Expiação
Habitando na parte mais
sombria de mim
Está um ser que não vê
mal em causar dor
Alguém que faz da minha
alma um eterno refém
Com um jeito meio insano
e provocador
O ser das sombras agita
suas asas
Pensando no seu voo para
a liberdade
Só é livre quando sangra
a vítima
Se sacia com seu leque de
maldade
Aplica uma agulhada de
tranquilizante
Paralisando assim a sua
presa
Agia nas sombras, na
calada da noite
Para evitar de ter
qualquer surpresa
Esse ser sujo de sangue
sou eu
Essa massa desforme de
carne quem é
Precisava de alguém assim
para me divertir
Prefiro o gosto de sangue
ao de café
E então assim, se agita
em mim
Convocando qualquer ponto
de sanidade
O horror está presente
sim
Meus sortilégios
carregarei pela eternidade
Vaguei então por esse
campo etéreo
Procurando quem sabe um
real sentido
Quem sabe ser o anjo da
morte de Deus
Ou quem sabe, apenas mais
um pervertido
Só sei que gosto de ver a
morte diante dos meus olhos
Me divirto com a dor
causada
Não lamento as mutilações
ou esquartejamentos
Só lamento a alma não
purificada
Servindo ao propósito da
expiação
Me sinto então um ato
divino
Fazendo da morte motivo
de alegria
Chafurdando tal qual um
suíno
Agindo para levar o
terror
Infligindo aos outros
seus sortilégios
Preciso em cada movimento
Cometendo diversos
sacrilégios
O que importa é a dor
expiar
Fazer sair o mal de mim
Mas um dia alguém também
vai me purificar
E então sem pecados,
terei meu fim
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