Alguém Que Te Tire
O Fôlego E Não A Paciência
Eu tenho que
admitir que apesar de ter tido muitos relacionamentos longos em minha vida,
ando muito sem saco para buscar algo sério com alguém que não me demonstre
estar na mesma disposição. E isso é engraçado, porque quando você está solteiro
no meio de amigos que estão se casando, noivos ou somente tendo um namoro, você
acaba sempre sendo assunto das pessoas. Geral quer te apresentar a prima da
vizinha, a colega de trabalho do irmão, a amiga do dono da lanchonete e várias
coisas assim.
Mas é uma situação
que por mais que você tente evitar, as pessoas não conseguem compreender que
embora você não esteja num relacionamento sério, você não precisa estar
carente, sem sexo ou ainda desesperado. Não, eu apenas já estou maduro o
suficiente nesse quesito, para saber o que eu quero e o que eu não quero, para
saber que o meu relacionamento tem que me trazer coisas boas, que com ele eu
tenho que perder o fôlego, sempre e não a paciência.
E falo isso de
boa, sem querer levantar bandeira ou criar polêmica, minha ideia não é essa,
minha ideia é apenas expor essa minha opinião sobre a coisa, mais uma vez, pois
parece que muita gente não consegue entender isso. Eu não tenho que deixar de
ser solteiro porque todos os meus amigos, parentes, conhecidos, meus pais ou quaisquer
outras pessoas querem que eu deixe de ser solteiro. A vida não funciona assim.
Eu não tenho que agradar aos outros, eu apenas teria que agradar a pessoa que
eu escolhesse para ser minha companheira e a mim.
É curioso, como
muita gente entra em relacionamento para agradar aos outros ou para satisfazer
seu ego, esquecendo que um relacionamento tem como objetivo construir uma
relação maior, fortificar uma união que poderá virar uma nova família. Mas essa
visão é uma visão madura, admito, não é algo que eu pensava há quase 20 anos
atrás.
Nesta época, eu
nem me preocupava com o dia de amanhã, quanto mais em ter uma família, casar
com alguém, ter filhos, comprar uma casa, planejar um futuro a dois. Nesta
época eu só pensava em curtir, beijar na boca e pronto. Algo normal, para um
típico adolescente dos anos 90, que assistia Barrados No Baile e achava que
pegação era a coisa mais comum que podia existir.
Hoje em dia eu não
deixei de crer que pegação é algo legal, normal e totalmente natural, mas
passei a acreditar que relacionamentos frívolos não me preenchem. Claro que de
vez em quando ainda acontece de ter um encontro ou outro assim, mas não é mais
o meu ponto de interesse. Desde que eu comecei a ter relacionamentos sérios,
que eu passei a me preocupar mais em criar pontos em comum com a pessoa do que
ficar colecionando números de telefone e relações infrutíferas.
Daí me pego no
meio das pessoas da minha geração que se encontram fora de relacionamentos,
sejam elas solteiras, viúvas, divorciadas, descasadas... Mas que por algum
motivo se encontram disponíveis nos dias de hoje para eu me relacionar e vejo
que em muitas vezes, as pessoas estão tão desesperadas, despreparadas e
desamparadas, que se sujeitam a se meter em todo e qualquer tipo de
relacionamento, só para suprir uma carência, uma necessidade ou então agradar
aos seus amigos e parentes.
Eu não sou assim,
eu gosto de conhecer as pessoas, de saber como elas são em seu estado mais
eufórico, mas também de conhecer o seu estado de maior sofrimento e angústia.
Pois é, eu sou da teoria de que se eu conhecer os extremos da pessoa, eu
poderei saber se eu posso aguentar ela ou não. E porque o máximo de euforia e o
maior sofrimento? Simples, porque é até fácil aguentar alguém super eufórico,
mas você saber lidar com a pessoa quando ela está sofrendo demais, isso sim é
capaz de mostrar se você está disposto a encarar o desafio.
Outro ponto importante
de se ressaltar, é que eu sou uma pessoa que se desapega fácil. Eu só consigo
criar vínculos profundos, daqueles que as pessoas mesmo longe, mesmo distantes,
mesmo que não estejam mais presentes em minha vida diariamente, ainda assim,
sei que nossos laços não se quebrarão, entende?
Desta forma, se a
pessoa não me marcou a ponto de criar uma ligação profunda entre nós e a pessoa
não se mostre interessante pra mim, a ponto de eu estar sempre querendo saber
mais e mais dela, eu me desinteresso, deixo de lado, acabo abrindo mão. Sendo
assim, iria descartar a pessoa de uma forma calma e tranquila, como se ela
nunca tivesse passado pela minha vida.
Muita gente acha
essa minha forma de encarar os relacionamentos muito fria e sem emoção,
contudo, não é verdade, é muito quente e emocionante, pois eu sou assim, quando
gosto, gosto pra valer, mas se eu não conseguir gostar, paciência, não sou
obrigado a gostar de todo mundo. E mais, posso ter uma atração física inicial
pela pessoa, mas com umas saídas, me aprofundando mais nela, posso perceber que
não há interesse amoroso, mas tão somente uma amizade para ser construída.
Sim, é muito
complexo, não estou dizendo que a minha forma de lidar com relacionamentos é a
ideal, mas é a que funciona pra mim. Eu gosto de criar conexões, fazer pontes
entre mim e as outras pessoas, gosto de saber o que a pessoa gosta. Além disso,
sou muito bom em ler as pessoas, em saber o que elas querem e o que elas não
querem, em identificar se a pessoa está bem ou está mal, pela forma como ela
fala ou pela forma como me responde uma mensagem, já sei se ela está bem ou
está mal.
Pra mim, vale a
conexão entre o casal, não precisam gostar das mesmas coisas, embora isso ajude
muito, mas respeitar as vontades alheias e estar disposto a vivenciar com o
outro esses momentos. A ideia é sempre somar, multiplicar, fazer o outro ser
mais. Quero um relacionamento, não de sonhos mas sim de amor, algo que seja
digno, que me agrade, que agrade a minha parceira, que seja capaz de criar uma
família...
Quero alguém em
quem eu pense em todos os momentos do meu dia, que eu fique imaginando se ela
está bem, que eu sonhe em ter filhos com ela, que fique pensando em quanto posso
fazer ela feliz, sonhando com a nossa velhice, buscando fazer ela feliz cada
dia mais, preciso de uma pessoa que queira sonhar essas coisas comigo, que
queira viver esse sonho comigo, que saiba ser minha companheira, que saiba ser
minha mulher, mas acima de tudo, quero alguém que saiba me fazer rir quando eu
estiver desanimado, que saiba me acalmar quando eu estiver nervoso e que saiba
me amar pelo que eu sou.
Mas acima de tudo,
não quero perder tempo, não quero estar com alguém que não sabe o que quer, que
não está ciente do que deseja pra si ou para os outros. Não quero gente com
mimimi, nem quero quem esteja afim de perder tempo e me fazer perder tempo. Não
quero quem me traga problemas, que venha com papinho mole, que me encha o saco,
que esteja afim de fazer joguinhos...
Então, o que busco
é alguém que me livre de problemas, que confirme as minhas crenças de amor
eterno, de feitos um pro outro, de fidelidade, de companheirismo, de família,
de vida a dois... Quero alguém que siga os mesmos preceitos que eu, que esteja
disposta a viver uma vida como eu vivo, que tenha valores semelhantes aos meus,
que busque uma vida que não tenha muitos luxo, mas seja confortável e feliz
para nós, que não tente me mudar, mas que potencialize o meu melhor, que se
torne alguém melhor ao meu lado também e que a sua felicidade maior seja estar
comigo e eu com ela. Quero alguém que só me tire o fôlego e não a paciência,
que me faça almejar por cada momento ao seu lado e não somente tolerar, que me
mostre o que é o verdadeiro amor e que seja capaz de eternamente me amar.
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