Abro
Mão Da Razão, Quero É Ser Feliz
Quando a gente está
observando as coisas no mundo a nossa volta é legal quando nos damos conta de
que a gente se libertou de certas amarras e também de certos convencionismos.
Que nós deixamos de lado as ideias básicas de egoísmo, de abrir mão do
individual pra viver o coletivo, trocando as suas premissas para algo que seja
construtivo realmente, você para de pensar no seu umbigo, para pensar no que
realmente vai te fazer feliz.
Falando assim, parece
apenas uma coisa da boca pra fora, mas pra quem me conhece, sabe o quanto que
eu gosto de ter o controle das coisas, sabe o quanto que pra mim isso é quase
uma obsessão, o meu pragmatismo faz sempre calcular passos, medir atos,
movimentar as peças no tabuleiro da vida de forma que eu chegue sempre ao ponto
que eu quero chegar e não deixo as coisas geralmente ao acaso.
Ocorre que, de uns tempos
pra cá, tenho sido mega generoso com o acaso. Acreditando que o acaso é capaz
sim de me surpreender e dessa forma me fazer uma pessoa melhor, mais aberta ao
universo e mais tranquila com as coisas que eu não posso controlar.
Aliás, controle é uma
coisa que eu tô deixando de lado. Preferindo ser feliz a ter razão, deixando de
lado aquela coisa de discussões imbecis, abrindo mão de ter as coisas sob
domínio, simplesmente pela alegria de desfrutar dos momentos, desfrutar da
companhia, desfrutar da vida.
Eu sou uma pessoa que
hoje consigo ver com mais clareza que a felicidade é a gente quem faz, é a
gente quem é responsável por nossa felicidade e mais ninguém. Quando você está
interessado em alguém, é seu dever fazer de tudo para que essa pessoa entenda o
quanto você está afim dela e quer que ela saiba o quanto ela é importante pra
você, a ponto até de você abrir mão de características marcantes da sua
personalidade.
No meu caso, estou na
fase em que abro mão de estar certo, de ter a razão, de ter o controle, de
querer fazer com que alguém seja do meu jeito. Não quero mais isso, quero sim é
poder estar com a pessoa, curtir com ela, estar em paz com ela, vivenciar com
ela, estar certo de que cada momento ao lado da pessoa fará todo o sentido, que
embora eu não tendo o controle, tudo estará bem pois eu estarei com ela.
E quando você está
interessado em uma pessoa que também tem essa característica de controle, que
gosta de estar com pessoas que ela possa controlar, você faz o que? Você
simplesmente abre mão do controle, não é?! É simples isso, você conscientemente
se coloca sob o jugo dessa pessoa, pois pra você, vale correr o risco de estar
sob a tutela de uma outra pessoa, pensando no bem de uma relação à dois, do que
você ter o controle das coisas e não estar com ela.
Medos, todos nós temos,
sempre vamos ter. Mas hoje, tenho mais medo de não ter essa pessoa na minha
vida do que de ser controlado por ela. Até porque, sei que no fundo, uma pessoa
assim, está na verdade é querendo se libertar das suas amarras do controle
sobre os outros, mas tem é medo. Eu já passei por tal situação, preferia ter o
controle, não imaginava que abrindo mão do controle, a felicidade poderia bater
com mais facilidade a minha porta.
Não consigo mais me ver
voltando a querer ter o controle, abrindo mão da felicidade, já não consigo
mesmo me ver dessa forma, abro mão das coisas de boa, penso mesmo é em estar em
paz comigo, com uma pessoa que valha a pena viver ao meu lado, alguém que
queira ser feliz, que me veja como ponto positivo para a sua felicidade e um
bom ponto para a sua vida.
Quando a gente vai
crescendo, amadurecendo e entendendo mesmo como a vida é, percebe que não temos
mais como perder tempo, que não temos mais que deixar de lado nossa felicidade
por coisas tão pequenas e tão mundanas quanto essa questão de ter razão, de ser
o senhor da razão, aquele que manda em tudo, que sabe de tudo.
Eu, hoje, simplesmente
não sei de mais nada na minha vida, não tenho mais certezas, acumulo cada vez
mais dúvidas sobre as coisas. Acho que é isso que é você amadurecer, você vai
perdendo certezas, dando lugar as suas dúvidas, e isso te move, te faz sair da
estática, te move, te bota pra correr atrás de novos desafios, buscar águas
mais profundas pra sua vida.
Assim sendo, o que conta
hoje para mim é isso, ser feliz, abrir mão da minha razão, buscar ter a minha
paz, buscar ter o equilíbrio com alguém que vale a pena. Não tenho qualquer
problema com isso. Hoje, o que vale pra mim é isso, abrindo minha vida para as
surpresas de não se ter razão de nada.
Nenhum comentário:
Postar um comentário