domingo, 21 de abril de 2019

Portela


Portela

Paulinho pega a sua viola
Chama o Zeca para fazermos um pagodinho
Quando a Clara passou, cantou uma sabiá
Que posou na Nogueira sobre João e Diogo
Fazendo a Marisa subir os montes
Dê a coroa para o Monarco
Que carrega a monarquia no nome
Deixa a tia Surica sambar
Pois até hoje ela sassarica por aí
Deixa o Candeia iluminar teus terreiros
Oh, terra boa, essa tal de Madureira
Faz das suas ruas uma epopeia do samba
Uma ode aos malandros e mulatas
Um carnaval de gente negra e linda
A genialidade do povo humilde
Portela, Vai Como Pode
E pode mostrar a sua maestria
São vinte e duas estrelas em seu pavilhão
Uma verdadeira escola de vida e não só de samba
O seu pavilhão pesado é resistência
Que na esquina mostra as suas origens
Esse brilho azul que não é do céu e não é do mar
Na verdade, é um azul de bamba
Errou Paulinho ao dizer que é um rio que passou
Pois na verdade, é um oceano
No qual a fidalguia vem desaguar
Em teus poetas busquei inspiração
E se em versos eu tivesse que derramar Madureira
Na primeira estrofe eu teria que escrever Portela
Pois nunca vi coisa mais bela
De Osvaldo Cruz à Madureira
Portela é a rainha da passarela
Sob as asas da águia faceira

Um comentário: