Pseudônimo
Eu sou uma borboleta que bate asas no deserto do
Afeganistão
Eu sou aquela gota d’água no fundo das Fossas das
Marianas
Eu sou um grão de areia de uma praia no mar do Japão
Eu sou aquele que não faz parte da família Doriana
Sou tudo aquilo que você nega existir, mas que se faz
presente
Eu sou toda aquela dor do dente siso que ainda não
saiu
Eu sou todo aquele estrondoso silêncio eloquente
Eu sou toda aquela vontade de voltar ao futuro do
passado que nunca existiu
Eu sou todos os dejetos que você despeja nas suas
lixeiras
Sou também aquela canção que você odeia, mas não para
de cantar
Eu sou todos os soldados que perderam as suas vidas
nas trincheiras
Sou também aquela ligação que você nunca quis realizar
Eu sou todo aquele ser que tem sua existência
indesejada
Sou o falso amor pelos quais os adolescentes fingem
sofrer
Eu sou toda aquela brisa fria em uma noite gélida de
inverno
Sou aquele copo de tequila depois de 5 shots de vodka
Eu sou toda e qualquer visão no espelho que causa asco
Eu sou o tropeço na frente da pessoa por quem se está
apaixonado
Eu sou o prisioneiro caminhando lado a lado com o
carrasco
Eu sou aquele que deu um tiro que saiu pelo outro lado
Eu sou o começo, o meio e o fim de coisa alguma
Eu sou a verdadeira identidade do cidadão anônimo
Eu sou aquela imagem retorcida por trás da forte bruma
Eu sou a pseudoverdade sob um outro pseudônimo
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