sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Alguém Que Te Tire O Fôlego E Não A Paciência

Alguém Que Te Tire O Fôlego E Não A Paciência

Eu tenho que admitir que apesar de ter tido muitos relacionamentos longos em minha vida, ando muito sem saco para buscar algo sério com alguém que não me demonstre estar na mesma disposição. E isso é engraçado, porque quando você está solteiro no meio de amigos que estão se casando, noivos ou somente tendo um namoro, você acaba sempre sendo assunto das pessoas. Geral quer te apresentar a prima da vizinha, a colega de trabalho do irmão, a amiga do dono da lanchonete e várias coisas assim.
Mas é uma situação que por mais que você tente evitar, as pessoas não conseguem compreender que embora você não esteja num relacionamento sério, você não precisa estar carente, sem sexo ou ainda desesperado. Não, eu apenas já estou maduro o suficiente nesse quesito, para saber o que eu quero e o que eu não quero, para saber que o meu relacionamento tem que me trazer coisas boas, que com ele eu tenho que perder o fôlego, sempre e não a paciência.
E falo isso de boa, sem querer levantar bandeira ou criar polêmica, minha ideia não é essa, minha ideia é apenas expor essa minha opinião sobre a coisa, mais uma vez, pois parece que muita gente não consegue entender isso. Eu não tenho que deixar de ser solteiro porque todos os meus amigos, parentes, conhecidos, meus pais ou quaisquer outras pessoas querem que eu deixe de ser solteiro. A vida não funciona assim. Eu não tenho que agradar aos outros, eu apenas teria que agradar a pessoa que eu escolhesse para ser minha companheira e a mim.
É curioso, como muita gente entra em relacionamento para agradar aos outros ou para satisfazer seu ego, esquecendo que um relacionamento tem como objetivo construir uma relação maior, fortificar uma união que poderá virar uma nova família. Mas essa visão é uma visão madura, admito, não é algo que eu pensava há quase 20 anos atrás.
Nesta época, eu nem me preocupava com o dia de amanhã, quanto mais em ter uma família, casar com alguém, ter filhos, comprar uma casa, planejar um futuro a dois. Nesta época eu só pensava em curtir, beijar na boca e pronto. Algo normal, para um típico adolescente dos anos 90, que assistia Barrados No Baile e achava que pegação era a coisa mais comum que podia existir.
Hoje em dia eu não deixei de crer que pegação é algo legal, normal e totalmente natural, mas passei a acreditar que relacionamentos frívolos não me preenchem. Claro que de vez em quando ainda acontece de ter um encontro ou outro assim, mas não é mais o meu ponto de interesse. Desde que eu comecei a ter relacionamentos sérios, que eu passei a me preocupar mais em criar pontos em comum com a pessoa do que ficar colecionando números de telefone e relações infrutíferas.
Daí me pego no meio das pessoas da minha geração que se encontram fora de relacionamentos, sejam elas solteiras, viúvas, divorciadas, descasadas... Mas que por algum motivo se encontram disponíveis nos dias de hoje para eu me relacionar e vejo que em muitas vezes, as pessoas estão tão desesperadas, despreparadas e desamparadas, que se sujeitam a se meter em todo e qualquer tipo de relacionamento, só para suprir uma carência, uma necessidade ou então agradar aos seus amigos e parentes.
Eu não sou assim, eu gosto de conhecer as pessoas, de saber como elas são em seu estado mais eufórico, mas também de conhecer o seu estado de maior sofrimento e angústia. Pois é, eu sou da teoria de que se eu conhecer os extremos da pessoa, eu poderei saber se eu posso aguentar ela ou não. E porque o máximo de euforia e o maior sofrimento? Simples, porque é até fácil aguentar alguém super eufórico, mas você saber lidar com a pessoa quando ela está sofrendo demais, isso sim é capaz de mostrar se você está disposto a encarar o desafio.
