Nós X Eles
Então, se consumou
o que alguns já sabiam, mas que a grande maioria que se prestava a ser massa de
manobra fazia questão de ignorar: A NOSSA CLASSE POLÍTICA ESTÁ PODRE. E quando
falo podre, não é questão de uma maça podre no meio da caixa ou de uma leve
infecção na pele, falo de podre, como um grande câncer que cresceu tanto, mas
tanto, que a metástase já comprometeu tanto o Congresso Nacional, que só existe
uma resposta que traria dignidade a todos: uma eutanásia.
Sim, estou falando
isso mesmo, a verdade é que a nossa classe política tinha que ser toda
execrada, não há santos, não há heróis, não há salvação, só temos a certeza de
que há envolvidos de todas as matizes, todos os partidos, todos os estilos,
todos os estados, todos os pesos, todos os tamanhos, em todos os lugares.
Pra quem ainda não
entendeu, a disputa nunca foi de esquerda com direita, certo com errado, PT x
PSDB, Dilma x Aécio, anjos x demônios, sul x norte, ricos x pobres,
inteligentes x burros... A disputa correta sempre foi Nós, o povo, contra Eles,
os políticos, ou mais ainda contra os detentores do poder, afinal, podemos
incluir aí também o Judiciário.
Nós, o povo,
estamos sofrendo há uns 4 anos os sortilégios da nossa classe política, capaz
de querer cometer as maiores atrocidades contra o povo e ainda assim exigir
nossos votos, querer nosso apoio, ou seria conivência, não sei ao certo. Em
2013, houve um pequeno despertar, o povo foi pras ruas, tomou as cidades,
mostrou sua indignação, contudo, nossos políticos, como sempre, agiram na
surdina, mexeram os seus pauzinhos e desmobilizaram um movimento, que por ser
apartidário, não conseguiu avançar além das reivindicações banais, se colocando
“contra tudo isso que está aí”.
Os escândalos de
corrupção já se arrastam desde a nossa redemocratização, se você não se lembra
ou ainda não era nascido nessa época, pesquise um pouco no Google para saber
sobre escândalos da SUDENE, SUDAM, Anões do Orçamento, Máfia dos Sanguessugas,
Projeto da Reeleição e tantos outros. Essa questão de corrupção não é uma
novidade e nem foi inventada pelo PT, como mais uma vez fica comprovado com
mais uma delação bombástica de empresários.
Aliás, os grandes
empresários do Brasil, que agora se colocam como vítimas, nada mais são do que
peças da engrenagem que faz a corrupção rodar aqui em nosso país. Eles se
beneficiam de políticas aprovadas que os beneficiam e em troca liberam quantias
exorbitantes de dinheiro para esses parasitas. Enquanto isso, eles vão lucrando
cada vez mais, engordam também os bolsos dos malditos políticos que eles ajudam
a eleger para manter o Status Quo a favor deles.
Uma vez um sábio
estudioso falou que quando um empresário faz doação pra campanha, ele não o faz
por ideologia, mas o faz por investimento. Pois bem, mais do que nunca está
comprovado que isso é verdade. Odebrecht doou para Dilma e doou ainda mais para
Aécio, sem falar para Eduardo Cunha e Marina Silva. OAS também teve o mesmo
procedimento, assim como todas as outras empreiteiras envolvidas com a Lava
Jato, sendo que esse procedimento era em nível nacional, estadual e municipal.
Agora, vemos que a
JBS diversificou ainda mais o Modus Operandi, pagando, teoricamente, é claro,
até, o advogado do Aécio na Lava Jato, contudo, sabe-se que o dinheiro nunca
foi parar na mão do advogado, indo parar nas mãos do Zezé Perrella, grande
amigo do Aécio, que era dono do helicóptero cheio de cocaína que foi apreendido
dentro da fazendo do Aécio, curioso, não?
