terça-feira, 25 de julho de 2017

Você É Responsável Pela Sua Felicidade

Você É Responsável Pela Sua Felicidade

Sabe, eu estive muito ligado nos últimos acontecimentos político-sociais, tentando buscar um pouco de inspiração para escrever e um pouco, além de tentar achar bons exemplos para me inspirar e buscar renovar minha fé, um pouco abalada na humanidade, nos últimos tempos. Vasculhei muitas coisas, revi vídeos, assisti a algumas reportagens e quanto mais eu mexia, mais eu me desencantava.
Ocorre, que no meio desse mar de lama, caos e maldade alimentada em todos nós, surgiu-me um oásis, onde pude ver um documentário com a Jada Pinkett Smith, atriz norte americana, esposa do Will Smith, chamado Red Table Talk, algo como Conversas Na Mesa Vermelha. Nessas tais conversas, Jada conversa com a filha e com a mãe, e um dos momentos que mais me marcou, nessa conversa é justamente quando ela está falando sobre a felicidade.
A Jada é uma atriz conceituada em Hollywood, casada com um dos maiores astros do cinema, mãe de 3 filhos (dois de sangue e mais o filho mais velho do Will, do primeiro casamento dele), sendo a matriarca de uma família artística, onde além dela e do marido, os filhos também são artistas. Todos eles possuem seus sonhos e suas vontades, seus anseios e seus objetivos.
O que mais me marcou nesse documentário, é que Jada dá uma lição sobre felicidade impressionante, que se assemelha muito ao que eu falo sobre o tema. Ela fala que cada um é responsável pela sua felicidade e não pode colocar a sua felicidade como responsabilidade dos outros.
Você vai dizer, que essa não é uma novidade para ninguém, que muitas pessoas já pensaram isso, seja da forma que for, que a felicidade é sempre individual. Mas é curioso você observar uma mulher rica, bem-sucedida, esposa e mãe, falar sobre isso da forma como ela fala. Afinal, sempre ouvimos e vemos nossas mães e esposas falando que a felicidade delas é a felicidade dos filhos e dos maridos, certo?
A nossa sociedade oprime as mulheres a pensarem dessa forma, não permite que elas pensem fora dessa realidade, “criminalizando” qualquer mulher que pense diferente disso. E o que no discurso dela é tão diferente e inovador, assim? Bem, entenda, cada um pode ver isso de uma forma, a interpretação é livre, mas eu achei fantástica a forma dela assumir que é errado uma mãe colocar a felicidade dela nos ombros de um filho ou a esposa colocar nos ombros do marido, simplesmente porque cada um é responsável pela sua própria felicidade.
A felicidade realmente é responsabilidade de cada um, é uma puta sacanagem você colocar a responsabilidade dela em cima de uma outra pessoa. Falo aqui sobre qualquer relação, não necessariamente relações amorosas ou de pais e filhos, mas sim para todas as relações. Sejam casais, amigos, pais e filhos, colegas de trabalho, qualquer tipo de relação que você queira tratar, você não pode se anular pelo outro, você não pode viver em função do outro e achar que a felicidade do outro vai bastar pra você ser feliz.
Uma das imagens mais marcantes desse documentário é quando a Jada desobriga a filha dela de fazê-la feliz. E ela explica que faz isso, pois no momento em que ela coloca essa obrigação nas costas da filha, a partir do momento em que a filha percebe isso, quando nota que a mãe não está feliz, ela se sente pressionada, começa a se cobrar por algo que não está ao seu controle. Aí a filha começa a ver a mãe triste e sabe que a felicidade da mãe depende dela e começa a se sentir culpada, se coloca pra baixo e se sente mal por tudo isso, quando na verdade, a mãe não está feliz, porque não quer ser feliz.
