão. É estar com alguém que supra a sua carência ou a sua necessidade de exibir nas redes sociais que não está sozinho, carente ou que ninguém te quer. Pra mim, vai ser mais um dia, como outro qualquer. Não vou querer estar ao lado de alguém só porque a sociedade acha que isso que é bom.
Já tive muitas provas em minha vida de que é muito melhor estar sozinho do que mal acompanhado, ainda mais nessa fase atual das pessoas em que elas estão pouco dispostas a se doarem, a se desnudarem e de vivenciarem uma boa relação. As pessoas andam se escondendo em relações frias e superficiais e isso pra mim é totalmente inaceitável.
Prefiro muito mais estar sozinho e esperar até encontrar alguém que se encaixe em minha vida, do jeito que a minha vida é, do que abrir mão das coisas que me fazem ser quem eu sou, para agradar alguém que não está disposta a fazer sacrifícios para estar comigo. E esse é um ponto que me é muito sensível, pois eu sou desses, eu meto a cara, caio pra dentro, se tiver que ir atrás no Japão, eu vou, mas desde que eu sinta que a recíproca é verdadeira.
Nesses dias, vi um meme que dizia: Não vou pegar um avião por alguém que não é capaz de atravessar uma rua por mim. E penso bem dessa forma, não vale a pena quando só um dos dois está disposto. E isso é importante de se falar, pois estamos passando por momentos em que todos querem o “seja feita a vossa vontade”, mas o “venha a nós o vosso reino”...
Apesar de as pessoas gostarem muito de serem servidas, agradadas, amadas, elas não estão muito preocupadas com a retribuição, não querem fazer a parte delas, e colocar o gerúndio em suas vidas, não querem o servindo, o agradando e o amando, isso pra elas é supérfluo, desde que a relação lhes traga benefícios, de preferência materiais. A minha geração está se esquecendo que o amor ainda é importante, mas não o amor única e exclusivamente erótico, estão se esquecendo que comprometimento, companheirismo, amizade, afeição e carinho se somam ao desejo carnal para formar uma relação respeitável.
Assim sendo, estamos vivendo momentos em que as pessoas querem namorar sem amar o outro, casar sem amar o outro, querem ser agradadas, mas não estão nenhum pouco dispostas a agradar, querem mudar o outro, mas não abrem mão de quem elas são, querem tudo, mas não estão dispostas a dar nada, querem ser entendidas, mas não se abrem, querem que a vida seja um passeio no parque, mas não estão dispostas a encarar as intempéries da vida. A verdade é que tem muita gente disposta a ter um relacionamento, mas poucas pessoas realmente dispostas a se envolverem.

sábado, 27 de maio de 2017

A Solidão Nossa De Cada Dia

A Solidão Nossa De Cada Dia

Cara, o pior tipo de solidão é aquele que você sente quando está cercado de gente. Quando você está se relacionando com várias pessoas, mas ainda assim se sente sozinho, sem se conectar com essas pessoas. Você sente que ninguém consegue te compreender, ninguém é capaz de entender seu jeito de ser, sua forma de pensar. Você percebe que as pessoas te escutam, mas não te entendem, que você explica e ninguém aprende. Parece que a sua vida é uma coisa totalmente distante do convívio humano básico, que as pessoas a sua volta conseguem interagir com os outros de uma forma muito melhor do que você.
Pra mim, a pior coisa é justamente essa, de estar sozinho no meio da multidão, de viver cercado de pessoas que não te conhecem de verdade, de estar ali e ninguém fazendo questão de realmente te conhecer, te compreender, saber quem você é. As pessoas ficam sempre tateando a superfície e não veem o quanto você tem realmente a apresentar. Não querem saber das suas dores, dos seus problemas, dos seus dilemas, da sua vida. Só se preocupam se você é capaz de pagar a próxima rodada, de ir na melhor boate, naquela festa irada ou qualquer coisa do tipo.
Falo isso, pois um dos maiores flagelos da humanidade na atualidade é a solidão. Quando temos a tecnologia como aliada, aproximando cada vez mais as pessoas que estão distantes, ela também acaba afastando muito mais as pessoas que estão por perto. Afinal de contas, qual foi a última vez que você reuniu os amigos apenas para comer petiscos, beber uma cerveja e bater papo na casa de alguém? Ou ainda, quando foi a última vez que você conseguiu ter uma conversa completa com o seu melhor amigo, sem que tenham adiantado o assunto por redes sociais ou afins?
Andamos tão ocupados para tudo e para todos, que é muito mais fácil manter uma relação no mundo virtual do que vivenciar uma amizade ao vivo e a cores. Estamos nos esquecendo do que é sentar com um amigo por horas e conversar, rir, chorar, interagir e viver. Preferimos mandar uma mensagem no WhatsApp, uma postagem no Facebook, um vídeo no Youtube, mas esquecemos que o real está aí.
Abro aqui um parêntese, pois quando estive mal, precisei dos meus amigos, muitos nem se ligaram nisso na época, mas eu apenas perguntava por eles, queria saber por onde andavam, o que estavam fazendo ou ainda convidava para tomar uma cerveja, sentar e papear comigo em algum bar, na beira da praia ou no fundo do meu quintal... Poucos foram os que realmente se mostraram capazes de fazer isso e sou grato a esses, pois, quando eu precisei, tive com quem contar.
Mas é muito complicado, quando você está se sentindo sozinho e o seu telefone não toca, ou então, não chega uma mensagem no seu celular, você não recebe um e-mail, uma visita, você não recebe nada. Você retroalimenta dentro de você ainda mais esse sentimento de se sentir sozinho, de estar só no mundo, de achar que não se encaixa em lugar algum. E as pessoas a sua volta vão vivendo as vidas delas, como se nada daquilo lhes dissesse respeito.
Um sábio disse: “Tu te tornas responsável por tudo aquilo que cativas”. Pois bem, sempre fui uma pessoa que gosta de gente, contudo, sou muito exigente quanto ao tipo de pessoas que eu quero a minha volta, não quero pessoas que só se beneficiem da minha presença, gosto de trocar com as pessoas. Acho que qualquer relação se vale de uma troca entre as pessoas, onde cada um se beneficia da vivência, com as duas pessoas se tornando pessoas melhores depois que passam a conviver.
Ocorre, que hoje, as pessoas andam tão vazias, tão superficiais, que eu ando tendo problemas em fazer amizades. Não consigo me conectar com as pessoas a minha volta, elas se mostram bloqueadas, fechadas a conhecer alguém além do básico. Não se mostram reais, são sempre grandes em tudo o que fazem, perfeitas, cheias de compromissos sérios e tal, enquanto eu, me vejo cada vez mais falho, complexo, imperfeito e cheio de problemas.
Entendo que as pessoas queiram viver as suas vidas virtuais, afinal, o mundo é muito melhor nas redes sociais, as pessoas são mais sorridentes, não têm problemas, não erram, são perfeitas, são muito, mas muito mais felizes. Já eu, mostro meus defeitos, minhas falhas, não me escondo do que falei ou postei, acabo não sendo a pessoa mais fácil de lidar, justamente por eu ter posicionamentos contundentes sobre diversos assuntos.
Isso vem muito da formação acadêmica que resolvi me dedicar. Um professor uma vez falou que o advogado é uma pessoa capaz de conversar por 15 minutos sobre todos os assuntos e sempre ter uma opinião a dar sobre qualquer assunto. Eu acabei sendo bem assim, não gosto muito dessa coisa de em cima do muro ou de fazer média. Não gosto muito dessa coisa de que preciso agradar as pessoas para elas gostarem de mim. Até porque, conheço muitos loucos, que gostam de mim, justamente por eu ser assim, do jeito que eu sou.
Antes que você pense, não sou daquelas pessoas que acham que sinceridade é um substituto para educação. Não, eu sou educado, aprendi que se eu não tenho nada de bom para falar de alguém, melhor eu não falar nada sobre essa pessoa. Quando vejo algo que não me agrada em alguém que eu goste ou que eu conviva, prefiro fechar os meus olhos do que ir discutir. Isso se chama maturidade, não é uma coisa que podemos cobrar de todos, mas enfim, é como eu vivo a minha vida. Percebi que não vale a pena perder um amigo só porque temos opiniões diferentes sobre as coisas da vida.
Porém, vejo que a solidão também pode ser uma pena autoimposta, a gente pode ser imputar um exílio, simplesmente por não conseguir conviver com certas superficialidades. Sou do tipo de amigo que quando gosta de alguém, gosta pra valer, não tem aquela coisa de mudar de opinião depois. Busco os amigos, mesmo quando eles dão provas de que não estão muito a fim de estar comigo.
É bom falar disso, porque em muitos momentos, quando eu estava em depressão, eu não queria estar com os meus amigos, me distanciei e eles aceitaram isso. Eu, já submergido disso, vejo que não posso abandonar qualquer um dos meus amigos que passem por isso. Busco o contato, busco estar perto, mando sinal, pergunto sobre a vida, mas indo além, escuto o que eles têm a dizer, pois muitas vezes, quando a pessoa está com solidão, ela só quer ter o contato, só quer saber que alguém está escutando e dando atenção a ele.
Então, busque seus amigos, mesmo quando eles parecerem que não estão a fim muito de contato ou de estar com você, pode ser nesse momento que ele esteja mais precisando da sua atenção, do seu carinho e do seu apoio. Muitas vezes, estamos cercados de pessoas à nossa volta, mas não temos um amigo sequer. Estamos sentados em bares, com várias pessoas, mas nenhum que seja capaz de nos ouvir realmente, ouvir o que realmente temos para dizer. Falar das nossas angústias, das nossas lamentações, dos nossos defeitos, alguém capaz de amansar nossos pensamentos, mesmo que não nos diga nada.
O mais importante que vejo, é que não podemos deixar as tecnologias nos afastarem de quem queremos bem, não podemos deixar que sejamos reféns de modismos ou coisas assim, temos que demonstrar que nos importamos, temos que ir além das superficialidades, precisamos ir além do básico, ninguém ganha nada sendo um amigo de ocasião ou ainda, deixando os amigos de lado quando eles mais precisam. Ligue pra quem você quer bem, pergunte como ele está, se importe mais com as pessoas, seja mais, o mundo já está cheio de pessoas mais ou menos.
Tire a solidão dos seus amigos, chame-os para tomar um chopp, para comer uma batata frita, para ver um filme comendo pipoca na sala da sua casa, se mostre presente. Muitas vezes um gesto simples pode ser aquilo que fará a diferença na vida de alguém. Não fique apenas sentindo a falta de alguém, busque-o, demonstre que ele é importante para você, que ele faz diferença na sua vida e que ele não está sozinho nesse mundo. Seja a diferença que você quer ver no mundo. E para os meus amigos, eu reafirmo aqui, nenhum de vocês está só, sou seu amigo, quero seu bem e estou aqui para o que der e vier. Podem contar comigo, a vida é muito menos complicada quando temos com quem contar.

