terça-feira, 10 de maio de 2016

Três

Três

O cheiro de luxúria e satisfação eram inebriantes naquele quarto escuro
Faziam poucas horas que haviam adormecido em tamanho júbilo
Aquele emaranhado de corpos nus sobrepostos
Com o amanhecer do dia o corpo dele acordava duro

Elas com seus corpos voluptuosos despertavam pro dia
Acarinhavam-se com sutileza quase infantil
Riam e sorriam generosamente recordando o ocorrido
O álcool que dominou a noite passada ainda entorpecia

O sorriso bobo nos lábios dele eram a resposta cabal
Que a noite tinha sido de prazer, gozo e satisfação
Suas costas esfaceladas provavam que afinal
Tiveram uma noite de atividade física com diversão

Deixaram-se tomar pelo desejo e a libido
Encaravam o desafio sem qualquer reverência
Satisfizeram-se como se o mundo estivesse perdido
Em alguns momentos o prazer veio através da violência

Vela, chicote, mordaça e brinquedos
Só entre eles, aquela noite seria um segredo
Lubrificante, algemas e fantasias
Fora daquele quarto o mundo parecia uma orgia

Aquela cama era um templo para Eros
Cada movimento em prol do prazer era feito com esmero
Cada um deles teve a sua vez
Melhor que um, à dois, é a três

Curtiam a experiência de uma forma fulgurante
Viviam com a ideia de quanto mais melhor
Cada boca que provava um corpo, sabia o sabor de cor
Cada corpo extasiado era mais um motivo excitante

Cada lábio mordido era um gemido contido
Todo rosto entre travesseiros era um prazer alcançado
Pelos deuses do prazer eram abençoados
Como clérigos por eles eram ungido

Ávidos pelos outros corpos como quem quer saciar a sede
Jogavam-se na cama num amontoado
Seus corpos se ligavam como em uma rede

Exploravam seus corpos como se fosse um presente
Permitiam-se coisas inimagináveis
Corpos suados, marcados com unhas e dentes

Quando pareciam entregues e sem ideias
Começavam as carícias e servia de combustível
Daí o prazer era elevado a outro nível

Envolvidos nessa magia
Transformavam o prazer em perdição
Curto circuito em curtição
Um é pouco, dois é bom, três é demais

Vale tudo quando o prazer chama
No prazer o que vale é o gozo afinal
Quando é à três, tudo satisfaz, a alma abandona o corpo quando está nessa cama
Tudo em nome da conjunção carnal

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