sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Viver Uma Boa Aventura

Viver Uma Boa Aventura

Já reparou que as pessoas podem até gostar de uma outra pessoa, mas sempre querem mudá-las? É um tal de: Eu amo, mas ele bem poderia ser ou agir diferente. Não estou falando de aspectos físicos ou estéticos, porque esses atributos realmente podem ser mudados ao bel-prazer da pessoa, se for interesse, pois a tecnologia e os avanços da medicina estética hoje permitem essas alterações físicas, contudo, desde que a pessoa queira mudar por ela mesma, e não para agradar ao outro.
Contudo, não é disso que eu estou falando, estou falando de comportamento, de características psicológicas. A pessoa conhece outra e é apresentada a essas características, se apaixona, passa a amar, aí pega e fala: Eu te amo, mas bem que você poderia mudar isso... Cara, se você tá com alguém, não tente mudá-lo, aceite, ele é daquele jeito, você se encantou por aquela pessoa assim, se apaixonou assim, e passou a amá-lo assim, então, deixe ele ser quem ele é.
Percebo uma tendência das pessoas em não aceitarem diferenças, querendo padronizar tudo e todos, achando que todas as pessoas com quem elas se relacionam precisam ter o mesmo tipo de comportamento, as mesmas atitudes, o mesmo jeito de ser. Eu, particularmente, odeio essas coisas. Já não suporto a ideia das pessoas iguais, me irrito com essa questão das novas gerações de quererem ter o mesmo visual, sejam as mulheres que alisam e platinam o cabelo, sejam pelos caras que usam franjas e calças apertadas. Eu valorizo as individualidades, sou a favor de que cada um tenho o seu jeito de ser, a sua forma de agir, tenha sua forma de pensar, se se portar, de falar, de se vestir...
Pra mim, conta muito a pessoa ter estilo, saber mesclar as coisas, ela não precisa ser totalmente original, até porque, creio que ninguém o será. Todos nós temos nossas inspirações, nossas influências que fazem com que tenhamos o nosso estilo pessoal, que façam com que falamos de certa forma, que digamos certas palavras, que nos portemos de certas maneiras e não de outras, que façamos as coisas de uma forma e não de outra, deste jeito, a gente simplesmente é o que é.
Uma das consequências dessa minha percepção do mundo, é que eu não quero mais que alguém mude para me agradar. Acho que se uma pessoa quer mudar, ela deve mudar por conta de querer ser alguém melhor, que a outra pessoa a incentive a ser alguém melhor, mas não porque a outra pessoa julga que dessa maneira o outro vai combinar melhor com ela, porém, tão somente, porque cada um de nós deve inspirar o melhor nas outras pessoas à nossa volta, implicando inclusive na pessoa que amamos e nos relacionamos.
Curioso é, que muitos acreditam que devem forçar uma pessoa a mudar, que deve fazer com que o outro seja diferente, se molde ao que muitos julgam certo. Pra mim não é assim, pra mim é mais uma questão de escolha pessoal. Quando eu escolho estar com alguém, estou levando o pacote completo, tanto as qualidades quanto os defeitos, tanto as coisas boas como as ruins. Você precisa entender, que ao optar por estar com alguém você está optando por aquele pacote ali, hermeticamente fechado.
Não adianta, uma pessoa não é um carro que você pode encher de opcionais ou retirar coisas conforme o seu desejo, não é assim, as pessoas são do jeito que são e do jeito que elas são, elas simplesmente são extraordinárias. Elas cativam, elas conquistam, elas são capazes de coisas totalmente fora do comum e ainda assim, a tendência da nossa sociedade atual é tentar fazer com que as pessoas se adequem cada vez mais aos padrões, que hajam conforme o senso comum, esquecendo que cada um é cada um.
Eu lamento muito essa pasteurização do ser humano, essa padronização do que devemos ser e tal. Esqueçam isso, deixem de lado essa mania de querer mudar o outro, as pessoas só mudam quando elas decidem que é hora, você pode no máximo dar o exemplo para inspirar um outro a mudar, mas de resto, só quando a pessoa resolve que deve mudar que ela faz isso, que ela altera seu jeito de ser, sua forma de ver o mundo ou qualquer outra característica que lhe personalize.
Sendo certo ou não, deixemos cada um ser o que quiser, deixemos as pessoas livres, quebremos as amarras da padronização, desistamos de manter tudo de uma forma igual, é muito mais divertido curtir as diferenças. É muito melhor você conseguir vivenciar experiências novas e suas, do que simplesmente pegar e viver o que o outro deseja que você viva e como o outro quer que você viva.
Então, viva e deixe viver, seja você, não se esqueça de servir de inspiração e exemplo para os outros, apenas siga em frente, seja você, não se deixe manipular, não se bloqueie para mudanças, mas saiba que só deve fazê-las em caso de você realmente achar que deve, por sua livre e espontânea vontade, por sua fé em ser alguém melhor. E caso você seja uma dessas pessoas que acha que precisa ter alguém adequado ao seu lado, ao invés de curtir o risco de ter alguém de verdade, só posso dizer: sinto pena de você. Afinal, nada é mais legal do que viver uma boa aventura.

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