quarta-feira, 14 de setembro de 2016

Fair Play Do Amor

Fair Play Do Amor

Acho que tá na hora de fazermos um acordo. Sério mesmo, um acordo, quero propor um pacto. Vamos fazer um fair play do amor. É bem prático, simples e doto mundo sai ganhando. A partir de agora, a gente joga limpo no amor, não faz mais joguinho, não tem mais essa de brincar de amor, a gente passa a ser sincero sempre. Quando gosta, pega e diz que gosta, se for só atração, também pega e diz, se não estiver sentindo nada, aí, mais ainda que chega e diz. Não tem mais aquela de iludir, de brincar, de fingir, de enganar, de sacanear ou de se entreter com o outro, de agora em diante a gente vai parar de usar, mentir, fingir e atuar, vai se desnudar, vai se lançar, abrir o coração, mostrar a alma quando for falar de amor.
Falo isso, pois a nossa geração já passou da hora de aprender, de saber como se comportar, de saber como agir e tal. Perdemos tanto tempo querendo ser o que não somos, viver o que não somos, agir como não somos, que nos esquecemos do que é real, nos esquecemos do que vale a pena, abrimos mão do que nos faz bem e feliz, para vivermos sentimentos estéreis e vazios, deixamos de aproveitar momentos bons, verdadeiros e reais, por pura mesquinharia e leviandade.
Então, estou aqui, realmente para propor um pacto. Quero que a sinceridade seja a única opção, que você pare de brincar de falsos amores, se envolver pelos motivos errados, pare de tentar forçar relações sem futuro, dizer coisas que não sente, iludir alguém para alimentar o seu ego, simplesmente pare com isso! Se jogue no que é verdade, no que é real, não adianta ficar fingindo que algo é o que não é.
Se você não gosta de alguém, pare de iludir a pessoa, não vale a pena. Vamos parar de gastar energia com o que não devemos, vamos nos focar no que vale a pena. Você gosta de alguém? Ótimo, faça de tudo para que a pessoa note, fale com ela, mostre que você se importa, chama ela pra sair, pra viajar, pra sonhar, pra ser feliz... Mas acima de tudo, seja sincero, abra o seu coração. Agora, caso você não goste de alguém, diga também, diga para a pessoa que você não tá com interesse amoroso, que você só quer passar um tempo, só quer curtir, se divertir. Vamos dar, ao menos, as armas para que todos possam lutar de igual para igual, no campo de batalha do amor.
Proponho isso, pois já me cansei desse jogo sujo. Nunca fui muito afeito a ele, muito menos fui fã, mas agora tá cada vez mais insuportável conviver nesse meio. Se eu me interesso por alguém, quero aumentar meu convívio com a pessoa ao máximo. Chamo para jantar, tomar um chopp, ir ao cinema, ir na praia, andar de bike, dar uma volta, tomar sorvete, tomar um café, sair, ver a lua, passear no shopping, fazer uma trilha, qualquer coisa que eu possa fazer com a pessoa, meramente para ter um momento a mais com a pessoa. Algo que possa me permitir conhecer a pessoa um pouco mais, de uma forma que eu possa conhecê-la melhor, ver o que rola, isso tudo na esperança que a pessoa aceite o meu convite e corresponda a minha investida, é claro.
Claro que ninguém é obrigado a nada, só a ser sincero, dizer o que pensa acerca do assunto, se tá afim, se não tá, se quer ou não, se só quer putaria ou não, se quer algo sério ou não, tem que contar se têm traumas ou não, se tá disposto ou não, se vai deixar rolar ou não. Mas tudo com sinceridade, sem joguinho. Não tenho mais saco para mandar uma mensagem e a pessoa não responder, eu ligar e não atender, ou então, a pessoa só responder tempos depois. Sou do tipo que gosto de instantaneidade e espontaneidade, você chama para sair e a pessoa responde vamos. Você convida para um chopp e a pessoa diz que vai te esperar com o seu já pago. Gosto de pessoas práticas.
