O Vazio
Você
julgou que eu não era inteiro
Que
em mim faltavam pedaços
Que
só quando estava contigo
Preenchia
os meus espaços
Mas
nunca me senti partido
Sempre
me senti completo
Não
era você quem me alegrava
Eu
sempre fui meu ser dileto
Então,
você se julgou muito importante
Que
não poderia mais me acompanhar
Julgou
que eu me acabaria
E
viveria, por ti, a chorar
Sendo
assim, segui a minha vida
E
você não me deixou nenhum vazio
Não
lamentei a sua partida
Apenas
senti um certo fastio
Existe
diferença entre sentir falta e ausência
E
não consegui sentir nada disso
Amor
é aquilo que é prudente
E
não o que é remisso
Você
foi uma realidade que se perdeu num sonho
Tentou
me prender em algo meio destrutivo
Mas
a paz que eu encontrei ao te perder
Me
colocou em outro grau evolutivo
Agora,
eu observo você por aí
Usando
prazeres para tapar os buracos
Que
foram deixados pelo espaço que eu ocupava
Na
vida que você deixou aos cacos
Não
te odeio, mas já te desamo
Julgou-me
fraco por te amar demais
Achando
que eu tinha uma dependência sua
E
por eu ser inteiro te digo: até mais
Vá
ser feliz remendando os seus buracos
Não
tente fazer de mim o culpado por suas escolhas
Não
alimente mais o monstro do seu vazio
E
que seu vazio não te solhas
Não
te desejo nenhum mal
Só
não te desejo mais
Que
você volte ao seu primordial
Meu
barco já zarpou do seu cais
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