Pois é, Lula
ganhou agrados, recebeu tríplex, sítio em Atibaia, Aécio tinha crédito direto
com as empresas, os partidos tinham tesoureiros com poder de saque junto as
grandes empresas do país, Temer fez o pacto pra tirar a Dilma, “matar” o Cunha
e “comer” o Aécio e por aí foi. E enquanto isso, os bancos obtêm cada vez mais
lucros, as montadoras obtêm mais lucros, se desonera folhas e mais folhas de
setores “investidores”, se perdoa dívidas dos grandes devedores e no final, quem
paga o pato é o povo.
Mas Victor, peraí,
teve um movimento que eu apoie que dizia que eu não ia pagar o pato, você vai
me dizer que eu fiz papel de trouxa? Meu caro amigo, só posso te falar igual o personagem do Paulo Silvino
na Praça É Nossa: E o povo, oh! Pois é, no fim das contas, nós somos bem aquele
playboy que o Capitão Nascimento pega logo no início do Tropa de Elite no morro
do Turano, afinal, somos nós que financiamos essa merda toda aí.
As panelas não são
mais batidas, as pessoas ainda acham que as reformas Trabalhista e da
Previdência, promovidas pelo nosso futuro ex-presidente, são benéficas para o
povo, ainda acreditam que era só por conta dos 20 centavos, acredita que o Lula
é inocente, acredita que o Aécio é inocente, acredita que o Temer é inocente, acredita
também em coelhinho da Páscoa, Papai Noel, Mula Sem Cabeça, acredita até que
não vai pagar o pato.
Acredita piamente
que teremos um salvador da pátria, seja ele um maluco expulso do exército, com
pensamentos genocidas, com um que de ditador, ou num empresário engomadinho que
se mistura com o que há de pior na política, se aliando aos caras que estão
sendo delatados agora, mas que eram todos contra corrupção nesse país...
É, tá difícil,
Lúcio Costa e Niemeyer devem estar se revirando nos seus túmulos hoje, afinal,
como diz aquela piadinha, se eles soubessem que iam fazer com a cidade que eles
projetaram, teriam feito ela em forma de privada e não de avião.
Entenda de uma vez
por todas, meu caro leitor, não se trata de uma questão simples de se afastar
quem roubou, pois a corrupção em nosso país é uma pandemia, não tem limites,
não se apega a A ou B, pega o alfabeto inteiro e até os números.
Não é porque um
roubou mais ou menos, que chancela o roubo do outro, não é porque o PMDB roubou
que o PT tem que roubar. Não é porque o PSDB agia assim que os outros tinham
que fazer também. Acho que a primeira lição que nossos pais nos ensinam é que
não somos todo o mundo, que não é porque o Fulano fez, que eu também tenho que
fazer.
Ainda acho que
nosso país tem jeito. Acho mesmo, e não falo isso da boca pra fora e te explico
o porquê. Primeiramente, estamos diante de uma oportunidade ímpar de fazer uma
higienização da nossa classe política. Podemos, pela primeira vez, mesmo desde
a ditadura, de nos livrarmos de alguns males que a nossa sociedade sempre
elegeu.
Segundo, podemos
agora, como uma nação soberana, escolher que tipo de política queremos para o
nosso país, não precisando de políticos fazerem isso através de uma
constituinte, mas sim com a força popular, criando uma nova forma de governo,
onde o povo tenha voz e vez, se fazendo realmente representar, podendo exigir
dos seus eleitos que eles façam coisas em benefício do povo e não em benefício
próprio.
Terceiro,
fazermos, finalmente, uma reforma política séria, decidindo o tipo de político
que queremos, obrigando eles a manterem seus salários iguais aos que recebiam
antes de serem políticos, acabando com suas prerrogativas, seus benefícios e
suas mordomias. Precisamos fazer com que eles entendam de uma vez por todas que
eles trabalham para a gente e não o contrário.
