Tenda Dos Vícios (TV)
Estava eu
no mausoléu dos mal-amados
Vendo uma
tela na tenda dos vícios viciados
Atento ao
sim e o não dos desesperados
Amargando
o paladar dos incompreendidos
Solto no
ar, tal qual pássaros migrantes
Buscando
um pouso forçado em terras calmas
Para
satisfazer minhas vontades diletantes
Me
alimento dos corpos sem almas
As
maledicências dos homens me compadecem
Percebo
meu mundo ruindo pedaço a pedaço
Os
monstros são aqueles que mais se entristecem
Calados
por “santos” cometendo pecado
Na coxia
os demônios berram os textos
E os
poderosos manipulam suas marionetes
Dando a
narrativa todo um novo contexto
Como se
estivesse em suas mãos a manete
Corações
se dobram aflitos e cheios de dor
O amor é
o mal dos pobres atormentados
Caçoam
daqueles que se entregam ao amor
Por não
entenderem os amaldiçoados
Assisto a
essa peça com uma certa aflição
Ouvindo
os lamentos de quem hoje está morto
A perda
os colocou em estágio de nolição
Eu
observo as almas saindo do corpo
Os atores
vêm me tirar da plateia agora
Me
paramentam e me levam para o palco
Sou objeto
do morrer da aurora
Carrego
toda a dor que no peito recalco
No centro
do palco sou alvejado pela luz dos holofotes
Me
prostro cego, mudo e meio louco
As pessoas
me olham perplexas, tal qual para astarotes
O amor que tu me tinhas é mouco
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