Calma, não estou aqui falando que as pessoas não podem se alegrar com a felicidade dos outros, que não podem se regozijar por com as conquistas daquelas pessoas de quem ela gosta, muito menos estou dizendo que as pessoas precisam ser egoístas a ponto de não se importarem com a felicidade alheia, não é nada disso, muito pelo contrário. Mas, acredito sim, que cada um é guardião da sua felicidade.
Quantas e quantas vezes eu não me alegro com as realizações dos meus pais, meus irmãos, meus tios, meus primos, meus sobrinhos, meus amigos... Quantas e quantas vezes, não fico feliz por ver que alguma dessas pessoas está feliz ou me entristeço por ver a tristeza dessas mesmas pessoas? Pois é, isso acontece, é um sentimento chamado empatia, é comum e até saudável você ter, isso que nos faz humanos, nos faz acreditar que a humanidade ainda tem jeito.
Mas o que estou criticando, é que muitas pessoas tendem a depositar a sua felicidade sobre os ombros de outras. Tipo a mãe que diz que abre mão de tudo para a felicidade do filho e que só será feliz se o filho for feliz. E quem mede essa felicidade? Você não está na outra pessoa para saber se ela realmente está feliz ou não, você não tem como sentir pelo outro. Uma mãe, por mais que queira o melhor para um filho, não pode viver a vida dele, nem querer decidir o que é melhor para ele.
Indo para o lado dos casais, acredito que um deve querer fazer o outro feliz, mas que isso não seja uma sentença de infelicidade. Eu posso tentar de tudo para fazer uma pessoa feliz, tudo o que está ao meu alcance e a pessoa simplesmente não ser feliz. Simplesmente porque cada um sente de uma maneira, cada um vivencia as experiências de uma maneira. Por exemplo, posso bolar um plano infalível, comprar flores, levar pra jantar, fazer tudo conforme o roteiro básico de romantismo, mas a outra pessoa pode estar num dia em que ela só precisa de uma taça de vinho, um abraço e colo. E por eu não dar isso pra ela, ela se sentir infeliz e eu ficarei achando que a culpa da infelicidade dela é minha, quando na verdade é, somente, porque ela sente diferente dos outros.
Como já disse outras vezes, acho que a felicidade é sentimento momentâneo, que se prolonga pelo somatório de várias “felicidades” que temos durante a vida, quando uma pessoa diz que é feliz, é porque em sua vida se somam várias coisas que lhe fazem estar feliz por um momento, perpetuando a sensação de bem-estar nela. Ou seja, ela tem tantas “felicidades momentâneas” seguidas, que a vida dela é um sentimento constante de felicidade.
Assim sendo, por ser um estado de espírito, a felicidade é pessoal e intransferível, ou seja, só quem sente é capaz de ter aquela sensação. Mesmo embora, você possa sentir felicidade por conta da felicidade do outro, a sua felicidade é diferente da pessoa que tem a felicidade original, entende? A primeira pessoa fica feliz, você sente a felicidade dela e fica feliz também, mas as felicidades são diferentes, embora uma seja decorrência da outra.
Contudo, se você baseia a sua felicidade em uma outra pessoa, você joga uma carga naquela pessoa que não diz respeito a ela. Aí, você se desobriga da sua felicidade, colocando a responsabilidade por ela nas costas de uma outra pessoa. Sendo certo de que as pessoas geralmente vão pensar na sua felicidade primeiro, elas vão pôr a felicidade delas como prioridade e deixarão a sua de lado, pois a sua nunca vai ser prioridade. E como me disse uma vez um sábio: Se você não se preocupa em ser feliz, como você vai dar felicidade a outra pessoa?
Então, seja “egoísta”, pense na sua felicidade, cuide dela, tenha ela como prioridade em sua vida, mas nunca deixe de ter empatia com as pessoas a sua volta, porém, nunca deposite nelas os motivos da sua felicidade, a sua felicidade é responsabilidade sua e só você pode fazer as coisas para você ser feliz. E nada, nem ninguém irá mudar isso, por mais que haja promessas, palavras e atos. No fim das contas, a felicidade é pessoal e intransferível.

Nenhum comentário:

Postar um comentário