Aquilo
No Peito
Ouvia o vento soprando
por aí vadio
Como se nada mais
importasse para ele
Permanecia ali no baixio
Imaginando um bom futuro
dele
Sentia o apertar do
ventrículo esquerdo
Dilacerava, pouco a
pouco, o miocárdio
Sentia que a qualquer
momento iria perdê-lo
Uma música doce tocava no
rádio
Sentia-se um pouco
diferente
Por estar com aquela
sensação no peito
Tentava desocupar a sua
mente
Pra fazer algo diferente
do que já tinha feito
Assim, se deixando levar,
sentia
Que aquela nova sensação
era sufocante
Era algo que sua alma
arredia
Evitava quase que a todo
instante
Contudo, a dor só
apertava
Quando se lembrava dela
Daí, era a certeza que
martelava
Era um sentimento de
querela
Só tinha ouvido falar
daquilo até agora
Mas parecia que ele tava
descobrindo a verdade
O sentimento vinha de
dentro para fora
Algo que o fazia crer na
uberdade
Tal qual uma quimera
Era uma mistura inusitada
Faria loucuras sinceras
Para ver a sua dor
comutada
Então quem sabe assim
Conseguirá entender o que
está se passando
Fez do seu peito um
jardim
E lá acabou uma semente
plantando
Ele não sabia de que era
aquela semente
Só sabia que estava
crescendo rápido
E quando ela aparecia era
inexoravelmente
Como se a vida tivesse
sápido
E então, mesmo não
querendo
Ele com sua pouca
experiência
Acabou entendendo
O que significava a sua concupiscência
Essa coisa no peito tem
um nome único
Só podemos chamar de amor
aquilo tudo
Um ato quase mediúnico
Que parece um pouco
desuetudo
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