quinta-feira, 16 de maio de 2019

PolisPoesia


PolisPoesia

De que adianta se dizer poeta, se dizer artista
Se você não contesta o Status Quo?
Se você não tem discernimento?
É incrível a quantidade de gente que não tá nem aí
Que só quer curtidas e seguidores
Que fala, justamente aquilo que a massa quer ouvir
Que não sai de cima do muro
Que só faz rima tatibitate
Que não tem comprometimento com a arte
Para ser artista, você precisa ter um discurso
Precisa saber sobre o que você fala
Tem que ter conhecimento e opinião
Não adianta ser artista e ter medo de desagradar
Afinal, você tá aqui para contestar e transgredir
Para confundir e macular
Para fazer pensar e querer mudanças
Não para bajular e enaltecer poderosos
O poeta é um inconformado, um insatisfeito
Não se contenta com o básico
Tem que ter profundidade e conteúdo
Não pode ser alguém que fica somente no discurso
Não se atém a criar frases feitas
A gente cria metáforas para falar além
Lustramos e polimos as palavras que usamos
Para que elas sirvam ao nosso propósito
Que nada mais é que mudar mentes
Como bem disse Arthur Schopenhauer:
“Importante não é ver o que ninguém nunca viu,
Mas sim, pensar o que ninguém nunca pensou,
Sobre algo que todo mundo vê.”
E essa é a grande função do artista, do poeta e do pensador
Pensar fora da caixinha, estar fora do senso comum
Ser aquele que tira as vendas da ignorância
Daqueles que têm contato com a sua arte
Ser artista é antes de mais nada um ato político
Ser poeta é transformar a política através das palavras
Seguirei fazendo política, seguirei fazendo arte
Isso sou eu e não preciso me autointitular

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