A
Teoria da Piscina de Merda
Você
já ouviu falar da teoria da Piscina de Merda? Pois então vou te introduzir numa
das maiores teorias sobre cometermos erros e fazermos besteiras em nossas vidas
e que apesar dos avisos, das indicações, dos recados, das interações
contrárias, das manifestações do universo a nossa volta, a gente ainda assim,
mergulha numa grandessíssima piscina cheia de merda, embora com a consciência
tranquila, de sabermos o que estamos fazendo, ainda assim, após sairmos do
mergulho, nos surpreendemos por estarmos malcheirosos e cobertos de excremento.
Daí
você se pergunta, mas isso ocorre mesmo? É claro que ocorre! É até bem comum, é
aquela sensação de ver o muro se aproximando, de você ter a certeza de que o
muro vai se mover pra você passar, mas de repente você mete os cornos no muro e
se surpreende com isso.
Chega
a ser até engraçado isso, pois você sabe que o muro é um objeto inanimado, mas
ainda assim você tem a certeza absoluta de que o muro vai sair da sua frente
pra você passar e quando ele não sai, você realmente se choca com essa
situação.
Pois
bem, a Teoria da Piscina de Merda surgiu da observação de situações cotidianas
da minha vida e da vida de pessoas a minha volta, onde todos os prognósticos
eram contrários, onde todos falavam coisas contra uma certa tomada de decisão,
seja ela profissional, amorosa, pessoal ou em qualquer outro aspecto da vida, o
que importa é ser uma decisão tomada de forma consciente, mas cujas
consequências já são perceptíveis e totalmente negativas para você, mas você
ainda assim decide que não vai ouvir nada e mergulhar rumo à imensa
concentração de fezes.
Geralmente,
é mais fácil reconhecer esse tipo de situação quando relacionada ao aspecto
afetivo/amoroso, onde uma pessoa começa a conhecer melhor outra e seus amigos,
em sua grande maioria já se mostram contrários a esse relacionamento, falam que
a outra pessoa não lhe fará bem, que não presta, que não é uma pessoa que valha
a pena aquele amigo se relacionar.
Pois
bem, aí começa a comparação com a piscina, onde você começa a subir no
trampolim de 15 metros, ajeita a roupa de banho, ajusta a touca, coloca os
óculos de natação, faz o aquecimento, chega à beira do trampolim, olha pra
baixo, verifica que a piscina está cheia de merda, logo em seguida, faz o sinal
da cruz, e assim, se lança na imensidão do infinito, em direção à piscina de
merda, fazendo as maiores acrobacias, aquele salto ornamental rumo ao mar de
fezes.
Embora
você já esteja a ponto de entra na merda, você chega à piscina e ainda
atravessa toda ela, julgando estar fazendo um bom trabalho, quando sai na outra
margem da piscina, você começa a sentir o cheiro ruim, daí se dá conta de que
está completamente coberto de merda, aí você tem um choque, se surpreende, fica
totalmente sem chão, pois só aí se dá conta do que todos tentaram te alertar,
sobre o que todos tentaram te demonstrar: NÃO MERGULHE NUMA PISCINA DE MERDA.
Mas
você mergulhou e julgou que ao final dessa travessia você estaria limpo, lépido
e fagueiro, cheirando a rosas, mas o que você não se deu conta até esse exato
momento é que você mergulhou em uma grande piscina abarrotada de merda, não
teria como você não sair disso a não ser malcheiroso e sujo.
Existem
pessoas que parecem até que são praticamente as Tartarugas Ninjas, que habitam
os esgotos de Nova Iorque, de tanta familiaridade que possuem com essa
imundice, pois parecem gostar dessas situações, não escutam avisos, não escutam
conselhos, não dão ouvidos aos amigos e quem lhes quer bem.
Como
já disse o poeta: Quem não escuta cuidado, escuta coitado. E aí é que mora o
perigo. Quando você se acostuma a coisas ruins na sua vida, você acaba achando
que isso que é o comum, que isso que é o que deve acontecer, não se preocupa
com mudar esse panorama e acha que embora todos digam o contrário, aquela vez
vai ser a que vai mudar tudo, dessa vez será diferente.
Eu
sou pragmático, então, ouço muito os outros, principalmente pessoas que tenham
mais experiência que eu em certos assuntos, que possuam mais conhecimento
científico que eu, pessoas que tenham mais vivência que eu, que possam me
agregar mais valor e conhecimento, para que eu encurte meus caminhos para a
glória.
Não
que eu nunca tenha mergulhado em uma piscina de merda. Às vezes a gente sabe
que a situação tem aquele selo: “É cilada, Bino!”, mas ainda assim, a gente
insiste em fazer a coisa do nosso jeito, em alguns casos, meramente por
capricho ou birra, contudo, o resultado de um mergulho nesse tipo de piscina é
sempre o mesmo: sair malcheiroso e sujo, coberto de merda.
Não
há consequência boa de um mergulho desses, invariavelmente você terminará
emporcalhado, em situação desfavorável, surpreso e quase sempre envergonhado de
ter se metido nessa cilada, mesmo, embora, você tenha sido o único e exclusivo
responsável por se enfiar em tal situação. Claro que o arrependimento posterior
é totalmente cabível, necessário e até mesmo louvável, mas acima disso, o bom,
é aprender a perceber quando estamos nos metendo nessas situações, quando nós
estamos expostos a um mergulho numa piscina assim, para que evitemos isso.
Afinal,
ninguém sai cheiroso depois de um mergulho em uma piscina de merda, mas ninguém
também está livre de ser conduzido até a beira do trampolim e ser empurrado de
lá, seja por um capricho, por vaidade ou por qualquer outro sentimento menos
nobre.
Sabe
aquela situação em que a esmola é demais e o santo sempre desconfia? Pois é bem
por aí, você pode se prevenir de determinados erros e deslizes e mergulhos, mas
ainda assim corre o risco de tomado por vaidade, cego de desejo ou até mesmo
por burrice, não dar ouvidos a mais nada e ninguém e aí quando perceber, vai
estar na beira do trampolim, prestes a ser empurrado.
De
qualquer maneira, a Teoria da Piscina de Merda está aí, explicada,
exemplificada e demonstrada com clareza para vocês, meus queridos. É uma grande
teoria moderna, onde cada um pode tirar o melhor proveito dela, evitando de se
colocar em certas situações.
Dedico
essa teoria a todos os meus amigos e amigas que em algum momento já me ouviram
falar dessa teoria e hoje levam uma vida um pouco melhor, escapando de certas
ciladas em suas vidas e de mergulhos indesejados num mar de merda.
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