Contra
“TUDO ISSO QUE ESTÁ POR AÍ”
Ontem,
devido às fortes chuvas que caíram sobre a cidade do Rio de Janeiro, fiquei
impossibilitado de atualizar esse blog. Tive que passar 4 horas no ônibus e
ainda assim, para dormir fora de casa. Ao menos o tempo foi bem aproveitado na
companhia de grandes amigos e podendo desfrutar da alegria deles.
Contudo,
vamos ao que interessa, hoje estão acontecendo manifestações de norte a sul
desse país, contra “TUDO ISSO QUE ESTÁ AÍ”. Eu mesmo, por estar inclusive em
Copacabana, aqui no Rio, pude ver algumas muitas pessoas que participaram da
passeata, ouvir suas indignações e ainda mais, observar suas atitudes, afinal,
sou um observador do cotidiano e por isso mesmo, gosto muito de ler as pessoas.
Muitos
ali se julgam paladinos da justiça, defensores da ordem, da moral, da ética e
dos bons costumes, se mostram “entendedores” da conjectura política do nosso
país, acusando as pessoas que não participaram da manifestação de alienados
políticos e tal. Gosto de ver o entusiasmo das pessoas com política, acho que
realmente só o engajamento da população para alterar o panorama político de
nosso país.
Ouvi
muitas conversas no Metrô voltando pra casa, e ainda mais, no ônibus para a
Barra, pessoas que se demonstram esclarecidas, inteligentes e realmente
preocupadas com o futuro do nosso país. Ocorre que, como disse no outro texto,
o melhor do Brasil são os brasileiros, mas o pior também. Em pleno domingo,
Metrô relativamente vazio, um casal de jovens, indo para a zona norte, para a
grande Tijuca, afinal, saltei no Estácio e eles continuaram no carro, estavam sentados
nos bancos preferenciais, que não são proibidos para servirem de assento para
pessoas que não sejam as prioritárias, mas, hoje, o carro apesar de não estar
cheio, estava com pessoas em pé, dentre elas, uma grávida e alguns idosos.
Visualizou
bem o que eu estou falando? Eram dois jovens, engajados, preocupados com o
futuro do país, que exerceram seu direito de protestar no dia de hoje e estavam
num transporte coletivo, sentados em bancos preferenciais e com pessoas
prioritárias em pé próximas a eles.
Agora
com essa cena já bem detalhada, direi o que aconteceu logo depois. Os jovens
engajados simplesmente olharam para a senhora grávida, para os idosos e CAGARAM
para tudo e todos, ignoraram que estavam em cadeiras de prioridade e lá ficaram
e não saíram, provavelmente até o destino final deles.
Ah,
Victor, mas eles não fizeram por mal – um de vocês dirá. Pois bem, aí é que
está o nosso problema, “TUDO ISSO QUE ESTÁ AÍ”, é um problema que está nos
outros, não está em nós, não somos capazes de ter discernimento e notar que nós
somos uma das rodas da engrenagem que fez o país chegar a esse ponto.
A
falta de ética é algo palpável em nosso país, as pessoas acusam os políticos,
mas vendem votos, cobram mais educação, mas são os primeiros a serem mal-educados,
reclamam do caos na saúde pública, mas sonegam impostos, pregam ética, mas não
cumprem com seus deveres, sentam em cadeiras prioritárias e ainda por cima
ignoram as pessoas que têm o direito a sentar naqueles bancos.
Ontem
mesmo, devido às fortes chuvas, ouvi várias pessoas reclamando que estava tudo
alagado, pondo a culpa no prefeito e se esquecendo que além do volume absurdo
de água, muitas pessoas não fazem a sua parte, jogando lixo no chão, que entope
bueiros, assoreia rios e faz com quem alague a cidade.
Estou
falando isso tudo, para conscientizar as pessoas, que ser contra “TUDO ISSO QUE
ESTÁ AÍ” é também se colocar contra as suas próprias atitudes, é ser contra o
Status Quo vigente, é pensar que a sociedade tem que ser justa para todos, e
não só para poucos privilegiados.
Muitas
das pessoas que eu ouvi no meu périplo para casa hoje, se mostravam indignadas,
verdadeiramente contra tudo, mas em sua grande maioria, só demonstravam em seu
discurso que elas se sentiam desprivilegiadas, desprestigiadas, fora da patota
que comanda, que lucra, que se dá bem as custas do povo, por isso mesmo, estão
contra “TUDO ISSO QUE ESTÁ AÍ”, mas, por incrível que pareça, ficava nítido em
seu discurso de ódio, que se elas pudesse, fariam igual, estariam na mesma
posição das pessoas que elas acusam que as estão prejudicando.
Um
dos fatos inusitados que vi, foi de um casal, trajado de verde e amarelo da
cabeça aos pés, ter levado a filhinha deles, bebezinha de meses de idade, para
a manifestação, essa situação seria até motivo de orgulho, se quem não
estivesse empurrando o carrinho da criança não fosse a babá, que estava tendo
de trabalhar num domingo, sabe-se lá, se recebendo horas extraordinárias por
esse serviço.
Como
já pude expor para alguns amigos, eu acredito que o que salvará nosso país é
uma reforma política completa, com uma nova formação política para o nosso
país, com diretrizes, controle sobre partidos, diminuição da quantidade de
deputados, diminuindo o tamanho dos seus gabinetes, acabando com muitas
regalias para parlamentares, melhorando o acesso dos cidadãos aos projetos e
votações do congresso, desburocratizando a política, preferindo uma oxigenação
no congresso, acabando com a aposentadoria de parlamentares, se os mesmos
continuarem exercendo cargo público, para que ele não possa receber dois
vencimentos de um mesmo ente e tantas outras ideias que tenho sobre o assunto.
Além
disso, é necessário um novo pacto federativo, onde os entes federativos, vão
escolher que tipo de país eles querem para o futuro, além de organizar as
relações entre os mesmos, deixando claro para população o papel de cada um dos
entes federativos, sem isso, mudaremos nomes, mudaremos partidos, mudaremos
pessoas, mudaremos de ideologias e de nada vai adiantar, pois em sua maioria,
os políticos só estão preocupados em pensar em seus próprios umbigos, assim
como muitas das pessoas que estão contra “TUDO ISSO QUE ESTÁ AÍ”.
Me
mantenho esperançoso de dias melhores, onde teremos uma política verdadeiramente
interessada em fazer um país melhor, com pessoas sérias e idôneas, onde todos
os cidadãos se sentirão realmente representados, onde os governantes não irão
usar de artifícios para enganar o povo, onde o nosso país será um país sério,
com objetivos bem definidos e com pessoas competentes e interessadas em fazer o
futuro ser agora.
Fora
isso, não é porque não fui pras ruas que compactuo com os descalabros dos
políticos que estão no comando, muito pelo contrário, contudo, percebo que em
nada irá mudar a situação do nosso país, chamar a presidente de feia, chata,
boba ou afins, nem mesmo bater panelas ou espernear, o que vai adiantar, é eu
me manter consciente, continuar buscando ser uma pessoa direita, continuar expondo
minhas ideias sobre política, ética e afins, e além disso, tentar servir de
exemplo, cumprindo com meus deveres e exercendo os meus direitos, no mais são
só fogos e pirotecnia.
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