A Estrada
Caminhando
pela estrada
Chão de
barro, céu de estrelas
E eu com
os pés no chão
Olhando a
verdade a minha frente
Pensando
no que é verdade e no que é ilusão
Arrastando
as minhas correntes
Arrebentando
os meus grilhões
Saindo da
insanidade temporária
E
mergulhando na solidão da estrada
Caminhando
há dias
Só
carrego água e dor
Os pés
esfolados de caminhar
Ao longe,
uma luz me aponta o norte
E eu sigo
achando que talvez eu chegue lá
Só que
até ontem eu acreditava num amanhã
Mas agora
eu sei que o amanhã nunca chega
Afinal,
eu sempre vivo o hoje
Os
lacaios tentam calar as vozes dissonantes
Os carros
passam e ninguém me vê
Eu sigo o
meu caminho, andando sozinho
A
felicidade não é um prato que se come frio
E as
minhas migalhas eu recolho atrás de mim
Não tenho
a intenção de voltar
Prefiro
abraçar um sonho
Do que
vender minha alma a quem for
Que eu
erre só por amor
E que eu
aguente a travessia
Caminhões,
carros, motos e poeira
Eu
respiro o ar mais puro em meio a mim
Um dia
isso tudo vai se acabar
E eu
estarei à beira da estrada
Sentado só para ver
Viver o hoje é importante, mas sonhar é fundamental.
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