segunda-feira, 19 de fevereiro de 2018

Uma Noite Qualquer

Uma Noite Qualquer

Fitou-me os olhos como se nunca tivesse me visto
Acreditei que a saudade que sentíamos era combustível
Àquela altura já não era mais algo impossível
Desejar-lhe sugá-la como mosquito

Tomei-a nos braços, sentindo o seu coração acelerado
Sabia que aquilo era sinal da sua libido
O rubor de seu rosto mostrava que tinha sucumbido
Minhas mãos a tocavam em um ato deliberado

Ela pedia para que eu me contivesse em puro apelo
Sua respiração era trôpega como se estivesse asmática
Mexia comigo de uma forma quase telepática
Arrancou-me a roupa, mas sem atropelo

Mordia-me os lábios como se passasse fome
Mas sua fome na verdade era de desejo
Assim se mostrava tomada de ansejo
Que parecia até mesmo esquecer o seu próprio nome

Deitamo-nos sob a luz da lua cheia
Porém ela que me levaria a ver estrelas
Suas pernas já não se encontravam mais paralelas
Minha língua deixou-a um pouco alheia

Com o entrelaçado dos corpos, escondíamos nossas vergonhas
Tocava meu corpo com sua pele aveludada
Com a cabeça em meu peito, já enfadada
Em cima de mim fazia gatimonhas

Revigoramos com um mergulho nas águas do rio
Mas era seu corpo que se esvaia como cachoeira
Usou as suas pernas para me prender como em uma ratoeira
Agíamos como animais no cio

Passaram dois dias separados antes dessa noite de loucura
Sabiam que não teriam muito tempo para matar a saudade
Não consideravam aquilo uma iniquidade
Mas sim, um longe do outro, uma grande tortura

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