quinta-feira, 14 de janeiro de 2016

Sobre O Tempo

Sobre O Tempo

Engraçado como a nossa percepção do tempo muda com o avançar dos anos. Quando eu era criança eu só pensava em crescer, arrumar um emprego, casar, ter meus filhos e poder jogar futebol e vídeo game com eles. Era algo muito comum pra mim pensar que quando eu crescesse eu faria isso, quando eu crescesse eu faria aquilo e sempre imaginava uma vida totalmente diferente da vida que eu tenho hoje.
Conversando com o Roberto, meu primeiro leitor do blog, ele me sugeriu falar sobre o tempo, a perspectiva do tempo que temos em cada fase da nossa vida. Sob esse aspecto, vejo que quando eu era adolescente, eu vislumbrava que minha transição para a fase adulta seria tão rápida e simples, que eu com 24 anos já estaria casado, com filhos, criando uma empresa de consultoria de engenharia e tudo seria perfeito.
Já tratei aqui da minha frustração com as ciências exatas, com o fato de ter que aprender a descobrir o X do problema, algo que me frustrou muito, a ponto de desistir completamente de qualquer ideia que eu pudesse ter alguma carreira relacionada a área de exatas. Eu falo isso, pois quando fui pros meus 20 anos, eu já tinha a ideia de me tornar um advogado excelente, que me casaria com 30 e poucos anos, teria já um filho e estaria buscando mudar o mundo através do Direito.
Hoje, com meus 33 anos, tenho uma visão totalmente diferente de mundo em relação ao que pensava tanto na minha adolescência quanto nos meus vinte e poucos. Sou eu mesmo, mas sou uma pessoa totalmente diferente da que era com 13 e da que eu fui com 23. Provavelmente, quando eu estiver com 43 também serei totalmente diferente do que sou hoje, porém, o que me deixa mega satisfeito, é saber que não olho para trás com nenhuma frustração. Pode parecer que quando falo que queria ser engenheiro eu use um pouco de melancolia, mas não é isso, fico satisfeito, acho que eu seria muito infeliz em ter uma vida ligada aos números e não as pessoas como é minha vida hoje. Gosto de gente e não curto muito essa coisa de números como eu achava que tinha.
Hoje, se eu pudesse dar um conselho para o meu eu aos 13 anos, diria pra me preocupar menos com o futuro e focar mais em aproveitar as coisas que a vida me oferecia naquele tempo. Eu me focava muito em fazer aquilo que meus pais realmente traçavam para mim. Não que isso fosse errado, muito pelo contrário, mas eu não me preocupava tanto­ em curti a vida, me atinha mais em seguir os planos traçados por mim e por meus pais.
Se fosse falar com o meu eu de 23 anos, aconselharia a me focar mais em ser feliz, me preocupava muito em ser aquilo tudo que eu queria ser e menos em aproveitar a jornada. Eu estava no auge da minha forma física, mas me deixava mais preocupado em ter uma imagem sólida, de bem e sem mácula.
Nesses dois estágios da minha vida, eu nunca pensei que seria hoje o que eu sou. Nunca imaginei que hoje estaria escrevendo um blog, solteiro, desempregado, estudando pra concurso... Mas é aí que está, eu não poderia estar mais feliz em estar no estágio em que estou. Me imagino tendo um filho hoje de quase 10 anos, como seria o caso da minha ideia de 13 anos: Aos meus 23 anos eu ainda não tinha a maturidade que tenho hoje em dia, posso garantir que eu não seria um pai tão bom quanto posso ser hoje. Fácil de notar que seria uma coisa esquisita, não seria uma boa influência para os meus filhos, não saberia lidar com certos problemas deles, acho que não tinha aberto mão do meu egoísmo até pouco tempo atrás, então, lidar com alguém que necessitaria tanto de mim, não seria legal.
Muita gente pode se olhar hoje no espelho e ficar frustrada com o que está vendo, com o que se tornou e tudo mais, se ver diferente de quem queria ser, de quem desejava ser, mas pra mim isso já não é mais uma realidade, há dois anos eu tive essa crise, não era mesmo quem eu queria ser, não estava satisfeito com a minha vida, com as minhas escolhas, com as decisões que tomei, com o rumo que estava dando para minha vida. Atualmente, eu já estou feliz, pois saindo dos trilhos em que eu estava, foi quando finalmente achei um rumo pra minha vida.
É aquilo, o tempo é realmente é de cada um, mas todo mundo só consegue viver o presente, podemos traçar milhões de planos pro futuro, mas é aquilo, nunca seremos no futuro aquilo que pensamos no passado, aquilo que pensamos no presente. É aquilo, um rio é diferente a cada segundo, afinal, as águas dele mudam na razão do tempo, assim também é a vida. A vida é diferente a cada segundo, o tempo só é tempo realmente quando ele existe e ele só existe nesse exato momento.
Por exemplo, você quando começou a ler esse texto era uma pessoa, você vai terminar sendo uma pessoa completamente diferente, por isso mesmo, eu só posso dar um conselho sobre o tempo: Viva como se fosse viver para sempre e ame como se fosse morrer amanhã. De resto, seja você mesmo, mas não seja sempre o mesmo. Evolua, e não se frustre por fazer planos hoje e no futuro eles não serem exatamente como você vai querer, você precisa saber lidar com o fato de não chegar ao ponto que você esperava, pois esse é grande barato da vida, você só precisa ser sempre melhor do que você foi ontem, pois assim você será sempre melhor.

Sobre o tempo, só posso dizer, deixe o tempo correr, mas não perca tempo!

Um comentário:

  1. Dizem que o tempo cura tudo, mas por quanto tempo você deve esperar para curar??? Então faço minhas suas palavras : Viva como se fosse viver para sempre e ame como se fosse morrer amanhã. Viva o presente , ame , mas não deixe de viver !!!

    ResponderExcluir