quinta-feira, 25 de maio de 2017

Experiência De Quase Morte

Experiência De Quase Morte

Encarei a face feia da morte e ela me sorriu
Acreditei que aquilo era o que de melhor eu teria
Um coração pesado, mortalmente me feriu
Atuava em minha vida mais forte do que magia

A morte era feia, mas sabia seduzir
Enganava a todos que criam na sua felicidade
Que ia acabar com a dor ela chegava a garantir
Mostrava-se influente sobre mim a qualquer idade

Sangrou-me os pulsos como se isso fosse me trazer paz
Beijei a morte por longos 360 segundos
Aquela boca amarga queria mais e mais
Estava eu assim, habitando dois mundos

Em um mundo, a dor era um peso enorme nas costas
No outro, a gélida luz me acalentava
Num, eu estava cercado de gente morta
No outro, por mais que eu tentasse, ninguém me escutava

Voltei ao mundo depois de uma forte dor
Parecia que eu nascera novamente
A consciência vinha entremeada de um forte odor
Cheiro que me entorpeceu, assim, dominando-me a mente

Me deixei dominar por devaneios delirantes
Acreditando ainda nas promessas que a morte me fez
Não conseguia me firmar em pé, pois as pernas estavam claudicantes
A ideia da morte me beijar, simplesmente se desfez

Não via mais sentido naquilo que me tornara
Acreditei em falsas juras de uma torpe messalina
O sangue ainda comprimia minha cara
Toda a vontade de mim declina

A morte me espreitava ainda
Sorrateira, marota e mesquinha
Minha alma se encontrava agora na berlinda
Azedando toda a doce vinha

O desfibrilador ainda ardia no meu peito quente
Ainda meio que sem jeito minha respiração arfava
O teto preto nos olhos fazia com que eu lembrasse do aconchego do ventre
Do outro mundo a morte já não mais me chamava

Quando me retomei pra mim, já não aceitava seus gracejos
A morte já não era mais uma coisa sedutora
Eu já não me deixaria ser capricho para seus desejos
Então, ao invés de você me matar, que você morra

