quinta-feira, 8 de dezembro de 2016

Prefiro O Amor À Paixão

Prefiro O Amor À Paixão

Já falei aqui das diferenças entre encantamento, paixão e amor, certo? Contudo, nunca expliquei a minha grande predileção pelo amor, sempre negligenciei a minha real escolha pelo amor, ao invés de preferir a paixão, até porque, eu gosto do encantamento, gosto mesmo, mas a paixão pra mim nunca foi o que me chamou a atenção nas relações humanas, nunca mesmo. Admito que isso pode se dar por eu nunca ter me apaixonado, nunca tive paixão por ninguém, sempre fui do encantamento para o amor, nunca passei pela paixão.
A paixão é avassaladora, ela é o estágio natural depois do encantamento, você pega e fica um pouco perdido, meio retardado, meio inconsequente, isso porque você se perde, você sai do seu centro de raciocínio, perde a sua noção normal das coisas, se deixa levar por elas, e acaba que não consegue pensar nas coisas de forma correta, se deixa apenas levar por tudo aquilo.
A paixão é uma coisa meio que ao acaso, a gente se apaixona sem querer, passa um dia na rua, vê a pessoa e pronto, já perdeu o controle sobre a nossa vida, sobre as nossas escolhas, sobre o nosso jeito de ser, de agir, deixamos de lado as nossas escolhas, deixamos de lado o nosso livre arbítrio, passamos a querer apenas aquela pessoa, saber dela, estar com ela, viver com ela, fazer dela o nosso projeto central.
Contudo, a paixão nos deixa cegos, focamos apenas nas questões do outro, ficamos com a nossa visão embaralhada, perdemos nossa noção normal da vida, nos perdemos para a outra pessoa, deixamos que apenas as coisas do outro importem para nós. Daí que surge a minha implicância com a paixão, afinal, ela não é uma escolha, não é algo natural, que além de não ter sido uma opção, ainda por cima, é um evento com prazo de validade.
A paixão tem prazo, ela é explosão, avassaladora, passa como um tsunami, transforma tudo o que está no caminho dela, faz com que as pessoas que estão apaixonadas acabem se perdendo, acabem se deixando levar por algo que elas não têm controle, não podem assumir o volante, não conseguem tem o comando e por isso mesmo, me faz não gostar tanto das particularidades da paixão. Pra mim não vale muito essa questão de não ter o controle.
Além disso, outro fator que me leva a preferir o amor do que a paixão, é o fato de que eu nunca tive uma paixão à primeira vista. Só tive paixões depois de já estar envolvido com alguém, já indo para a questão de trabalhar o relacionamento, trabalhar a construção do amor. O amor sempre me encantou mais, justamente porque o amor depende muito mais da vontade de ambos, enquanto a paixão é solitária.
O amor me preenche mais, por eu ser, justamente, mais afeito a planejar, construir, saber demonstrar minha afeição por alguém, contudo, não sou muito de fazer loucuras de paixão, não vou mandar flores, fazer uma canção ou algo assim, sem que eu esteja em sintonia com a pessoa com quem estou me relacionando. Sem o relacionamento, não dá para eu me deixar envolver. Esse sou eu, eu sou assim.
Claro que já me encantei com várias pessoas, né? Quis fazer de tudo para conquistar o coração da pessoa, fui até romântico em alguns momentos, mas eu não sou assim, eu sou mais de manter um convívio, demonstrar para pessoa o quanto temos em comum, como que a gente combina, como que nos fazemos bem, como que somos feitos um pro outro.
Essas coisas não são uma questão de você estar apaixonado para você perceber, é apenas uma constatação de fatos, é saber que por algum acaso, você tem alguém na vida que pode fazer você amá-la com tranquilidade e que essa questão de amar, não será pesada para você, não será ruim viver com essa pessoa pelo resto da sua vida, não será um estorvo, não haverá aquelas dúvidas de quando a paixão acabar, como será, como é essa pessoa sem a paixão.
Já falei que eu vejo que na paixão você se liga muito nas qualidades, então, acredita que a pessoa é o máximo, que ela é perfeita, que ela não tem defeitos... Quando você ama não, você esquece essas qualidades, você começa a saber se tem paciência para aturar as manias, os defeitos, as chatices, se a pessoa consegue te fazer bem mesmo quando ela não tá perto de você e isso tudo é prova de amor.
Não há paixão que valha mais que um amor, isso eu tenho certeza. Paixão é findável, já ficou provado que uma paixão pode durar de 3 meses há um ano. Enquanto o amor, o amor é eterno, o amor não acaba nunca, ele no máximo se transforma, mas não morre nunca. Assim, vou sempre preferir o amor do que a paixão.
No meu atual estágio, prefiro mesmo acreditar que o que importa mesmo é o amor, o que importa é a escolha, é você decidir estar com alguém, não porque você foi tomado por uma forma de sentimento que te prejudica, que te deixa fora de si, mas sim quando você faz uma escolha consciente, que você decide que a coisa seja boa pra você, que você fique de boa, que saiba aonde aquilo vai, que a coisa caminhe com as próprias pernas, sem quaisquer dúvidas.
Hoje, eu acredito e muito no amor, acho que o amor é o sentimento maior e é o único que eu viso ter, não me pego mais pensando em me apaixonar, quero muito mesmo é que eu posso ter uma conexão com alguém a ponto de sentir que o amor é a única saída para nós, que combinamos em tudo, desde o humor, nas conversar, no beijo, mas também nos objetivos, nas vontades de estarmos juntos pela eternidade, que possamos constituir uma família, querer filhos juntos, pensarmos em como criá-los, como será nossa vida e ter noção de que com tudo isso, nossa vida será uma vida melhor.
Portanto, não penso mesmo em paixão, a paixão é algo de adolescente. Como disse o poeta: Eu quero a sorte de um amor tranquilo, com sabor de fruta mordida. Eu quero é ter algo com controle, paixão é fúria, amor é calmaria, mas não quer dizer que a vida será calma, apenas que a certeza do sentimento fará com que superemos todas as dificuldades, sem que isso nos cause problemas, que fiquemos focados em sermos felizes, à dois, juntos, por escolha e sim, por que é o que pensamos ser o certo e não porque fomos tomados por um sentimento avassalador e que nos tira a razão.

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