13
De Maio
E eu te pergunto
Abolição do quê?
O negro continua sendo escravo
Só trocaram o senhor
A chibata continua sendo usada
O povo negro ainda é mantido cativo
Não mais na senzala
Mas na favela
Vocês enaltecem a Isabel como libertadora
Mas esquecem de todos os que antes lutaram
Todos os que antes se levantaram contra essa
atrocidade
Muitos não viveram o suficiente para ver chegar o dia
Em que o negro será tratado de igual para igual
Vocês olham, mas preferem fingir não ver
Chamam de vitimismo a nossa luta legítima
O nosso grito não é só nosso
Ele carrega a dor dos nossos ancestrais
Daqueles que foram arrancados da mãe África
Onde eram príncipes, princesas, nobres e reis
Para serem subjugados, açoitados e mortos no Brasil
Para enriquecer os seus ancestrais cafeeiros
Mas tentaram transformar a nossa luta em ilegítima
Escreveram nos livros de História mentiras e meias
verdades
Nos fazem enaltecer falsos heróis
Só que a verdade sempre vem à tona
Eu hei de viver até o dia em que a verdadeira Abolição
virá
E o negro não será mais digno de açoite
Ou de ser morto, caçado pelas forças da lei
Muito menos, encarcerado por força da sua cor
Um dia poderemos olhar para trás e não mais termos o
que reparar
Pois seremos todos iguais
Mas até esse dia chegar, todo 13 de maio será igual
Vamos exaltar quem se levantou contra isso
O povo negro não quer esmola
Ele apenas exige respeito
Salve ao/o povo negro
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