terça-feira, 23 de maio de 2017

Sobre Passado, Presente E Futuro

Sobre Passado, Presente E Futuro

Olha, eu não sou de ficar alardeando aqui coisas boas que acontecem em minha vida, mas eu realmente gosto de comentar quando as coisas estão se alinhando, quando a vida começa a sorrir pra mim, depois de tanto que eu sorri para ela. Já andei tanto tempo de birra com o universo, crendo que a vida não deveria me dar rasteiras e tal, que me esqueci que eu também preciso batalhar e fazer por onde, deixei de fazer a minha vida caminhar e me fechei as mudanças.
Caí numa depressão complicada, estive fechado para as pessoas a minha volta, tanto amigos quanto família, tive pensamentos não muito ortodoxos ao meu respeito, me fechei em mim e no meu mundo e acabei me tornando uma pessoa que eu não era, me esquecendo de quem eu um dia tinha sido e fazendo muito mal a mim e a quem me amava, me jogando num poço tão fundo e tão escuro, que não via soluções fáceis e rápidas para sair dele, chegando a achar que a única saída era tentar contra mim mesmo, me sabotando cada vez mais e mais.
Já tratei desse momento da minha vida em outros momentos e no atual texto quero abrir mais espaço para isso, embora o que valha de importante aqui é que eu já me considerei destruído e hoje, consegui superar isso. O texto de hoje é para tratar do inverso, quando as coisas começam a se encaixar, quando você percebe que o mundo pode ser um bom lugar, quando você nota que o mundo inteiro parece um grande playground pra você e você consegue se beneficiar disso, realmente.
Mas ao analisar o meu momento atual, me contraponho ao meu momento passado e percebo que fiquei muito, mas muito tempo me prendendo à minha zona de conforto, deixando de ir além do que eu poderia, aceitando certos rótulos, certas impressões e até certas imposições que a vida me obrigava, sendo que eu não concordava com nada daquilo que eu estava me tornando.
Os Titãs têm uma música chamada Não Vou Me Adaptar, que fala sobre a pessoa não se adaptar a ser aquela pessoa que ele se tornou. Eu estive assim, não me adaptava a ser aquela pessoa que eu tinha me tornado, eu estranhava e muito aquela pessoa que eu era, acabando não conseguindo ser feliz com o que eu era e rejeitando aquela pessoa que me tornei.
Era o clássico não gosto do que sou e não consigo conviver bem com isso, aquilo me deprimiu de tal forma, que eu não conseguia ver saída disso. Eu me conformei, me acostumei com aquela zona de conforto, acabei ficando na mesmice, na superfície, no raso e não conseguia ir além do que eu via como a minha vida. Acabei tendo momentos que hoje, considero patéticos, não me sentia mais como eu gostaria de ser e não reconhecia mais a face que eu olhava no espelho.
O ponto crucial disso, foi que me fez refletir muito sobre quem eu era, quem eu fui e quem eu queria me tornar. Uma coisa que eu aprendi nessa caminhada eterna que chamamos de vida, é: nenhuma rua é sem saída para quem sabe olhar para trás. Pois bem, eu comecei a olhar para o meu passado, rever pensamentos sobre onde eu queria estar, o que eu queria fazer da minha vida, com quem eu queria dividir minha vida, sobre o que eu queria que minha vida significasse para os outros, sobre o que eu, como uma pessoa qualquer poderia fazer para mudar o mundo.
Daí, comecei a refazer, me reconstruir, me reaproximar das pessoas que eu queria por perto, me afastar das que eu já não queria mais, mudei meus hábitos, reeditei outros, fui fazer coisas que me faziam bem, que me traziam alegria e satisfação, coisas que me mostravam quem eu realmente era, ou ainda, quem eu sempre fui, mas tinha me esquecido de ser.
Uma das coisas mais interessantes nesse processo todo, foi que eu redescobri a escrita como uma forma de catarse para mim. Sempre tive uma ótima relação com a escrita, sempre fui muito bom com as palavras e sabia usá-las como brinquedos, como diversão e como arte. Desde sempre, desde que eu me entendo por gente, eu gostava de “palavrear” (usar as palavras de uma forma aleatória, só para o meu prazer), daí, pegava o gravador de casa, uma fita e começava a falar, criar músicas, cantar, fazer entrevistas comigo mesmo e com o passar do tempo, com o avançar da idade, com o peso dos compromissos, acabei me afastando desse hábito.
Note, que sempre tive incentivo em casa para tal hábito. Lá em casa, sempre tivemos uma vasta biblioteca, meus pais são professores, sempre incentivaram a cultura, tivemos aulas de música, de línguas, de artes, de tudo que foi coisa e cada um de nós desenvolveu as suas habilidades forjadas por essas influências que tivemos de nossos pais. Sempre tivemos o incentivo à cultura, a sermos cultos, a termos conhecimentos e adquirirmos cada vez mais dele, para proveito próprio e das pessoas à nossa volta.
Porém, algo curioso, nunca fui incentivado a escrever, mesmo nos colégios ou em casa, nunca era uma coisa que as pessoas me encorajavam. Engraçado disso, é que eu comecei a ver que era bom com a escrita, por justamente contestar essa não apreciação que eu recebia dessa arte por parte de professores. Estudei no Imperial Colégio Militar do Rio de Janeiro, nome imponente para uma instituição mais que centenária e que já gerou muitas e muitas gerações de personalidades desse país, desde presidentes, ministros e outros tipos de políticos, até artistas, atletas e grandes personalidades.
Acontece que, o Colégio Militar não é um dos ambientes mais propícios a você formar uma personalidade desviante como a minha. Lá, você recebe um número que passa a te identificar por toda a sua estada no Colégio, que é pra demonstrar bem que você ali é mais um. Nada contra, devo muito do meu conhecimento a forma como o Colégio Militar lida com o conhecimento, sendo sempre altíssimo nível.
Contudo, eu não tinha como me expressar da forma como eu queria, não tinha como tratar de temas complicados como os que um adolescente passa, falando abertamente com o sargento da minha companhia. Não, é complicado você tratar de sexo quando o seu colégio não permite nem a interação homem/mulher. Você tem os desejos, mas não pode consumá-los, você tem as ideias, mas não pode externa-las, você tem os pensamentos, mas não tem como pô-los em prática.
Aí entra a escrita na minha vida, passei a abusar dela, pois assim eu conseguia expor o que eu pensava e o que eu queria sem criar muitos problemas para mim. Professoras de redação não conseguiam entender o meu estilo narrativo ou as minhas ironias no papel, muitas das minhas redações não eram narrativas, mas sim reflexivas e meus poemas tratavam de uma temática romântica, quando eu só externava pensamentos bobos e banais, tornando meus versos quase que uma antítese do que eu era.
Assim, a escrita foi a minha grande válvula de escape. Quando eu sentia que o mundo estava complicado demais, era só transpô-lo para o papel que aí ele descomplicava. Parecia passe de mágica, o mundo nunca mais foi o mesmo para mim. Passei a controlar o meu mundo com tinta e papel, com imaginação, hipérboles, ironias, metáforas, metonímias, figuras de linguagem, em forma de verso ou prosa.
A caneta e o papel traçavam a minha rota de fuga da mesmice que as pessoas queriam me obrigar a viver. Com o passar dos anos, encontrei parceiros que me incentivaram a escrever, encontrei pessoas que admiraram a minha forma de lidar com as palavras, mas dificilmente eu via isso como uma coisa além de um hobby ou algo assim. Todavia, ao me encontrar em situação tão deplorável, a ponto de estar odiando até viver a minha vida, eu tinha abandonado a escrita como um hábito, fazendo dela quase que uma coisa comercial, escrevendo apenas quando necessitava mostrar um lado meu que poucos conheciam ou que não tinha muita vontade de conhecer.
Ao me afastar da escrita, acabei me afundando ainda mais de quem eu era e de quem eu gostava de ser, me deixei tomar por pensamentos que não conseguia mais expor de forma clara no papel, me deixei tomar por ideias que em nada me serviam sobre mim e que mais eram motivos de alegria para quem achava que eu deveria ser simplesmente aquilo que eles esperavam.
Mas, porque eu resolvi tratar de tudo isso? Bem, uma coisa muito simples, meus caros amigos, eu voltei a ser quem eu era, voltei a ser quem eu queria ser, quem eu admirava e quem eu tanto lutei para ser, depois que eu voltei a me dedicar a essa arte. A escrita me fez voltar a crer em mim, me ter total apreço.
Hoje, me olho no espelho todos os dias e consigo reconhecer aquela pessoa do outro lado, ter orgulho de quem ela se tornou, saber que apesar do que ela passou, ela não desistiu de si mesma, mesmo que tenha sofrido com isso, tenha aceitado ter pensamentos nada convencionais sobre si e sobre o que fazer consigo, mas tudo isso é coisa do passado. O que importa hoje é o pra frente e olhando pra frente, me vejo muito mais forte, muito mais contente e muito mais preparado para enfrentar os infortúnios da vida, pois sei que mesmo que eu caia de novo, tenho em que me apoiar para me levantar.
Agora, tratando do tema original desse texto, me pego em uma fase excelente, pois estou feliz comigo mesmo por estar retomando o rumo da minha vida, buscando novos desafios, saindo da minha zona de conforto, indo além, entrando mais no mar, buscando águas mais profundas...
Estou no momento de encontrar novas realidades para mim, retomando a escrita como um hobby valioso para mim, aprendendo como é escrever transcrevendo o meu interior, colocando o que sou eu pra fora, não mais me afastando de quem eu sou e me aproximando mais e mais do que eu quero ser. Sentindo orgulho do que eu sou, do que me torno e do que eu pretendo ser.
Falo isso, pois hoje me reconheço com um escritor, como alguém que consegue se conectar com os interlocutores, consigo fazer quem está do outro lado se colocar no meu lugar ou ainda saber como a minha experiência se encaixa na sua vida também. Isso me traz a certeza de estar indo pelo caminho certo de estar buscando nas artes a saída de momentos ruins, mas que hoje, como a minha vida mais em ordem, vendo o mundo a minha volta me trazendo coisas boas, me faz ficar com a sensação de que quando a gente se redescobre, quando a gente foca em fazer o que nos faz bem e nos deixa felizes, não tem nada e nem ninguém que possa jogar contra.
A autoestima é uma coisa muito necessária, foi somente quando eu voltei a me enxergar com bons olhos que eu pude voltar a exercer minha arte com plenitude, e chegar ao ponto onde hoje me encontro. Não que seja algo de extraordinário, mas você ser considerado um escritor com potencial por pessoas do ramo, realmente envaidece alguém que está buscando um caminho para o seu trabalho artístico. Só posso agradecer por ter retomado o rumo da minha arte e focar em cada vez mais, me manter nessa levada, para quem sabe um dia, realmente poder chegar a ser reconhecido como um escritor de renome. Vamos em frente, que a vida está retribuindo todos os sorrisos que eu voltei a lançar para ela.

