Uma Noite Qualquer
Fitou-me
os olhos como se nunca tivesse me visto
Acreditei
que a saudade que sentíamos era combustível
Àquela
altura já não era mais algo impossível
Desejar-lhe
sugá-la como mosquito
Tomei-a
nos braços, sentindo o seu coração acelerado
Sabia
que aquilo era sinal da sua libido
O
rubor de seu rosto mostrava que tinha sucumbido
Minhas
mãos a tocavam em um ato deliberado
Ela
pedia para que eu me contivesse em puro apelo
Sua
respiração era trôpega como se estivesse asmática
Mexia
comigo de uma forma quase telepática
Arrancou-me
a roupa, mas sem atropelo
Mordia-me
os lábios como se passasse fome
Mas
sua fome na verdade era de desejo
Assim
se mostrava tomada de ansejo
Que
parecia até mesmo esquecer o seu próprio nome
Deitamo-nos
sob a luz da lua cheia
Porém
ela que me levaria a ver estrelas
Suas
pernas já não se encontravam mais paralelas
Minha
língua deixou-a um pouco alheia
Com
o entrelaçado dos corpos, escondíamos nossas vergonhas
Tocava
meu corpo com sua pele aveludada
Com
a cabeça em meu peito, já enfadada
Em
cima de mim fazia gatimonhas
Revigoramos
com um mergulho nas águas do rio
Mas
era seu corpo que se esvaia como cachoeira
Usou
as suas pernas para me prender como em uma ratoeira
Agíamos
como animais no cio
Passaram
dois dias separados antes dessa noite de loucura
Sabiam
que não teriam muito tempo para matar a saudade
Não
consideravam aquilo uma iniquidade
Mas
sim, um longe do outro, uma grande tortura
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