sexta-feira, 1 de fevereiro de 2019

Próprio Amor


Próprio Amor

Estava a sós no quarto
Aquela escuridão
Faltara luz o dia todo
A cama era a única companhia
Não precisava de mais ninguém
Só a imaginação
Pensava nos corpos sarados
Que admirara na praia
Tudo regado a muito álcool
Com a ebulição do suor da sua pele
O colchão encharcava
Parecia uma sauna ou piscina
Fica assim ao gosto do freguês
Busquei o chuveiro para me refrescar
O calor não abaixava
E não ajudavam os pensamentos
Cada lembrança me aguçava
Cada semblante era uma tentação
Nem conseguia mais me conter
Já percorria o meu corpo despido
E sentia cada contato eletrizado
As sinapses me enlouquecendo
A mente vagando em prazer
Parecia uma orgia de uma pessoa só
Me possuindo em todo tipo de intenção
Fazendo o calor aumentar ainda mais
Sentindo-me em minhas mãos
O meu corpo, o meu templo
Passaram-se segundo, minutos, horas
Perdi completamente a noção do tempo
O breu não me permitiu ver além de mim
Mas eu jorrei como uma cachoeira
As mãos aguadas em leite
Amor próprio também é prova de amor

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