Deus
Vê A Face Do Nosso Coração
Cara, tô em mega falta
com esse maravilhoso espaço que me dei de presente e mais ainda, estou em falta
com expor minha opinião aqui nesse ambiente. Passei um fim de semana em retiro
no Encontro de Jovens Com Cristo da Paróquia Imaculada Conceição do Recreio dos
Bandeirantes. Sim, sou católico e já falei isso muitas vezes aqui, mesmo sendo
bonachão, brincalhão, debochado e tudo isso, tenho meu lado religioso muito
forte em mim e acho isso importante para qualquer ser humano chegar a ser
realmente uma pessoa boa.
Não acho que o
catolicismo seja a única resposta, acho que toda religião é válida, só sou
contra o mercantilismo da fé e quem explora a fé alheia, no mais, respeito
todas as religiões e acho que é importante ter uma fé.
Dito isso, vou entrar
numa seara que muitos vão achar coisa pouca, mas que é um assunto que sempre me
bate quando participo mais ativamente de atividades paroquiais, que é a máscara
das pessoas! Muita gente gosta de pregar a fé, acha que deve ditar regras,
impor opiniões e fazer e acontecer na vida das outras por conta da fé, faz de
um tudo para demonstrar ser uma pessoa boa, ser um religioso melhor do que os
outros e ser uma pessoa melhor do que todas as outras, mas isso não para se
aproximar de Deus, mas sim para tentar se mostrar alguém melhor do que os
outros.
Ocorre que, muitas dessas
pessoas fingem ser o que não são, pra várias os ensinamentos dos profetas e dos
anciãos das suas religiões não serviram de nada. É uma questão meramente de se
envaidecer, de se enaltecer, de ser protagonista e não de colocar os
ensinamentos em prática.
Eu sempre que entro
nesses encontros, acabo sempre me enfiando nas equipes que quase ninguém se
interessa, é Ordem, é Trânsito, é Cozinha... Todas as equipes em que o pessoal
mais precisa de trabalho braçal, pois sei que dedicar o meu tempo para rezar,
eu já tenho o costume de fazer no meu dia a dia, sempre que posso, rezo, tento
manter minha conexão com Deus, agora, pra mim, o que funciona é realmente se
entregar, de corpo e alma ao trabalho voluntário, é eu meter a mão na massa,
arregaçar as mangas e me cansar de fazer o serviço que quase ninguém curte, mas
que é ainda mais recompensador do que botar o joelho no chão e levantar as mãos
pro céu pra rezar.
Bem, mas essa é a minha
visão, pois me identifico muito com a ideia de: “ Os humildes serão exaltados”
que está na Bíblia, não consigo mesmo me sentir sendo útil nesses eventos por
fazer só o que me cabe, sempre busco ajudar, se tô na Ordem, ajudo nos
deslocamentos quando possível, sempre que no Trânsito, eu acabo varrendo um
pátio, ou ainda, acabo me enfiando em outras equipes para ajudar, gosto de me
sentir útil, acho que só assim estarei retribuindo tudo o que me foi oferecido
por Deus através desse tipo de evento.
Mas voltando ao ponto,
muitas pessoas fingem ser o que não são. Se colocam como exemplos de retidão e
tudo mais, mas é o que um sábio disse – o mal do macaco é sentar no próprio
rabo e ficar falando mal do rabo dos outros. E por isso mesmo, muitas pessoas
acabam esquecendo dos seus defeitos para simplesmente ficarem falando dos
defeitos dos outros.
Muitos vão falar: Mas
peraí, Victão, você não tá fazendo a mesma coisa?! Não, não estou, eu não fico
ditando como as pessoas devem ou não viver, não acho que alguém sabe a extensão
da fé de outra pessoa para poder dizer que A ou B é mais religioso, mais
católico ou seja lá mais o quê. Mas posso falar muito bem, sobre máscaras. Isso
eu conheço bem.
