sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Um Novo Homem


Um Novo Homem

Já havia desistido de tudo
Do amor, do prazer, da felicidade e até da vida
Não conseguia mais crer que pudesse ir em frente
Se sentia desanimado e torpe
Não se sentia digno da vida que levava
Pensou em tentar contra si
Que essa era a única saída para o seu sofrer
Mas nem a sua dor era capaz de motivá-lo
Vivia com a alma no escuro e a vida em frangalhos
Já não conseguia comer, já não tinha pelo que beber
Não saía da cama, mal conseguia respirar
Já achava que até a morte lhe era inimiga
Se sentia indesejado em seu próprio corpo
Se entorpecia com o gosto das lágrimas que lhe escorriam no rosto
As visitas, cada vez mais escassas, se entristeciam com sua imagem frágil
Morria aos poucos a cada dia
Era um pobre diabo desesperançado
Encarcerado em um corpo que lhe rejeitava
Atado a uma cama de hospital
Alimentado por tubos
Respirando pela ajuda de aparelhos
Contando os dias que lhe faltam
Desacreditado por todos aqueles que deveriam lhe dar amparo
Até que numa noite escura uma luz invadiu o quarto
Lhe cobriu de um calor intenso e acolhedor
Pensou que enfim a morte veio lhe buscar
Mas o verde que vinha do meio da luz o fez mudar os pensamentos
A esperança tomou conta do quarto, do hospital, do bairro, da vida
Aquela luz o cegou por uns 3 segundos ou teriam sido 3 dias
E quando abriu os olhos, chorou
Prostrado, de joelhos, recobrou a consciência
Recarregou suas baterias e renovou a sua fé
Foi tomado pela presença de algo maior
Quando sentiu a presença de Deus
Viu que tudo fazia sentido
Com a esperança renovada poderia acreditar na cura
Mas o que precisava ser curado era seu coração
Quando acreditou que a morte não era a saída
Se tomou de amor pela vida
E seu último suspiro lhe encheu de confiança
Foi-se o velho homem e o novo homem veio seu lugar ocupar
Pois Deus está com ele

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