quinta-feira, 18 de maio de 2017

Nós X Eles

Nós X Eles

Então, se consumou o que alguns já sabiam, mas que a grande maioria que se prestava a ser massa de manobra fazia questão de ignorar: A NOSSA CLASSE POLÍTICA ESTÁ PODRE. E quando falo podre, não é questão de uma maça podre no meio da caixa ou de uma leve infecção na pele, falo de podre, como um grande câncer que cresceu tanto, mas tanto, que a metástase já comprometeu tanto o Congresso Nacional, que só existe uma resposta que traria dignidade a todos: uma eutanásia.
Sim, estou falando isso mesmo, a verdade é que a nossa classe política tinha que ser toda execrada, não há santos, não há heróis, não há salvação, só temos a certeza de que há envolvidos de todas as matizes, todos os partidos, todos os estilos, todos os estados, todos os pesos, todos os tamanhos, em todos os lugares.
Pra quem ainda não entendeu, a disputa nunca foi de esquerda com direita, certo com errado, PT x PSDB, Dilma x Aécio, anjos x demônios, sul x norte, ricos x pobres, inteligentes x burros... A disputa correta sempre foi Nós, o povo, contra Eles, os políticos, ou mais ainda contra os detentores do poder, afinal, podemos incluir aí também o Judiciário.
Nós, o povo, estamos sofrendo há uns 4 anos os sortilégios da nossa classe política, capaz de querer cometer as maiores atrocidades contra o povo e ainda assim exigir nossos votos, querer nosso apoio, ou seria conivência, não sei ao certo. Em 2013, houve um pequeno despertar, o povo foi pras ruas, tomou as cidades, mostrou sua indignação, contudo, nossos políticos, como sempre, agiram na surdina, mexeram os seus pauzinhos e desmobilizaram um movimento, que por ser apartidário, não conseguiu avançar além das reivindicações banais, se colocando “contra tudo isso que está aí”.
Os escândalos de corrupção já se arrastam desde a nossa redemocratização, se você não se lembra ou ainda não era nascido nessa época, pesquise um pouco no Google para saber sobre escândalos da SUDENE, SUDAM, Anões do Orçamento, Máfia dos Sanguessugas, Projeto da Reeleição e tantos outros. Essa questão de corrupção não é uma novidade e nem foi inventada pelo PT, como mais uma vez fica comprovado com mais uma delação bombástica de empresários.
Aliás, os grandes empresários do Brasil, que agora se colocam como vítimas, nada mais são do que peças da engrenagem que faz a corrupção rodar aqui em nosso país. Eles se beneficiam de políticas aprovadas que os beneficiam e em troca liberam quantias exorbitantes de dinheiro para esses parasitas. Enquanto isso, eles vão lucrando cada vez mais, engordam também os bolsos dos malditos políticos que eles ajudam a eleger para manter o Status Quo a favor deles.
Uma vez um sábio estudioso falou que quando um empresário faz doação pra campanha, ele não o faz por ideologia, mas o faz por investimento. Pois bem, mais do que nunca está comprovado que isso é verdade. Odebrecht doou para Dilma e doou ainda mais para Aécio, sem falar para Eduardo Cunha e Marina Silva. OAS também teve o mesmo procedimento, assim como todas as outras empreiteiras envolvidas com a Lava Jato, sendo que esse procedimento era em nível nacional, estadual e municipal.
Agora, vemos que a JBS diversificou ainda mais o Modus Operandi, pagando, teoricamente, é claro, até, o advogado do Aécio na Lava Jato, contudo, sabe-se que o dinheiro nunca foi parar na mão do advogado, indo parar nas mãos do Zezé Perrella, grande amigo do Aécio, que era dono do helicóptero cheio de cocaína que foi apreendido dentro da fazendo do Aécio, curioso, não?
Pois é, Lula ganhou agrados, recebeu tríplex, sítio em Atibaia, Aécio tinha crédito direto com as empresas, os partidos tinham tesoureiros com poder de saque junto as grandes empresas do país, Temer fez o pacto pra tirar a Dilma, “matar” o Cunha e “comer” o Aécio e por aí foi. E enquanto isso, os bancos obtêm cada vez mais lucros, as montadoras obtêm mais lucros, se desonera folhas e mais folhas de setores “investidores”, se perdoa dívidas dos grandes devedores e no final, quem paga o pato é o povo.
Mas Victor, peraí, teve um movimento que eu apoie que dizia que eu não ia pagar o pato, você vai me dizer que eu fiz papel de trouxa? Meu caro amigo, só posso te falar igual o personagem do Paulo Silvino na Praça É Nossa: E o povo, oh! Pois é, no fim das contas, nós somos bem aquele playboy que o Capitão Nascimento pega logo no início do Tropa de Elite no morro do Turano, afinal, somos nós que financiamos essa merda toda aí.
As panelas não são mais batidas, as pessoas ainda acham que as reformas Trabalhista e da Previdência, promovidas pelo nosso futuro ex-presidente, são benéficas para o povo, ainda acreditam que era só por conta dos 20 centavos, acredita que o Lula é inocente, acredita que o Aécio é inocente, acredita que o Temer é inocente, acredita também em coelhinho da Páscoa, Papai Noel, Mula Sem Cabeça, acredita até que não vai pagar o pato.
Acredita piamente que teremos um salvador da pátria, seja ele um maluco expulso do exército, com pensamentos genocidas, com um que de ditador, ou num empresário engomadinho que se mistura com o que há de pior na política, se aliando aos caras que estão sendo delatados agora, mas que eram todos contra corrupção nesse país...
É, tá difícil, Lúcio Costa e Niemeyer devem estar se revirando nos seus túmulos hoje, afinal, como diz aquela piadinha, se eles soubessem que iam fazer com a cidade que eles projetaram, teriam feito ela em forma de privada e não de avião.
Entenda de uma vez por todas, meu caro leitor, não se trata de uma questão simples de se afastar quem roubou, pois a corrupção em nosso país é uma pandemia, não tem limites, não se apega a A ou B, pega o alfabeto inteiro e até os números.
Não é porque um roubou mais ou menos, que chancela o roubo do outro, não é porque o PMDB roubou que o PT tem que roubar. Não é porque o PSDB agia assim que os outros tinham que fazer também. Acho que a primeira lição que nossos pais nos ensinam é que não somos todo o mundo, que não é porque o Fulano fez, que eu também tenho que fazer.
Ainda acho que nosso país tem jeito. Acho mesmo, e não falo isso da boca pra fora e te explico o porquê. Primeiramente, estamos diante de uma oportunidade ímpar de fazer uma higienização da nossa classe política. Podemos, pela primeira vez, mesmo desde a ditadura, de nos livrarmos de alguns males que a nossa sociedade sempre elegeu.
Segundo, podemos agora, como uma nação soberana, escolher que tipo de política queremos para o nosso país, não precisando de políticos fazerem isso através de uma constituinte, mas sim com a força popular, criando uma nova forma de governo, onde o povo tenha voz e vez, se fazendo realmente representar, podendo exigir dos seus eleitos que eles façam coisas em benefício do povo e não em benefício próprio.
Terceiro, fazermos, finalmente, uma reforma política séria, decidindo o tipo de político que queremos, obrigando eles a manterem seus salários iguais aos que recebiam antes de serem políticos, acabando com suas prerrogativas, seus benefícios e suas mordomias. Precisamos fazer com que eles entendam de uma vez por todas que eles trabalham para a gente e não o contrário.
São poucas coisas que podem mudar a situação atual desse país, uma delas é parar o país. Precisamos fazer uma greve geral, mas dessa vez não vai ser patrão x empregado, rico x pobre, quem manda x quem obedece, dessa vez, meu parceiro, vamos ser nós x eles.
Tá na hora dessa gente bronzeada mostrar o seu valor, quer bater panela, bate, quer fazer apitaço, faz, quer pintar a cara de palhaço, pinta, quer se vestir com a camisa da seleção, se veste, quer fazer pedido de impeachment, faz... Agora, é a hora do povo brasileiro se unir, mostrar do que é capaz, temos que fechar esse congresso corrupto, temos que exigir que as investigações da Lava Jato não parem, temos que exigir que todos os envolvidos sejam realmente investigados, temos que cobrar reparação das empresas envolvidas, temos que exigir mudanças extremas desde já.
Hoje é um dia histórico para o nosso país, um dia em que todos puderam se dar conta de que a política que é praticada no nosso país, desde a redemocratização morreu, mas ela não tem que ser enterrada, tem que ser cremada, para que não tenha possibilidade de ressurreição. Precisamos arrancar esse câncer, cortar o mal pela raiz.
Chegou a hora de extirparmos de nossa vida política “tudo isso que tá aí”! Chega de Lula, Aécio, Temer, PMDB, PT, PSDB, DEM, chega de política comprada, chega de venda de votos, chega de Garotinho, Cabral, Paes, Jucá, Alckimin, Serra, Dirceu, Dilma, chega de Collor, Roberto Jefferson, Roberto Freire, Ciro Gomes, Sarney, Renan, Eunício, Moreira Franco, chega de família Maia, família Picciani, família Virgílio, família Barbalho, família Vieira Lima, família Bolsonaro...
Vamos acabar com os clãs, vamos acabar com os feudos, vamos destituir “tudo isso que está aí”. Vamos fazer tudo novo, vamos zerar, vamos recomeçar, mas vamos fazer direito, vamos pegar o que temos de correto até aqui e seguir em frente, pegando o que é ruim e tirando. Chega de tudo aqui ser política, precisamos de critérios claros para a escolha de ministros, sejam eles de estado ou dos tribunais superiores, temos que deixar a nossa política livre de interesses externos, de interesses corporativos e de influências sobre os nossos políticos.
Então, nosso sistema político ruiu, nossos políticos suicidaram e nosso país está acéfalo, o povo está atônito e não consegue se movimentar, não se vê qualquer movimento capaz de se provar uma saída aceitável ou coerente, não temos um plano B, só existe o plano A. Ou fazemos a reforma política, com a força do povo, sem depender de político, mas sim comandada pela sociedade civil e acabando com todos os benefícios de classes, para criarmos representantes que possam, realmente cumprir o seu papel e posteriormente fazer as reformas que são necessárias para evoluirmos a nossa nação. Um ditado norte americano diz o seguinte: Não odeie o jogo, odeie o jogador. Pois é bem por aí, deixemos de lado os políticos, todos eles já se mostraram falhos e encaremos o desafio, todos juntos, como povo, como ação, como unidade.
Somos Nós X Eles, mané! E você, tá de que lado? Eu estou do lado de quem quer fazer o bem do país, quem quer buscar um país melhor, quem acha que essa é a oportunidade perfeita para limparmos esse país, seja por conta dos seus políticos, partidos, judiciário e empresários. O importante mesmo é que não percamos a oportunidade de mudar esse país, precisamos fazer com que não se parem as investigações, que se chegue ao Judiciário, que se modifique realmente o país, mas acima de tudo, que nós não percamos a esperança de dias melhores para o nosso país e tenhamos a certeza de que a noite é sempre mais escura antes do amanhecer.