São poucas coisas
que podem mudar a situação atual desse país, uma delas é parar o país. Precisamos
fazer uma greve geral, mas dessa vez não vai ser patrão x empregado, rico x
pobre, quem manda x quem obedece, dessa vez, meu parceiro, vamos ser nós x
eles.
Tá na hora dessa
gente bronzeada mostrar o seu valor, quer bater panela, bate, quer fazer
apitaço, faz, quer pintar a cara de palhaço, pinta, quer se vestir com a camisa
da seleção, se veste, quer fazer pedido de impeachment, faz... Agora, é a hora
do povo brasileiro se unir, mostrar do que é capaz, temos que fechar esse
congresso corrupto, temos que exigir que as investigações da Lava Jato não
parem, temos que exigir que todos os envolvidos sejam realmente investigados,
temos que cobrar reparação das empresas envolvidas, temos que exigir mudanças
extremas desde já.
Hoje é um dia
histórico para o nosso país, um dia em que todos puderam se dar conta de que a
política que é praticada no nosso país, desde a redemocratização morreu, mas
ela não tem que ser enterrada, tem que ser cremada, para que não tenha
possibilidade de ressurreição. Precisamos arrancar esse câncer, cortar o mal
pela raiz.
Chegou a hora de
extirparmos de nossa vida política “tudo isso que tá aí”! Chega de Lula, Aécio,
Temer, PMDB, PT, PSDB, DEM, chega de política comprada, chega de venda de
votos, chega de Garotinho, Cabral, Paes, Jucá, Alckimin, Serra, Dirceu, Dilma,
chega de Collor, Roberto Jefferson, Roberto Freire, Ciro Gomes, Sarney, Renan,
Eunício, Moreira Franco, chega de família Maia, família Picciani, família
Virgílio, família Barbalho, família Vieira Lima, família Bolsonaro...
Vamos acabar com
os clãs, vamos acabar com os feudos, vamos destituir “tudo isso que está aí”.
Vamos fazer tudo novo, vamos zerar, vamos recomeçar, mas vamos fazer direito, vamos
pegar o que temos de correto até aqui e seguir em frente, pegando o que é ruim
e tirando. Chega de tudo aqui ser política, precisamos de critérios claros para
a escolha de ministros, sejam eles de estado ou dos tribunais superiores, temos
que deixar a nossa política livre de interesses externos, de interesses
corporativos e de influências sobre os nossos políticos.
Então, nosso
sistema político ruiu, nossos políticos suicidaram e nosso país está acéfalo, o
povo está atônito e não consegue se movimentar, não se vê qualquer movimento
capaz de se provar uma saída aceitável ou coerente, não temos um plano B, só
existe o plano A. Ou fazemos a reforma política, com a força do povo, sem
depender de político, mas sim comandada pela sociedade civil e acabando com
todos os benefícios de classes, para criarmos representantes que possam,
realmente cumprir o seu papel e posteriormente fazer as reformas que são
necessárias para evoluirmos a nossa nação. Um ditado norte americano diz o
seguinte: Não odeie o jogo, odeie o jogador. Pois é bem por aí, deixemos de
lado os políticos, todos eles já se mostraram falhos e encaremos o desafio,
todos juntos, como povo, como ação, como unidade.
Somos Nós X Eles,
mané! E você, tá de que lado? Eu estou do lado de quem quer fazer o bem do
país, quem quer buscar um país melhor, quem acha que essa é a oportunidade
perfeita para limparmos esse país, seja por conta dos seus políticos, partidos,
judiciário e empresários. O importante mesmo é que não percamos a oportunidade
de mudar esse país, precisamos fazer com que não se parem as investigações, que
se chegue ao Judiciário, que se modifique realmente o país, mas acima de tudo,
que nós não percamos a esperança de dias melhores para o nosso país e tenhamos
a certeza de que a noite é sempre mais escura antes do amanhecer.
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