Não Quero Um
Relacionamento, Quero Me Envolver
Estou cercado de
pessoas que estão se acovardando no que diz respeito aos relacionamentos. Muita
gente preferindo viver ilusões do que se arriscar em aventuras, é gente que
opta por algo mais seguro, mas que não chega nem perto de ser o que a pessoa
realmente gostaria, do que viver algo que sabe em que existe sim a
possibilidade de dar errado, contudo, que traz muito mais vida, alegria e afins
para a pessoa. É muita gente se escondendo atrás de um relacionamento falido,
ao invés de buscar a sua felicidade, colocando que pode ser feliz com alguém
que não lhe entende, que lhe força a ser outra pessoa ou que lhe obriga a mudar
e não ser realmente quem você é.
Parece uma
epidemia, vejo várias pessoas em relacionamentos que não as fazem felizes e aí,
buscam um consolo em outros lugares, seja nos braços de terceiros ou em saídas,
novos hobbies ou qualquer coisa que o distraia da realidade do seu
relacionamento, onde por comodismo, afeição, carinho, carência ou sei lá mais o
que, a pessoa permanece lá, sem que veja que o mundo é além.
São amigos e mais
amigos (homens e mulheres), vivendo em situações de puro comodismo, vivendo uma
relação que eles vão levando com a barriga. Calma, não estou falando que no
primeiro problema as pessoas devam se separar e buscar ir cada um pro seu lado,
não é isso. Até porque, sou contrário à isso, sou a favor de se fazer todo o
esforço ao nosso alcance para salvar nosso relacionamento. Contudo, existem
momentos em que devemos saber quando a luta é possível de ser vencida e quando
a guerra já está perdida.
O problema, é que
essas pessoas estão enfiadas em relacionamentos falidos, onde não dá mais para
se salvar a relação. Estão vivendo algo que não tem mais volta, que o
relacionamento acabou, só não foi finalizado. É aquela relação em que se perdeu
o carinho, o respeito, a amizade, a admiração, onde se perdeu tudo de bom e só
se mantém por conveniência, por medo de ficar sozinho, por saber que as
famílias vão perguntar, por não saber como explicar o que deu errado, mas de qualquer
forma, você se mantém pelos motivos errados.
Em alguns casos, a
pessoa se mantém por pena, por carregar nas costas a infelicidade do outro e
com isso vai mantendo uma relação que é totalmente nociva para os dois, pois
não agrega mais coisas boas, só traz sentimentos ruins, coisas que machucam,
fazem mal e vão fazendo a relação deixar de ser algo bom e passando a ser um
estorvo.
Não estou dizendo
aqui que era melhor não ter tido esse relacionamento. Não é isso, todo
relacionamento vale a pena, mesmo aqueles em que você descobre que o melhor é
nunca mais ter um igual. Como já cansei de falar, de tudo você tira uma lição
positiva, mesmo que seja a lição de nunca mais repetir aquilo. Mas o ponto é,
esse relacionamento chegou a um ponto, que você tem que saber que não vai mais
ser prazeroso, não vai mais ser vantajoso, não vai mais ser legal e muito menos
uma experiência feliz.
São casos onde o
parceiro quer que você mude, por exemplo. Vocês se conhecem num bar, bebendo
todas e depois de um tempo uma das partes começa a criticar que você goste de
frequentar bares e beber todas. Quando você é uma pessoa que sempre teve muitas
amizades e aí o parceiro começa a reclamar disso, implica com seus amigos, a
ponto de você optar por se afastar dos seus amigos para ele se sentir melhor,
aí ele começa a reclamar dos seus familiares, aí quando você repara, sua vida é
só com o parceiro. Quando você é uma pessoa que gosta de sair e o seu parceiro
começa a querer te fazer ficar mais em casa, assistir maratonas de séries e
assim vai.
O engraçado dessa
coisa toda, é que muitos desses amigos, dizem que é uma coisa boa, pois o outro
desperta nele coisas que ele não era. Mas é exatamente isso, você não é essas
coisas. Claro que as pessoas nos influenciam, isso é um ponto certo de um
relacionamento, as pessoas nos tornam pessoas melhores, até porque queremos ser
exatamente como as pessoas nos veem com seus olhos. O problema é quando o outro
quer que a gente mude os nossos aspectos centrais da nossa personalidade.