terça-feira, 9 de maio de 2017

Amores Insipientes

Amores Insipientes

Sabe quando você acredita que as coisas poderiam ser melhores se cada um se esforçasse mais, se quisesse mais que as coisas dessem certo, que se dessem mais a cara a tapa a vida poderia ser melhor? Estou falando isso sobre o ponto de vista de relacionamentos. É complicado você ver isso quando você se abre, você se joga, você arrisca, você aposta, mas ainda assim, você sabe que a pessoa não está tão disposta a apostar, não está tão disposta a se arriscar.
Sempre vi relacionamentos como um risco. Seres humanos são voláteis, muito voláteis mesmo, são capazes de num dia acharem que algo é tudo e no outro achar aquilo descartável. Como já cansei de falar, somos insatisfeitos por natureza, queremos sempre mais, sempre melhorar, sempre estar em melhor condição, sempre queremos que as coisas sejam ainda melhores, mesmo que nossa vida seja perfeita. Neste caso, sempre teremos algo que nos deixará com a pulga atrás da orelha, sempre teremos algo para reclamar, para querermos mudar, nem que seja apenas pelo fato de querermos algo diferente do que o nosso cotidiano de perfeição.
Eu tenho uma postura muito contínua sobre relacionamentos, pra mim não são necessários rótulos, nomes, convenções, acertos, bênção das famílias, pedidos ou coisas assim. Pra mim, o que vale é o estar junto, é o estar ao lado, é o poder contar, é o estar à disposição, é o se importar, é o dar valor, é o convívio, são os sacrifícios feitos em nome do outro, são as coisas boas, os bons momentos, mas ainda assim, é o você estar com o outro. Pra mim, o que vale o desejo de estar com a pessoa, pouco me importa o nome que dá, o que as pessoas a voltam falam ou o que pensam. Pra mim, só importa a opinião de quem está comigo.
Todos que leem esse espaço sabem que eu pretendo ter uma família um dia, não quer dizer que para isso eu precise me casar, apesar de ser uma situação que eu me sinto confortável, mas mais do que isso, o que me importa mesmo é a vontade da outra pessoa estar comigo e encarar esse desafio. Quero alguém que também tenha essa disposição, porém, além disso, que esteja afim de construir algo a dois, que esteja afim de ir além do básico.
Como sou muito pragmático, há muito que eu não falava isso por aqui, eu acabo me policiando em determinados pontos, para não me deixar empolgar com coisas simples. Não me encanto com a beleza externa de alguém, claro que admiro, sinto tesão e essas coisas, mas beleza não é o que me encanta ou enche os olhos. Já passei de uma certa idade, pra mim o físico conta muito pouco atualmente, não que eu esteja falando que não tenho a ideia de que a mulher deva ser bonita, não é isso. Apenas estou dizendo que pra mim, uma mulher tida por todos como normal, pode me encantar muito mais ao demonstrar como é o seu interior, mostrando o seu caráter, seu humor e o seu jeito de ser.
Gosto de pessoas simples, que gostam de conversar e conseguem conversar sobre tudo, que tem senso de humor, que conseguem se colocar em qualquer lugar, que não se importam em rir de si mesmas, que saibam entender meu jeito estranho de ser, que não se importem que eu pareça um ogro de vez em quando, pois sabem que sou capaz de um gesto romântico a qualquer momento... Gosto de que a pessoa goste de estar comigo, mas não queira estar comigo o tempo todo, gosto de que a pessoa pense em nós juntos, mas que não seja o fim do mundo nós termos nossas vidas em separado.
Gosto de mulheres independentes, de mulheres fortes, de mulheres que saibam o que querem, o que gostam. Gosto de mulheres que não sejam inseguras, que saibam julgar as coisas com discernimento, que não criem problemas por qualquer coisa, que entendam que temos que alimentar o amor, cuidar da relação e fortificarmos a mesma, fazendo-a crescer cada dia mais e mais, até que, quem sabe um dia, cheguemos a constituir uma família. Ocorre que não é uma obrigação ter uma família, vejo isso como uma consequência natural das coisas.
Assim, pra mim, o que vale mesmo é o querer estar junto. Quando as pessoas sentem aquela necessidade de partilhar a vida com uma outra pessoa, quando não veem mais como viver as suas vidas sem a outra pessoa. O curioso disso, é que muita gente acha que a paixão é o mais importante. Eu já desisti de me apaixonar, nunca aconteceu realmente comigo. Já me encantei, fiquei gamado, fiquei até mesmo enfeitiçado por alguém, mas apaixonado não. Mas uma coisa boa disso, é que sempre que eu quis me desvencilhar das pessoas, eu consegui. E mais, sempre que eu quis amar a pessoa, eu consegui também.
Vejo esse amor com uma maturidade maior, pois foi algo escolhido e não algo imposto, eu quis amar alguém, eu vi que com aquela pessoa a minha vida era melhor, vi o quanto aquela pessoa me fazia bem e o quanto eu me beneficiava de ter ela na minha vida e queria retribuir esse sentimento, queria que a pessoa ficasse bem comigo, que ela se sentisse melhor ao estar ao meu lado, que o benefício fosse mútuo e contínuo, aí eu pegava e me entregava aos sentimentos.
Amei poucas pessoas em minha vida, apesar de ter me relacionado com muitas pessoas. Só tive namoros, daqueles convencionais, com pessoas com as quais eu amei, aquelas que eu tive a escolha de permitir que o sentimento se desenvolvesse e seguisse em frente. Graças a Deus, os sentimentos foram correspondidos, fiquei muito tempo em namoros e minhas ex, apesar de não estarem mais comigo, são pessoas pelas quais eu tenho muito carinho, justamente por saber que eu amei e fui amado.
Claro que o amor se transformou em outra coisa com a separação, não é mais o mesmo sentimento que eu tinha por cada uma delas, mas o importante é que eu pude vivenciar esse sentimento de forma intensa e extrema. Hoje, sou grato por ter vivenciado isso com elas e mais, por ter aprendido que eu era capaz de amar e ser amado, que eu era capaz de ter um sentimento tão puro e maduro, sem essa coisa fantasiada de contos de fadas, pude viver um amor singular, que se não foi eterno, posso dizer que foi excelente e extremamente engrandecedor e importante para mim.
Ocorre que, em todos esses casos, toda vez que eu amei alguém, foi porque eu corri riscos, eu me joguei, apostei e acabei quebrando a banca. Portanto, acabo achando estranho alguém querer jogar o jogo do amor, com medo de perder, com medo de que não vai dar certo, ou ainda, acreditando que uma paixão incandescente pode ser maior e melhor que um amor maduro e tórrido.
Atualmente, muitas mulheres ainda acreditam em contos de fadas, em cavaleiros de armadura brilhante montado em um cavalo branco... Eu não sou príncipe encantado, se fosse para me considerar algum personagem de contos de fadas, eu seria o Shrek. Risos! Mas cortando o ogro verde, acho que se fossem me retratar como um personagem de contos de fadas, eu seria o cavaleiro negro, aquele com quem a princesa flerta, mas acaba sempre escolhendo o cara que é tido perfeito.
Eu não viso ser perfeito, viso apenas ser a cada dia o melhor que eu posso ser, por isso mesmo, espero poder amar alguém cada dia mais e mais, que essa pessoa não se apaixone por mim, mas escolha me amar, de corpo e alma, para que eu a ame de forma intensamente igual. Que possamos viver nossas vidas a dois, tendo um ao outro como eterna e melhor companhia.
Hoje, as pessoas preferem viver amores insipientes, amores pobres, amores vis, ao invés de se entregarem a alguém que as conhece, as faz bem, que saiba cuidar delas, que as entenda, que faça questão de entender suas mentes, que não as julgue, mas acima de tudo, que seja uma pessoa que é talhada a fazê-las feliz. Mas o problema maior que eu vejo, é que muita gente ainda vê felicidade em viver amores incolores, insípidos e inodoros, enquanto para mim, amor tem cor, cheiro e sabor, enquanto pra mim, o amor é chama que não se consome, ilumina, aquece e alimenta. Pra mim, mais vale se arriscar por amor, do que viver falsas paixões.