Muita gente que gosta de
parecer uma coisa na frente da maioria, mas só sabe mesmo quem é essa pessoa
quem a vê em todas as situações. Uma vez li uma coisa que me bateu muito: Se
você quer conhecer realmente alguém, dê a ela poder! Essa frase é a mais pura
verdade. Tem gente que acha que só porque têm um papel de destaque na
comunidade, seja ela qual for, demonstra realmente o seu real jeito de ser. É
um tal de gente que se julga “santo”, mas que não é capaz de amar ao próximo,
que não tem humildade, que se julga mais do que os outros...
Canso de ver isso por
tantos e tantos encontros que já participei. Eu já vi gente dar palestra
emocionante daquelas que faz todo mundo chorar e logo em seguida estar sendo a
pior das pessoas do mundo. Uma vez um padre de quem tenho grande apreço me
falou: Meu filho, o Diabo é quem melhor conhece a Bíblia. E é verdade, o mal
está sempre travestido de bem.
Temos no congresso a
bancada evangélica, que é a coisa mais anti-Cristo que pode haver no nosso
país. Muitas das maiores tragédias do mundo foram feitas em nome da religião,
quantas pessoas realmente praticam o que pregam em seus “testemunhos”? Quantos
podem realmente falar que seu jeito de ser condiz com os princípios de sua
religião? Quantos que realmente seguem a Cristo são capazes de se despir de
suas vaidades e lavar os pés dos humildes.
Eu tenho Cristo como meu
maior exemplo de santidade, como todo bom e qualquer cristão, mas além dele,
tenho em São Pedro um grande exemplo pra mim. Sou devoto de São Pedro. Me
identifico muito com a sua história justamente, por ele ter defeitos, sempre me
chama mais a atenção quem tem defeitos do que quem se mostra muito perfeito.
Pensa só, cara, Pedro negou Cristo três vezes e ainda assim foi sobre quem
Cristo ergueu a sua Igreja.
Então, Pedro nunca teve
máscaras, fraquejou ao andar sobre as águas e sentir o vento em seu rosto,
negou Cristo três vezes, sempre que podia achava que podia repreender a Cristo
e ainda assim, era um grande coração, era um cara honrado, que todos sabiam que
podiam contar para que ele desse seguimento aos ensinamentos que recebeu do
Mestre.
Ou seja, Pedro nunca teve
máscaras, quando teve medo, fraquejou, quando teve raiva, brigou, quando sem
entender as coisas, bradou, quando perdido, largou tudo e seguiu a Cristo...
Isso tudo, com humildade, sem querer ser mais que os outros, sem querer se
enaltecer.
Sigo sempre aqui, na
minha, sei que não sou nada, sei que sou pequeno, não me julgo santo, sei dos meus
defeitos, mas nenhum deles é ser duas caras, é ser mascarado. Eu sou o que sou
e ninguém pode me julgar, a não ser Deus, mas fico feliz em saber que as
pessoas entendem o meu jeito de ser, que me respeitam, que entendem que eu sou
assim, que eu não gosto dessa coisa de falar bonito, mas ter atos feios. Quem
em conhece sabe que eu acredito que uma pessoa de fé tem sempre que gerar bons
frutos e eu sempre tento isso.
Busco ser sempre a mesma
coisa, brincalhão, amoroso, capaz de abraçar o mundo, mas acima de tudo, uma
pessoa correta, digna, sem duas caras e mais, sem fingir ser o que eu não sou!
Eu sigo em frente, metendo a mão na massa, sendo mais um na multidão, sem
querer holofotes, mas sempre enaltecendo ao Pai e aos que me fizeram chegar até
aqui, sejam pessoas espirituais ou espiritualizadas, tanto faz, o que importa é
que eu busco ser sempre o mais próximo do que Deus quer de mim, sem me esquecer
que não posso usar uma máscara para fingir ser quem não sou, afinal, as
máscaras podem enganar os olhos dos homens, mas Deus vê a face do nosso coração.
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