sexta-feira, 28 de setembro de 2018

O Andarilho Da Madrugada


O Andarilho Da Madrugada

O andarilho da madrugada se levanta
Sai da sua catacumba moribundo
Cambaleando pela casa durante a madrugada
Tentando amansar o seu coração vagabundo

Quando a noite deita leve e macia
Sua paixão é ainda mais latente
Ele sabe que a dor o convida
Mas amar já é penitência suficiente

Ele a olha bela do outro lado da rua
Pela janela à espreita ele observa
Sonha em tocar seus lábios rubros
Mas estar sozinho é o que lua o reserva

Pobre andarilho boquirroto
Não sabe para onde ir buscar o amor
Pensa em bater na porta da sua amada
Mas pelo avançar das horas, só causaria temor

O nosso herói não se entrega fácil
Em seu peito lhe pesa os amores perdidos
Quantos amores nesse peito ficaram guardados?
E quantos ainda seriam esquecidos?

Ele se lembra do bilhete que escrevera mais cedo
E que guardara no bolso do pijama de seda
Apanhou então umas flores no jardim
E o caminho até a porta virou uma vereda

O andarilho caminhou até a soleira de sua amada
Depositou ali o seu amor em bilhete e flores
Passou por cima dos seus muitos orgulhos
E encarou os seus medos de amores

Nenhum comentário:

Postar um comentário