Outro ponto importante de se ressaltar, é que eu sou uma pessoa que se desapega fácil. Eu só consigo criar vínculos profundos, daqueles que as pessoas mesmo longe, mesmo distantes, mesmo que não estejam mais presentes em minha vida diariamente, ainda assim, sei que nossos laços não se quebrarão, entende?
Desta forma, se a pessoa não me marcou a ponto de criar uma ligação profunda entre nós e a pessoa não se mostre interessante pra mim, a ponto de eu estar sempre querendo saber mais e mais dela, eu me desinteresso, deixo de lado, acabo abrindo mão. Sendo assim, iria descartar a pessoa de uma forma calma e tranquila, como se ela nunca tivesse passado pela minha vida.
Muita gente acha essa minha forma de encarar os relacionamentos muito fria e sem emoção, contudo, não é verdade, é muito quente e emocionante, pois eu sou assim, quando gosto, gosto pra valer, mas se eu não conseguir gostar, paciência, não sou obrigado a gostar de todo mundo. E mais, posso ter uma atração física inicial pela pessoa, mas com umas saídas, me aprofundando mais nela, posso perceber que não há interesse amoroso, mas tão somente uma amizade para ser construída.
Sim, é muito complexo, não estou dizendo que a minha forma de lidar com relacionamentos é a ideal, mas é a que funciona pra mim. Eu gosto de criar conexões, fazer pontes entre mim e as outras pessoas, gosto de saber o que a pessoa gosta. Além disso, sou muito bom em ler as pessoas, em saber o que elas querem e o que elas não querem, em identificar se a pessoa está bem ou está mal, pela forma como ela fala ou pela forma como me responde uma mensagem, já sei se ela está bem ou está mal.
Pra mim, vale a conexão entre o casal, não precisam gostar das mesmas coisas, embora isso ajude muito, mas respeitar as vontades alheias e estar disposto a vivenciar com o outro esses momentos. A ideia é sempre somar, multiplicar, fazer o outro ser mais. Quero um relacionamento, não de sonhos mas sim de amor, algo que seja digno, que me agrade, que agrade a minha parceira, que seja capaz de criar uma família...
Quero alguém em quem eu pense em todos os momentos do meu dia, que eu fique imaginando se ela está bem, que eu sonhe em ter filhos com ela, que fique pensando em quanto posso fazer ela feliz, sonhando com a nossa velhice, buscando fazer ela feliz cada dia mais, preciso de uma pessoa que queira sonhar essas coisas comigo, que queira viver esse sonho comigo, que saiba ser minha companheira, que saiba ser minha mulher, mas acima de tudo, quero alguém que saiba me fazer rir quando eu estiver desanimado, que saiba me acalmar quando eu estiver nervoso e que saiba me amar pelo que eu sou.
Mas acima de tudo, não quero perder tempo, não quero estar com alguém que não sabe o que quer, que não está ciente do que deseja pra si ou para os outros. Não quero gente com mimimi, nem quero quem esteja afim de perder tempo e me fazer perder tempo. Não quero quem me traga problemas, que venha com papinho mole, que me encha o saco, que esteja afim de fazer joguinhos...
Então, o que busco é alguém que me livre de problemas, que confirme as minhas crenças de amor eterno, de feitos um pro outro, de fidelidade, de companheirismo, de família, de vida a dois... Quero alguém que siga os mesmos preceitos que eu, que esteja disposta a viver uma vida como eu vivo, que tenha valores semelhantes aos meus, que busque uma vida que não tenha muitos luxo, mas seja confortável e feliz para nós, que não tente me mudar, mas que potencialize o meu melhor, que se torne alguém melhor ao meu lado também e que a sua felicidade maior seja estar comigo e eu com ela. Quero alguém que só me tire o fôlego e não a paciência, que me faça almejar por cada momento ao seu lado e não somente tolerar, que me mostre o que é o verdadeiro amor e que seja capaz de eternamente me amar.

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