quarta-feira, 17 de julho de 2019

Eu, Pangaré


Eu, Pangaré

Selei o meu pangaré
Mas não é um cavalo branco
É um burro de carga
Afinal, só ele para me aguentar
Mas selei o meu burro e parti
Fui em busca de novas aventuras
Novas pastagens, novos ares
A princesa tem um outro pensamento
Ela quer o herói de cavalo branco
Com armadura reluzente e espada
Eu sou apenas mais um desafortunado
Meu heroísmo era estar ao seu lado
Nos bons e maus momentos
Mas isso era só bom para a princesa
E como eu ensinei para ela
O bom já não é mais suficiente
Queremos o extraordinário
Aquilo que nos tira o ar
Que nos cora o rosto
E nos faz pensar em “felizes para sempre”
Eu acredito em finais felizes
Mas a minha história ainda não chegou ao fim
Não busco uma princesa encantada
Presa em uma masmorra para ser salva
Pois não vou matar o dragão de ninguém
Não sei se sou cavaleiro ou trovador
Mas sigo por aí atrás do meu destino
Buscando alguém que aceite viver comigo
Tudo aquilo que quero viver
Enquanto isso, sigo montado em meu pangaré
Com minha armadura enferrujada
E uns versos ruins para declamar

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