segunda-feira, 7 de março de 2016

UBUNTU

UBUNTU

Já reparou que muitas pessoas estão pouco se lixando pro que acontece realmente no mundo em volta delas? Muitas pessoas simplesmente ignoram o que acontece de verdade no mundo, o que se passa com as pessoas a sua volta, sem pestanejar. E de maneira tranquila, sem qualquer peso na consciência.
É um tal de fingir que está dormindo quando está sentado no coletivo e tem um idoso, deficiente, grávida ou até mesmo uma pessoa com uma criança no colo. Não só isso, já percebeu que as pessoas fingem que não estão vendo uma cena muito desagradável ou mais, uma cena não muito satisfatória para elas?
Pois bem, eu sou do tipo contrário, eu não ignoro essas coisas, eu tenho a tendência a me meter, a me aproximar das pessoas quando elas estão mal, não gosto de ver pessoas chorando, tristes ou infelizes. Porque estou dizendo isso? Oras, porque eu vejo o mundo cada vez mais egoísta e cada vez mais eu vejo as pessoas julgando os outros e não aceitando serem julgadas. Querem transformar o mundo no seu verdadeiro parque de diversões.
Eu me identifico muito com o Batman, o Cavaleiro das Trevas, aquele cara que tenta ainda que a duras penas trazer um pouco de ordem e serenidade para um mundo jogado ao caos. Não, não estou dizendo que sou um super-herói, o que estou dizendo é que eu também viso um mundo melhor e sou capaz de sacrifícios para isso.
A sociedade anda muito doente, as pessoas andam mega extremistas, esquecendo que a força da humanidade está no coletivo, então, as pessoas estão cada vez mais se fechando em seus mundos, ignorando as pessoas a sua volta. Isso é realmente muito perturbador e poucas pessoas se levantam realmente contra isso.
Vejo cada dia mais, as pessoas agindo contrárias a união, a felicidade, ao amor, buscando somente seus próprios benefícios, se esquecendo das pessoas a sua volta, não se importando com o que precisam fazer de forma coletiva ou se passam por cima dos outros. As pessoas só pensam em suas alegrias, em o que elas precisam para serem felizes, mas sozinhas.
A alegria da solidão é irrisória. Os africanos têm um termo chamado Ubuntu, que quer dizer: Sou o que sou, pelo que somos nós. É um conceito interessante, sobre você só ser completo se os outros forem completos também. É um conceito que envolve o coletivo e não o individual, afinal, e isso eu já tenho mais que certeza na minha vida, ninguém é uma ilha. Então, você não consegue ser feliz sozinho.
Tô dando voltas e mais voltas, para falar da minha ideologia de vida, sou um social democrata. Muitos vão se perguntar: Mas o que, diabos, isso quer dizer? Simplesmente que eu defendo a democracia e também o desenvolvimento social, e chamo de desenvolvimento social, a diminuição da desigualdade social, além do fortalecimento das instituições sociais, como família, igreja, ongs e afins. Isso é o que eu acredito, isso é o que eu aprendi a lidar com a vida.
Mas não pense você que sou desses radicais que acha que família é só homem, mulher e filhos ou que igreja é só a Católica ou que ONGs que prestam são só as que prestam assistência para milhares de pessoas. Não, esses conceitos para mim são muito amplos, são questões para discussões maiores e mais detalhadas, mas saiba que para mim, todos esses conceitos se aplicam a busca da felicidade coletiva.
Não dá pra gente pensar em si, sem pensar no outro, o mundo não é de um só, o mundo não gira em torno do nosso umbigo, a gente divide o mundo com os outros, sejam eles racionais ou irracionais, adultos ou crianças, jovens ou idosos, homens ou mulheres, negros ou brancos, altos ou baixos, não importa quem você seja ou o que você possua, cada um tem seu quinhão nesse mundo.
Em sua passagem por esse mundo você só terá o seu corpo e só voltará com o seu corpo, é como diz na Bíblia: Do pó nós viemos e para o pó retornaremos. Ninguém vai levar riqueza material desse mundo, a única riqueza que levamos dessa vida são as pessoas que realmente irão chorar a nossa morte, aquelas pessoas que vão realmente lamentar a nossa morte e se alegrarem de nos terem conhecido.
Por isso, não pense em ser, mas sim em fazer. Faço o bem, ajude o próximo, cuide de alguém diferente de você, não por você gostar da pessoa, por ela ser da sua família ou algo assim, mas pense em fazer o bem, sem olhar a quem.
Como bem disse o MV Bill: 'Se falo de amor é de uma forma impopular'. Falo do amor coletivo, do amor ao próximo, do amor que não vende livro, que não rende novela e muito menos filme, falo do amor que sentimos pelo nosso semelhante, falo de empatia, falo de saber sentir pelo outro, de se colocar no lugar dele, de saber vivenciar o mundo de uma forma em quem o próximo também tem voz e vez. Falo do amor fraterno, daquele que Jesus pregou, mas como bem disse um cabeludo qualquer: 'Eles estão surdos'.


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