Ídolos
É
tão estranho dizer adeus a um ídolo
Não
somente por ter te proporcionado alegrias
Mas
por ter servido de exemplo e de inspiração
Alguém
em quem você se espelhava
Que
te fazia acreditar que sua vida poderia ser diferente
Alguém
que você via fazendo algo
E
passava a impressão de que tudo aquilo era simples
Eu
já enterrei muitos ídolos
Alguns
por fazerem o encanto acabar
Outros
por que a vida quis levá-los
Acontece
que temos a impressão de que ídolos são heróis
Que
não são seres humanos falhos e que cometem erros
Enxergamos
eles como membros do Olimpo, semideuses
Super-heróis
de histórias em quadrinhos
Mais
fortes, mais rápidos, mais inteligentes que os normais
Acreditamos
que eles sejam imortais
Mas
bem disse o poeta: “É tão estranho, os bons morrem jovens”
E
quando vemos a face mais humana desses semideuses
É
que nos damos conta do quanto a vida é breve
O
quanto ela é um piscar de olhos
Nossos
ídolos não deixam o nosso imaginário
Não
paramos de imaginar a volta perfeita dentro do carro
A
aceleração final na pista de atletismo
O
arremesso certeiro no estouro do relógio
O show
magistral em apoteose e êxtase
O
último recitar da poesia tão marcante
O
perecimento do ser humano é natural e irrefreável
Não
temos como lutar contra a morte
Mas
quando os nossos ídolos se vão
A
gente percebe que até os grandes um dia partem
E
nos deixam a impressão de que a vida é muito mais
Que
devemos valorizar cada segundo
Que
cada instante conta, que cada momento é importante
Que
não podemos deixar a vida escorrer por entre os dedos
A
gente nunca sabe o dia de amanhã
No
fim das contas, famosos ou não
Somos
sempre o ídolo de alguém
Sempre
inspiramos as pessoas a serem melhores
E no
fim, o importante é saber o que deixamos de legado
E
legado é a forma como as pessoas vão se lembrar de nós
Que
no dia que eu me for, eu seja como meus ídolos
E deixe para trás um
legado de amor e inspiração
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