Exótico
Em Prosa
Sim, eu sou uma pessoa
fora do comum, isso tudo já ficou bem claro nessas páginas já publicadas e mais
ainda pra quem tem o prazer ou desprazer de conviver comigo mais intimamente.
Sou capaz de me encantar com coisa fora do comum, como o senso de humor de uma
pessoa, o seu jeito peculiar de ver o mundo, a sua forma de pensar que é fora
da caixa, um tipo de humor mais ácido, uma forma diferente de ver o mundo, uma
pessoa com um estilo mais peculiar... Coisas que não sejam comuns acabam me
chamando a atenção.
Não sou de convenções,
não curto essas coisas normais. Respeito quem o faça, mas eu realmente não sou
desses, sou do que é diferente, do que é incomum, do que é exótico, de tudo
aquilo que não é ordinário. Até por ser uma pessoa que gosta de escrever, gosta
de criar um mundo em sua mente, que vive em um eterno estado de criação, eu
acabo me apegando a pessoas que tenham certas capacidades criativas, que tendem
também a contestar os convencionismos, a caretice e o conservadorismo de nossa
sociedade.
Não sou nenhum
revolucionário, lunático, maluco, rebelde ou coisa do tipo! Não, nada disso.
Você e qualquer pessoa pode ter certeza disso. Sou um homem comum, que paga
impostos, que trabalha, estuda, busca um mundo melhor para si e para os outros,
mas que ao mesmo tempo, não consegue se encaixar nas imposições que a sociedade
faz a mim. Sendo assim, acabo mesmo me agarrando a tudo que posso ter de fora
do comum em minha vida.
Meu senso de humor é um
pouco mais negro e mais ácido que o comum, meus gostos pessoais são um pouco
diferentes do senso comum, não sou obrigado a nada nessa vida que não me seja
imposto por força da lei, então, não me obrigo a gostar do que as pessoas acham
que eu tenho que gostar, só porque elas julgam isso o certo e o comum. Por
exemplo, por ser um homem negro, as pessoas acham que eu não posso ver uma
loira que eu logo fico de quatro por ela, babando. Mas não é assim que a banda
toca comigo. Eu amo a melanina, eu amo a morenice, amo um cabelo preto, uma
pele com cor, com melanina, com um bronzeado, prefiro!
Não é uma coisa de que eu
só goste das morenas, por favor, não me entenda mal, saio com mulheres loiras,
brancas, albinas, sei lá... Não tenho preconceitos, mas não gosto também de coisas
impostas, não acho legal essa coisa de que todo negão curte um loirinha.
Preferi desde sempre em minha vida as morenas, acho muito mais interessantes,
não tem um porquê, mas sempre foi assim, desde que eu me entendo por gente.
Além disso, as minhas
preferências vão além, quando o assunto é comportamental. Não curto mulher
submissa, mulher sem conteúdo então, muito menos, mulher dondoca e mulher que é
dependente, passam longe do que me agrada. Eu gosto de mulher independente, que
sabe se posicionar, que tenha bom papo, que fale palavrão, beba cerveja, goste
de sair sozinha e que saiba o seu lugar no mundo. Mulher pra mim tem que saber
se portar, mas não necessariamente precisa ser uma lady.
Não tenho essas frescuras
de que a mulher tem que ser virgem, gosto de mulher que curta sexo. Não tenho
problema com o passado da mulher, até porque eu também tenho um passado.
Respeito amizade da mulher com outros homens, não curto ciúmes, pra mim isso é
uma infantilidade sem tamanho. Acredito que as pessoas estão juntas porque
querem, a partir do momento que não quiserem mais, vão simplesmente pegar e
falar que não querem e pronto, não precisamos ficar paranoicos, olhando o
celular da outra pessoa, fuçando o Facebook, para saber de cada pessoa que
curte as fotos dela ou faz um comentário.
Eu gosto de mulheres sem
mimimi, que não ficam remoendo uma coisa por anos. Pegou, falou o que a
incomoda, perdoou, vamos em frente, não precisa guardar aquilo pra te atacar
naquela discussão na madrugada quando ela te acorda pra falar que sonhou que
você fez algo e volta naquele assunto, que teoricamente tinha sido
superado. Aliás, odeio DR! ODEIO!!! Acho
uma das coisas mais inúteis que podem existir, até porque, um casal equilibrado
acaba sendo de boa e aí, não discute a relação, simplesmente acaba conversando
sobre aspectos em comum e pronto, não tem o lado ruim.
Eu gosto mesmo de coisas
exóticas, mulheres que são tidas estranhas por uma grande maioria, em muitos
casos me atraem, não me pego ao físico apenas, gosto de gente que me agrega,
que me faz ter prazer pela companhia, que me faz rir até a barriga doer, que é
companheira de copo, mas que sabe fazer um cafuné, não precisa ser daquelas
mulheres todas chiques, mas tem que ter seu charme e sua elegância, que pode
tomar uma caixa de cerveja e ainda assim ficar de boa comigo, não vira uma
maníaca homicida... Gosto de coisas que geralmente outros caras não se sentem
atraídos, apesar de gostar de bunda, coxa e peito, como qualquer cara normal, é
claro, mas ainda assim, não acho que meus gostos sejam ordinários nesse
quesito, pois apesar de gostar disso, o meu gosto é peculiar, para dizer o
mínimo.
Não me vejo como uma
pessoa estranha no mundo, acho apenas que sou realmente exótico, que eu tenho
meus gostos e que eles são fora do comum, mas nem por isso eu acabo me tornando
uma aberração ou um esquisito. Mesmo que a sociedade em muitas vezes se espante
com os meus gostos, mas eu pouco me importo com tudo isso, pouco me ligo no que
as pessoas têm a falar a meu respeito. Beirando os trinta e cinco anos de
idade, depois de tantas idas e vindas com o meu bem-estar com a minha autoestima,
como o meu jeito de ser, cheguei à conclusão de que estou numa fase boa, de me
auto identificar de me olhar no espelho e saber exatamente quem eu sou, quem eu
quero ser e quem eu já fui. Não me ligo mais com a opinião alheia, hoje o que
conta é a minha e se o mundo me chama de peculiar, de exótico, de diferente, de
original e sei mais lá o que, que assim seja.
Eu vim pra esse mundo
destinado a ser eu. E serei eu, independente dos rótulos ou do que cada um
escolhe achar que sabe ao meu respeito, ninguém mais sabe melhor do que eu quem
eu sou, por conta disso, eu não me preocupo mais com ser chamado de esquisito
ou de estranho, de exótico ou de anormal, posso ser tudo isso, de acordo com o
ponto de vista de pessoas que vivem presas ao convencionismo da nossa
sociedade, mas independentemente disso, eu estou interessado é em seguir a
minha vida, sem precisar agradar a ninguém além de mim, em ser o que me agrada
e se no meio do caminho eu agradar alguém com os mesmos princípios que eu,
ótimo, mas se eu não achar também, estarei de boa, pois o que me importa sou
eu. E eu, por incrível que possa parecer para muitos, mesmo fora da curva,
estou muito bem.
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