sábado, 25 de novembro de 2017

Dia Da Vivi

Dia Da Vivi

Hoje venho celebrar a minha irmã. Dia 25 de novembro, é o dia dela! Outras pessoas podem fazer aniversário nesse dia, mas na minha vida, esse dia sempre será reservado a ela. Desde quando vim ao mundo, pude perceber que ela era diferente. Em primeiro lugar, porque somos uma família de 5 pessoas, sendo 3 homens e 2 mulheres, mas ela era a menina, era a diferente. Afinal, éramos eu e meu irmão, os meninos, sempre iguais e ela a menina, a diferente, além de meu pai e minha mãe (que embora seja mulher também, sempre teve a sua figura como a mãe e não como menina).
Logo, fui percebendo que ela não era igual a nós, era diferente, não brincava de carrinho, de Comandos Em Ação, não se interessava muito pelo nosso vídeo game e nem por esportes, embora não fosse daquelas pessoas que nunca brincava dessas coisas, apenas não eram os interesses dela e isso a deixava como diferente de nós.
Imagina você, três crianças, 2 meninos e 1 menina, vivendo no mesmo quarto, que não era grande o suficiente para abrigar a todos, mas que nos servia bem. Quando eu cheguei aos meus 6/7 anos, minha irmã chegava aos seus 9/10, uma diferença enorme na época, afinal, eu ainda estava aprendendo a ler e ela já estava pensando em sair sozinha e desbravar o mundo. Aí então, ela começou a ideia de sair do nosso quarto e ter um quarto só para ela.
Felizmente, meus pais puderam fazer o quarto dela e ela se sentiu mais à vontade para crescer e se desenvolver. E as diferenças entre nós se tornaram ainda maiores, afinal, ela tinha a própria TV, não precisava mais ver os programas de meninos que eu e meu irmão gostávamos. Já pegava e via os seus programas preferidos, via as suas coisas, que agradavam ao seu gosto. Coisas que me causavam muita estranheza, afinal, com 3 anos a menos que ela, só queria saber de futebol, vídeo game, esportes e desenhos e seriados japoneses.
Mas o tempo foi passando e pude chegar a adolescência um pouco depois dela, que já tinha o nosso irmão a lhe acompanhar. Nessa época pude perceber que as suas influências eram muito parecidas com as minhas. Claro que eu não era fã de boybands, mas conseguia ouvir com ela, mas tínhamos muito a coisa de ouvir Big Mix no rádio, curtindo todos os funks dos anos 90 com o som nas alturas na sala do nosso apartamento no Cachambi.
Nessa época eu pude ver o quanto nós tínhamos gostos parecidos, o quanto conseguíamos nos alegrar com as vitórias do outro e nos entristecer com as suas derrotas. Lembro bem que foi através dela que eu comecei a ouvir mais atentamente ao movimento do pagode dos anos 90, quando ela ganhou o CD do Molejo e esse CD ficava em nosso aparelho de som tardes a fio, com a gente fazendo as coreografias e decorando as músicas. Bons tempos esses!
Sempre fomos de gostar muito da rua, aliás, acho que se eu gosto tanto da noite como eu gosto hoje em dia, é porque ela me abriu os caminhos. Quantas e quantas discotecas no Colégio Militar a gente não ia. Eu achava que era o máximo de independência que teria naquela época, não só por termos os dois sido alunos do Imperial Colégio Militar do Rio de Janeiro, mas por saber que eu era famoso no colégio, justamente por ser o irmão pentelho da Viviane Mendes.
E não era só isso, eu passava o dia no play do prédio, brincando, jogando bola e ficando na piscina e no fim do dia, subia para casa, tomava um banho e depois descia para ficar curtindo altos papos com ela e os amigos dela até o play fechar. Comecei a conhecer um pouco mais a ela graças a esses papos até tarde da noite no play do Porto Bonança.
Comecei a ver que não era só o sangue que nos ligava ou o fato de estudarmos no mesmo colégio, nossa ligação era maior, era no jeito de falar, nas gírias usadas, nos gostos, nas escolhas a serem feitas... Passei a ver que apesar de sermos muito parecidos fisicamente, a nossa conexão era espiritual, muito além de sermos irmãos, nos tornamos amigos, confidentes e principalmente parceiros.
O tempo passou, a gente cresceu, mas nunca mais deixamos de ser amigos, nossa relação só foi aumentando cada dia mais. Por um breve momento da vida ela se afastou do ninho, foi viver a vida dela sob outro teto, contudo, quando ela precisou, quando teve que ser acolhida, cá estávamos nós de braços abertos para recebê-la.
Viviane, saiba sempre que o mundo pode não ser o melhor lugar, que muitas vezes vamos apanhar, sofrer, chorar, sofrer mais um pouco, lamentar, nos desiludir, sofrer ainda mais, porém, sempre que você estiver para baixo, saiba que eu terei sempre uma mão, um braço, um corpo e uma vida para te levantar. Suas vitórias são minhas e as suas derrotas são minhas também. Não tenho apenas orgulho em ser seu irmão, tenho prazer e felicidade.
Mesmo a nossa vida não sendo sempre um mar de rosas, sei que posso sempre contar com a sua torcida e você pode ter certeza que desde que eu nasci, até o fim das nossas vidas, irei torcer por você. Agradeço pelo seu carinho, seu companheirismo, sua cumplicidade, mas acima de tudo, agradeço o seu amor. Muita gente fala que não devemos agradecer o amor, mas eu agradeço, não só retribuo, mas faço questão de ser grato por seu amor, afinal, ele é tudo o que alguém pode querer.
Como disse o poeta: “Se todos fossem iguais a você, que maravilha seria viver”. Pois é, posso falar não só por mim, mas também por todos os amigos, conhecidos, familiares... Todas as pessoas, que de uma forma ou outra tem o mundo transformado e melhorado só por saberem que você existe no mundo delas. Agradeço a Deus por você existir na minha vida e poder ser tudo o que você é para mim. Te amo!

Nenhum comentário:

Postar um comentário