quarta-feira, 10 de julho de 2019

Reflexo Parnasiano

Reflexo Parnasiano

O espanto é me observar então no espelho
E ver o meu olhar assim tão vermelho
Por não acreditar no que está refletido
Percebendo que a vida não faz sentido

Me vejo longe da imagem que sempre tive
Por meus fracassos eu nunca me abstive
Mas não vejo ali quem realmente sou
Tendo a impressão que a minha alma necrosou

Vejo alguém que já não mais sonha
Que vive de uma forma enfadonha
Perdendo-se em meio aos seus problemas
Preso ser entender seus teoremas

Meus poemas me servem de testamento
Já que entrei em fase de desfazimento
Me despedindo do que eu era antigamente
Tentando ser um escritor, ontologicamente

Desfaço-me das ilusões mundanas
Abandono as poesias parnasianas
Defendendo-me das minhas imperfeições
Por não me encaixar sob definições

Aprendo, pouco a pouco, que nada sei
Alienado pelo absinto que embrasei
Sentindo tudo aquilo que minha verve sofreu
Me contentando em ser nada além do que sou eu

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