domingo, 7 de fevereiro de 2016

Matemática do Amor

Matemática do Amor

Ontem uma amiga ao comentar meu texto disse que ele era duro. Achei curiosa a análise dela, uma vez que pra mim o texto está realista e pragmático. Sei que crescemos acostumados a ouvir histórias de pessoas que venceram as diferenças, distância, males entendidos, problemas de saúde, desencontros, ou seja, as mais belas histórias de amor, com as mais variadas temáticas e dramaticidade possível. Somos praticamente obrigados a acreditar que essas histórias são a realidade, são a regra e não a exceção.
Eu sou uma pessoa realmente mais pragmática, vejo o amor quase como uma ciência, onde existem regras, existem formas de agir, existem jeitos de lidar com as coisas... É uma questão simples, eu realmente acho que as coisas devem ser de uma forma correta, sem stress, sem dor de cabeça, não acho que aqueles casais que brigam o tempo todo mas se entendem sejam exemplo, não creio que isso seja saudável para a relação. Claro que não penso que um relacionamento é um mar de rosas, será sempre harmonioso e feliz, mas quando você briga o tempo inteiro, faz as pazes por um breve momento e depois de algumas horas já brigam de novo, não vejo isso como algo positivo e saudável.
Acho que uma relação boa é aquela que consegue ter 60% de momentos excelentes e ótimos, 30% de momentos bons e 10% de momentos ruins ou péssimos, quando é desse jeito, você realmente supera qualquer adversidade em nome do relacionamento, seja uma fase ruim de uma das partes, seja por um problema externo, seja por um distanciamento natural ou até mesmo por qualquer outro motivo besta que surja, mas os dois, munidos de lembranças de mais momentos excelentes, ótimos e bons, não se deixam atrapalhar por 10% de coisas ruins que aconteçam.
Muita gente se deixa levar pelo momento, se toma pelo imediatismo e acaba esquecendo as coisas boas vividas junto. Não estou dizendo que tudo deve ser relevado em nome de um sentimento que nem sempre é respeitado. Estou dizendo que muitas vezes, a gente deve por de lado a raiva e a mágoa, pois nem todas as decisões tomadas de cabeça quente são acertadas.
A vida a dois não é fácil, mas tem que ser prazerosa, tem que ser divertida, tem que ser saborosa, tem que valer a pena. Quando você encontra alguém que faz a sua vida ser melhor sempre que você encontra com ela, é sinal de que essa pessoa é a ideal para você. Em alguns momentos isso vai mudar, vai parecer que a pessoa está querendo fazer da sua vida um inferno, mas você tem que ter sapiência para lidar com esse imprevisto, com essa tormenta. Não se tome de emoção, releve, muitas vezes a outra pessoa não está fazendo nada demais, está apenas sendo diferente daquilo que você está acostumado e aí que complica.
Estamos tão habituados as coisas serem como, quando e porque queremos, que nos esquecemos que uma relação depende da outra pessoa também. Pra ser harmoniosa, a gente tem que abrir mão de uma característica intrínseca do ser humano, que é o egoísmo. O ser humano é egoísta por natureza, e mesmo assim, se mete a ter uma relação à dois. Contrariando todos os prognósticos de estudos da mente humana, ainda assim, ele se esmera, se coloca à disposição, resolve ter um relacionamento.
Já falei o quanto acho difícil você entender a si mesmo, imagina entender uma outra pessoa. Mas mesmo assim, quando você resolve entrar em um relacionamento com alguém, é isso que você vai ter que passar a fazer, entender uma outra pessoa, entender uma mente que não é a sua, saber o que uma outra pessoa está pensando e querendo, mesmo sem saber ler mentes.
Com o passar dos anos, adquiri uma certa capacidade de saber lidar melhor com discussões, brigas e afins, onde vou tentando deixar as coisas de boa, sempre lembrando dos 90% de coisas boas que o relacionamento me proporcionou. Claro que a parte ruim pode realmente ser ruim, prejudicando e muito esse equilíbrio. E se isso ocorre, a relação começa a pesar. E se começa a pesar, aí já não há equilíbrio que dê jeito.
Chega a ser engraçado, que eu tenha números para dar sobre o assunto, mas como eu disse, eu sou realmente pragmático. Mas ainda mais engraçado é que realmente vejo pessoas que se apegam a relacionamentos que já acabaram, apenas se mantém ninguém sabe o porquê. É um tal de ele me bate, mas me ama, de ela é legal, só é um pouco ciumenta, de ele não me liga há dias, mas também não vou ligar pra ele...
Deixemos de lado essas coisas, temos que saber quando o relacionamento realmente não dá mais e também até que ponto podemos insistir e tentar fazer dar certo. A matemática ajuda, mas o feeling no final das contas é o que realmente importa, pois todo mundo pode dar conselho, opinião e qualquer coisa do tipo, mas no fim das contas, só quem está no relacionamento para saber os valores da porcentagem do seu relacionamento.

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