Aprendendo
A Lidar Com Os Problemas
Quem
me conhece sabe que sou discretíssimo com vários aspectos da minha vida e o
quanto eu tenho problema para lidar com assuntos embaraçosos dela. Meus amigos
mais íntimos sabem que se eu estou contando algo que é realmente muito
particular é porque estou me sentindo à vontade para tratar do assunto ou então
porque realmente estou precisando muito de um auxílio para lidar com aquilo.
Por
conta disso mesmo, algumas pessoas até estranham porque consigo colocar no
papel, no caso tela do computador, com tanta clareza as minhas ideias e
pensamentos sobre os diversos assuntos da minha vida.
Pois
bem, essa questão de expor problemas para os outros se tornou um problema pra
mim, pois eu meio que sempre fui um lobo solitário em relação a isso. Sou o
filho caçula em uma família com 3 irmãos, onde sempre me virei sozinho para
conseguir as coisas, sempre tentei acompanhar os meus irmãos, sempre busquei me
aproximar deles e isso me deu uma aura de independência e de avanço, que meus
pais respeitaram e incentivaram.
Isso
me trouxe um sentimento de sempre ter que resolver meus problemas, sem contar
com a ajuda de ninguém, muitas vezes eu só externava algum problema para os
outros quando eu já tinha a solução do mesmo em minha cabeça. Algo como só
contar da necessidade de arrumar um emprego depois de já ter arrumado um, ou
então, de comentar de algum problema de saúde depois de já estar curado ou em
tratamento.
Não
tive essa coisa de expor minha vida para os outros, pois eu sempre tive que ter
essa postura de resolvedor de problemas. Sendo assim, não me permitia
transmitir meus problemas a outrem sem antes ter ao menos uma solução que
pudesse acabar com aquele problema.
Essa
questão fica ainda mais clara pra mim, quando estou procurando abrir a minha
vida para outra pessoa. Sei que um relacionamento depende dessa questão da
troca, da ajuda mútua, da necessidade de se dividir vitórias e derrotas,
soluções e problemas, mas eu tive essa questão sempre muito isolada dentro de
mim, aprendi a lidar com isso desde pequeno e não sei como agir diferente, só
consigo ser a pessoa que ajuda aos outros, mas não aquele que tem problemas.
Dessa
forma, muitas pessoas se sentem frustradas ao meu lado, ao não saberem como
lidar com isso, não conseguem entender que esse é o meu jeito de lidar com as
coisas, me amarguro, me martirizo, me penitencio, isso tudo sozinho, sem estar à
vista de ninguém, para que não arraste alguém para o problema também sem a
necessidade.
Sei
que isso não é uma atitude saudável e louvável, mas eu aprendi a agir assim, e
isso é um fardo meu. Até porque, não aconselho ninguém a ser assim, ninguém é
uma ilha, ninguém é sozinho. Com o passar do tempo, depois de fazer terapia já
por algum tempo e também estudar sobre o tema, estou melhorando muito.
Hoje
já consigo me abrir mais, falar de assuntos mais polêmicos para mim, sei lidar
melhor com as minhas emoções em relação as essas polêmicas, consigo absorver
melhor o problema e buscar uma ajuda sempre que eu julgo necessário. Não tenho
mais a pretensão de só contar de um problema quando eu já tenho a solução, até
porque em muitos casos, essa solução pode demorar meses, anos ou décadas para
aparecerem.
Não
sou mais o mesmo cara que era há anos, hoje já sei lidar melhor com essas
questões. Consigo me abrir mais com as pessoas a minha volta, consigo me abrir
mais com uma pessoa que eu quero ter na minha vida, consigo me abrir mais para
o mundo em relação aos meus problemas.
Quando
me falaram do complexo de Atlas, que é a pessoa que quer carregar o mundo
inteiro nas costas, vi o quanto isso poderia me tornar uma pessoa pior, mais
melancólica, mais triste, mais frustrada e mais infeliz, daí então, resolvi
mudar,
Hoje
não quero mais carregar nem os meus problemas, muito menos o dos outros
sozinhos. Claro que ainda encontro algumas dificuldades em dialogar sobre
certos assuntos, determinados temas ainda me machucam o coração, como se ele
estivesse sendo apertado por uma caixa cheia de espinhos, porém, hoje já
consigo lidar melhor com esses problemas, não gerando aqueles sentimentos
ruins.
As
coisas boas eu também tenho dificuldade de compartilhar, mas daí, por outros
motivos, por acreditar que as melhores coisas da vida não precisam de
testemunhas, então, tendo a também não me manifestar muito sobre as coisas
boas. Ocorre que certas coisas ficam evidentes quando a gente está feliz, até
fisicamente a gente muda, com a pele ficando mais vívida, o sorriso besta de
canto de lábio, você assobia ou cantarola com mais facilidade, isso tudo porque
você está feliz.
Muitas
pessoas ficam com inveja, mesmo bons amigos, se a sua felicidade transparece
ser maior ou mais genuína que as deles, mesmo quando você torce pela pessoa,
ela torce por você também, mas não pra você ser mais feliz que ele.
Logo,
perceba, seja por alegria ou tristeza, aprenda a dividir com os outros esses
sentimentos, sejam motivos bons ou ruins, soluções ou problemas, contudo,
esteja ciente de que as pessoas vão ter reações, pensamentos e atitudes
diferentes das suas, logo, não se frustre por isso, apenas saiba dialogar e
tirar o melhor proveito de passar a informação adiante.
Essas indiretas secretas! rs
ResponderExcluirPior que é sem indiretas, meu caro amigo!
ExcluirTamo junto!