Amorfobia
Sabe, andei
falando sobre outros temas, mas o pessoal gosta mesmo é quando eu falo de amor,
de relacionamentos, de relações amorosas. Gostam de ver minha forma pragmática
de ver essas coisas e a forma como eu as vivo também. Acho que deve ser porque
eu vejo o mundo de uma forma diferente, mas que é lógica o suficiente para as
pessoas entenderem e me darem razão, ainda que discordem dos meus métodos.
Então, voltando ao
tema, hoje quero falar de amor. Na verdade, quero falar das pessoas que fogem
do amor, que se escondem dele, mesmo querendo-o. Pessoas que abrem mão de amar
e serem amadas, seja por medo, por comodismo ou, simplesmente, por razões não
explicáveis, mesmo quando o amor está se mostrando na cara delas, ainda assim,
elas dão um jeito de fugir ou sabotar o amor.
Pois bem, todo
mundo sabe que eu estou solteiro, que embora tenha um rolo aqui e outro ali,
ainda assim, não estou em nenhum relacionamento. Não que eu não queira, é até
algo que eu sei que no momento estou pronto para assumir, um compromisso sério
com uma outra pessoa, alguém com quem dividir a minha vida, partilhar meus
sonhos, conquistas, frustrações e medos, porém, ainda não rolou isso para mim.
Contudo, não foi
por inabilidade minha ou falta de vontade, mas sim por conta das pessoas terem
medo do amor. Essa amorfobia é um fenômeno que está tomando conta da nossa
geração. É algo que eu venho detectando já faz tempo, mas que atualmente eu
tenho visto com mais e mais clareza. As pessoas preferem se esconder do que se
arriscarem a amar e serem amadas verdadeiramente.
Quantas e quanta
vezes eu já não estava saindo com alguém, deixando as coisas caminharem e senti
que a pessoa se trava, se esconde e passar a fugir de algo mais sério? A pessoa
se assusta com a ideia de um relacionamento vir a ficar mais sério e disso
surgir um amor. Mas um amor maduro, daqueles que a pessoa sabe que será para a
vida inteira.
A amorfobia está
em nossa geração, as pessoas preferem ter pouca afinidade e envolvimento com a
outra, quase que um relacionamento clandestino, onde quanto menos se sabe,
melhor. Assim, deve ser mais fácil você desapegar ou descartar a pessoa em caso
de um pé na bunda ou de aparecer uma transa mais interessante. Deve ser por
isso que eu acabo me ferrando, que eu acabo tendo problemas com as mulheres que
resolvo me envolver. Afinal, eu me entrego de cabeça.
Já passei da idade
de joguinhos, então, o amor para mim não é um problema ou um bicho de sete
cabeças, o amor para mim é justamente aquilo que eu almejo. É sendo assim, não
consigo ficar entrando nessas neuras de poder amar alguém, de querer saber se a
pessoa me ama, de provocar a pessoa a ponto de ela dizer o que sente por mim
antes de eu falar o mesmo para ela.
Aliás, deve ser
muito cansativo isso! Nos dias atuais, onde você está 24 horas conectado, você
demonstrar desinteresse por outra pessoa, deve ser muito complicado. Olhar a
mensagem no WhatsApp e ignorar, ver um post no Facebook e fingir que não viu,
abrir um e-mail e não ler, ver uma foto no Instagram e não comentar, tudo isso
deve ser muito, mas muito trabalhoso. Tudo isso para manter um controle sobre
algo que você quer que ocorra, mas que você não deixa acontecer naturalmente.
Meio louco isso,
não? Você gostar de alguém, querer que essa pessoa te corresponda, mas você não
pode deixar que ela perceba que você gosta dela antes de saber o que ela sente
por você. É, isso não pode ser muito saudável, nem fazer bem para a saúde
mental da pessoa. Deve causar uma confusão de ideias, levando a pessoa a não
saber exatamente o que ela sente.
Resta claro para
mim, que embora as pessoas afirmem querer o amor, fazem de tudo para não ter o
amor de forma clara e objetiva em sua vida, que quando surge um prelúdio disso,
elas já se desesperam, somem, se escondem do outro, para ver se o amor que ele
sente vai embora. Acontece que não é bem assim, a pessoa quando se abre para o
amor não vai deixar de amar a outra de uma hora para a outra. A pessoa vai
correr atrás, vai lutar, vai fazer por onde, vai tentar mostrar para aquela
pessoa, que é uma boa eles se relacionarem.
Claro que ninguém
é obrigado a ficar com ninguém contra a sua vontade. Mas estou falando dos meus
casos, onde a pessoa diz que eu sou a pessoa preferida dela, que só eu consigo
aturá-la nos piores momentos, que eu sou seu porto seguro, que eu a acalmo, que
eu a faço bem e que ela se vê casando comigo. Estou falando de quando a pessoa
percebe que eu sou o seu ideal, mas que ainda assim, ela foge do amor. Deixa a
amorfobia atacá-la e tenta fugir a todo custo de vivenciar esse amor, de estar
em um relacionamento sério.
É como eu sempre
digo: “Pode não durar para sempre, mas que seja eterno enquanto dure. E que
dure para sempre”. Eu estou sempre disposto a mergulhar de cabeça, mesmo com
esse meu pragmatismo, contudo, eu preciso ver que a recíproca é verdadeira, que
a pessoa está na disposição de viver comigo o que eu quero viver com ela.
Preciso ver que a pessoa está abrindo mão das suas neuras e dos seus dilemas,
que não vai ter medo, que sua amorfobia já foi superada. Que o seu passado não
será um peso na nossa relação, que ela está na disposição de encarar esse
desafio e vai buscar ser feliz ao meu lado, me fazendo feliz e eu fazendo ela
feliz. Por que no final, é só isso que importa, não é mesmo? Amar e ser amado!
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