Quando o problema
é justamente você falar para uma pessoa que gosta de sair, que ela tem que
parar de sair, ficar mais em casa. Pra uma pessoa que gosta de beber, que ela
não pode mais beber, que isso não é legal. Ou então, quando uma pessoa gosta de
sair pra noite, boates, shows, bares e afins, e você não quer mais que ela faça
isso. Ou ainda, quando você critica as amizades e os familiares da pessoa, para
que ela se afaste deles por você ter ciúmes ou querer o controle da vida dela. E
aí é quando você começa a tolir a personalidade do outro e isso é uma tremenda
sacanagem.
Até porque, como
eu ínsito sempre, você se apaixona por alguém pelas suas qualidades, mas aprende
a amar pelos seus defeitos. Você descobre que ama alguém quando você percebe
que os defeitos dela não te causam problemas, muito pelo contrário, você começa
a achar que determinado defeito é até o charme da pessoa, a graça dela. É
quando você é a pessoa mais pontual do mundo, comina de chegar na casa da pessoa
19 horas e ela ainda nem entrou no banho, mas ainda assim, você consegue ver
graça nisso.
Outro ponto que me
causa espanto, é que por estarmos nos aproximando do dia dos namorados, as
pessoas parecem estar mais propensas a aceitar qualquer coisa que joguem na
direção delas. Algumas então, são mega especialistas nessa arte de achar o pior
no meio dos piores e conseguem sempre estar envolvidas com quem não tem a
menor, digo menor mesmo, afinidade com elas.
Mas pra alguns, o
que vai contar mesmo é passar o dia 12 de junho acompanhado do mozão. É estar
com alguém que supra a sua carência ou a sua necessidade de exibir nas redes
sociais que não está sozinho, carente ou que ninguém te quer. Pra mim, vai ser
mais um dia, como outro qualquer. Não vou querer estar ao lado de alguém só
porque a sociedade acha que isso que é bom.
Já tive muitas
provas em minha vida de que é muito melhor estar sozinho do que mal
acompanhado, ainda mais nessa fase atual das pessoas em que elas estão pouco
dispostas a se doarem, a se desnudarem e de vivenciarem uma boa relação. As
pessoas andam se escondendo em relações frias e superficiais e isso pra mim é
totalmente inaceitável.
Prefiro muito mais
estar sozinho e esperar até encontrar alguém que se encaixe em minha vida, do
jeito que a minha vida é, do que abrir mão das coisas que me fazem ser quem eu
sou, para agradar alguém que não está disposta a fazer sacrifícios para estar
comigo. E esse é um ponto que me é muito sensível, pois eu sou desses, eu meto
a cara, caio pra dentro, se tiver que ir atrás no Japão, eu vou, mas desde que
eu sinta que a recíproca é verdadeira.
Nesses dias, vi um
meme que dizia: Não vou pegar um avião por alguém que não é capaz de atravessar
uma rua por mim. E penso bem dessa forma, não vale a pena quando só um dos dois
está disposto. E isso é importante de se falar, pois estamos passando por
momentos em que todos querem o “seja feita a vossa vontade”, mas o “venha a nós
o vosso reino”...
Apesar de as
pessoas gostarem muito de serem servidas, agradadas, amadas, elas não estão
muito preocupadas com a retribuição, não querem fazer a parte delas, e colocar
o gerúndio em suas vidas, não querem o servindo, o agradando e o amando, isso
pra elas é supérfluo, desde que a relação lhes traga benefícios, de preferência
materiais. A minha geração está se esquecendo que o amor ainda é importante,
mas não o amor única e exclusivamente erótico, estão se esquecendo que
comprometimento, companheirismo, amizade, afeição e carinho se somam ao desejo
carnal para formar uma relação respeitável.
Assim sendo,
estamos vivendo momentos em que as pessoas querem namorar sem amar o outro,
casar sem amar o outro, querem ser agradadas, mas não estão nenhum pouco
dispostas a agradar, querem mudar o outro, mas não abrem mão de quem elas são,
querem tudo, mas não estão dispostas a dar nada, querem ser entendidas, mas não
se abrem, querem que a vida seja um passeio no parque, mas não estão dispostas a
encarar as intempéries da vida. A verdade é que tem muita gente disposta a ter
um relacionamento, mas poucas pessoas realmente dispostas a se envolverem.
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