segunda-feira, 14 de maio de 2018

O Vazio


O Vazio

Você julgou que eu não era inteiro
Que em mim faltavam pedaços
Que só quando estava contigo
Preenchia os meus espaços

Mas nunca me senti partido
Sempre me senti completo
Não era você quem me alegrava
Eu sempre fui meu ser dileto

Então, você se julgou muito importante
Que não poderia mais me acompanhar
Julgou que eu me acabaria
E viveria, por ti, a chorar

Sendo assim, segui a minha vida
E você não me deixou nenhum vazio
Não lamentei a sua partida
Apenas senti um certo fastio

Existe diferença entre sentir falta e ausência
E não consegui sentir nada disso
Amor é aquilo que é prudente
E não o que é remisso

Você foi uma realidade que se perdeu num sonho
Tentou me prender em algo meio destrutivo
Mas a paz que eu encontrei ao te perder
Me colocou em outro grau evolutivo

Agora, eu observo você por aí
Usando prazeres para tapar os buracos
Que foram deixados pelo espaço que eu ocupava
Na vida que você deixou aos cacos

Não te odeio, mas já te desamo
Julgou-me fraco por te amar demais
Achando que eu tinha uma dependência sua
E por eu ser inteiro te digo: até mais

Vá ser feliz remendando os seus buracos
Não tente fazer de mim o culpado por suas escolhas
Não alimente mais o monstro do seu vazio
E que seu vazio não te solhas

Não te desejo nenhum mal
Só não te desejo mais
Que você volte ao seu primordial
Meu barco já zarpou do seu cais

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