O Andarilho Da
Madrugada
O
andarilho da madrugada se levanta
Sai
da sua catacumba moribundo
Cambaleando
pela casa durante a madrugada
Tentando
amansar o seu coração vagabundo
Quando
a noite deita leve e macia
Sua
paixão é ainda mais latente
Ele
sabe que a dor o convida
Mas
amar já é penitência suficiente
Ele
a olha bela do outro lado da rua
Pela
janela à espreita ele observa
Sonha
em tocar seus lábios rubros
Mas
estar sozinho é o que lua o reserva
Pobre
andarilho boquirroto
Não
sabe para onde ir buscar o amor
Pensa
em bater na porta da sua amada
Mas
pelo avançar das horas, só causaria temor
O
nosso herói não se entrega fácil
Em
seu peito lhe pesa os amores perdidos
Quantos
amores nesse peito ficaram guardados?
E
quantos ainda seriam esquecidos?
Ele
se lembra do bilhete que escrevera mais cedo
E
que guardara no bolso do pijama de seda
Apanhou
então umas flores no jardim
E
o caminho até a porta virou uma vereda
O
andarilho caminhou até a soleira de sua amada
Depositou
ali o seu amor em bilhete e flores
Passou
por cima dos seus muitos orgulhos
E
encarou os seus medos de amores
Nenhum comentário:
Postar um comentário