O Sentido Da Vida
Uma das minhas leitoras mais
queridas, a Lurdinha Bevilacqua me sugeriu escrever sobre o sentido da vida. Eu
acho esse um tema superinteressante, pois acho que é uma das poucas questões em
que passamos a vida inteira para respondermos. Afinal de contas, podemos dar um
novo sentido a nossa vida a cada novo dia, a cada novo instante, a cada novo
respiro que damos.
Quem me conhece, sabe que
já passei por poucas e boas na minha vida, mas que a minha depressão foi algo
que realmente me marcou profundamente. Hoje posso falar que me marcou para
melhor, pois foi ela que me fez dar um novo sentido para a minha vida. Foi ela
que me fez ver a vida por um novo prisma, mudar a forma como eu analisava a
vida até então.
Me libertei de
pensamentos que eu tinha, parei de valorizar coisas que agora vejo, eram sem
importância e passei a dar valor as coisas que eu negligenciava até então. Esse
período ruim que passou, me serviu para aprender sobre mim mesmo, afinal, fui
fazer análise e pude olhar mais para dentro de mim e deixar de lado os
paradigmas que tinha criado até então para a minha vida.
Engraçado que ao falarmos
de sentido da vida, geralmente colocamos arrumar um bom emprego, ganhar
dinheiro, comprar coisas, ter uma boa qualidade de vida... E tudo isso é
curioso, pois cada um de nós é um ser, cada um de nós é um indivíduo e ainda
assim, temos que suportar as imposições de uma sociedade doente como a nossa,
que obriga você a ter, a ser e a consumir sempre o máximo que essa sociedade
julga o certo.
Quando paro para ver quem
eu era e quem eu sou, posso ver o quanto me livrei dessas obrigações impostas
pela sociedade, que davam um sentido para a minha vida que não era O sentido da
minha vida. E aí está o ponto que eu quero tratar aqui, não posso falar do
sentido da vida de todos, posso falar do sentido da minha vida e o que é que me
faz me sentir bem, realizado e satisfeito com o meu viver.
Claro que criei um
conceito que pode ser aplicado a todos os seres humanos, um conceito de sentido
universal da vida, algo que toda e qualquer pessoa na face da Terra pode focar
e fará com que sua vida seja excelente e valha a pena. Por mais que eu me
desvie da ideia central, por mais que eu tente ver outras coisas, sempre que eu
penso nisso, me vem à mente o pensamento de buscar a felicidade e estar de bem
comigo mesmo.
E aí que mora a principal
questão desse conceito de sentido da vida, pois Deus, Jah, Javé, Buda, Shiva ou
qualquer outra divindade em que você acredite resolveu te colocar aqui nesse
mundo cão, Ele te colocou aqui para você ser feliz. Todas as religiões trazem
ensinamentos, muitos deles ainda mais específicos, dando diretrizes e tudo
mais, porém, no fim das contas, a ideia básica, aquela que fez com que essas
divindades tivessem quisto trazer os seres humanos a vida, é tão somente a
felicidade de cada indivíduo.
Tá, você não acredita em
divindades, acha isso baboseira. Eu te entendo, de verdade, não critico. Mas
isso não inviabiliza a minha tese, afinal, você está nesse mundo, você está
aqui e tem um propósito a cumprir em sua trajetória. E qual seria esse
propósito? Simples, ser feliz! E digo isso tranquilamente. Ninguém passa por
esse mundo para sofrer. Não importa se você é o Bill Gates ou o Fernandinho
Beira-Mar, sua missão ou seu propósito aqui, nunca foi sofrer, mas sim, ser
feliz.
Esse é o aspecto coletivo
do sentido da vida, mas o aspecto individual é você identificar o que te faz
feliz. Para muitas pessoas, a felicidade está em ser rico, ser admirado, ser
belo, ser famoso, ser inteligente... Reparou? Todos esses conceitos são
relativos, nenhum deles é concreto, afinal, depende do que cada um de nós julga
ser rico, admirado, belo, famoso e inteligente. Entende?
Não dá para ser taxativo
sobre isso. E isso foi uma coisa que me fez entrar em depressão, pois eu me
pautei por anos nos conceitos dos outros, buscando um emprego que os outros
julgavam ideal, buscando o modelo de família que os outros julgavam ideal,
buscando fazer aquilo que os outros julgavam ser o ideal, deixando de lado
justamente o mais importante, eu estou aqui nesse mundo para me fazer feliz.
E para mim, o que é ser
rico? Ser rico para mim é ter saúde e não depender dos serviços hospitalares
tanto público quanto privado, que estão em estado de calamidade. É poder pagar
meus luxos, sem que eu precise gastar a minha saúde para conseguir isso, é eu
ter milhares de amigos e pessoas me querendo bem.
Ser admirado? É eu ter
pessoas que fazem questão da minha companhia, que gostam de mim e das minhas
ideias, que buscam a mim para se aconselharem, não por me acharem o suprassumo
em um determinado assunto, mas, tão somente por verem em mim uma outra forma de
ver a vida e que seja boa para resolver os problemas alheios.
Ser belo? É ter beleza
interior, é fazer o bem, é espalhar amor, é fazer com que todas as pessoas que
estejam a minha volta se sintam bem com elas mesmas, é tratar todos como
iguais, é não passar por cima de ninguém, é fazer as pessoas a minha volta
crescerem como seres humanos, é levar sempre paz e amor por onde quer que eu
passe e ainda ser lembrado quando longe por essas mesmas pessoas.
Ser famoso? Para mim é
ser lembrado por quem me ama, ser lembrado como exemplo de amor pelos parentes,
é poder chegar em qualquer lugar e ser bem quisto, é não despertar inveja nos
outros, é poder ver pessoas torcendo por mim, simplesmente por quererem ver o
meu bem.
Depois que passei a
aplicar esses conceitos em minha vida, passei a ser mais feliz, a ver a
felicidade com mais facilidade, pois não preciso mais de coisas
superelaboradas, passei a ver a felicidade nas coisas pequenas. Seja no abraço
gostoso que minha sobrinha me dá todo dia quando ela acorda, seja nas palavras
de amigos, seja no acordar bem disposto...
Hoje, a minha felicidade
sou eu quem faço, não preciso de mais nada ou ninguém, estou fazendo o que eu
gosto para viver, tenho casa, comida, tenho amor, posso dar amor, tenho a minha
paz de espírito, tenho a minha vida organizada e estou batalhando para conseguir
ser a pessoa que me propus a ser. Aprendi na minha vida, depois de muitos
tombos e problemas, que o maior sentido que posso dar para ela é esse, ser
feliz é uma obrigação.
Mas não é uma obrigação
para os outros, é uma obrigação para mim. Tenho que ser feliz sob os meus
conceitos de felicidade, fazendo o que me faz feliz, o que me completa, o que
me dá satisfação. Então, sobre o sentido da vida, para mim é sempre para
frente, em busca da felicidade e a felicidade está dentro de cada um de nós. Só
quando encontramos a nós mesmos, encontramos o real sentido para a nossa vida,
que é sermos felizes e espalhar amor ao mundo!
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