sexta-feira, 5 de maio de 2017

Alugando Amor Por Temporada

Alugando Amor Por Temporada

Aluga-se: Mulher, 24 para 25 anos, caucasiana, cabelos longos, com um humor ácido, coração mole, apesar de querer sempre bancar a durona, metida com bruxaria, ocultismo e religiões pagãs, gosta de Star Wars, filmes de super heróis, inteligente, com um coração gigante, com alguns muitos problemas de cunho pessoal para relacionamentos, pessoa trabalhadora, com um corpo legal, uma bunda exuberante, ciente de sua posição no mundo, gosta de beber (faz 05Km/l), sem frescura para comer (adora fast food), excelente ouvinte, ótima amiga, não se preocupando em criar vínculos maiores com os seus pretendentes, muito pelo contrário, busca amores por temporadas.
É, parece um anúncio de acompanhantes em classificados, mas é mais uma das visões que eu tenho do mundo atual das pessoas a minha volta, mas mais especificamente da Bruxinha. Sim, ela ainda existe e sim, ela ainda é uma figura interessante para os meus textos, principalmente quando ela resolve se mostrar como uma cebola, cheia de camadas e cada uma dessas camadas é ainda mais interessante que a anterior.
Mas porquê resolvi falar sobre esse anúncio de aluguel de amor por temporada, que nada tem a ver com prostituição, acompanhantes ou afins? Bem, muito simples, pra variar, meus amigos e pessoas próximas são fontes inesgotáveis para os meus textos, principalmente as reflexões que tenho de conversar com eles. E essa semana, estava eu, conversando com a Bruxinha quando depois de mais uma sessão de umas 3 horas de papo madrugada a dentro, falando sobre a forma como nos relacionávamos com outras pessoas, cheguei a essa conclusão: Ela gosta de alugar amores por temporadas.
Pra quem está começando a ler agora esse blog, a Bruxinha é uma das principais personagens desse espaço e só para você não ficar boiando muito, ela é uma versão feminina e melhorada de mim, o único problema é que ela vem com os mesmo defeitos que eu tinha na idade dela e mais, ela tem uma aversão, quase que patológica a relacionamentos que a façam feliz, sejam eles amorosos, familiares ou afetivos com amigos, principalmente por ela achar que vai decepcionar as pessoas e que isso fará com que ela as perca. É, é bizarro assim mesmo, mas com esse breve resumo você vai entender um pouco da forma como ela lida com o amor.
Sendo assim, a pessoa gosta de se manter sempre envolvida, conhecendo novas pessoas, buscando novas amores, mas todos esses amores têm prazo de validade, qualidade questionável e não acrescentam em nada a ela. O mais interessante de tudo isso, de toda essa nossa querela sobre o assunto, é perceber que ela tem total consciência disso. Que ela usa isso como uma autodefesa para não se expor e acabar se magoando.
É engraçado ver insegurança em alguém que sempre é tão forte e gosta de passar essa imagem de força. Mas que quanto mais você consegue penetrar nas suas linhas de defesa emocionais (acho que cheguei em DEFCON 3 ou 4 dela), mais você percebe que não passa de uma garotinha assustada, que já foi muito machucada e que hoje tem medo de baixar suas defesas e se magoar de novo. Claro, que além disso, tem a peraltice da idade, juntamente com os hormônios e um certo desprezo pelas relações convencionais. E antes que alguém atire a primeira pedra, relembro que eu era exatamente assim quando da idade dela, envolvido em relacionamentos frívolos e que só serviam para alimentar meu ego e minha libido.
Mais engraçado ainda, é você ver uma das pessoas mais interessantes que você já conheceu, com medo de que outras pessoas a achem desinteressante, que achem que ela não é lá grandes coisas, que os problemas dela são muito pesados para se lidar... Como se mais ninguém trouxesse uma bagagem, né? Como se todo mundo fosse perfeito, fossem todos personagens de comercial da Doriana, onde todos são felizes e a vida é sempre colorida e ensolarada.
Seus problemas não são maiores ou menores que o dos outros, seus problemas são seus e se você permitir que mais alguém participe da sua vida, por mais do que uma breve temporada, você verá que essa pessoa também terá os seus problemas como algo sério a ser encarado e estará mega disposto a te ajudar a superá-los, agindo sempre para te fazer feliz e dirimi-los. E essa pessoa também terá os problemas dela e partilhará eles com você e vai se sentir feliz de contar com você para encarar esses momentos difíceis.
Percebam, que apesar de estar falando especificamente dela, não é uma característica exclusiva dela. Muitas pessoas estão fazendo a mesma coisa, mantendo um distanciamento seguro das pessoas com as quais estão se relacionando, de suas vidas. Daí você vê como são as coisas, a pessoa usa esse seu trauma como uma forma de defesa, e então, ela passa a sabotar qualquer forma de interação mais profunda que ela possa ter com outro e aí, vai mantendo um relacionamento sério, totalmente superficial.
Parta do princípio de que todas as pessoas só sabem a seu respeito aquilo que você quer que elas saibam, que algumas conseguem a proeza de te conhecer só por um olhar, outras por um bom papo, algumas ainda por interações mais complexas, mas de qualquer forma, todos só conhecem aquilo que você permite, então, atualmente, as pessoas estão buscando mostrar somente aquilo que elas julgam necessário, que não vai causar embaraço ou que canse o seu parceiro.
Ocorre que eu sou de uma outra época, de uma outra geração, sou da geração do felizes para sempre, daquela em que o relacionamento é quase que uma conjunção carnal, onde os dois realmente passam a praticamente coabitarem em corpos diferentes. Acredito muito que um relacionamento sirva para edificar as pessoas, é uma experiência de engrandecimento, onde as partes se beneficiam de forma simbiótica da alquimia de personalidades, valores e ideias para se tornarem uma combinação perfeita, que funciona de forma harmônica e maravilhosa entre aqueles dois.
