terça-feira, 27 de novembro de 2018

Não Leia Meus Textos


Não Leia Meus Textos

Vieram me perguntar como eu definiria meus textos, as temáticas que eu costumo apresentar neles e tudo o que envolve a minha escrita. Não sei se eu defino de alguma forma tradicional, até porque, eu não me considero um escritor tradicional, há dias em que eu acordo e quero fazer algo com métrica e rima e outros em que acordo afim de jogar tudo isso para o alto e faço um texto sem ritmo, sem métrica e sem padrão.
Na verdade, eu não posso me considerar um escritor pós-moderno ou contemporâneo, pois não estou aqui apenas para subverter tudo o que já foi feito anteriormente. Muito pelo contrário, me alimento de várias fontes para criar o meu estilo, usando o mesmo para subverter as ideias consolidadas de mundo ideal, mas também para manter as coisas que julgo que devem ser como elas realmente são.
Na verdade, me vejo como um instrumento de contracultura, alguém que não se vale da cultura popular para fazer cultura popular, alguém que faz da sua escrita uma forma de alteração da realidade coletiva, buscando moldar o mundo da forma como eu julgo ideal para mim. Não é algo que seja anárquico ou comunista, eu apenas não me prendo aos conceitos tradicionais, apesar de me valer deles para subvertê-los.
O divertido disso tudo, é que não preciso me fixar em uma coisa ou outra, sou um libertário, quase libertino, daqueles que se desprendem de rótulos e pré-definições, sou apenas tudo aquilo que acho e me julgo capaz de ser e fazer. Mas não me defino como qualquer dessas coisas, sou apenas um escritor que tem uma necessidade de escrever e é experimentalista.
Acho que essa é a única característica que eu me permito ter, sou um escritor experimentalista, mas apesar de ter um livro a venda nas livrarias, não me sinto um escritor profissional. Sou e serei sempre um escritor amador, que é remunerado por isso, pois não me vejo como alguém profissional, que tem uma rotina, que tem um estilo só, que faz a coisa somente de um jeito e de uma forma. Para mim, o divertido de poder escrever, é que o papel aceita as palavras que eu quiser, do jeito que eu quiser e da forma que eu quiser.
Então, se você se incomoda com a desordem, com a contracultura, com a pluralidade, com a diversidade, com a coerência do caos, com a falta de ritmo ou a falta de padrão, já te digo: não leia meus textos, será uma missão punitiva para você, pois é isso que você vai encontrar. E sob a contemporaneidade de um artista rupestre, eu vou lançando meus textos no mundo, pensando em acrescer algo na vida de alguém, nem que seja na minha. Sem me preocupar com números de seguidores, mas sim com os de leitores, sigo em frente, me mantendo fiel a minha crença de que a literatura é capaz de mudar o mundo.
Portanto, se você procura aqui o que você está acostumado a ver em todas as páginas de escritores, saiba que aqui você não vai encontrar. Aqui você encontrará somente aquilo que você não está esperando e o que você não precisa. Sou daqueles que me preocupo com o conteúdo e não com a forma, com a mensagem e não com o mensageiro, com o texto e não com a imagem. Quando você tá crente que verá poesia, surge uma crônica, quando você quer ler uma opinião, vem um poesia, quando você quer ler sobre amor, falo de morte.
E assim sou eu, um contraescritor, um contrapoeta, um contracronista, um transgressor, um erudito popular, um popular erudito, o oposto de tudo isso que eu falei, mas também exatamente aquilo que você pensa de mim. No fim, sou só mais um louco, um lunático, um maluco, que acredita que a arte é capaz de mudar o mundo e fazer com que as pessoas se reinventem após ler um texto meu. Alguém que muda o seu próprio mundo a cada texto escrito.

3 comentários:

  1. Legal ser apaixonado pelo que faz! É assim mesmo, quando amamos o que fazemos tendemos a acreditar que alguém é capaz de se reinventar depois que ler os nossos escritos...rsrssr
    Como tenho uma tendência maior a escrever poemas, sou completamente adepta dos versos soltos e versos livres, sem rima e sem métrica. Penso que isso é o que traz liberdade para a inspiração...rsrrrr
    Forte abraço1

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    1. Sim, esse é o meu pensamento, sermos livres para criarmos, dando asas a nossa liberdade criativa. Contudo, muita gente é mecanizada, é presa em padrões e se atém a números e afins. Eu escrevo por corações, quanto mais eu conseguir tocar, mais tenho a certeza de que vale a pena me manter nessa luta.

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