domingo, 2 de outubro de 2016

Já Votei E Não Gostei

Já Votei E Não Gostei

Já cumpri meu dever cívico, acordei cedo, peguei minha identidade e caminhei até o meu local de votação, antes das 8:00, para exercer meu direito de votar. Vamos lá, pareci mega empolgado ao fazer isso, não é, mas não é bem assim, fui me arrastando para a sessão, cheguei lá antes do horário, já tinha uma certa fila, fiquei um pouco impaciente com isso tudo, quando o portão abriu, as pessoas pareciam que não sabiam nem a sua seção, nem a sala ou muito menos ler, pois havia várias placas com as informações dos locais de votação.
Pra piorar, voto no Colégio Ramos Pinto, no Recreio dos Bandeirantes, bairro onde moro, minha seção é uma das mais novas da minha zona eleitoral e por isso mesmo, possui pouquíssimas pessoas cadastradas, porém, também por ser uma das mais novas, é a que fica mais longe da entrada, então, tive que atravessar as rampas estreitas e o gradil sufocante do colégio, para subir até a minha seção eleitoral.
Demorei muito mais do que eu queria lá no local de votação, primeiro, porque as pessoas na minha frente pareciam estar passeando num shopping, pois olhavam com admiração para todos os lados, andavam devagar, como se tivessem todo o tempo do mundo para aquilo, além, é claro de conseguirem se perder num colégio que se eu não me engano possui menos de 10 seções eleitorais, ou seja, não é difícil de memorizar onde você vota.
A demora ao subir as rampas me causou uma certa agonia, não consigo lidar com gente lerda e espaçosa, são duas características que não podem se complementar. Ou você é lerdo ou você é espaçoso, os dois, você se torna um fardo para a sociedade moderna, que no fim das contas está cada vez mais e mais acelerada. Quando as pessoas finalmente me deixaram passar, cheguei a minha seção, fui o segundo a chegar, na minha frente chegou um playboy com cara de maconheiro, que só quando chegou na sala foi pegar sua identidade e seu título de eleitor.
Ele demorou pouco mais de 40 segundos para votar, o que para mim já foi muito tempo, uma vez que felizmente nessa eleição são só 2 candidatos, o que facilita e muito a nossa vida na hora de memorizar e digitar os números. Quando foi a minha vez, a mesária pegou minha identidade e começou a procurar meu nome no livro. Passa página pra lá, passa página pra cá, até que ela vira e fala: -Senhor, essa não é sua seção. Fiquei um pouco contrariado, pois eu sabia a minha seção, afinal, antes das últimas eleições eu fiz a transferência do meu título para essa, que era a mais vazia, então, ela estava errada, com certeza.
Aí veio a confirmação de que ela estava errada, ela então falou: -Senhor Wagner, a sua seção com certeza não é aqui, não achei o seu nome aqui. Bem, meu nome não é Wagner, como o nome desse blog bem indica, mas esse é o nome do meu pai, então, a moça estava procurando pelo meu pai. Mas como assim?! Ela não conseguiu ver que meu nome é Victor?! Pois é, não viu, olhou minha carteira de motorista e viu o nome do meu pai e ignorou o meu.
Mas tudo bem, olhei para ela e falei: -Meu nome é Victor, senhora. Acho que a senhora procurou pelo nome do meu pai. A resposta dela foi: -Ah, é mesmo, eu tava lendo o nome do seu pai. Eu pensei comigo mesmo: será que essa moça não tem conhecimento sobre carteiras de motorista?! Vamos em frente, a parada é votar logo. Daí, finalmente a senhora achou a página com meu nome, mas demorou para achá-lo, então, como eu já estava mais irritado, então eu a ajudei, indicando aonde estava o meu nome.
Ela ficou feliz e confirmou: -Ainda bem que você me ajudou, pra vocês é sempre mais fácil achar o nome de vocês. Ignorei o comentário, pois acho que é só saber ler e saber ordem alfabética. Quando assinei, achei que não teria mais problemas, que seria agora só entrar na cabine, digitar os números e ir para casa, para curtir o meu domingo e tal. Mas que ledo engano.
Agora foi a vez da presidente da mesa. Aquela pessoa que na teoria é quem resolveria todos os problemas que surgissem para a votação, mas se mostrou também incompetente para a função que exercia, já que logo de cara não conseguia ler o número do meu título de eleitor, mesmo com seus óculos colocados, além disso, ao ter o número ditado pela primeira senhora que se surpreendeu por eu não me chamar Wagner para ditar os números para ela e ainda assim ela digitou os números errados na máquina, tendo que repetir a operação duas vezes.
Finalmente ela acertou o meu número, pude afinal ir para a cabine. Demorei dez segundos digitando 7 números e confirmando duas vezes, quando saí, a presidente me perguntou: -Mas já votou? Me surpreendi, pois achei que fiz um tempo normal, não tinha qualquer problema para que eu demorasse. Peguei minha identidade, meu comprovante, dei bom dia e boa votação para todos e vim embora.
Ao chegar em casa, me lembrei da primeira vez que votei, há 18 anos atrás, quando completei 16 anos, era completamente diferente, votei para presidente naquela oportunidade. Cheguei em casa totalmente empolgado, cheio de esperança, com o espírito de mudanças. Hoje, pelo contrário, cheguei totalmente desmotivado, desacreditado, sem esperança e com a certeza de que no fim do mês terei que trair minhas convicções, dando meu voto para alguém que não merece. Mas isso, fica para um texto mais pra frente. Agora é seja o que Deus quiser!

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