Claro que não estou falando que acredito em contos de fadas e que os dois viverão felizes para sempre, mas acredito que uma relação é pra ser vivida e correspondida a dois, tem que ser mútua, ambos precisam fazer as coisas agirem e acontecerem. Desta feita, cada um do casal precisa se importar com o outro, precisa se deixar levar, se importar, se comprometer com o outro e para com a felicidade do outro.
Para tal, eles precisam de tornar os seus relacionamentos mais profundos e cada vez mais interessantes, vívidos e coesos. Então, voltando a Bruxinha, para ela é mais fácil lidar com caras que pouco se importam com ela, como eu bem lhe disse: alugando amores por temporada, pois assim, para ela é mais fácil descartar as pessoas, elas pouco sabem a respeito dela, pouco fizeram para participar e mudar a vida dela, então, abrir mão é a única opção coerente quando ela perde o interesse pela brincadeira.
É como aquela criança que com o quarto repleto de brinquedos, vai pulando de brinquedo em brinquedo, sem se dar ao trabalho de realmente brincar com qualquer que seja o brinquedo, por mais interessante que ele seja, mais bonito, mais legal ou mais brilhante, nenhum deles lhe prende a atenção, pois sempre vai haver outro e outro e outro. Então, tal qual esta criança, assim  também a Bruxinha vai pulando de amor em amor, sem realmente vivenciar um amor de verdade.
Mas vale observar, que ela nunca encontrou alguém na vida dela com quem ela se sinta assim realmente compelida a partilhar sua vida, ela se vê como uma pessoa solitária, que não depende de ninguém para ter um relacionamento saudável. Ocorre, que justamente por essa sua postura, dá para ver o quanto ela entende e viveu pouco o verdadeiro amor. Ela não consegue enxergar que quando alguém nos ama, nenhuma conversa é maçante ou enfadonha, que nenhum problema nosso será pesado ou cansativo demais, nenhuma história será chata ou sem sentido, nenhuma neura será pequena ou desnecessária.
Se eu posso dar um conselho, de quem já passou por isso também, para qualquer jovem que acha que vale a pena viver alugando amores por temporada: o mundo é um lugar muito chato e cruel, para você enfrentar tudo sozinho. Existem pessoas que estão aí fora querendo participar da sua vida, que fazem questão de realmente quererem saber como você está, além do básico tô bem, que vão perguntar pela sua família, pelos seus 8 gatos, pela sua cachorra doente, vai querer saber se você tá se alimentando direito, se você foi ver o que era aquela dor nas costas, se você já marcou a operação do seu pé que dói, se você está conseguindo tirar suas folgas no trabalho corretamente ou se você está se matando de trabalhar...
Entenda, há pessoas que querem simplesmente estar ao seu lado, se fazerem presentes, mostrar o quanto estão dispostas a estar com você, te fazer ficar bem, se for preciso ficar conversando com você via Skype até você pegar no sono, te mandar mensagem de bom dia, todos os dias, mesmo com você implicando com as mensagens, que vão te chamar para almoço de família, festa da sobrinha, para viajar num feriado, mas acima de tudo, há pessoas que gostam de você, justamente por tudo isso que você é. Essa magnífica ebulição de caos e calmaria, explosão e silêncio, paz e guerra, amor e paixão, tem gente que gosta de você, justamente por tudo aquilo que você é. E é exatamente por isso que a pessoa gosta de você, porque você é isso tudo e ela acha isso demais.
Logo, não esconda quem você é, não finja ser o que você não é, não esconda os seus defeitos, não mascare os seus problemas, não falsifique sentimentos, não busque amores de temporadas. Seja você mesma, vá em frente, a felicidade bate na nossa porta, de vez em quando a gente tem dificuldade de enxergar, em outras a gente a enxerga e tem medo do que ela possa fazer com a gente, mas no mais, encare o desafio de mudar seus paradigmas, busque novos horizontes, observe sob novas perspectivas, busque novos ângulos, altere a sua lista de desejos, para que nela caiba tudo aquilo que te fará realmente feliz e não breves momentos de satisfação, seguidos de momentos de desilusão e frustração. Todos nós merecemos a felicidade, basta a gente aceitar a felicidade, da forma que ela nos vem. 

quinta-feira, 4 de maio de 2017

Entre Escritos e Palavras

Entre Escritos e Palavras

Que graça tem mudar o mundo se isso for mudar você?
Que graça tem mudar o mundo se não for pra mudar o mundo pra você?
Que graça tem mudar o mundo e o meu mundo não ser mais você?
Que graça tem, me diz você?

Eu preciso saber o que se passa
O mundo passa lá fora e mais ninguém vê
A vida vai vivendo e o mundo vai mal

As pessoas cada vez mais mesquinhas
Vivendo de forma patética o amor
E você resolveu morar no meu peito, afinal

Que graça tem mudar o mundo se isso for mudar você?
Que graça tem mudar o mundo e não for pra mudar o mundo pra você?
Que graça tem mudar o mundo e o meu mundo não ser mais você?
Que graça tem, me diz você?

Já me perdi em pensamentos etéreos
Desgraça humana pouca é bobagem
Esqueceram de viver o amor e o perdão

Não me privo de ideias novas
Faço do risco meu café da manhã
Buscando pro mundo uma solução

Que graça tem mudar o mundo se isso for mudar você?
Que graça tem mudar o mundo e não for pra mudar o mundo pra você?
Que graça tem mudar o mundo e o meu mundo não ser mais você?
Que graça tem, me diz você?

Mas me diz qual é a graça
Se ao mudar meu mundo perco você
Perde a razão o pensamento transmitido

Esse é o dilema do poeta
Fazer todo o mundo mudar
Mas só você que faz sentido

Que graça tem mudar o mundo se isso for mudar você?
Que graça tem mudar o mundo e não for pra mudar o mundo pra você?
Que graça tem mudar o mundo e o meu mundo não ser mais você?
Que graça tem, me diz você?