Nossa geração realmente está perdendo a oportunidade de ser feliz, de fazer diferente, de mudar o jogo, estamos abrindo mão de simplificar a coisa. Transformamos tudo num jogo burro de poder, onde quem demonstra mais desinteresse, “ganha”. Mas no fim das contas, ambos saem perdendo. Sobre esse tema, assisti um vídeo da vlogger Jout Jout esses dias, no qual ela falava justamente das pessoas que curtem fazer joguinhos e as que não gostam. Que para uma pessoa que não gosta de joguinho, quando alguém faz joguinho e mostra desinteresse, para quem não curte joguinhos, só vê exatamente como isso, só desinteresse.
É estranha essa lógica das pessoas que gostam de fazer joguinhos, afinal, desde quando você mostrar desinteresse vai fazer alguém achar que você está afim dela?! É uma situação meio sadomasoquista?! Afinal, se a pessoa demonstra desinteresse de você, você pega e vai com mais afinco pra cima dela, para que, quem sabe assim, ela resolva gostar de você?! Não faz sentido isso, pessoa, tenha certeza disso. Qualquer pessoa em sã consciência, quando alguém caga para ela, tende a simplesmente mandar a pessoa pro quinto dos infernos e vai à luta de novo, em busca de uma nova pessoa que possa apetecer o seu coração e suas vontades.
Gostaria aqui, de salientar, que não é porque estou propondo sinceridade e que não se façam joguinhos, que as pessoas que pensam e agem assim, sem joguinhos, dizendo exatamente o que querem e o que pensam, estão desesperadas, não é isso, muito pelo contrário, elas estão apenas cansadas e de saco cheio de perder tempo com o que não vale a pena, alimentando sentimentos levianos. Nós, e aí me incluo dentre esses, já sabemos o que queremos ou não, aquilo que gostamos ou não e também o que conseguimos aturar ou não em nossas vidas. Aí, então, a gente abre mão de certas vaidades. Se uma pessoa liga, a gente atende, se manda mensagem, logo respondemos, se nos chamam para sair, aceitamos, se demonstram interesse, a gente pega e corresponde.
Para pessoas que não gostam de joguinhos, a coisa é simples, não tem essa de criar problemas ou problematizar o simples, o sim é sim, o não é não e o talvez não é coisa alguma. Não temos tempo a perder, queremos a felicidade e queremos pra agora, já paramos com as ideias de aceitarmos coisas pela metade. Para nós, é: quem sabe faz a hora, e não espera acontecer para a chance não ir embora. Nós nos jogamos de cabeça e pronto. Não tem mais essa de talvez, quem sabe ou qualquer coisa do tipo. Nós já cometemos os nossos erros, já tivemos nossa cota de burradas alcançadas, já amamos e fomos amados, agora estamos no momento de sermos felizes, estamos buscando encontrar alguém que nos acompanhe na caminhada e não quem nos desvie do caminho.
Claro que podemos cometer erros ainda, ninguém é infalível ou tem certeza de tudo. Ainda apostamos, corremos riscos, mas tentamos reduzi-los, nos valendo da verdade como filtro, a gente acaba selecionando melhor, conseguindo conduzir as coisas de uma forma simples e mais direta, não deixando pontas soltas, apenas buscando a felicidade e tornando ela um objetivo para os dois, afinal em um casal, um tem que por a felicidade do outro em primeiro lugar, é abrir mão de vaidades, de individualismo, a partir do momento que se torna um casal, a questão é essa, fazer o companheiro feliz.
Então é isso, proponho um pacto para salvar a nossa geração do fracasso amoroso, da solidão à dois, do egoísmo e do individualismo sentimental, para que voltemos ao trilho da normalidade, para o bem da nossa sociedade e a perpetuação da espécie, afinal, se as pessoas não conseguem construir relações sinceras, como vão procriar? Vamos fazer o fair play do amor, pois só assim vamos mudar o jogo, só assim vamos realmente encontrar a felicidade. Não tem mais essa de joguinho, de fingir, omitir, brincar, burlar, enganar, atuar, mentir, nada disso... Vamos apenas dizer a verdade, abrir o coração, jogar limpo, se apegar somente ao amor, sentimentos bons... Afinal, amor é doação, é sinceridade, é coração, é certeza, o amor é pureza, não é um joguinho ou algo do tipo, então, seja justo, haja de forma limpa que o resto acontece naturalmente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário