terça-feira, 11 de junho de 2019

No Bar Da Esquina


No Bar Da Esquina

Cá estou eu, sentado à mesa do bar da esquina
No balcão, dois amigos conversam animadamente sobre amor
Na outra mesa, duas moças conversam sobre futebol
No balcão, o português oferece chopp gelado e um bom papo
O vendedor de amendoim torrado joga uma porção na minha mesa
O vendedor de flores passa animado procurando casais enamorados
As pessoas só querem retirar de seus corpos o stress do dia
E o garçom passa correndo de um lado para o outro
Sempre com chopes bem tirados na pressão
Os petiscos deliciosos e sempre quentes
A televisão sempre passando um jogo de futebol
E na vitrola, sempre uma boa música popular brasileira
Aquele clima tipicamente carioca
Muita alegria, muita risada, muita descontração
Até vi o garçom passando o bilhetinho de um cara para uma moça no balcão
A mesa de sinuca não fica vazia um instante
O barulho de copos, garrafas, garfos e pratos é intenso
Mas de repente se ouve um carro parar na porta
Quatro caras descem e vêm render os clientes
Gritaria, corre-corre, salve-se quem puder!
Os assaltantes controlavam a situação apontando armas para todos
O pânico tomava conta de todos os que antes se divertiam
O garçom tentava intermediar, para que o assalto não acabasse mal
Os homens encapuzados chutavam e ameaçavam todos os presentes
Seria só mais um assalto, se o seu Manoel não estivesse de saco cheio
Já era o quarto, só nas últimas quatro semanas
O português resolveu atender os seus instintos de cidadão de bem
Comprara uma arma para se defender de facínoras e aproveitadores
Saiu de trás do balcão atirando contra tudo e contra todos
E foi aí que o pipoco comeu solto no bar da esquina
Gritos desesperados de todos os lados
O vendedor de flores corre para fora do bar
Acaba sendo atingido pelas costas
As flores caem a sua volta
Seria lindo, se não fosse trágico
Os homens correm de volta para o carro
Carregando consigo os pertences dos presentes
E toda a quantia do caixa
Passando por cima do agonizante vendedor
Liga pro SAMU, dizem que vai demorar
E o vermelho do sangue do florista se confunde com o das rosas
A polícia chega, mas já é tarde demais
Mais um homem que morre por conta dos problemas do Rio
Violência, desemprego e falta de saúde
Mais uma vida ceifada na Cidade Maravilhosa

Nenhum comentário:

Postar um comentário