Já
Votei E Não Gostei
Já cumpri meu dever
cívico, acordei cedo, peguei minha identidade e caminhei até o meu local de
votação, antes das 8:00, para exercer meu direito de votar. Vamos lá, pareci
mega empolgado ao fazer isso, não é, mas não é bem assim, fui me arrastando
para a sessão, cheguei lá antes do horário, já tinha uma certa fila, fiquei um
pouco impaciente com isso tudo, quando o portão abriu, as pessoas pareciam que
não sabiam nem a sua seção, nem a sala ou muito menos ler, pois havia várias
placas com as informações dos locais de votação.
Pra piorar, voto no
Colégio Ramos Pinto, no Recreio dos Bandeirantes, bairro onde moro, minha seção
é uma das mais novas da minha zona eleitoral e por isso mesmo, possui
pouquíssimas pessoas cadastradas, porém, também por ser uma das mais novas, é a
que fica mais longe da entrada, então, tive que atravessar as rampas estreitas
e o gradil sufocante do colégio, para subir até a minha seção eleitoral.
Demorei muito mais do que
eu queria lá no local de votação, primeiro, porque as pessoas na minha frente
pareciam estar passeando num shopping, pois olhavam com admiração para todos os
lados, andavam devagar, como se tivessem todo o tempo do mundo para aquilo,
além, é claro de conseguirem se perder num colégio que se eu não me engano
possui menos de 10 seções eleitorais, ou seja, não é difícil de memorizar onde
você vota.
A demora ao subir as rampas
me causou uma certa agonia, não consigo lidar com gente lerda e espaçosa, são
duas características que não podem se complementar. Ou você é lerdo ou você é
espaçoso, os dois, você se torna um fardo para a sociedade moderna, que no fim
das contas está cada vez mais e mais acelerada. Quando as pessoas finalmente me
deixaram passar, cheguei a minha seção, fui o segundo a chegar, na minha frente
chegou um playboy com cara de maconheiro, que só quando chegou na sala foi
pegar sua identidade e seu título de eleitor.
Ele demorou pouco mais de
40 segundos para votar, o que para mim já foi muito tempo, uma vez que
felizmente nessa eleição são só 2 candidatos, o que facilita e muito a nossa
vida na hora de memorizar e digitar os números. Quando foi a minha vez, a
mesária pegou minha identidade e começou a procurar meu nome no livro. Passa
página pra lá, passa página pra cá, até que ela vira e fala: -Senhor, essa não
é sua seção. Fiquei um pouco contrariado, pois eu sabia a minha seção, afinal,
antes das últimas eleições eu fiz a transferência do meu título para essa, que
era a mais vazia, então, ela estava errada, com certeza.
Aí veio a confirmação de
que ela estava errada, ela então falou: -Senhor Wagner, a sua seção com certeza
não é aqui, não achei o seu nome aqui. Bem, meu nome não é Wagner, como o nome
desse blog bem indica, mas esse é o nome do meu pai, então, a moça estava
procurando pelo meu pai. Mas como assim?! Ela não conseguiu ver que meu nome é
Victor?! Pois é, não viu, olhou minha carteira de motorista e viu o nome do meu
pai e ignorou o meu.
Mas tudo bem, olhei para
ela e falei: -Meu nome é Victor, senhora. Acho que a senhora procurou pelo nome
do meu pai. A resposta dela foi: -Ah, é mesmo, eu tava lendo o nome do seu pai.
Eu pensei comigo mesmo: será que essa moça não tem conhecimento sobre carteiras
de motorista?! Vamos em frente, a parada é votar logo. Daí, finalmente a
senhora achou a página com meu nome, mas demorou para achá-lo, então, como eu
já estava mais irritado, então eu a ajudei, indicando aonde estava o meu nome.
Ela ficou feliz e
confirmou: -Ainda bem que você me ajudou, pra vocês é sempre mais fácil achar o
nome de vocês. Ignorei o comentário, pois acho que é só saber ler e saber ordem
alfabética. Quando assinei, achei que não teria mais problemas, que seria agora
só entrar na cabine, digitar os números e ir para casa, para curtir o meu
domingo e tal. Mas que ledo engano.
Agora foi a vez da
presidente da mesa. Aquela pessoa que na teoria é quem resolveria todos os
problemas que surgissem para a votação, mas se mostrou também incompetente para
a função que exercia, já que logo de cara não conseguia ler o número do meu
título de eleitor, mesmo com seus óculos colocados, além disso, ao ter o número
ditado pela primeira senhora que se surpreendeu por eu não me chamar Wagner
para ditar os números para ela e ainda assim ela digitou os números errados na
máquina, tendo que repetir a operação duas vezes.
Finalmente ela acertou o
meu número, pude afinal ir para a cabine. Demorei dez segundos digitando 7
números e confirmando duas vezes, quando saí, a presidente me perguntou: -Mas
já votou? Me surpreendi, pois achei que fiz um tempo normal, não tinha qualquer
problema para que eu demorasse. Peguei minha identidade, meu comprovante, dei
bom dia e boa votação para todos e vim embora.
Ao chegar em casa, me
lembrei da primeira vez que votei, há 18 anos atrás, quando completei 16 anos,
era completamente diferente, votei para presidente naquela oportunidade.
Cheguei em casa totalmente empolgado, cheio de esperança, com o espírito de
mudanças. Hoje, pelo contrário, cheguei totalmente desmotivado, desacreditado,
sem esperança e com a certeza de que no fim do mês terei que trair minhas
convicções, dando meu voto para alguém que não merece. Mas isso, fica para um texto
mais pra frente. Agora é seja o que Deus quiser!
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