E agora me pego aqui
Entre escritos e palavras
Tentando assim, quem sabe entender

O mundo precisa evoluir
Para quem sabe um dia
Eu faça o mundo inteiro caber em você

terça-feira, 2 de maio de 2017

Pessoas Vazias, Corações Cheios...

Pessoas Vazias, Corações Cheios...

É curioso como as pessoas gostam mesmo de lidar com a questão dos relacionamentos de uma forma até, meio que simplória, ainda tendo uma lista de desejos para serem atendidas pela outra pessoa que não são coisas que acabam nos fazendo ficar felizes realmente. Nos apegamos a desejos meramente superficiais, abrindo mão de algo que tenha raiz ou fundação capazes de superar tempestades e tormentas.
Falo isso, pois esse fim de semana eu conversei com amigos meus e muito sobre isso. Na sua grande maioria, meus amigos estão em relacionamentos, alguns que eu vejo que irão muito além de um simples namoro, outros que eu não sei como estão conseguindo ser mais do que uma mera questão de conhecer um pouco mais além de alguém. Contudo, a cerne do nosso papo, sempre foi essa questão de entrar em sintonia com outra pessoa, de permitir ela entrar ou não na sua vida, de você dividir ou não a sua vida com uma outra pessoa, entende?
Nas minhas pesquisas de campo sobre relacionamentos, acabo sempre esbarrando com as mesmas complicações e os mesmos obstáculos e acho que a grande maioria das pessoas também. As pessoas andam cada vez mais vazias, contudo, preenchendo os seus corações cada vez mais rápido. Estamos passando por uma infestação de pessoas rasas e superficiais, onde ninguém se preocupa realmente em se aprofundar em uma relação. Ninguém quer se abrir realmente, quer se mostrar como realmente é, quer se deixar ser observado como realmente é.
Ao meu ver, as pessoas estão se apegando as coisas que dão menos trabalho e que sejam depois mais fáceis de descartar. É muito mais fácil você abrir mão de algo raso do que algo profundo. Muita gente quer se relacionar, mas não quer que a pessoa participe de sua vida. Esses dias vi o meme em que falava de que a pessoa não nasceu para ser contatinho, mas sim para receber ligação da sogra para ir participar do almoço de família no domingo e ainda chegar e falar que é você quem vai lavar a louça.
Fui criado e condicionado a entender que em uma relação, a pessoa precisa viver os seus prós e os seus contras, a pessoa precisa viver seus dias de sol e os seus dias de tempestade, precisa conhecer as suas alegrias e as suas tristezas e vice-versa. Porém, o que eu tenho mais visto é que as pessoas preferem um certo distanciamento, como uma tábua de salvação, caso o relacionamento vá por água abaixo.
Perceba, pessoas não são coisas, nunca é fácil você ter que se afastar de alguém, nunca é fácil você ter que retirar alguém da sua vida, principalmente se essa pessoa é alguém que você abriu seu mundo, se permitiu ser desvendado, se permitiu conhecer abertamente. As pessoas querem ter relacionamento, sem ter vínculo, sem se conectar com a outra pessoa, é uma individualidade em uma coisa que é coletiva. As pessoas se preocupam muito com o individual, não valorizam a troca, o encaixe de estar em contato com uma outra pessoa.
É aquilo, cada um de nós é um universo único, por isso entendo que por isso mesmo a gente consegue se bastar, contudo, a gente evolui mais quando permitimos que o nosso universo entre em contato com um outro universo. Quando os dois universos se interligam, trocam e vivem um no outro, temos uma vivência ainda maior e melhor.
Tanto é, que por isso mesmo, creio na conjunção de almas, acho que as pessoas precisam se desnudar mesmo, abrir suas vidas para o outro, compartilhar, conviver, coabitar, coexistir, até mesmo coamar, ter um amor de partilha, um amor a dois, algo que seja mais do que só perguntar como foi o dia e a pessoa responder que foi bom, é você realmente se sentir apto a contar cada aspecto do seu dia, fazer questão da opinião do outro, para quem sabe com uma outra perspectiva a coisa toda mude, contudo, as pessoas estão preferindo o básico, o simples, o razoável.
A mim o básico não satisfaz, o simples não completa e o razoável não é compatível, eu preciso de conexões complexas, de raízes profundas, de fundações sólidas e indestrutíveis, pois só assim eu faço relacionamentos inesquecíveis. Mesmo com as minhas ex-namoradas, minhas relações foram marcantes, profundas e inesquecíveis. Canso de falar isso, não é porque um relacionamento acabou que ele foi uma merda, muito pelo contrário, o relacionamento foi ótimo por muitos e muitos momentos, acontece que ele não está mais sendo bom o suficiente para se sustentar e aí, é melhor terminar do que acabar transformando o que foi bom em sentimentos ruins.
Hoje em dia, as preferências estão deturpadas, a pessoa prefere se relacionar com alguém que pouco quer saber da sua vida, que pouco pergunta, que pouco se importa... Pra mim isso não serve, eu quero uma pessoa que tenha a minha vida como uma extensão da sua, não no sentido de querer tomar conta, ter ciúmes ou viva a vida dela em função a minha. Não, não é por aí, pra mim, é a questão da pessoa fazer questão de estar inserida, de se interessar, realmente, de demonstrar afeto, carinho e atenção, de se preocupar, de estar atenta aos detalhes a ao que importa.
Já cansei de falar sobre isso, mas pra mim é realmente aquela coisa da música dos Tribalistas: “Meu melhor amigo, é o meu amor”, penso que esse é o auge de um relacionamento, você estar com alguém que seja o seu melhor amigo, que seja a pessoa com quem você quer dividir seus momentos bons e ruins, que você pensa em trocar ideias sobre todos os assuntos, que você quer falar desde sobre o que você comeu, até como foi stressante o trabalho, é aquela pessoa que te levanta quando você precisa e que te traz de volta pro chão quando você vai pro mundo da lua, é aquela pessoa que sabe o seu lado bom e o seu lado ruim e que entende que é justamente essa mistura toda de complexidades que te faz alguém único.
Eu acho que quando você resolve se permitir gostar de alguém, abrir espaço para se apaixonar e consequentemente para amar alguém, você está escolhendo conviver com alguém mais intimamente, algo além do: ‘Opa, e aí, vamos pra onde hoje?’, é muito mais do que isso, é você saber que a pessoa estará lá para você quando você precisar, é você precisar que ela tente te ajudar a melhorar a sua vida, pois a sua vida hoje é parte da vida dela, é ela saber que você também fará o mesmo, pois a recíproca é verdadeira. É você entender de uma vez por todas, que pra você se relacionar com alguém, todos os aspectos são importantes, mas a interpessoalidade e integração são extremamente necessárias e devem ser valorizadas.
Portanto, aconselho a quem estiver afim de realmente se relacionar com alguém, busque alguém que seja importante para você do que mais do que dez minutos, que seja realmente interessante, que te traga coisas boas, que te veja com bons olhos, mesmo quando você está triste, quando você está frágil, quando você está chorando, alguém que não te julgue, que veja com bons olhos as suas loucuras, que consiga entender o seu humor, que não se bronqueie quando você não está muito afim de falar, que respeite as suas individualidades e que seja capaz de te entender e te amar por tudo aquilo que você é, os prós e os contras, as coisas boas e as ruins.
Procure alguém que consiga ser capaz de absorver suas críticas como construtivas e não como uma declaração de guerra, que invista em vocês, que queira realmente viver uma relação saudável, que tenha pensamentos como os seus, que tenha objetivos como os seus, que tenha interesses semelhantes aos seus, mas acima de tudo, busque alguém que esteja disposto, busque alguém que ache que vale a pena ir além da beirada da sua alma, que consiga te decifrar de olhos fechados, que saiba quando você quer falar, quando você quer calar e quando você simplesmente quer um afago. Em suma, procure pessoas que se aprofundem em você e que sejam um mergulho interminável para você também. Para que assim, a vida a dois, seja sempre uma aventura.