quinta-feira, 28 de março de 2019

A Busca


A Busca

Sob o rufar do tambor acreditou ter chegado ao infinito
Olhou para trás e viu o caminho percorrido e se alegrou
As suas chagas já não doíam e seus medos já não existiam mais
Largou mão de um caderno para escrever sonetos e trovas
Apreciava a vista de lá do outro lado do arco-íris
De lá, tudo parecia mais tranquilo e mais aconchegante
A paz encontrada era a que buscara por tantos e tantos anos
Percorreu o universo inteiro querendo achar suas respostas
Só quando parou, respirou fundo e olhou em si as encontrou
Perdeu amigos, perdeu empregos, perdeu dinheiro, perdeu amores
Tudo para encontrar aquilo que parecia impossível de achar
Muitos o chamavam de louco, de sonhador ou idealista
Não dava bolas para as críticas que julgava infundadas
Percorreu desertos, subiu montanhas, mergulhou em oceanos
Viajou ao espaço em busca daquilo que só se acha num coração
Depois de uma vida inteira depositando a sua felicidade nos outros
Chegando ao seu derradeiro suspiro em seu leito de morte
Se deu conta do quanto agiu errado em buscá-la em outros pastos
Quando só o remanso de seus pensamentos e mansidão da sua alma
Abrigavam a sua verdadeira felicidade
E hoje, quando chega ao fim a sua jornada
Mesmo, embora, tenha encontrado o que tanto procurou
Se prostra diante do espelho, buscando ali em seu olhar
Quem sabe, um vislumbre do menino que era feliz
Ao perceber que a respiração lhe falha, verte a lágrima
Pois percebe que perdeu tanto tempo buscando fora
O que sempre existiu dentro de si
Tendo escolhido fechar os olhos para tal verdade
Escondeu o tesouro em um local tão profundo
Que só quando tudo em si se esgotou ele achou a felicidade


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