Um Novo Homem
Já
havia desistido de tudo
Do
amor, do prazer, da felicidade e até da vida
Não
conseguia mais crer que pudesse ir em frente
Se
sentia desanimado e torpe
Não
se sentia digno da vida que levava
Pensou
em tentar contra si
Que
essa era a única saída para o seu sofrer
Mas
nem a sua dor era capaz de motivá-lo
Vivia
com a alma no escuro e a vida em frangalhos
Já
não conseguia comer, já não tinha pelo que beber
Não
saía da cama, mal conseguia respirar
Já
achava que até a morte lhe era inimiga
Se
sentia indesejado em seu próprio corpo
Se
entorpecia com o gosto das lágrimas que lhe escorriam no rosto
As
visitas, cada vez mais escassas, se entristeciam com sua imagem frágil
Morria
aos poucos a cada dia
Era
um pobre diabo desesperançado
Encarcerado
em um corpo que lhe rejeitava
Atado
a uma cama de hospital
Alimentado
por tubos
Respirando
pela ajuda de aparelhos
Contando
os dias que lhe faltam
Desacreditado
por todos aqueles que deveriam lhe dar amparo
Até
que numa noite escura uma luz invadiu o quarto
Lhe
cobriu de um calor intenso e acolhedor
Pensou
que enfim a morte veio lhe buscar
Mas
o verde que vinha do meio da luz o fez mudar os pensamentos
A
esperança tomou conta do quarto, do hospital, do bairro, da vida
Aquela
luz o cegou por uns 3 segundos ou teriam sido 3 dias
E
quando abriu os olhos, chorou
Prostrado,
de joelhos, recobrou a consciência
Recarregou
suas baterias e renovou a sua fé
Foi
tomado pela presença de algo maior
Quando
sentiu a presença de Deus
Viu
que tudo fazia sentido
Com
a esperança renovada poderia acreditar na cura
Mas
o que precisava ser curado era seu coração
Quando
acreditou que a morte não era a saída
Se
tomou de amor pela vida
E
seu último suspiro lhe encheu de confiança
Foi-se
o velho homem e o novo homem veio seu lugar ocupar
Pois
Deus está com ele
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